A crise do regime monárquico
Uma
série de fatores contribuiu, a partir da 1870, para a crise do regime
monárquico. O mais importante foi o descontentamento causado pela disparidade
entre a riqueza das províncias e sua participação política. Na Câmara dos Deputados
predominava a região Nordeste, enquanto Bahia, Minas Gerais, Rio de janeiro e
Pernambuco lideravam a composição dos ministérios e a escolha do presidente do
Conselho. Herança da tradição política que emergiu da construção do Estado
nacional, esse privilégio contrastava, no fim do século XIX, com a importância
econômica de São Paulo, centro mais dinâmico e rico da economia nacional, e do
Rio Grande do Sul, com seu papel destacado no comércio interprovincial.
A disparidade
gerou nas duas províncias um forte ressentimento contra o regime monárquico,
amplificando o movimento republicano surgido na década de 70, com a
proliferação de clubes e partidos republicanos. O movimento em favor da
instituição da República, basicamente urbano, teve um eco significativo nas
províncias com alto grau de urbanização, como Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Proclamação da República.
A
insatisfação crescente da população livre e pobre, que via sua miséria aumentar
dia a dia com os altos impostos, também contribuiu para o desgaste do regime.
Assim, diante de novas taxações, explodiram revoltas como a do Vintém e a do Quebra-Quilos,
além de surgirem movimentos messiânicos como o dos Muckers. Nesse momento,
depois da Guerra do Paraguai, o Exército surgia como uma nova força no cenário
político. Respaldado por sua vitórias, sentia-se insatisfeito com a negligência
por parte da monarquia em relação a seus interesses corporativos.
Revolta dos Muckers
Família de imigrantes alemães lideradas por uma mulher(Jacobina Mentz Maurer).
se julgava a reencarnação de Cristo e prometia construir a "Cidade de Deus".
se julgava a reencarnação de Cristo e prometia construir a "Cidade de Deus".
13 de maio de 1888 - Abolição da Escravidão.
Por
fim, a abolição da escravidão, em 1888, tirou da monarquia o apoio dos barões
do café do Rio de Janeiro, sua última base de sustentação econômica e política.
Vítima de suas próprias contradições, o regime monárquico não foi capaz de
oferecer resistência ao golpe desfechado em 1889, que instalou a República no
país.
Fonte: História do Brasil - Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.
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