Nada é Definitivo!

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segunda-feira, 10 de março de 2014

Sociedade e tensões colonias.


Como estava dividida a sociedade e quais foram as principais revoltas no período.


O açúcar e a mineração influenciaram a constituição de toda a sociedade colonial. Por um lado, a atividade canavieira, mesmo baseada no litoral, desenvolveu-se num ambiente ruralizado  dirigido pelos senhores de engenho; por outro, a sociedade das minas, estabelecida no interior e dirigida por grandes mineradores, possuía uma camada social média urbana e mais complexa do que a encontrada no meio açucareiro, embora se nutrisse do mesmo componente básico: o escravismo.

Sociedade Açucareira

A escravidão criava uma série de tensões na vida colonial. Entre elas, as que resultaram na expulsão definitiva da Companhia de Jesus, em 1760. Os jesuítas, contrários à escravização dos índios, mas favoráveis à escravidão dos africanos, foram expulsos diversas vezes de muitas regiões da colônia e sofreram a pressão direta dos bandeirantes, que tinha grande experiência no apresamento de indígenas e na destruição de quilombos. Vários conflitos revelaram a oposição dos interesses colonizadores à atuação da Companhia de Jesus, como a Revolta de Beckman, cujo elemento desencadear foi a questão da escravização indígena, agravada pelas reações à atuação da Companhia de Comércio do Maranhão.

Catequização dos Índios



Outros conflitos, envolvendo interesses diversos, também sacudiram a sociedade colonial. No Nordeste, a luta pelo poder político levou comerciantes e senhores de engenho a se enfrentarem na Guerra dos Mascates. Demonstrando não haver unidade nos domínios portugueses, e sim uma série de regiões mais ou menos autônomas, a Guerra dos Emboabas, em Minas Gerais, representou uma tentativa dos paulistas de impedir o acesso de concorrentes aos seus negócios. Mesmo depois de separado de São Paulo, o atual estado de Minas Gerais ainda se manteve extremamente explosivo. Estourou ali a revolta de Filipe dos Santos, voltada contra o controle da metrópole.

Guerra do Emboabas

Os conflitos assumiram um cunho separatista já no final do século XVIII. A economia portuguesa, cada vez mais subordinada aos interesses ingleses, estava enfraquecida. O declínio da mineração fez com que aumentasse ainda mais o controle metropolitano, através de medidas que fizeram crescer as tensões coloniais. A Inconfidência Mineira, um movimento de elite, foi o primeiro a pretender a independência política, mas, como outras conspirações posteriores, não resultou numa verdadeira revolta.

Inconfidência Mineira

Conjuração Baiana foi a primeira revolta social no Brasil


O primeiro grande movimento separatista foi na realidade a Inconfidência Baiana, que, embora inicialmente dirigida pelas elites, foi depois conduzida pelas camadas populares. As classes dominantes na colônia começaram então a perceber a extensão das reivindicações das camadas médias da sociedade. Queriam fazer a independência, mas à sua maneira, sem a participação popular, que não se levantava apenas contra o domínio português, mas também contra a miséria, a escravidão e a falta de participação política.
Fonte: História do Brasil - Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.

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