Nada é Definitivo!

"Como o nome do Blog diz, não existe uma única verdade, portanto, sempre temos que investigar tudo o que nos dizem sobre a história, para que possamos chegar mais próximos de uma verdade. Este blog é apenas um dos vários caminhos que existem, sejam bem vindos."

terça-feira, 28 de maio de 2013

Você sabe o que significa a expressão "Fazer das tripas coração"

“Fazer das tripas coração”
Expressão está ligada à anatomia humana

Não se sabe ao certo quando surgiu a frase “fazer das tripas coração”, usada quando alguém consegue resistir a uma adversidade mais do que se supunha possível. Mas é fácil entender o que a expressão significa.
É claro que as tripas, ou intestinos, são muito importantes para qualquer organismo.

Mas nada se compara ao coração, órgão responsável pela circulação do sangue, que transporta oxigênio e nutrientes para as células.


Assim, “fazer das tripas coração” é realizar um esforço sobre-humano, comparável ao de pegar as tripas, com suas funções bem mais limitadas, e conseguir que elas assumam a importância que tem o coração.

Elaborado por Lívia Lombardo.

Fonte: Revista Aventuras na História – edição 76 novembro de 2009.

Você sabe o que significa a expressão "Novo em folha".

“Novo em folha”
Inspirada no papel, frase qualifica objetos e pessoas

Folhas novinhas - em branco


Quando queremos dizer que algo nunca foi usado ou que, se já foi, está em ótimo estado, dizemos que está “novo em folha”.
A expressão também pode ser usada para designar alguém que, depois de se machucar ou enfrentar uma doença, está curado.
É fácil entender por que usamos o adjetivo “novo” para nos referirmos a esses objetos ou pessoas. Mas o que a folha tem a ver, por exemplo, com um carro zero, um sapato recém comprado ou alguém que acabou de sair de um hospital?
Isso acontece porque a origem da expressão vem das folhas de papel branquinhas, limpinhas e sem amassados dos livros novos quando acabam de ser impressos. São livros novos em folha.

Elaborado por Lívia Lombardo.

Fonte: Revista Aventuras na História – edição 76 novembro de 2009.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A cobra está fumando.

Hoje, quando se usa essa expressão - ou sua variação no futuro, !a cobra vai fumar", a ideia que se quer passar é a de que alguém vai botar pra quebrar, que a coisa vai ficar feia.
E foi isso que o Exército quis dizer quando adotou a frase como slogan da Força Expedicionária Brasileira, constituída em 1943 para lutar na Europa, durante a Segunda Guerra.
O slogan foi uma resposta à descrente opinião pública da época, que dizia que era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra.
A partida para a Itália só ocorreu em junho de 1944. Mas o ceticismo pairava no ar desde 1942, quando o presidente Getúlio Vargas anunciou que o Brasil não se limitaria ao fornecimento de materiais nem à expedição de contingentes simbólicos.
Além de adotar o irônico slogan, a FEB editou um periódico que se chamava...E a Cobra Fumou!
Elaborado por Cláudia de Castro Lima
Fonte: Aventuras na História - edição 32 de 2006.


Uma outra versão sobre o tema:
Segue abaixo a versão para o Slogan da Força Expedicionária Brasileira contada e explicada pelo veterano Newton La Scaleia de São Paulo.
feb
Muito se falou a respeito da origem do “SLOGAN”, a cobra fumou; a cobra vai fumar; a cobra está fumando mas á definição que está prevalecendo e, aparecem em alguns livros que eu tive a oportunidade de ler é, de que um General em uma das reuniões que decidiam a criação de uma força militar brasileira para participar na “SEGUNDA GUERRA MUNDIAL”, teria dito, é mais fácil uma cobra fumar do que uma força militar brasileira participar do conflito mundial.
Essa afirmação, sem significado algum, além de não ter qualquer base de sustentação é, ainda, desprovida de qualquer principio de relacionamento histórico, para que possa ter credibilidade suficiente a fim de que essa tese seja aceita, por terem sido feitas por pessoas alheias a história e, talvez nem tivessem nascido na época em que o fato ocorreu. Não obstante, todas essas argumentações negativas ela é, a que está prevalecendo.
A VERDADE NARRADA POR AQUELE QUE VIVEU A HISTORIA:
Essas expressões “a cobra fumou, vai fumar ou está fumando” são mais antigas do que a F.E.B.. Ela foi o fruto de um fenômeno local que aconteceu na Cidade de São Paulo.
Esse fenômeno isoladamente era insignificante e, teria se perdido na história se não fora um outro acontecimento. Este sim, muito importante que foi a decisão da criação da Força Expedicionária Brasileira.
Esses dois acontecimentos se encaixaram perfeitamente e se fundiram de tal forma que lhes deu a condição capaz de projetar essas “EXPRESSÕES” para sempre no “CENÁRIO” do maior feito da História Militar Brasileira.
HISTÓRICO:
Na Cidade de São Paulo na época não existiam “Camelôs”, o que existiam eram vendedores ambulantes que circulando pela cidade ofereciam os seus produtos nas casas e principalmente nos bares. Eles eram proibidos ficarem parados. No fim da década de 1930 e no início da década de 1940 surgiram várias pessoas de outros estados, quase todos de Goiás e Mato Grosso. Eles apareceram em grupos de 3 ou 4 pessoas, todos levando uma “MALA” enorme e, se instalavam na Praça da Sé, Praça da República e outros locais onde o fluxo de pessoas eram maiores. Em determinado momento um deles abria a “MALA” e exibia uma enorme cobra “Jiboia”. Naquela época a mais de 60 anos atrás esse tipo de réptil era uma atração fantástica para o povo da Cidade de São Paulo e, logo um numero enorme de pessoas se aglomeravam em torno da cobra. Um deles enfiava um tubinho para enrolar fios nas tecelagens na boca da Jiboia com um cigarro apagado e, com um isqueiro fingindo que acendia o cigarro, gesticulava e falava daqui a pouco a cobra vai fumar, criando aquela expectativa inédita para o povo Paulistano. Em seguida os outros personagens abriam as outras malas e ofereciam os seus produtos; remédio para calo; perfume; produtos para o cabelo e outras quinquilharias, que todo mundo está cansado de saber.
Como esse procedimento era proibido, surgiam os fiscais da Prefeitura e naquele momento os personagens fechavam as malas rapidamente e saiam correndo para lados diferentes cada um levando a sua “MALA”.
Até aqui não tem novidade nenhuma, esses fatos acontecem até nos nossos dias.
Eis, que na mesma época surgiu a grande noticia que comoveu todos os brasileiros, ficou resolvido que o nosso Pais iria participar ativamente da Segunda Guerra Mundial mandando uma força militar para combater nos campos de batalha da “ITÁLIA”. Esse contingente foi denominado “Força Expedicionária Brasileira” e que o primeiro escalão partisse do Estado de São Paulo. A partir dai a Cidade de São Paulo virou uma praça de guerra, as convocações começaram a serem feitas e, aqueles que eram convocados se apresentavam no Quartel do Parque Dom Pedro II, todos vindo do interior e de outros Estados. Obviamente, todos sem exceção traziam a sua “MALA” a fim de transportar roupas e seus objetos de uso pessoal. Inclusive os Oficiais convocados tinham o mesmo procedimento.
O nosso campo de treinamento principal era no Parque Dom Pedro II em torno do Quartel, e na várzea do Glicério. Como naquela época ninguém tinha carro os convocados desciam do bonde na Avenida Rangei Pestana e outros na frente do Quartel. Cada bonde que parava descia uma leva de convocados todos trazendo a sua “MALA”. Nós que estávamos recebendo e dando instrução no parque todos gritavam, bradavam repetidamente “OLHA A COBRA” a “COBRA VAI FUMAR” era uma gritaria infernal. Eles ficavam todos assustados olhando ao seu redor, uma vez que, não sabiam qual a razão daquela algazarra.
NA HORA DO ALMOÇO:
Os militares almoçavam antes e, após o almoço até recomeçar as instruções ficávamos todos no Pátio do Quartel.
A formação dos convocados era em coluna de três, deixando os seus pertences para irem almoçar. Na volta todos iam procurar escova de dente ou uma toalha para a sua higiene bucal e, obviamente tocavam nas “MALAS”. Ao fazerem esses gestos “QUE JÁ ERA ESPERADO POR TODOS” era o suficiente para desencadear aquele coro infernal provocando uma gritaria que ecoava por todos os recantos do Pátio do Quartel “OLHA A COBRA” a “COBRA VAI FUMAR”. Esses acontecimentos se repetiam todos os dias durante o período das convocações.
“OUTRO ACONTECIMENO DIGNO DE NOTA QUE PROVA O QUE ESTÁ SENDO AFIRMADO” é de que o Slogan a COBRA FUMOU” é mais antigo do que a F.E.B.
No inicio estavam fazendo apenas as convocações, para depois de incorporados serem encaminhados ao 6° Regimento de Infantaria, sediado na Cidade de Caçapava, unidade determinada para ser o primeiro escalão da Força Expedicionária Brasileira para lutar nos campos de batalha da “ITÁLIA”.
Os convocados, após os exames de rotina eram incorporados e recebiam o fardamento, começando a receber as instruções diárias, duras e cansativas que iniciavam as 7 horas da manhã. Depois de um dia estafante em razão das instruções recebidas, o soldado retornando ao Quartel tomava, banho, jantava e sem dinheiro só havia um lugar para se divertir, principalmente para aqueles que não eram nativos da Cidade de São Paulo. A sua diversão era pegar um bonde (grátis) e se dirigir a Zona do Meretrício.
Os militares só tinham acesso livre nesse locai em horas determinadas. Das 19:00 às 22:00 horas.
Nesse período o fluxo de militares na Zona do Meretrício era tão grande que houve a necessidade de ser criada uma patrulha militar. Eu era Sargento e comandei essa patrulha várias vezes. Todas as noites havia conflitos e, muitas vezes violentos. Os jovens soldados se apaixonavam pelas prostitutas e vice versa. Enciumados, insistiam em permanecer nos quartos após as 22:00 horas.
As Cafetinas reclamavam, considerando que elas só começavam a faturar depois das 22:00 horas, quando os soldados se retirassem. Nesse momento o choque era inevitável e, havia a necessidade da Patrulha usar da força física para tirar o militar do recinto, prendendo-o. Esse procedimento se desenrolava durante todas as noites.
Quando saia o boletim anunciando a escala de serviço para o dia seguinte, aqueles que eram designados para a Patrulha da Zona do Meretrício, comentavam amanhã a “COBRA VAI FUMAR”.
Eu fiz questão de citar esse fato, para ficar comprovado que a expressão “COBRA FUMOU” é mais antiga do que a Força Expedicionária Brasileira, uma vez que, nessa ocasião, nos ainda, não havíamos sido incorporados a Força Expedicionária Brasileira.
“A COBRA FUMOU” = significado = o fato já aconteceu
“A COBRA VAI FUMAR” = significado = o fato vai acontecer
“A COBRA ESTÁ FUMANDO” = significado = o fato está acontecendo.
Essa é a historia verdadeira da criação dessas expressões, cujo relato é baseado em fatos concretos acontecidos na Cidade de São Paulo, Berço da Força Expedicionária Brasileira.
Não adianta ser ex-combatente de qualquer patente, de soldado a general, ter servido em outros escalões nos outros estados. Esses fatos, só sabem aqueles que na época serviram no Exército na Cidade de São Paulo. Foi um fenômeno local que separadamente não tinham significado algum, como já foi dito, mas num determinado momento, coincidentemente eles se amoldaram e se fundiram criando essas expressões que ficaram eternamente registradas no maior feito da História Militar Brasileira.
O povo brasileiro é imbatível e, um observador emérito naquilo que acontece no cotidiano e, transforma tudo que vê em versos.
No caso ele assimilou a “MALA” que foi a vedete dessa história, considerando “que foi o objeto que todos os ex-combatentes usaram a “COBRA”, o perigo iminente que uma Guerra, pode ocasionar e, o desfecho lamentável e desastroso do final de uma batalha, seja qual for o resultado. Dessa mescla diversificada surgiu o slogan, o símbolo, o marco inicial que posteriormente se transformou no “BRASÃO” que identificou a Força Expedicionária Brasileira.
Caros leitores, histórias são histórias. Tem aqueles que contaram a história e, quem conta sempre acrescenta alguma coisa para torná-la mais interessante. Outros escreveram a história, modificando-a, para que a redação seja mais atraente. Tem aqueles que publicaram as histórias, deturpando-as para se locupletarem delas. Todas elas são aceitas porque não existe ninguém para contestá-las. O mais importante de todas as histórias é de que o fato inicial existiu.
Raramente existem aqueles que vivem para contar a sua história de um passado distante, mais de 60 anos. O relato que acabaram de ler, foi de quem viveu a História.
Newton La Scaleia – Veterano da Força Expedicionária Brasileira

