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quinta-feira, 13 de março de 2014

AMÉRICO VESPÚCIO.


Américo Vespúcio  (Florença, 1451 — Sevilha, Espanha, 1512)
Tornou-se um mercador, navegador e grande explorador do Novo Mundo. Seus textos ainda são importantes para o entendimento dos primeiros anos de exploração da América, apesar das suspeitas de fraude que envolvem suas cartas.

Américo Vespúcio

Era o terceiro filho de uma tradicional família florentina. Seu pai era Nastagio Vespucci, trabalhava como notário, e sua mãe era Lisabetta Mini. Na infância foi educado por seu tio Giorgio Antonio Vespucci. O jovem Américo cresceu numa época de grandes descobrimentos e efervescência cultural, gostava principalmente de filosofia natural, geografia e astronomia.

Em 1479, Vespúcio começou a trabalhar em atividades comerciais para a família Médici, que governava Florença. Em 1491, foi trabalhar em uma agência na Espanha. Entre suas funções, participava da preparação de navios para viagens, inclusive para a segunda expedição de Colombo. Por volta de 1496, Vespúcio assumiu o comando da agência de Sevilla.

As Viagens de Américo  Vespúcio
Os documentos sobre as viagens de Vespúcio são controversos, em boa parte. Existem dois conjuntos de textos conhecidos que são atribuídos ao florentino.
O primeiro conjunto deriva de uma carta em nome de Vespúcio, enviada de Lisboa, em 1504, escrita em italiano, possivelmente para o magistrado italiano  Piero Soderini. A carta foi impressa em Florença, em 1505. Duas versões, em latim, dessa carta foram publicadas com os títulos Quattuor Americi navigationes e Mundus Novus, ou Mundo Epistola Alberici de Novo.

O segundo conjunto é composto por três cartas pessoais de Vespúcio, dirigidas a Lorenzo de Medici, encontradas nos séculos 18 e 19.

No primeiro conjunto, Vespúcio menciona quatro viagens ao Novo Mundo. No segundo, apenas duas.

As viagens de Américo Vespúcio

Segundo o historiador italiano Alberto Magnaghi (1874-1945), o primeiro conjunto de documentos não seriam autênticos, do próprio Vespúcio. Críticas posteriores, considerando aspectos linguísticos e estilísticos, defendem que existem coincidências demais entre os dois conjuntos, o que leva a concluir que Américo Vespúcio seria um embusteiro. Entretanto, existem outros documentos que compravam as duas viagens de Vespúcio mencionadas no segundo conjunto de cartas. Essas duas viagens são comentadas a seguir:

Em maio de 1499, Vespúcio participou, como tripulante, da expedição do navegador espanhol Alonso de Ojeda, que explorou parte da costa norte da América do Sul, provavelmente, a costa da Venezuela. Retornou em junho de 1500.

Vespúcio pensou ter navegado pelo extremo oriental da Ásia, acreditando que poderia chegar ao Oceano Índico, uma vez contornado as terras ao sul. Ele procurava as terras conhecidas das Índias. Assim, tentou organizar uma expedição com apoio da Espanha, o que foi negado, possivelmente por tratar-se de território português, pelo Tratado de Tordesilhas.

Em 1501, Vespúcio seguiu na expedição portuguesa de Gonçalo Coelho e verificou que as terras se estendiam por demais ao sul, indicando que não poderia ser a Ásia, mas um Novo Mundo. Foi a partir desta viagem histórica que os europeus finalmente entenderam que aquelas terras não seriam as Índias.

Após ler os relatos de Vespúcio sobre suas viagens e impressões do Novo Mundo, o cartógrafo alemão Martin Waldseemüller batizou a parte sul do Novo Mundo de América (atual América do Sul), em seu planisfério de 1507.

É incerto se Vespúcio participou de outras expedições ao Novo Mundo. Ele casou com Maria Cerezo em 1505 e passou a trabalhar na Casa de Contratación de las Indias, em Sevilla. Em 1508, foi nomeado navegador chefe com importantes atribuições. Faleceu em 1512.

Os textos deixados por Vespúcio mostram um homem culto, mas com estilo de marqueteiro, capaz de usurpar feitos alheios. Entretanto, suas contribuições são grandes e inegáveis, principalmente na cosmografia da época e nas descrições das terras descobertas.


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