O
caráter predominantemente agrícola da economia brasileira ainda se mantinha no
início do século XX. Numa pauta de exportação diversificada, o café
consolidou-se como o principal produto, responsável por aproximadamente 60% da
renda nacional. Seus principais produtores, São Paulo e Minas Gerais,
tornaram-se os estados com maior influência no governo, o que garantia uma
política econômica extremamente favorável para os exportadores.
Fazenda com plantação de café.
Apesar
disso, os interesses próprios do Estado impediram sucessivos presidentes de
realizar uma política voltada exclusivamente para os cafeicultores. No governo
Campos Sales, por exemplo, na tentativa de equilibrar as finanças públicas,
deu-se fim à desvalorização cambial, utilizada até então para socializar as
eventuais perdas na exportação. Assim, transferiram-se para os governos de São
Paulo, Minas Gerais e Rio de janeiro os custos de uma política voltada
exclusivamente para a valorização do café (o que fizeram através do Convênio de
Taubaté, assinado em 1906).
Presidente Campos Sales
Política dos Governadores de Campos Sales
Convênio de Taubaté (1906) - Imagem: Estado de S. Paulo.
O
governo preocupava-se também em incentivar a industrialização. A primeira
tentativa feita nesse sentido foi a do Ministério da Fazenda do governo Deodoro
da Fonseca. Para garantir capital para as indústrias, o ministro Rui Barbosa
providenciou o aumento do meio circulante através da emissão de dinheiro
(1890). Dividindo o país em quatro zonas, cada uma com seu próprio banco
emissor, essa política, conhecida como Encilhamento, fracassou, acarretando uma
grande crise econômica.
Imagem da Bolsa de Valores.
O ministro da Fazenda Rui Barbosa, tinha por intuito modernizar o país e fomentar a industrialização, objetivando o crescimento econômico do país e a sua libertação da opressão do capital estrangeiro.
Mesmo
assim, a industrialização deu seus primeiros passos decisivos nos anos
seguintes. O Brasil conheceu, então, seu primeiro surto industrial
significativo, acompanhando as transformações da economia internacional. Para
isso, contou com o excedente de capital acumulado pela cafeicultura e com o financiamento
estrangeiro, que assumiu tanto a forma de empresas como a de serviços urbanos e
ferroviários.
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