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terça-feira, 25 de março de 2014

A sociedade do Antigo Regime.


A designação de Antigo Regime foi utilizada inicialmente para as formas de vida e governo da França anteriores à revolução de 1789. Na atualidade, de forma menos rigorosa, aplica-se essa expressão a outros países europeus com características próximas às da França daquele momento histórico. Grosso modo, seus elementos eram o absolutismo, a sociedade estamental, as práticas mercantilistas e o colonialismo.

Sociedade durante o Antigo Regime na França.

Imagem do Rei Luis XIV da França - símbolo do absolutismo.


Apesar das incertezas com relação aos números, estima-se que a população europeia tenha saltado dos 100 milhões, em 1650, para 187 milhões, em 1750. O meio rural e as atividades agrícolas absorviam aproximadamente 85% da população. Com exceção dos Países Baixos, a urbanização não excedia aos 20% da população total das regiões europeias. Cidades como Londres, Paris, Viena e Berlim apresentavam uma população média que variava de 120 mil a 500 mil habitantes. A posse da terra e o prestígio daí decorrente ainda marcavam o compasso da sociedade do Antigo Regime.

No século XVIII, apesar de todos os progressos econômicos, a sociedade permanecia vinculada à divisão estamental do final da Idade Média. Nela, cada estado ou estamento refletia uma função: o clero orava, a nobreza guerreava e o restante da população (Terceiro Estado) se encarregava de manter os dois primeiros. Todavia, essa estratificação por funções já havia perdido a maior parte de suas justificativas. Também já não existia uma uniformidade econômica, social ou política dentro dos estamentos.
Caricatura francesa representando a sociedade - população carregava o clero e a nobreza.

Ao lado de um clero poderoso, composto por cardeais, bispos e outras altas funções eclesiásticas, havia um clero humilde, de parcos recursos econômicos e formação intelectual pobre. Era a estes últimos que cabia o contato com a maior parte da população. A nobreza, de forma geral se tripartia. Um de seus segmentos era poderoso, desempenhando cargos burocráticos junto à monarquia e recebendo pensões. Outro se encontrava marginalizado dessas funções junto ao Estado, tendo de viver às suas expensas. Um terceiro segmento nobiliárquico era constituído por burgueses que compravam títulos.


Congregando a maioria da população, o Terceiro Estado apresentava uma composição extremamente complexa. Era encabeçado pela burguesia, que, a partir de diversas atividades econômicas, se encontrava fracionada em distintas condições jurídicas e políticas. Nas cidades, em função do desenvolvimento industrial, crescia um proletariado geralmente vitimado pela saturação da oferta de mão-de-obra e pelos baixos salários. Nos campos, aflorava a servidão legal (não apenas econômica) na Europa oriental, enquanto a ocidental assistia ao fim de seus últimos resquícios.
Fonte: História Geral - Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.

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