Como estava dividida a sociedade e quais foram as principais revoltas no período.
O
açúcar e a mineração influenciaram a constituição de toda a sociedade colonial.
Por um lado, a atividade canavieira, mesmo baseada no litoral, desenvolveu-se
num ambiente ruralizado dirigido pelos senhores
de engenho; por outro, a sociedade das minas, estabelecida no interior e
dirigida por grandes mineradores, possuía uma camada social média urbana e mais
complexa do que a encontrada no meio açucareiro, embora se nutrisse do mesmo
componente básico: o escravismo.
Sociedade Açucareira
A
escravidão criava uma série de tensões na vida colonial. Entre elas, as que
resultaram na expulsão definitiva da Companhia de Jesus, em 1760. Os jesuítas,
contrários à escravização dos índios, mas favoráveis à escravidão dos
africanos, foram expulsos diversas vezes de muitas regiões da colônia e
sofreram a pressão direta dos bandeirantes, que tinha grande experiência no
apresamento de indígenas e na destruição de quilombos. Vários conflitos
revelaram a oposição dos interesses colonizadores à atuação da Companhia de
Jesus, como a Revolta de Beckman, cujo elemento desencadear foi a questão da
escravização indígena, agravada pelas reações à atuação da Companhia de
Comércio do Maranhão.
Catequização dos Índios
Outros
conflitos, envolvendo interesses diversos, também sacudiram a sociedade
colonial. No Nordeste, a luta pelo poder político levou comerciantes e senhores
de engenho a se enfrentarem na Guerra dos Mascates. Demonstrando não haver
unidade nos domínios portugueses, e sim uma série de regiões mais ou menos
autônomas, a Guerra dos Emboabas, em Minas Gerais, representou uma tentativa
dos paulistas de impedir o acesso de concorrentes aos seus negócios. Mesmo
depois de separado de São Paulo, o atual estado de Minas Gerais ainda se
manteve extremamente explosivo. Estourou ali a revolta de Filipe dos Santos,
voltada contra o controle da metrópole.
Guerra do Emboabas
Os
conflitos assumiram um cunho separatista já no final do século XVIII. A
economia portuguesa, cada vez mais subordinada aos interesses ingleses, estava
enfraquecida. O declínio da mineração fez com que aumentasse ainda mais o controle
metropolitano, através de medidas que fizeram crescer as tensões coloniais. A
Inconfidência Mineira, um movimento de elite, foi o primeiro a pretender a
independência política, mas, como outras conspirações posteriores, não resultou
numa verdadeira revolta.
Inconfidência Mineira
Conjuração Baiana foi a primeira revolta social no Brasil
O
primeiro grande movimento separatista foi na realidade a Inconfidência Baiana,
que, embora inicialmente dirigida pelas elites, foi depois conduzida pelas
camadas populares. As classes dominantes na colônia começaram então a perceber
a extensão das reivindicações das camadas médias da sociedade. Queriam fazer a
independência, mas à sua maneira, sem a participação popular, que não se
levantava apenas contra o domínio português, mas também contra a miséria, a
escravidão e a falta de participação política.
Fonte: História do Brasil - Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.
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