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terça-feira, 18 de março de 2014

O mercantilismo.


O mercantilismo

A crise do século XIV desorganizou de tal forma a economia europeia que abriu caminho à intervenção do Estado na tentativa de superar as dificuldades. A política econômica que aos poucos foi se formulando ficou conhecida como mercantilismo. Teve seu auge no século XVII, não por acaso momento de grande força do Estado absolutista. De fato, para completar o processo de centralização iniciado séculos antes, o rei precisava controlar todos os aspectos da vida nacional, inclusive o econômico. Daí o recurso à prática de intervenção estatal na economia: sem Estado absolutista não há mercantilismo, sem mercantilismo não há Estado absolutista.


Essa política tinha cinco características essenciais das quais a primeira, base das demais, era o metalismo. Dentro dessa concepção, a forma básica de riqueza eram os  metais preciosos: quanto maior fosse a quantidade de metais existente numa país, mais rico e poderoso ele seria considerado. Mas como obter sempre mais metais se a produção das minas europeias estava praticamente esgotada? Tirando ouro de outros países; daí o segundo elemento: balança comercial favorável. Exportando muito (e recebendo em metais) e importando pouco (portanto, pagando pouco metal), o país conseguiria um saldo que aumentaria seu estoque metálico.


Não se tratava, porém de apenas exportar, mas exportar mercadorias caras que atrairiam maior quantidade de ouro. Daí – terceira característica – a política industrialista, o incentivo do Estado à produção de bens industriais. Para importar pouco, recorria-se à quarta característica, o protecionismo. Ou seja, a imposição de altas taxas alfandegárias para a entrada no país de produtos manufaturados estrangeiros. As matérias-primas, entretanto, eram quase isentas, para que pudessem ser industrializadas e depois exportados.



Todo esse jogo de forte defesa dos interesses nacionais tornava as relações internacionais muito tensas, como provam as muitas guerras do período. Mais ainda, criava um impasse econômico, pois, no limite, todos pretendiam vender e ninguém comprar. A saída para essa situação, e na verdade o elemento chave do mercantilismo, foi o colonialismo – última característica da política mercantilista. Regiões dependentes (colônias) eram forçadas a vender barato seus produtos às regiões dominadoras (metrópoles) e a comprar destas seus produtos industrializados. Assim, a riqueza da América colonizada foi encaminhada para a Europa, ajudando a promover o progresso geral dessa região.

 Fonte: História Geral - Hilário Franco Jr e Ruy de O. Andrade Filho.

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