Nada é Definitivo!

"Como o nome do Blog diz, não existe uma única verdade, portanto, sempre temos que investigar tudo o que nos dizem sobre a história, para que possamos chegar mais próximos de uma verdade. Este blog é apenas um dos vários caminhos que existem, sejam bem vindos."

sexta-feira, 21 de março de 2014

A crise do século XVII.


O século XVI aparentemente conseguira completar vários processos históricos iniciados na Idade Média (Renascimento, protestantismo, centralização política, capitalismo). À primeira vista, poder-se-ia então pensar que o século XVII seria de estabilidade. Em função de desdobramentos de certos aspectos daqueles fenômenos, ocorreu, porém, o inverso.

No plano cultural, a ampliação do conhecimento sobre a Terra, graças às viagens ultramarinas, além da revalorização da ciência grega, permitiu que caísse a velha ideia de que a Terra era o centro do Universo. Ao tornar-se consciente de que habitava um pequeno planeta em torno de uma estrela de tamanho apenas médio (heliocentrismo), o homem perdeu a autoconfiança. A arte e a literatura da época, o Barroco, expressaram a introspecção e a emotividade que predominavam.

As Grandes Navegações



No plano político, o poder monárquico fortaleceu-se surgindo o Estado moderno absolutista. A grande concentração de poderes nas mãos dos reis, entretanto, provocou revoltas, como a de Cromwell, na Inglaterra (1642-1649), e as Frondas, na França, (1648-1652). As diferenças religiosas, não aceitas por Estados autoritários, causaram a fuga dos calvinistas ingleses para a América e a submissão dos calvinistas franceses à custa de violência. Além disso, estimulando o espírito nacionalista e pretendendo estender seus territórios para fortalecer o reino, cada monarca arrastava seu país a longas guerras. A mais importante envolveu quase toda a Europa e se estendeu de 1618 a 1648: a Guerra dos Trinta Anos.

Oliver Cromwell - Inglaterra.

A GUERRA DOS 30 ANOS (1618-1648). http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Trinta_Anos.

No plano econômico, a crise estava ligada à retração da produção metálica da América espanhola e às dificuldades demográficas devido ao reaparecimento cíclico da peste. A tendência era de alta nos salários e baixa nos preços, desestabilizando a economia. As dificuldades comerciais levavam os países a buscar mercados, muitas vezes provocando guerras, como as lutas anglo-holandesas de 1652-1654, 1665-1667 e 1672-1678.

Imagens da Peste atingindo a população europeia.


As guerras, por sua vez, ocasionavam maior retração demográfica. Na Alemanha, por exemplo, houve uma diminuição de cerca de 40% da população em função da Guerra dos Trinta Anos. O recuo do consumo desestimulava os investimentos e provocava desemprego. Tudo isso aumentava o sentimento de insegurança e reforçava o absolutismo.
Fonte: História Geral - Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário