Américo Vespúcio (Florença, 1451 — Sevilha, Espanha, 1512)
Tornou-se um mercador, navegador e
grande explorador do Novo Mundo. Seus textos ainda são importantes para o
entendimento dos primeiros anos de exploração da América, apesar das suspeitas
de fraude que envolvem suas cartas.
Américo Vespúcio
Era o terceiro filho de uma
tradicional família florentina. Seu pai era Nastagio Vespucci, trabalhava como
notário, e sua mãe era Lisabetta Mini. Na infância foi educado por seu tio
Giorgio Antonio Vespucci. O jovem Américo cresceu numa época de grandes
descobrimentos e efervescência cultural, gostava principalmente de filosofia
natural, geografia e astronomia.
Em 1479, Vespúcio começou a trabalhar
em atividades comerciais para a família Médici, que governava Florença. Em
1491, foi trabalhar em uma agência na Espanha. Entre suas funções, participava
da preparação de navios para viagens, inclusive para a segunda expedição de Colombo. Por volta de 1496, Vespúcio
assumiu o comando da agência de Sevilla.
As Viagens de Américo Vespúcio
Os documentos sobre as viagens de
Vespúcio são controversos, em boa parte. Existem dois conjuntos de textos
conhecidos que são atribuídos ao florentino.
O primeiro conjunto deriva de uma
carta em nome de Vespúcio, enviada de Lisboa, em 1504, escrita em italiano,
possivelmente para o magistrado italiano Piero Soderini. A carta foi impressa em
Florença, em 1505. Duas versões, em latim, dessa carta foram publicadas com os
títulos Quattuor Americi
navigationes e Mundus Novus, ou Mundo Epistola Alberici de Novo.
O segundo conjunto é composto por três
cartas pessoais de Vespúcio, dirigidas a Lorenzo de Medici, encontradas nos
séculos 18 e 19.
No primeiro conjunto, Vespúcio
menciona quatro viagens ao Novo Mundo. No segundo, apenas duas.
As viagens de Américo Vespúcio
Segundo o historiador italiano Alberto
Magnaghi (1874-1945), o primeiro conjunto de documentos não seriam autênticos,
do próprio Vespúcio. Críticas posteriores, considerando aspectos linguísticos e
estilísticos, defendem que existem coincidências demais entre os dois
conjuntos, o que leva a concluir que Américo Vespúcio seria um embusteiro.
Entretanto, existem outros documentos que compravam as duas viagens de Vespúcio
mencionadas no segundo conjunto de cartas. Essas duas viagens são comentadas a
seguir:
Em maio de 1499, Vespúcio participou,
como tripulante, da expedição do navegador espanhol Alonso de Ojeda, que
explorou parte da costa norte da América do Sul, provavelmente, a costa da
Venezuela. Retornou em junho de 1500.
Vespúcio pensou ter navegado pelo
extremo oriental da Ásia, acreditando que poderia chegar ao Oceano Índico, uma
vez contornado as terras ao sul. Ele procurava as terras conhecidas das Índias. Assim, tentou organizar
uma expedição com apoio da Espanha, o que foi negado, possivelmente por
tratar-se de território português, pelo Tratado
de Tordesilhas.
Em 1501, Vespúcio seguiu na expedição
portuguesa de Gonçalo Coelho e verificou que as terras se estendiam por demais
ao sul, indicando que não poderia ser a Ásia, mas um Novo Mundo. Foi a partir desta
viagem histórica que os europeus finalmente entenderam que aquelas terras não
seriam as Índias.
Após ler os relatos de Vespúcio sobre
suas viagens e impressões do Novo Mundo, o cartógrafo alemão Martin Waldseemüller batizou a
parte sul do Novo Mundo de América (atual
América do Sul), em seu planisfério de 1507.
É incerto se Vespúcio participou de
outras expedições ao Novo Mundo. Ele casou com Maria Cerezo em 1505 e passou a
trabalhar na Casa de Contratación de las Indias, em Sevilla. Em 1508, foi
nomeado navegador chefe com importantes atribuições. Faleceu em 1512.
Os textos deixados por Vespúcio
mostram um homem culto, mas com estilo de marqueteiro, capaz de usurpar feitos
alheios. Entretanto, suas contribuições são grandes e inegáveis, principalmente
na cosmografia da época e nas descrições das terras descobertas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário