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sexta-feira, 28 de março de 2014

A Segunda República no Brasil.


A Segunda República

A Revolução de 1930 foi levada a cabo por grupos heterogêneos e com perspectivas diversas. Enquanto as oligarquias regionais visavam apenas ampliar seu poder político, o Exército e os setores urbanos desejavam reformas modernizadores, sobretudo o fortalecimento do governo central. Getúlio Vargas significou uma solução de compromisso entre esses vários grupos: as oligarquias antes marginalizadas passaram a ter maior poder e, ao mesmo tempo, houve uma maior centralização do sistema político, fundamental para a industrialização do país e para o controle da classe operária. A fim de neutralizar o poder dos coronéis, foram tomadas medidas para a moralização das eleições e a ampliação do eleitorado ( concedeu-se o direito de voto às mulheres e diminuiu-se de 21 para 18 anos o limite mínimo de idade dos eleitores). Apesar disso, a proibição do voto para os analfabetos – a maioria da população – ainda limitava drasticamente a porcentagem da população qualificada para  votar.
Revolução de 1930 - no centro Getúlio Vargas.


Por outro lado, essa centralização não significou a eliminação total do poder das oligarquias regionais. Embora com sua influência reduzida, elas continuaram como uma das mais importantes forças atuantes no regime. As oligarquias do Sul e do Centro-Sul conseguiram mesmo manter a situação privilegiada do período anterior, enquanto as do Nordeste beneficiaram-se do desequilíbrio entre o eleitorado e sua representação no parlamento.

Além disso, os partidos republicanos estaduais conservaram sua hegemonia, já que o sistema existente contava com poucos partidos nacionais, todos de expressão bastante limitada. Assim, Getúlio Vargas só conseguiu eleger-se presidente na Assembleia Constituinte de 1934 graças à criação de uma bancada classista (composta por delegados eleitos por associações profissionais e sindicais), recurso utilizado para contrabalançar a representação oligárquica.
Convocação para Revolução de 1932

Plínio Salgado e um desfile dos Integralistas.



Paralelamente, o Exército surgiu como um dos setores mais fortes do novo cenário político. Com seu contingente cada vez maior, tornou-se, representado por seus oficiais – especialmente os tenentes -, um elemento fundamental no processo de centralização. Os militares tiveram, desde então, uma participação privilegiada no jogo político nacional, inclusive através de revoltas corporativas (1931), de alianças com a insatisfeita oligarquia paulista (1932) ou ao lado dos comunistas (1935) e do integralistas (1938).
Fonte: História do Brasil de Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.

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