O Estado Novo
As
diferenças econômicas entre as diversas regiões brasileiras e o consequente
contraste do nível de vida de cada uma acentuavam-se cada vez mais com a
industrialização do Centro-Sul e o empobrecimento crescente do Nordeste. Na
década de 30 e nas seguintes, a população do Nordeste não teve outra saída
senão empreender uma intensa migração para São Paulo e para o Rio de janeiro,
buscando melhores oportunidades de trabalho, empregando-se nas fazendas de café
ou integrando-se ao operariado do Centro-Sul.
Migrações nordestinas para o Centro-Sul
Vítimas
da pobreza a que ficar entregue o Nordeste desde o século XIX, os nordestinos
substituíram os imigrantes europeus na indústria. Desse modo, além da
mão-de-obra mais barata, obtinham-se trabalhadores com menor tradição nas
reivindicações sindicais. O Estado sentiu, então, necessidade de estabelecer um
novo tipo de relação com esses trabalhadores, de forma a manter controle sobre
eles.
Impedidas
as eleições presidenciais previstas para 1937, Getúlio Vargas tornou-se
ditador, criando a partir de então uma série de leis trabalhistas que colocavam
o Estado como o árbitro das relações entre capital e trabalho. Inaugurava-se o
chamado Estado Novo.
Todas
as organizações de trabalhadores passaram a ser diretamente ligadas ao governo
e igualmente controladas por ele. Em 1943, foi promulgada a Consolidação das
Leis do Trabalho, código orientado por princípios corporativistas que ignoravam
a existência de conflitos de interesses ou de classes, agrupando diferentes
setores numa única categoria. As organizações dos trabalhadores das indústrias,
num exemplo significativo, englobavam desde os operários até os funcionários
mais graduados da administração. Dessa forma, conseguia-se que as diferenças
internas de visões e interesses enfraquecessem por dentro essas organizações.
Propagandas durante o Estado Novo.
Para
conquistar legitimidade, o Estado populista utilizava-se dos mais sofisticados
meios de propaganda disponíveis. Além disso, desempenhava um papel fundamental
a identificação estabelecida entre a pessoa que ocupava a Presidência da República
– Getúlio Vargas – e o Estado, Na pessoa do chefe do Estado eram projetadas e
canalizadas as aspirações e expectativas da população, tornando-se a relação
cidadão/Estado uma relação indivíduo/indivíduo.
Fonte: História do Brasil de Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.
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