Nada é Definitivo!

"Como o nome do Blog diz, não existe uma única verdade, portanto, sempre temos que investigar tudo o que nos dizem sobre a história, para que possamos chegar mais próximos de uma verdade. Este blog é apenas um dos vários caminhos que existem, sejam bem vindos."

segunda-feira, 31 de março de 2014

O Estado Novo - período ditatorial no Brasil.


O Estado Novo

As diferenças econômicas entre as diversas regiões brasileiras e o consequente contraste do nível de vida de cada uma acentuavam-se cada vez mais com a industrialização do Centro-Sul e o empobrecimento crescente do Nordeste. Na década de 30 e nas seguintes, a população do Nordeste não teve outra saída senão empreender uma intensa migração para São Paulo e para o Rio de janeiro, buscando melhores oportunidades de trabalho, empregando-se nas fazendas de café ou integrando-se  ao operariado do Centro-Sul.
Migrações nordestinas para o Centro-Sul


Vítimas da pobreza a que ficar entregue o Nordeste desde o século XIX, os nordestinos substituíram os imigrantes europeus na indústria. Desse modo, além da mão-de-obra mais barata, obtinham-se trabalhadores com menor tradição nas reivindicações sindicais. O Estado sentiu, então, necessidade de estabelecer um novo tipo de relação com esses trabalhadores, de forma a manter controle sobre eles.



Impedidas as eleições presidenciais previstas para 1937, Getúlio Vargas tornou-se ditador, criando a partir de então uma série de leis trabalhistas que colocavam o Estado como o árbitro das relações entre capital e trabalho. Inaugurava-se o chamado Estado Novo.


Todas as organizações de trabalhadores passaram a ser diretamente ligadas ao governo e igualmente controladas por ele. Em 1943, foi promulgada a Consolidação das Leis do Trabalho, código orientado por princípios corporativistas que ignoravam a existência de conflitos de interesses ou de classes, agrupando diferentes setores numa única categoria. As organizações dos trabalhadores das indústrias, num exemplo significativo, englobavam desde os operários até os funcionários mais graduados da administração. Dessa forma, conseguia-se que as diferenças internas de visões e interesses enfraquecessem por dentro essas organizações.
Propagandas durante o Estado Novo.


Para conquistar legitimidade, o Estado populista utilizava-se dos mais sofisticados meios de propaganda disponíveis. Além disso, desempenhava um papel fundamental a identificação estabelecida entre a pessoa que ocupava a Presidência da República – Getúlio Vargas – e o Estado, Na pessoa do chefe do Estado eram projetadas e canalizadas as aspirações e expectativas da população, tornando-se a relação cidadão/Estado uma relação indivíduo/indivíduo.
Fonte: História do Brasil de Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.

domingo, 30 de março de 2014

Expansão e diversificação da economia no Brasil na década de 30 - O poder do café.


Expansão e diversificação da economia

Na década de 30, a agricultura destinada ao mercado externo espalhou-se por todo o território nacional, sendo então a principal atividade econômica do país. A pauta de exportações tornou-se cada vez mais diversificada, embora o café ainda permanecesse como o principal produto comercializado pelo Brasil no exterior. Os Estados Unidos transformaram-se no principal parceiro comercial do Brasil, adquirindo sobre o país influência econômica, política e cultural cada vez maior.
Influência dos EUA no Brasil.

Nesse período, as medidas de valorização do café adotadas pelos governos estaduais durante a República Velha foram centralizadas pelo governo federal, com a criação, em 1931, do Conselho Nacional do Café. Com a manipulação do câmbio, as perdas do setor cafeeiro resultantes de quedas nos preços no exterior passaram a ser evitadas.
Café brasileiro.

Preocupado em criar um mercado interno significativo, capaz de romper a dependência da atividade exportadora, o governo iniciou, ainda na década de 30, um projeto que se estenderia pelos períodos seguintes: a integração territorial através das rodovias em detrimento de outros sistemas de transporte.
Rede Ferroviária


A rede ferroviária nacional não passava então de um conjunto de redes regionais autônomas, que ligavam os centros produtores de itens exportáveis aos portos de embarque. Praticamente não havia interligações entre essas redes, até porque era comum as bitolas serem diferentes. Envolvendo menores custos do que a de ferrovias, a construção de rodovias proliferou enquanto a rede ferroviária permaneceu estagnada.


O Brasil afinal ingressaria na chamada Segunda Revolução Industrial: o desenvolvimento do mercado interno impulsionou a transformação das técnicas industriais, que permitiram a produção em larga escala, necessárias, por sua vez, ao atendimento desse grande mercado interno.
Fonte: História do Brasil - Flavio de campos e Miriam Dolhnikoff.

A América Latina no século XIX - A luta de Independência dos países da América.


A América Latina no século XIX

O início do século XIX assistiu à emancipação da América ibérica. O movimento foi nitidamente aristocrático. Em geral, o antagonismo entre as elites econômicas coloniais e os interesses metropolitanos foi a raiz da luta emancipacionista. Diferentemente das colônias hispânicas, o Brasil libertou-se quase sem incidentes e manteve sua integridade territorial, enquanto a parcela espanhola das América esfacelou-se, resultado das pressões externas e internas, das diferenças econômicas e dos particularismos regionais.

Simon  Bolívar - o libertador.
José de San Martin
 Foi protector do Peru, San Martín expulsou os espanhóis, reformou o regime de trabalho indígena - abolindo a escravatura - e fundou a Biblioteca Nacional. 

O auxílio inglês na América Latina foi sem dúvida definido por seus interesses: seria mais fácil exercer sua preeminência num continente dividido. À herança do centralismo colonial, seguiram as tendências ao federalismo. O sonho de Bolívar de uma América unificada e forte se desmoronou oficialmente no Congresso do Panamá, em 1826.
As independência dos países da América Latina.

No Brasil monárquico, o café tomou a economia e perpetuou o escravismo. Nos vice-reinos e capitanias hispânicas, em geral triunfaram as repúblicas. Ali, o processo armado da libertação colaborou para uma militarização das instituições, cuja fragilidade favoreceu o desenvolvimento dos poderes locais: os caudilhos. Apenas na segunda metade do século XIX é que se encaminham os Estados nacionais.

A teoria indicava o caminho das democracias liberais, mas, na prática, as lutas entre os caudilhos é que apontavam os rumos. Os ditadores, os golpes, as constituições se sucediam. O clero católico e uma aristocracia prepotente disputavam o comando das massas mestiças e índias. Quase inexistiam os grupos intermediários. Pressões internas e externas eram exercidas sobre o escravismo. Não bastassem os problemas regionais, as guerras se sucediam entre os novos países. As razões dos conflitos eram múltiplas e iam das questões fronteiriças à disputa de desertos, como o Chaco.


Obs: Chaco é uma província da Argentina situada na região do Chaco argentino. Com uma extensão territorial de 99 633 km²  tem como capital a cidade de Resistencia.

Por seu turno, a independência política não implicou a econômica. Um consórcio de países europeus, tendo à frente a Inglaterra, substitui Portugal e Espanha. As matérias-primas da América Latina seguiam agora para as indústrias europeias; em troca recebia manufaturados, investimentos de capitais diretos do Velho Mundo, imigrantes e empréstimos.


À margem da revolução industrial, a América ibérica prosseguiu dependente, uma região periférica do capitalismo internacional. A chegada do século XX anunciou o início do declínio europeu. Mas o recuo da Europa correspondeu à ascensão dos Estados Unidos. O novo senhor que se avizinhava não deu espaço aos países latino-americanos; não houve a possibilidade de “cem anos de solidão”...
Fonte: História Geral de Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.

sábado, 29 de março de 2014

Glossário de Filosofia.


GLOSSÁRIO DE FILOSOFIA

Atomismo – Ideia de que o universo é feito de pequeninas partículas.

Ceticismo – Acreditar que é impossível conhecer com certeza qualquer coisa sobre o mundo.

Determinismo – Acreditar que tudo o que acontece no universo é previamente estabelecido.

Dualismo – Acreditar que o universo se constitui de duas coisas (mente e matéria).

Empirismo – Acreditar que a experiência é a fonte de todo o conhecimento.

Ética – Ramo da filosofia que tenta responder a questões sobre o que é certo ou errado.

Existencialismo – Ideia de que as pessoas criam a si próprias e a sua experiência por meio das escolhas que fazem.

Extensão – Forma como um objeto preenche (se estende) o (no) espaço.

Fenomenologia – Estudo de como as coisas aparecem (em oposição a como pensamos que aparecem).

Hedonismo – Acreditar que o prazer é o mais importante na vida.

 Idealismo – Opinião de que o mundo material é produzido pela mente.

Lógica – Estudo de o que constitui um argumento válido.

Materialismo – Opinião de que a matéria é a única substância que existe e que a mente não pode existir independente da matéria.

Monismo – Acreditar que o universo é constituído de uma única substância.

Mudança de paradigma – Mudanças da estrutura sobre a qual as teorias científicas estão construídas.

Ontologia – Estudo de que tipo de coisas realmente constituem o universo.

Paradoxo – Afirmação que se contradiz. Um exemplo bem conhecido é do cretense que diz: “Todos os cretenses são mentirosos”.

Pluralismo – Acreditar que a realidade é composta de mais de uma substância básica.

Pragmatismo – Opinião de que a verdade e o valor das ideias dependem do quão úteis são na vida prática.

Racionalismo – Teoria de que as verdades sobre a realidade podem ser deduzidas somente pela razão.


Silogismo – Argumento dedutivo feito de três afirmações, sendo a última a conclusão lógica das duas primeiras.
Fonte: Filosofia para Jovens - Jeremy Weate - Editora Callis.

Os Templários.


A Ordem dos Cavaleiros do Templo foi fundada em Jerusalém em 1116 por cruzados franceses, que juraram viver em perpétua pobreza e defender os peregrinos cristãos que iam à Terra Santa. 

A Ordem se tornou uma poderosa sociedade secreta, com ritos de iniciação, estrutura rígida, um exército de monges-guerreiros e, principalmente, muito dinheiro e terras tomados aos árabes. 

Em 1407, o rei da França, Felipe, o Belo – que devia dinheiro à Ordem – aliou-se ao papa Clemente V numa trama para destruir os templários. 

Em 1314, depois de terríveis torturas e um processo infame, mais de 500 Cavaleiros de Cristo foram queimados vivos em paris. 

A Ordem foi extinta e seus bens confiscados. O rei D Dinis, de Portugal, acolheu os poucos templários sobreviventes (e, dizem, seu tesouro secreto) obtendo permissão para fundar, em 1317, a Ordem dos Cavaleiros de Cristo – que manteve a estrutura e o símbolo dos templários, a Cruz de Copta, usada velas dos navios lusos.
Fonte: A Viagem do Descobrimento - Eduardo Bueno - Editora Objetiva.

O que é o Escorbuto?


A doença que predominava nas Grandes Navegações - O Escorbuto

De todas as calamidades físicas que se abatiam sobre os marujos dos séculos XVI e XVII, nenhuma era mais devastadora e repulsiva do que o escorbuto. Doença provocada pela carência de vitamina C, o escorbuto provoca hemorragias e causa o rompimento das paredes de vasos sanguíneos. Os primeiros marinheiros ocidentais afetados por essa terrível enfermidade foram os homens da esquadra de Vasco da Gama, em 1497. A doença em geral se manifestava após 70 dias em alto-mar. De início, era chamada de “mal de Luanda”, pois em geral atacava os marujos quando os navios se encontravam ao largo da costa de Angola.
Escorbuto


O nome “escorbuto” provém da palavra holandesa scherbuik, que quer dizer “ventre aberto” e deu origem ao francês scorbut. Há inúmeras e horrendas descrições dos estragos feitos pelo escorbuto entre os passageiros da chamada “Carreira da Índia”. O efeito mais conhecido da doença é o inchaço das gengivas, que apodreciam, ficavam muitíssimo malcheirosas e tinham que ser cortadas a navalha. As vítimas do escorbuto em geral morriam após dois meses de grandes sofrimentos. No século XVIII, o capitão inglês James Cook concluiu que o consumo de limões e laranjas (ricos em vitamina C) evitava a doença.

SINTOMAS
Os principais sintomas desta doença envolvem manifestações dermatológicas, sangramentos espontâneos, inflamações e dores. Podemos destacar, por exemplo:
§  Mialgia;
§  Dor óssea;
§  Edemas;
§  Hipertrofia gengival;
§  Depressão;
§  Alterações de humor;
§  Cabelos quebradiços;
§  Queda de dentes;
§  Dor nas articulações;
§  Feridas com dificuldade de cicatrização;
§  Fraqueza.


Fonte: A Viagem do Descobrimento – Eduardo Bueno – Editora Objetiva.

sexta-feira, 28 de março de 2014

As Especiarias - a importância da pimenta.


Especiarias

O importância da Pimenta.


De todas as especiarias existentes no Oriente e cobiçadas pelos europeus, nenhuma era mais importantes e mais valiosa do que a pimenta. Hoje considerada mero condimento, a pimenta, nos séculos XVI e XVII, era artigo de fundamental importância na economia europeia. Como não havia condições de se alimentar o gado durante o rigoroso inverno da Europa setentrional, a quase totalidade dos rebanhos era abatida por volta do mês de novembro. 


O sal era usado para preservar a carne por vários meses, mas a pimenta e, em menor escala, o cravo eram considerados imprescindíveis para tornar o sabor das conservas menos repulsivo. Na Europa, o preço da pimenta era altíssimo e na Índia os hindus só aceitavam trocá-la por ouro. Os portugueses chegaram a trazer cerca de 30 mil quintais por ano (quase 2 mil toneladas) de pimenta da Índia para Lisboa.


Fonte: A Viagem do Descobrimento – Eduardo Bueno – Editora Objetiva.

Os Estados Unidos no século XIX e a independência das 13 colônias.


Os Estados Unidos  no século XIX

A independência das 13 colônias consolidou liberdades e direitos preexistentes. A Constituição de 1787 implantava a república presidencialista e consagrava o federalismo. A autonomia dos Estados era enorme. O norte expandia para o Oeste seu dinamismo, uma incipiente indústria e o urbanismo. Também para o Oeste tentava correr o Sul, com sua sociedade agrária, aristocrática e escravista.


As 13 Colônias.


Um cotidiano mais igualitário entre os pioneiros permitia o fortalecimento democrático. Paralelamente, com o tráfico de escravos abolido desde 1807, as dificuldades de expansão do sistema sulista tornaram-se maiores. O ingresso de novos Estados na Federação ampliava as divergências entre o Norte e o Sul a favor do primeiro, que necessitava de mercados para sua crescente indústria.

Abraham Lincoln - Presidente dos EUA durante a Guerra de Secessão.


Crescia a tendência abolicionista, com múltiplos interesses e pouco humanismo. Mesmo que desejasse, o Sul não conseguiria mudar sua estrutura econômico-social sem grandes comprometimentos. Por isso, sentia-se pressionado. Daí alguns resolverem fazer valer seu direito de se separar da União, constituindo uma nova unidade política: os Estado Confederados - Era a Guerra de Secessão (1861-1865). O triunfo do Norte implantou a hegemonia da União, arruinou a economia tradicional do Sul e deu início à questão negra.


A corrida para o Oeste ampliou as áreas de cultivo, trouxe imensos recursos minerais e atraiu grandes massas de imigrantes. A ideia do “Destino Manifesto” roda nos leitos das estradas de ferro que unem o Atlântico ao Pacífico. O avanço dos pioneiros faz recuar as tribos indígenas não sem resistências, para seu último reduto: as reservas federais. O término da Guerra de Secessão impulsionou decisivamente a revolução industrial norte-americana, graças ao grande potencial do mercado interno.

A livre concorrência perdeu espaço para os monopólios, apesar das legislações em contrário. O trabalho procurou se defender diante dos abusos do capital: sindicatos se organizaram. O caráter local e reformista dos primeiros sindicatos foi logo substituído por tendências políticas.

O vertiginoso crescimento não encontrou termo nas fronteiras do Atlântico e do Pacífico: à corrida para o Oeste, juntou-se a que se dirigia para o Leste e para o Sul. Os Estados Unidos da América transbordavam...
Fonte: História Geral - Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.

A Segunda República no Brasil.


A Segunda República

A Revolução de 1930 foi levada a cabo por grupos heterogêneos e com perspectivas diversas. Enquanto as oligarquias regionais visavam apenas ampliar seu poder político, o Exército e os setores urbanos desejavam reformas modernizadores, sobretudo o fortalecimento do governo central. Getúlio Vargas significou uma solução de compromisso entre esses vários grupos: as oligarquias antes marginalizadas passaram a ter maior poder e, ao mesmo tempo, houve uma maior centralização do sistema político, fundamental para a industrialização do país e para o controle da classe operária. A fim de neutralizar o poder dos coronéis, foram tomadas medidas para a moralização das eleições e a ampliação do eleitorado ( concedeu-se o direito de voto às mulheres e diminuiu-se de 21 para 18 anos o limite mínimo de idade dos eleitores). Apesar disso, a proibição do voto para os analfabetos – a maioria da população – ainda limitava drasticamente a porcentagem da população qualificada para  votar.
Revolução de 1930 - no centro Getúlio Vargas.


