O mercantilismo
A
crise do século XIV desorganizou de tal forma a economia europeia que abriu
caminho à intervenção do Estado na tentativa de superar as dificuldades. A
política econômica que aos poucos foi se formulando ficou conhecida como mercantilismo.
Teve seu auge no século XVII, não por acaso momento de grande força do Estado
absolutista. De fato, para completar o processo de centralização iniciado
séculos antes, o rei precisava controlar todos os aspectos da vida nacional,
inclusive o econômico. Daí o recurso à prática de intervenção estatal na
economia: sem Estado absolutista não há mercantilismo, sem mercantilismo não há
Estado absolutista.
Essa
política tinha cinco características essenciais das quais a primeira, base das
demais, era o metalismo. Dentro dessa concepção, a forma básica de riqueza eram
os metais preciosos: quanto maior fosse
a quantidade de metais existente numa país, mais rico e poderoso ele seria
considerado. Mas como obter sempre mais metais se a produção das minas europeias
estava praticamente esgotada? Tirando ouro de outros países; daí o segundo
elemento: balança comercial favorável. Exportando muito (e recebendo em metais)
e importando pouco (portanto, pagando pouco metal), o país conseguiria um saldo
que aumentaria seu estoque metálico.
Não
se tratava, porém de apenas exportar, mas exportar mercadorias caras que
atrairiam maior quantidade de ouro. Daí – terceira característica – a política
industrialista, o incentivo do Estado à produção de bens industriais. Para
importar pouco, recorria-se à quarta característica, o protecionismo. Ou seja,
a imposição de altas taxas alfandegárias para a entrada no país de produtos
manufaturados estrangeiros. As matérias-primas, entretanto, eram quase isentas,
para que pudessem ser industrializadas e depois exportados.
Todo
esse jogo de forte defesa dos interesses nacionais tornava as relações
internacionais muito tensas, como provam as muitas guerras do período. Mais
ainda, criava um impasse econômico, pois, no limite, todos pretendiam vender e
ninguém comprar. A saída para essa situação, e na verdade o elemento chave do
mercantilismo, foi o colonialismo – última característica da política
mercantilista. Regiões dependentes (colônias) eram forçadas a vender barato
seus produtos às regiões dominadoras (metrópoles) e a comprar destas seus
produtos industrializados. Assim, a riqueza da América colonizada foi
encaminhada para a Europa, ajudando a promover o progresso geral dessa região.
Fonte: História Geral - Hilário Franco Jr e Ruy de O. Andrade Filho.
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