A política na República Velha
O
aumento da população e o novo sistema político permitiram que as oligarquias do
Centro-Sul, especialmente de São Paulo e Minas Gerais, que se revezavam na
indicação do presidente da República através da política do café com leite,
dominassem o governo federal. Paralelamente, em cada estado, algumas poucas
famílias, respaldadas no coronelismo herdado do período anterior, passaram a
exercer domínio absoluto sobre a região.
Política Café com Leite - São Paulo e Minas Gerais se revesavam no poder.
O voto era vigiado.
Aos
integrantes marginalizados das oligarquias regionais não restou outra saída
senão a rebeldia armada. O exemplo mais significativo foi o da Revolta
Federalista, derrotada pelas tropas centrais depois de se unir a outro setor
insatisfeito, a Marinha, então sublevada. (A derrota de ambas na cidade de
Desterro ocasionou a mudança de seu nome para Florianópolis, em homenagem ao
presidente vitorioso.)
Presidente Floriano Peixoto e a Revolta da Armada numa ilustração de Angelo Agostini
Ainda
nesse quadro, a desestruturação inevitável da clientela dos coronéis subjugados
por outros mais poderosos, agravada pela modernização da economia, refletiu-se
em movimentos de resistência da população empobrecida, cujo ápice foi o
episódio de Canudos. Outro efeito do novo regime foi a estruturação de partidos
estaduais. A organização de partidos de âmbito nacional restringiu-se à criação
de efêmeros instrumentos eleitorais (PRF e PRC) ou a tentativas fracassadas de agrupar
setores marginalizados do poder, especialmente o operariado (em partidos como o
PSB e o PCB).
Líder Antônio Conselheiro - A Revolta de Canudos.
Mulheres e crianças, seguidoras de Antônio Conselheiro, presas durante os últimos dias da guerra.
A revolta ocorreu no governos de Prudente de Moraes.
Médico Oswaldo Cruz - Revolta da Vacina - 1904 - governo de Rodrigues Alves.
O
sistema, com pequenos abalos, funcionou até 1930. Os presidentes eram eleitos
pela quase unanimidade dos votos e as exceções restringiam-se aos momentos de
crises sérias no interior das oligarquias dominantes.
Fonte: História do Brasil - Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.
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