Por outro lado, essa centralização não significou a eliminação total do poder das oligarquias regionais. Embora com sua influência reduzida, elas continuaram como uma das mais importantes forças atuantes no regime. As oligarquias do Sul e do Centro-Sul conseguiram mesmo manter a situação privilegiada do período anterior, enquanto as do Nordeste beneficiaram-se do desequilíbrio entre o eleitorado e sua representação no parlamento.

Além disso, os partidos republicanos estaduais conservaram sua hegemonia, já que o sistema existente contava com poucos partidos nacionais, todos de expressão bastante limitada. Assim, Getúlio Vargas só conseguiu eleger-se presidente na Assembleia Constituinte de 1934 graças à criação de uma bancada classista (composta por delegados eleitos por associações profissionais e sindicais), recurso utilizado para contrabalançar a representação oligárquica.
Convocação para Revolução de 1932

Plínio Salgado e um desfile dos Integralistas.



Paralelamente, o Exército surgiu como um dos setores mais fortes do novo cenário político. Com seu contingente cada vez maior, tornou-se, representado por seus oficiais – especialmente os tenentes -, um elemento fundamental no processo de centralização. Os militares tiveram, desde então, uma participação privilegiada no jogo político nacional, inclusive através de revoltas corporativas (1931), de alianças com a insatisfeita oligarquia paulista (1932) ou ao lado dos comunistas (1935) e do integralistas (1938).
Fonte: História do Brasil de Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.

As diferenças entre Estreito e Istmo.


O que significa Estreito e Istmo?

Estreito é um braço de mar (canal), que une dois maiores corpos de água, como oceanos e mares, e separa duas massas de terra.
Vários estreitos são considerados economicamente importantes, por integrarem rotas comerciais e ter, por essa razão, grande importância estratégica e militar. Muitas guerras foram travadas no passado pelo controle destes estreitos.


Um estreito e um istmo são completamente opostos. Ao contrário de um estreito que fica entre duas massas terrestres e ligam duas grandes massas de água, um istmo localiza-se entre duas massas de água e conecta duas grandes massas terrestres. Ou seja, estreito é o inverso de istmo.



Alguns estreitos têm potencial para gerar energia das marés (uso de turbinas a corrente de maré). Isto é uma forma de energia hidrelétrica onde a energia das ondas é convertida em eletricidade. O estreito de Pentland, localizado na Escócia é capaz de gerar 10 GW (Gigawatt)  e o estreito de Cook situado na Nova Zelândia pode gerar 12 GW.
Muitos estreitos são utilizados para navegação internacional e estão sujeitos a algumas restrições e sujeitos ao regime legal de passagem em trânsito. O estreito de Dover é um deles. Ele concentra grande parte do tráfego marítimo entre o Oceano Atlântico, do Norte e Báltico e é o caminho marítimo mais movimentado do mundo. Cerca de 400 navios comerciais passam diariamente pelo estreito. Por isso a guarda costeira verifica constantemente se os navios estão cumprindo as regras internacionais de segurança e prevenção da poluição costeira. Além disso, aplicam um regime estrito de rotas marítimas.
Texto elaborado por Marina Martinez.
Fonte: www.infoescola.com

quarta-feira, 26 de março de 2014

A Cultura do Antigo Regime.


Na primeira metade do século XVIII, apesar de a sociedade do Antigo Regime permanecer organizada em estamentos, não havia no plano cultural uma uniformidade que correspondesse àquela estratificação aparentemente rígida. O ponto central da questão estava na difícil definição do que deveria mudar e do que deveria ser mantido. O grande conflito cultural dentro de todos os grupos sociais, e entre estes, era portanto entre tradição e transformação.

