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quinta-feira, 20 de março de 2014

As monarquias absolutistas.


A centralização política nas mãos do monarca, que se iniciara na Idade Média, completou-se e atingiu seu grau máximo na Idade Moderna, estreitamente relacionada ao despontar do capitalismo, do Renascimento e das reformas religiosas.




O absolutismo deveu muito aos novos e múltiplos recursos que o capitalismo colocou à sua disposição. O monarca absolutista, por sua vez, incentivava o desenvolvimento capitalista através da prática mercantilista. O Renascimento recuperara para os monarcas vários exemplos de concentração de poderes da Roma antiga, enquanto as monarquias estimularam a cultura renascentista, protegendo e financiando artistas e literatos. Ao enfraquecerem a Igreja Católica em algumas áreas, as Reformas Protestantes tranferiram vastos poderes para os reis, fossem eles ainda católicos (caso da França), fossem protestantes que se tornaram chefes de uma nova Igreja (caso da Inglaterra).

Reis e Rainhas absolutistas.


A centralização completou-se quando o monarca ganhou jurisdição sobre todo o país, quando a tributação deixou de ser senhorial e tornou-se estatal, quando passou a existir uma força armada verdadeiramente nacional. No momento em que o poder central fortalecido excluiu do governo outros grupos, concentrando todos os poderes da nação, a monarquia passou a ser absoluta. O rei tornou-se então administrador supremo, chefe do exército e representante de Deus. Era o legislador, o juiz e o executor. Segundo a famosa expressão atribuída a Luís XIV (1643-1715) era o próprio Estado.

Luís XIV - Rei da França absolutista.

Henrique VIII da Inglaterra

Dessa forma, esperava-se encontrar a paz, a ordem e a segurança que tinham faltado nos conturbados tempos finais da Idade Média. Jean Bodin, um dos teóricos do absolutismo, afirmava: o rei podia tudo, pois “a mais dura tirania” é melhor que a anarquia.
Nicolau Maquiavel - Sua obraa "O príncipe" mostra como deve ser um governo forte.


Contudo, a relativa estabilidade de cada reino absolutista tinha como contraponto a instabilidade das relações internacionais da época. Cada monarquia absolutista buscava a supremacia europeia, que garantiria a unidade do país em torno de seu rei para enfrentar as potências estrangeiras. Cada nação só poderia enriquecer em prejuízo das demais, tirando-lhes territórios, colônias, populações, matérias-primas e técnicas. As tensões eram constantes, pois, temerosas do fortalecimento desmedido de uma determinada nação, as demais se uniam temporariamente contra ela. Cada uma procurava garantir sua própria segurança e esperava o momento de impor-se a todas as outras. As aliadas de hoje eram as inimigas de amanhã e vice-versa. As lutas pela hegemonia continental envolviam toda a Europa numa intrincada rede de alianças, tratados e questões dinásticas.
Fonte: História Geral - Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.

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