A penetração dos germanos
Os Greco-romanos
chamavam de bárbaros os povos estranhos a sua cultura e a seu mundo. Dentre
eles, os mais próximos eram os germanos, divididos em duas grandes famílias: a
gótica (visigodos, ostrogodos, hérulos) e a teutônica (francos, anglos, vândalos,
lombardos). Localizados nas fronteiras setentrionais do mundo romano, os
germanos mantinham com ele contatos esporádicos. No século IV, com a crise do
império, muitas tribos germânicas foram incorporadas ao exército para policiar
as fronteiras romanas. No momento de recuo demográfico da população romana e de
sua crescente cristianização, diminuiu a procura pela carreira militar, o que
propiciou a germanização do exército imperial.
As migrações bárbaras
Os reinos germânicos
A posterior ocupação dos territórios romanos pelos germanos foi, assim, apenas o resultado de uma evolução que os tornara a força viva do império. Portanto, por cerca de dois séculos houve uma penetração pacífica e apenas na primeira metade do século V aconteceram as verdadeiras invasões germânicas. Estas, na realidade, foram precipitadas pela pressão de um povo oriental, os hunos, que levaram os germanos em fuga a entrarem maciçamente em território romano.
Os hunos estão chegando
Povo guerreiro - Os Hunos
Colocavam-se,
desta forma, frente a frente duas civilizações que ao longo dos séculos
seguintes iriam se fundindo para formar a Europa, a romana e a germânica.
Socialmente, os germanos baseavam-se na família patriarcal e monogâmica e,
politicamente, na tribo. Seu chefe era um rei eleito pela Assembleia dos
Guerreiros, com a qual dividia as principais decisões. Economicamente, os
germanos eram agricultores e pastores, com um artesanato pouco desenvolvido
(com exceção da metalurgia) e trocas comerciais esporádicas.
A
literatura e o direito eram transmitidos de forma oral de geração a geração; as
artes principais eram a ourivesaria e os trabalhos com outros metais. Os povos
germanos eram politeístas, com deuses representativos de fenômenos naturais e
sociais.
Os
principais deuses eram Thor, divindade da guerra, e Freya, da fecundidade.
Thor - divindade da guerra
Freya divindade da fecundidade
Apesar
de representarem apenas 5% da população total do Império Romano, em poucos anos
os germanos ocuparam pontos nevrálgicos do Império. A cidade de Roma foi conquistada
em 476 e o último imperador, Rômulo Augusto, deposto. Quebrava-se a unidade de
política anterior. Surgiam vários reinos germânicos, ponto de partida dos
futuros países europeus. Começava a Idade Média.
Fonte: História Geral - Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.
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