A cultura clerical sentia o problema nos desacordos entre o clero que frequentara os seminários (criados pela Reforma Católica do século XVI) e o clero que não recebera aquela formação. Teoricamente constituindo um só estamento, com uma mesma cultura, o clero na prática apresentava realidades bem distintas. E isso se refletia nas outras camadas sociais através da educação transmitida pelo clero. Uma escola mantida pela Igreja em uma grande cidade era bastante diferente daquela dirigida pelos párocos rurais.
Reformas Protestantes  - Lutero


Entre os nobres, a situação era semelhante. A alta nobreza, apesar de favorecida pelo Estado, permanecia arraigada culturalmente a seu passado de poder, não vendo com bons olhos as mudanças culturais que acompanhavam a centralização política. Os nobres das províncias, menos favorecidos em todos os aspectos, oscilavam entre seus velhos ideais ( e nisso se identificavam com os nobres ligados à corte) e as propostas inovadoras vindas da burguesia urbana.

No Terceiro Estado, as populações rurais, sempre mais conservadoras, viviam basicamente como nos séculos feudais. As populações urbanas apresentavam grande diversidade, mas de forma geral maior dinamismo. Os pequenos artesãos e comerciantes, recém-vindos do campo, mantinham ainda muito do folclore e dos hábitos de suas regiões de origem. Aqueles que habitavam há mais tempo as cidades já haviam absorvido dados culturais de diferentes procedências.


As propostas de transformações partiam, pois, das cidades. Em meio às suas diversas atividades, ganhava destaque uma certa parcela da burguesia. Cheia de combatividade intelectual, ela tinha os olhos fixos mais no futuro do que no passado. Ela expressava artística e literariamente as reivindicações de um segmento social que cobrava maior participação nas decisões da sociedade. Ela valorizava os instrumentos racionais como meio de atuação social do homem. 
Os pensadores iluministas

Assim, o desenvolvimento intelectual laico, citadino, burguês e racional, que despontara com o Renascimento, ganhava mais consistência e criava condições para que o século XVIII fosse o Século das Luzes.
Fonte: História Geral - Hilário Franco Jr. Ruy de O. Andrade Filho.

A Cultura Republicana no Brasil no início de século XX.


A preocupação dos intelectuais brasileiros com a formação de uma identidade nacional foi a característica das primeiras décadas do período republicano. Suas visões acompanharam, de certo modo, as próprias mudanças sociais do país. Ao final do século XIX, a perspectiva romantizada dos costumes e da natureza cedeu lugar a uma noção mais realista e naturalista, que buscava maior objetividade.
Autores Brasileiros falando de nosso povo.

Autores Brasileiros falando de nosso povo.

Se a perspectiva anterior estivera diretamente ligada à ação política, nesse período grande parte da produção intelectual aproximava-se mais das regras do pensamento científico. As bases da cultura republicana fortaleceram-se com Os sertões de Euclides da Cunha, ambientado no Nordeste, com as crônicas de Lima Barreto e João do Rio e com os romances de Aluízio de Azevedo, que tratavam da vida urbana do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Sobre a Guerra de Canudos.

No início do século XX, São Paulo emergia como metrópole, vivenciando uma rápida industrialização, financiada pelo capital acumulado com as atividades cafeeiras. A modernização industrial, e com ela a valorização da técnica e da mecanização das atividades produtivas, convivia com elementos arcaicos ainda  presentes em seu cotidiano. Os ares de metrópole fundiam-se com os vestígios de província.
Indústrias do início do séc. XX
Fonte: Divisão Iconográfica/PMSP

Nas artes, as permanências simbolistas, românticas e parnasianas pareciam representar características estéticas e sociais mais inertes e repetitivas. Nesse contexto, buscando, antes de tudo, a inovação artística e social, ocorreu uma das maiores expressões culturais do Brasil, a Semana de Arte Moderna.
A Semana de 1922 foi mais a manifestação de uma vontade por mudança

No início de 1922, reuniram-se em São Paulo intelectuais e artistas que procurariam elaborar obras e atitudes de acordo com os saberes mais “adiantados” desenvolvidos no resto do mundo, ao mesmo tempo que ansiavam por interferir criticamente no país, modernizando-o. Entre os maiores representantes do Modernismo destacam-se os escritores Mario de Andrade e Oswald de Andrade, Sérgio Milliet, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto, Manuel Bandeira e Ronald de Carvalho; os pintores Di Cavalcanti, Lasar Segal, Cândido Portinari, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti; e o compositor Heitor Villa-Lobos.
Mario de Andrade
Anúncio de apresentação do Compositor Heitor Villa-Lobos



Ao longo dos anos 20 o movimento se estendeu para outras regiões do país, sendo divulgado, principalmente, por revistas e periódicos de pouca duração, porém de grande importância.

Fonte: História do Brasil - Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.