Diferenças entre Xiitas e Sunitas.

A rivalidade surgiu por volta do ano 632, na disputa pela sucessão de Maomé, logo após sua morte.
A divergência principal é política: está relacionada à linhagem dos primeiros líderes da comunidade islâmica. "A separação entre o político e o religioso, porém, comum no Ocidente, nem sempre foi tão clara em Estados religiosos", afirma o historiador Frank Usarski, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Os Xiitas compõem cerca de 15 % dos muçulmanos. Eles creem que só descendentes diretos de Maomé podem ser considerados imãs - guias espirituais que interpretam fielmente o livro sagrado Alcorão - e manter o califado, nome dado ao Estado no mundo islâmico, onde o líder acumula as atividades políticas e religiosas. Para eles, Ali, casado com Fátima, a filha de Maomé, teria dado início à genealogia dos imãs.
Já para os Sunitas, (a maioria dos muçulmanos) - partidários dos primeiros califas, desde Abu Bakr (califa entre 632 e 634) -, o califado deve ser liderado pelos considerados pela comunidade como dignos do cargo.
O islamismo tem outros grupos, como bahais e drusos. Para todos, só há um Deus, que é Alá. Maomé é aquele que revelou a mensagem de Alá e o Alcoraão é o livro sagrado.
A diferença surge quanto à aceitação do Suna como texto sagrado e na forma de interpretação de alguns trechos do Alcorão.
Elaborado por Mário Araujo.
Fonte: Revista Aventuras na História - Edição 32 - 2006.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Por que se criam os Heróis

É interessante como existe a necessidade de se criar Heróis e mitos para sustentar ideologias e o modo de pensar da população.
Foi assim no passado e continua sendo no presente.
Com certeza muitos Heróis ainda surgirão, outros com o tempo serão desmascarados e assim segue.
Devemos lembrar das palavras do alemão Bertolt Brecht "Infeliz o país que precisa de heróis".
ou ainda "Se queres entender o presente, conheça o passado" (confúcio)

Algumas criações: 
Imagem de Tiradentes

D Pedro I

Marechal Deodoro da Fonseca


Abaixo um texto super interessante do historiador José Murilo de Carvalho sobre o tema:

Heróis são símbolos poderosos, encarnações de ideias e aspirações, pontos de referência, fulcros de identificação coletiva. São, por isso, instrumentos eficazes para atingir a cabeça e o coração dos cidadãos a serviço da legitimação dos regimes políticos. Não há regime que não promova o culto de seus heróis e não possua o seu panteão cívico.
Em alguns casos, os heróis surgiram quase espontaneamente das lutas que precederam a nova ordem das coisas. Em outros, de menor profundidade popular, foi necessário mais esforço na escolha e promoção da figura do herói. 
É exatamente nesses últimos casos que o herói é mais importante. A falta de envolvimento real do povo na implantação do regime leva á tentativa de compensação, por meio da mobilização simbólica. Mas, como a criação de símbolos não é arbitrária, não se faz no vazio social, é aí também que se colocam as maiores dificuldades na construção do panteão cívico.
Herói que se preze tem que ter, de algum modo, a cara da nação. Tem de responder a alguma necesidade de aspiração coletiva, refletir algum tipo de personalidade ou comportamento que corresponda a um modelo coletivamente valorizado. 
Na ausência de tal sintonia, o esforço de mitificação de figuras políticas resultará vão. os pretendidos heróis serão, na melhor das hipóteses, ignorados pela maioria e, na pior, ridicularizados.
Fonte: José Murilo de Carvalho - A formação das lamas.São Paulo: Companhia das Letras, 1990. 

A Torre de Babel

A Invenção de Babel

Segundo a Bíblia, um rei chamado Nimrod, descendente de Noé, teve a ideia de construir uma torre onde ele e seu povo pudessem se refugiar em caso de um novo dilúvio. 
O desmesurado ato de orgulho foi punido pelo Criador. Os homens, doravante, jamais se entenderiam porque nunca mais falariam a mesma língua. Assim nasceu a lenda da Torre de babel.
O mito, porém, parece ter um substrato real. A imagem da Torre de Babel teria sido inspirada no zigurate da Babilônia, templo construído nos primórdios da cidade e reconstruído inúmeras vezes. 
Segundo os testemunhos dos povos estrangeiros que trabalharam na edificação ou na restauração da obra, esta tinha a forma de uma torre de vários andares, elevando-se a 90 metros do solo. Descrição muito parecida com a do edifício bíblico.

                                                            Torre de Babel
Fonte: Revista História Viva ano VII, nº 82.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Código de Hamurábi.

A Invenção da lei


O Código de Hamurábi, conjunto de leis ditadas pelo rei da Babilônia no século XVIII a. C., foi a primeira iniciativa na história de criar um direito de caráter geral, que se aplicava a diversas populações governadas por um mesmo príncipe. 
Também representou uma tentativa do poder rela de romper os vínculos de solidariedade familiar e impor um direito que emanava do Estado: "Anu e Enlil me chamaram pelo nome, Hamurábi, o príncipe respeitosos que teme os deuses, a fim de fazer o bem para o povo, para fazer a justiça provalecer no país, para destruir o mal e o maldito, (para assegurar) que o forte não oprima o fraco", diz um trecho do documento. Hamurábi assentou assim a primeira pedra de um monumento, o Código Justiniano, que seria aplicado no século VI d. C. em todo o Império Romano do Oriente.
Figura mostra o rei recebendo do deus Shamash as leis e o cetro do poder.

Elaborado por Richard Lebeau, egiptólogo e especialista em Oriente Médio.

Outro artigo sobre o código de Hamurábi:

Sexto rei sumério (1792-1750 a. C.) nascido em Babel, da primeira dinastia babilônica dos Amoritas e o fundador do 1o Império Babilônico, unificando amplamente o mundo mesopotâmico, unindo os semitas e os sumérios e levando a Babilônia ao máximo esplendor, cujo nome permanece indissociavelmente ligado a um dos mais importantes códigos jurídicos da antigüidade: o Código de Hamurabi. Filho de Sinmuballit, quinto rei da dinastia, pouco depois de ascender ao trono, o jovem soberano deu início à fusão de semitas e sumérios em uma unidade política e civil, imposta não só pelas armas, mas também pela ação administrativa e pacificadora, conquistando assim, por acordos e guerras, quase toda Mesopotâmia. 

Como legislador consolidou a tradição jurídica, harmonizou os costumes e estendeu o direito e a lei a todos os súditos. Como administrador, cercou a capital com muralhas, restaurou os templos mais importantes e instituiu impostos e tributos em benefício das obras públicas, retificou o leito do rio Eufrates, construiu novos e manteve antigos canais de irrigação e navegação, para dar impulso à agricultura e o comércio na planície mesopotâmica. Aos povos conquistados, permitiu o culto da religião local, enquanto reconstruia suas cidades e ornamentava seus templos. Implantou a noção de direito e ordenou o território sob o seu poder. Foi o autor de um famoso código penal, o mais antigo da história, que leva seu nome. 

O Código de Hamurabi estabelecia regras de vida e de propriedade, estendendo a lei a todos os súditos do império. Seu texto de 282 preceitos foi reencontrado em Susa (1901-1902), por uma delegação francesa na Pérsia, sob a direção de Jacques de Morgan, sob as ruínas da acrópole de Susa, e transportado para o Museu do Louvre, Paris. Consiste de um monumento em um tronco de cone de dura pedra negra de 2,25m de altura, 1,60m de circunferência na parte superior e 1,90m de base, ou seja, gravado em uma estela cilíndrica de diorito. Toda a superfície está coberta por denso texto cuneiforme, de escrita acádica. 

Em um alto-relevo, vê-se o soberano a receber de Shamash, deus dos oráculos, as leis da eqüidade da justiça, dispostas em 46 colunas de 3.600 linhas. Nele está codificada a jurisprudência de seu tempo, de um reino de cidades unificadas, um agrupamento de disposições casuísticas, de ordem civil, penal e administrativa. Determinava penas para as infrações, baseadas na lei de talião: olho por olho, dente por dente. Apesar da nossa afirmação acima sobre sua existência, encontramos várias outras fontes com datas para sua vida entre 2.100 e até 1600 a. C. 

Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/


(trechos selecionados) do código de Hamurábi:
1. Se alguém enganar a outrem, difamando esta pessoa, e este outrem não puder provar, então que aquele que enganou deve ser condenado à morte. 
2. Se alguém fizer uma acusação a outrem, e o acusado for ao rio e pular neste rio, se ele afundar, seu acusador deverá tomar posse da casa do culpado, e se ele escapar sem ferimentos, o acusado não será culpado, e então aquele que fez a acusação deverá ser condenado à morte, enquanto que aquele que pulou no rio deve tomar posse da casa que pertencia a seu acusador. 
3. Se alguém trouxer uma acusação de um crime frente aos anciões, e este alguém não trouxer provas, se for pena capital, este alguém deverá ser condenado à morte. 
(...)
5. Um juiz deve julgar um caso, alcançar um veredicto e apresentá-lo por escrito. Se erro posterior aparecer na decisão do juiz, e tal juiz for culpado, então ele deverá pagar doze vezes a pena que ele mesmo instituiu para o caso, sendo publicamente destituído de sua posição de juiz, e jamais sentar-se novamente para efetuar julgamentos.
6. Se alguém roubar a propriedade de um templo ou corte, ele deve ser condenado à morte, e também aquele que receber o produto do roubo do ladrão deve ser igualmente condenado à morte. 
7. Se alguém comprar o filho ou o escravo de outro homem sem testemunhas ou um contrato, prata ou ouro, um escravo ou escrava, um boi ou ovelha, uma cabra ou seja o que for, se ele tomar este bem, este alguém será considerado um ladrão e deverá ser condenado à morte.
8. Se alguém roubar gado ou ovelhas, ou uma cabra, ou asno, ou porco, se este animal pertencer a um deus ou à corte, o ladrão deverá pagar trinta vezes o valor do furto; se tais bens pertencerem a um homem libertado que serve ao rei, este alguém deverá pagar 10 vezes o valor do furto, e se o ladrão não tiver com o que pagar seu furto, então ele deverá ser condenado à morte. 
9. Se alguém perder algo e encontrar este objeto na posse de outro: se a pessoa em cuja posse estiver o objeto disser " um mercador vendeu isto para mim, eu paguei por este objeto na frente de testemunhas" e se o proprietário disse" eu trarei testemunhas para que conhecem minha propriedade" , então o comprador deverá trazer o mercador de quem comprou o objeto e as testemunhas que o viram fazer isto, e o proprietário deverá trazer testemunhas que possam identificar sua propriedade. O juiz deve examinar os testemunhos dos dois lados, inclusive o das testemunhas. Se o mercador for considerado pelas provas ser um ladrão, ele deverá ser condenado à morte. O dono do artigo perdido recebe então sua propriedade e aquele que a comprou recebe o dinheiro pago por ela das posses do mercador.
10. Se o comprador não trouxer o mercador e testemunhas ante a quem ante quem ele comprou o artigo, mas seu proprietário trouxer testemunhas para identificar o objeto, então o comprador é o ladrão e deve ser condenado à morte, sendo que o proprietário recebe a propriedade perdida

Fonte: www.direitoshumanos.usp.br

Escrita Cuneiforme.

A Invenção da Escrita

A representação gráfica da língua falada surgiu por volta de 3200 a. C. na cidade de Uruk, centro da primeira grande civilização mesopotâmica, a Suméria. Inicialmente, era um sistema sobretudo pictográfico (desenhos associados a conceitos) que atendia a necessidades administrativas e econômicas: servia apenas para fazer inventários e registrar nomes próprios. Com o tempo, os desenhos se transformaram em símbolos abstratos, o que deu maior agilidade aos escribas.


A primeira forma de escrita foi a chamada cuneiforme: os sumérios gravaram tabletes de argila com instrumentos pontiagudos que produziam marcas triangulares semelhantes à cunhas (cabeça triangular prolongada em uma haste reta), daí o nome "cuneiforme".


 Essa técnica foi usada por três milênios em todo o oeste da Ásia, desde o atual Irã até a Capadócia, e cada povo adaptou a técnica ao seu idioma. A primeira língua utilizada na Mesopotâmia foi o sumério, que a partir do segundo milênio antes de Cristo entrou em decadência e foi substituído pelo acádio. Os principais documentos encontrados na Babilônia foram redigidos nesse segundo idioma, ainda que o sumério tenha sobrevivido em alguns textos eruditos e religiosos.
Fonte: www.historiaviva.com.br