Cultura
colonial
A
cultura colonial brasileira foi fortemente marcada pela religiosidade católica.
Na antiga Terra de Santa Cruz, integrante do chamado Império de Deus por
Portugal, a difusão dos valores cristãos foi sempre um referencial fundamental
tanto do pensamento quanto das expressões artísticas. Numa época em que o
acesso à leitura era extremamente limitado, e normalmente restrito aos membros
do clero, a palavra evangelizadora e as mensagens visuais constituíam os
principais meios de difusão cultural. Assim, ao lado da catequese de indígenas
e africanos e da pregação nas cerimônias
religiosas, a arquitetura das igrejas e mosteiros e as pinturas e esculturas
sacras formavam o núcleo da cultura europeia que tentava se estabelecer no Novo
Mundo e que ia sofrendo as influências do novo meio.
Ao
lado disso, e durante muitos séculos, viajantes e cronistas europeus
retratariam em pinturas e textos suas impressões sobre o peculiar mundo
colonial, seus povos, seus costumes e seus conflitos. Durante o período da
dominação holandesa no Nordeste, o príncipe Maurício de Nassau estimularia a
presença na colônia de vários pintores e artistas, numa outra e distinta
tentativa de implantar a cultura europeia no mundo colonial.
Maurício de Nassau
Internamente,
os colégios jesuítas monopolizaram o ensino até 1760, condicionando também a
formação dos escritores laicos. O surgimento de um público leitor significativo
só se daria em meados do século XVIII, com a formação de pequenos círculos
literários urbanos, denominados academias.
Dois
estilos principais nortearam a cultura colonial na América portuguesa: o
Barroco e o Arcadismo. O primeiro expressava a crise espiritual do período
posterior ao Renascimento, sobrepondo duas formas de sensibilidade: a fé e a
racionalidade. Entre seus principais representantes estão o pregador Antônio
Vieira, o poeta Gregório de Matos, o músico Lôbo de Mesquita e o escultor
Antonio Francisco Lisboa ( o Aleijadinho).
Imagens Barroco
Arcadismo na Pintura
Os doze profetas - atribuídas a Aleijadinho
Já
durante o Arcadismo, característico do século XVIII, sobressaiu-se uma tendência
que aliava simplicidade, racionalidade e clareza, expressando as críticas
iluministas ao clero, à nobreza e ao sistema colonial. Seus representantes mais
significativos na colônia foram os escritores Cláudio Manuel da Costa, Basílio
da Gama, Tomás Antonio Gonzaga e Alvarenga Peixoto.
Fonte: História do Brasil - Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.
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