A sociedade medieval
Até
o século XI, a sociedade medieval estava de certa forma polarizada: havia uma
pequena elite, que detinha quase todos os poderes políticos e econômicos, e uma
grande massa de despossuídos. No plano cultural, entretanto, a elite laica
estava mais próxima dos camponeses do que da elite clerical, a única letrada e
herdeira da tradição Greco-romana.
O mundo greco-romano
Coliseu em Roma.
Mas,
a partir do ano 1000, começou a haver diversas alterações nesse quadro. Com o
crescimento populacional e agrícola, o comércio foi revigorado e a vida urbana desenvolveu-se: em
1100 e 1300, surgiram 140 novas cidades no Ocidente, além de terem crescido
muitas das já existentes. Aparecia assim uma nova sociedade ao lado da antiga.
No campo a estrutura feudal classificava os indivíduos em três ordens: dos clérigos,
dos guerreiros e dos trabalhadores. A palavra ordem indicava uma origem divina
para a condição social de cada um. Nas cidades, ainda que teoricamente
prevalecesse o mesmo esquema, a prática social era outra.
Clérigos
Imagem representando os trabalhadores, os guerreiros e os religiosos (uns rezam, outros guerreiam e os outros trabalham)
Ali
os camponeses sem terra própria e sem liberdade pessoal (servos) esperavam
encontrar um futuro melhor. O habitante das cidades ou burgos era conhecido
como burguês, o que implicava uma situação jurídica específica, com obrigações
bem definidas e direito de participar da vida política e administrativa da
cidade. A maioria trabalhava em oficinas ou lojas de verdadeiros burgueses,
detentores de poder político e econômico na cidade. Os assalariados constituíam
a maior parte da população urbana e, descontentes com a situação, se revoltaram
várias vezes, sobretudo no contexto de crise dos últimos dois séculos
medievais.
Enquanto
os burgueses enriqueciam, a nobreza feudal sentia crescentes dificuldades. Em
alguns locais os dois segmentos sociais se opunham fortemente, mas em outros
ocorria uma aproximação. Para o nobre, uma aliança matrimonial com burgueses
significava a possibilidade de manter uma alto padrão de vida, uma das
características nobiliárquicas. Para o burguês, esse casamento representava a
superação de suas origens camponesas e humildes. Dessa forma, certos ramos da
nobreza aos poucos se aburguesavam e certas parcelas da burguesia aos poucos se
enobreciam. Caminhava-se para uma nova sociedade.
Fonte: História Geral - Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.
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