Tensões sociais no período monárquico
A imposição de um
Estado nacional a um conjunto muito heterogêneo de grupos sociais originou uma
série de revoltas na primeira metade do século XIX. Além do problema
representado pela unidade artificial de regiões distintas, tais grupos tinham
seus interesses negligenciados ou diretamente combatidos pelo governo central.
As reivindicações e os resultados obtidos variavam conforme os agentes de cada
uma dessas revoltas.
Algumas foram
realizadas exclusivamente por grandes proprietários e comerciantes, descontentes
com sua reduzida participação nas decisões políticas de caráter nacional. Em
outras, essencialmente urbanas, a população e as tropas do Exército regular,
pressionadas pela miséria, rebelaram-se em torno de bandeiras republicanas. Mas
foi a maioria da população livre, constituída de camponeses pobres, índios aldeados,
trabalhadores mal pagos e mestiços desempregados, a responsável por grande
parte dos movimentos ocorridos no período. Alguns deles foram iniciados por
setores da aristocracia regional, que no decorrer dos acontecimentos muitas
vezes perdiam o controle do movimento. Um exemplo foi a Balaiada, da qual
escravos e trabalhadores livres pobres assumiram a liderança. Violentamente
reprimidas por tropas do governo central, essas revoltas acabavam servindo como
um argumento para fortalecê-lo ainda mais.
Balaiada
Revolução Praieira – 1848 – 1850
Revolução Farroupilha 1835 - 1845
As rebeliões
realizadas exclusivamente por grandes proprietários, com a Praieira e a
Farroupilha, obtiveram importantes concessões do governo, enquanto, de um modo
geral, os movimentos de caráter popular não conseguiam superar sua
fragmentação, permanecendo isolados em suas províncias.
Fonte: História do Brasil - Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.
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