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sábado, 15 de março de 2014

A sociedade medieval.


A sociedade medieval

Até o século XI, a sociedade medieval estava de certa forma polarizada: havia uma pequena elite, que detinha quase todos os poderes políticos e econômicos, e uma grande massa de despossuídos. No plano cultural, entretanto, a elite laica estava mais próxima dos camponeses do que da elite clerical, a única letrada e herdeira da tradição Greco-romana.

O mundo greco-romano

Coliseu em Roma.


Mas, a partir do ano 1000, começou a haver diversas alterações nesse quadro. Com o crescimento populacional e agrícola, o comércio foi  revigorado e a vida urbana desenvolveu-se: em 1100 e 1300, surgiram 140 novas cidades no Ocidente, além de terem crescido muitas das já existentes. Aparecia assim uma nova sociedade ao lado da antiga. No campo a estrutura feudal classificava os indivíduos em três ordens: dos clérigos, dos guerreiros e dos trabalhadores. A palavra ordem indicava uma origem divina para a condição social de cada um. Nas cidades, ainda que teoricamente prevalecesse o mesmo esquema, a prática social era outra.

Clérigos

Imagem representando os trabalhadores, os guerreiros e os religiosos (uns rezam, outros guerreiam e os outros trabalham)


Ali os camponeses sem terra própria e sem liberdade pessoal (servos) esperavam encontrar um futuro melhor. O habitante das cidades ou burgos era conhecido como burguês, o que implicava uma situação jurídica específica, com obrigações bem definidas e direito de participar da vida política e administrativa da cidade. A maioria trabalhava em oficinas ou lojas de verdadeiros burgueses, detentores de poder político e econômico na cidade. Os assalariados constituíam a maior parte da população urbana e, descontentes com a situação, se revoltaram várias vezes, sobretudo no contexto de crise dos últimos dois séculos medievais.



Enquanto os burgueses enriqueciam, a nobreza feudal sentia crescentes dificuldades. Em alguns locais os dois segmentos sociais se opunham fortemente, mas em outros ocorria uma aproximação. Para o nobre, uma aliança matrimonial com burgueses significava a possibilidade de manter uma alto padrão de vida, uma das características nobiliárquicas. Para o burguês, esse casamento representava a superação de suas origens camponesas e humildes. Dessa forma, certos ramos da nobreza aos poucos se aburguesavam e certas parcelas da burguesia aos poucos se enobreciam. Caminhava-se para uma nova sociedade.
Fonte: História Geral - Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.

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