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segunda-feira, 17 de março de 2014

Da escravidão para o trabalho livre.


Da escravidão para o trabalho livre

Desde o início do século XIX, a Inglaterra, na condição de potência hegemônica da nova ordem econômica internacional, pressionava o Brasil para que acabasse com o tráfico negreiro. 
Navio Negreiro


As rotas do tráfico de Escravos africanos para as Américas e Brasil

Durante quase cinquenta anos, o Estado brasileiro resistiu a tomar essa medida, a cafeicultura. Embora não fosse a única forma de exploração da mão-de-obra no país, a escravidão era relação de trabalho quase exclusiva nas fazendas de café.


Havia, porém, interesse em procurar alternativas, não só pela incapacidade brasileira de resistir indefinidamente às pressões britânicas, mas também porque a elite dirigente desejava impedir o aumento da população negra, pois para ela era fundamental “embranquecer” o país.
 No final do século XIX e início do XX começam a chegar imigrantes europeus.
Imigrantes europeus em fazenda de café no Brasil.


Em 1850, com a pacificação de todas as regiões do país e a consolidação do Estado nacional, foi afinal possível impor o fim do tráfico negreiro, a despeito da insatisfação de traficantes e cafeicultores. Resistindo às mudanças, os fazendeiros de café paulistas recorreram aos estoques de escravos de fazendas decadentes do Nordeste, onde havia mão-de-obra ociosa, alterando assim a distribuição geográfica da população escrava. Intensificou-se então o que já era o principal fluxo migratório do período, somando-se ainda a migração que se formou em direção ao Norte, graças ao aumento da produção de borracha. Com a escravidão tornando-se cada vez mais um anacronismo na nova ordem internacional e o fim do tráfico negreiro, cafeicultores e governo acabaram por encontrar nas camadas mais pobres da população europeia uma nova fonte de mão-de-obra para o mercado interno de trabalho. A partir da década de 1870, foi possível trazer grandes levas de imigrantes para as fazendas de café (principalmente italianos para São Paulo), graças ao subsídio governamental. Estavam dadas as condições necessárias para o fim da escravidão; mas o governo defendia a abolição gradual, implementada a partir da aprovação da Lei do Ventre Livre. Ainda maioria entre os trabalhadores nas  vésperas da abolição, e até há pouco “mãos e pés do senhor”, os escravos passaram, entretanto, a ser um entrave para o aumento da imigração. Dificultando a reorganização das fazendas de acordo com o novo tipo de mão-de-obra, o fim da escravidão tornava-se afinal desejável para os anteriormente relutantes cafeicultores do Oeste paulista.
Fonte: História do Brasil - Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.

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