Império Bizantino e Religião Islâmica.

As civilizações bizantina e muçulmana

Enquanto os germanos partilhavam entre si o Ocidente, no Oriente a outra metade do Império Romano sobrevivia e teria importante papel ao longo da Idade Média. Tendo como capital Constantinopla, antiga cidade grega de Bizâncio, o Império Romano do Oriente ficou conhecido como Império Bizantino.

Império Bizantino no período de Justiniano

Tratava-se de um Estado multirracial, que aceitava como cidadão todo aquele que falasse grego e seguisse o cristianismo ortodoxo. A monarquia era teocrática, sendo o imperador considerado um vice-Deus. Por isso, a Igreja ortodoxa (ao contrário do que ocorreria com a católica no Ocidente) era dependente do Estado. A religiosidade popular era muito exaltada, e não poucas vezes ocorreram revoltas e crises profundas por razões religiosas. A cultura, embora sintetizasse as contribuições de várias províncias, tinha um inegável caráter grego. A economia era de base agrária, mas com um importante setor artesanal e comercial.

Os mesmos elementos que possibilitaram a vitalidade do Império Bizantino acabariam, contudo, por enfraquecê-lo. O poder do imperador despertava inveja, rivalidade e atentados. O forte sentimento religioso levava a desentendimentos e separatismos. A riqueza do comércio e da capital atraíam concorrentes e invasores. Depois de uma história longa e conturbada, o Império caiu, em 1453, nas mãos dos turcos, povo seguidor de uma religião nascida na Arábia oito séculos antes e que se difundira por extensas áreas.

Invasão Turca

Depois de um começo difícil, em 630 Maomé conseguiu unir os árabes em torno de sua proposta religiosa, o Islã. Seus seguidores, conhecidos por muçulmanos (“os que fizeram a paz com Deus”), acreditam na existência de um único Deus, Alá. Em nome dele devem rezar cinco vezes ao dia voltados para a cidade santa de Meca e peregrinar pelo menos uma vez na vida até ela. Estavam obrigados ao jejum diurno durante o mês sagrado de Ramadã, e deveriam também dar esmolas aos pobres e ao Estado. Aqueles que morressem em nome dessa religião ganhariam o Paraíso.

Seguidores do Islã

A Caaba, em Meca

Antes de Maomé, a Caaba era um lugar de culto e de peregrinação.

Ainda hoje, durantes o período anual de peregrinação a Meca, a Caaba permanece recoberta com um pano preto sobre os quais se escrevem versos do Corão.

O Livro Sagrado do Islã

Unidos por essa crença, necessitados de terras mais férteis, em poucos anos os árabes conquistaram um imenso império e converteram inúmeras população ao Islã. Nesse vasto mundo muçulmano os problemas políticos não foram raros, mas foi a vitalidade econômica e cultural que mais se sobressaiu, assim como ocorreu com o vizinho e inimigo Império Bizantino. Foram na verdade essas duas civilizações que preservaram e ampliaram muito da cultura antiga, transmitindo-a à Europa.

Arte Bizantina

Se até o século XI as civilizações orientais, bizantina e muçulmana foram, em todos os sentidos, superiores à do Ocidente romano germânico, depois desse período a situação se inverteu, em parte graças à rica herança cultural que elas legaram aos ocidentais.

Fonte: História Geral - Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.