A
centralização política nas mãos do monarca, que se iniciara na Idade Média,
completou-se e atingiu seu grau máximo na Idade Moderna, estreitamente
relacionada ao despontar do capitalismo, do Renascimento e das reformas
religiosas.
O
absolutismo deveu muito aos novos e múltiplos recursos que o capitalismo
colocou à sua disposição. O monarca absolutista, por sua vez, incentivava o
desenvolvimento capitalista através da prática mercantilista. O Renascimento
recuperara para os monarcas vários exemplos de concentração de poderes da Roma
antiga, enquanto as monarquias estimularam a cultura renascentista, protegendo
e financiando artistas e literatos. Ao enfraquecerem a Igreja Católica em
algumas áreas, as Reformas Protestantes tranferiram vastos poderes para os
reis, fossem eles ainda católicos (caso da França), fossem protestantes que se
tornaram chefes de uma nova Igreja (caso da Inglaterra).
Reis e Rainhas absolutistas.
A
centralização completou-se quando o monarca ganhou jurisdição sobre todo o
país, quando a tributação deixou de ser senhorial e tornou-se estatal, quando
passou a existir uma força armada verdadeiramente nacional. No momento em que o
poder central fortalecido excluiu do governo outros grupos, concentrando todos
os poderes da nação, a monarquia passou a ser absoluta. O rei tornou-se então
administrador supremo, chefe do exército e representante de Deus. Era o
legislador, o juiz e o executor. Segundo a famosa expressão atribuída a Luís
XIV (1643-1715) era o próprio Estado.
Luís XIV - Rei da França absolutista.
Henrique VIII da Inglaterra
Dessa
forma, esperava-se encontrar a paz, a ordem e a segurança que tinham faltado
nos conturbados tempos finais da Idade Média. Jean Bodin, um dos teóricos do absolutismo,
afirmava: o rei podia tudo, pois “a mais dura tirania” é melhor que a anarquia.
Nicolau Maquiavel - Sua obraa "O príncipe" mostra como deve ser um governo forte.
Contudo,
a relativa estabilidade de cada reino absolutista tinha como contraponto a
instabilidade das relações internacionais da época. Cada monarquia absolutista
buscava a supremacia europeia, que garantiria a unidade do país em torno de seu
rei para enfrentar as potências estrangeiras. Cada nação só poderia enriquecer
em prejuízo das demais, tirando-lhes territórios, colônias, populações,
matérias-primas e técnicas. As tensões eram constantes, pois, temerosas do
fortalecimento desmedido de uma determinada nação, as demais se uniam
temporariamente contra ela. Cada uma procurava garantir sua própria segurança e
esperava o momento de impor-se a todas as outras. As aliadas de hoje eram as
inimigas de amanhã e vice-versa. As lutas pela hegemonia continental envolviam
toda a Europa numa intrincada rede de alianças, tratados e questões dinásticas.
Fonte: História Geral - Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.
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