Nada é Definitivo!

"Como o nome do Blog diz, não existe uma única verdade, portanto, sempre temos que investigar tudo o que nos dizem sobre a história, para que possamos chegar mais próximos de uma verdade. Este blog é apenas um dos vários caminhos que existem, sejam bem vindos."

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O Processo de Independência do Brasil.


O processo de independência do Brasil

Para compreender o verdadeiro significado histórico da independência do Brasil, levaremos em consideração duas importantes questões:

Em primeiro lugar, entender que o 07 de setembro de 1822 não foi um ato isolado do príncipe D. Pedro, e sim um acontecimento que integra o processo de crise do Antigo Sistema Colonial, iniciada com as revoltas de emancipação no final do século XVIII. Ainda é muito comum a memória do estudante associar a independência do Brasil ao quadro de Pedro Américo, "O Grito do Ipiranga", que personifica o acontecimento na figura de D. Pedro.

Em segundo lugar, perceber que a independência do Brasil, restringiu-se à esfera política, não alterando em nada a realidade sócio-econômica, que se manteve com as mesmas características do período colonial.

Valorizando essas duas questões, faremos uma breve avaliação histórica do processo de independência do Brasil.

Desde as últimas décadas do século XVIII assinala-se na América Latina a crise do Antigo Sistema Colonial. No Brasil, essa crise foi marcada pelas rebeliões de emancipação, destacando-se a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Foram os primeiros movimentos sociais da história do Brasil a questionar o pacto colonial e assumir um caráter republicano. Era apenas o início do processo de independência política do Brasil, que se estende até 1822 com o "sete de setembro". Esta situação de crise do antigo sistema colonial, era na verdade, parte integrante da decadência do Antigo Regime europeu, debilitado pela Revolução Industrial na Inglaterra e principalmente pela difusão do liberalismo econômico e dos princípios iluministas, que juntos formarão a base ideológica para a Independência dos Estados Unidos (1776) e para a Revolução Francesa (1789). Trata-se de um dos mais importantes movimentos de transição na História, assinalado pela passagem da idade moderna para a contemporânea, representada pela transição do capitalismo comercial para o industrial.

Os Movimentos de Emancipação
A Inconfidência Mineira destacou-se por ter sido o primeiro movimento social republicano-emancipacionista de nossa história. Eis aí sua importância maior, já que em outros aspectos ficou muito a desejar. Sua composição social por exemplo, marginalizava as camadas mais populares, configurando-se num movimento elitista estendendo-se no máximo às camadas médias da sociedade, como intelectuais, militares, e religiosos. Outros pontos que contribuíram para debilitar o movimento foram a precária articulação militar e a postura regionalista, ou seja, reivindicavam a emancipação e a república para o Brasil e na prática preocupavam-se com problemas locais de Minas Gerais. O mais grave contudo foi a ausência de uma postura clara que defendesse a abolição da escravatura. O desfecho do movimento foi assinalado quando o governador Visconde de Barbacena suspendeu a derrama -- seria o pretexto para deflagar a revolta - e esvaziou a conspiração, iniciando prisões acompanhadas de uma verdadeira devassa.

Os líderes do movimento foram presos e enviados para o Rio de Janeiro responderam pelo crime de inconfidência (falta de fidelidade ao rei), pelo qual foram condenados. Todos negaram sua participação no movimento, menos Joaquim José da Silva Xavier, o alferes conhecido como Tiradentes, que assumiu a responsabilidade de liderar o movimento. Após decreto de D. Maria I é revogada a pena de morte dos inconfidentes, exceto a de Tiradentes. Alguns tem a pena transformada em prisão temporária, outros em prisão perpétua. Cláudio Manuel da Costa morreu na
prisão, onde provavelmente foi assassinado.
Tiradentes, o de mais baixa condição social, foi o único condenado à morte por enforcamento. Sua cabeça foi cortada e levada para Vila Rica. O corpo foi esquartejado e espalhado pelos caminhos de Minas Gerais (21 de abril de 1789). Era o cruel exemplo que ficava para qualquer outra tentativa de questionar o poder da metrópole.

O exemplo parece que não assustou a todos, já que nove anos mais tarde iniciava-se na Bahia a Revolta dos Alfaiates, também chamada de Conjuração Baiana. A influência da loja maçônica Cavaleiros da Luz deu um sentido mais intelectual ao movimento que contou também com uma ativa participação de camadas populares como os alfaiates João de Deus e Manuel dos Santos Lira.Eram pretos, mestiços, índios, pobres em geral, além de soldados e religiosos. Justamente por possuír uma composição social mais abrangente com participação popular, a revolta pretendia uma república acompanhada da abolição da escravatura. Controlado pelo governo, as lideranças populares do movimento foram executadas por enforcamento, enquanto que os intelectuais foram absolvidos.

Outros movimentos de emancipação também foram controlados, como a Conjuração do Rio de Janeiro em 1794, a Conspiração dos Suaçunas em Pernambuco (1801) e a Revolução Pernambucana de 1817. Esta última, já na época que D. João VI havia se estabelecido no Brasil. Apesar de contidas todas essas rebeliões foram determinantes para o agravamento da crise do colonialismo no Brasil, já que trouxeram pela primeira vez os ideais iluministas e os objetivos republicanos.
A Família Real no Brasil e a Preponderância Inglesa

Se o que define a condição de colônia é o monopólio imposto pela metrópole, em 1808 com a abertura dos portos, o Brasil deixava de ser colônia. O monopólio não mais existia. Rompia-se o pacto colonial e atendia-se assim, os interesses da elite agrária brasileira, acentuando as relações com a Inglaterra, em detrimento das tradicionais relações com Portugal.

Esse episódio, que inaugura a política de D. João VI no Brasil, é considerado a primeira medida formal em direção ao "sete de setembro".

Há muito Portugal dependia economicamente da Inglaterra. Essa dependência acentua-se com a vinda de D. João VI ao Brasil, que gradualmente deixava de ser colônia de Portugal, para entrar na esfera do domínio britânico. Para Inglaterra industrializada, a independência da América Latina era uma promissora oportunidade de mercados, tanto fornecedores, como consumidores.

Com a assinatura dos Tratados de 1810 (Comércio e Navegação e Aliança e Amizade), Portugal perdeu definitivamente o monopólio do comércio brasileiro e o Brasil caiu diretamente na dependência do capitalismo inglês.

Em 1820, a burguesia mercantil portuguesa colocou fim ao absolutismo em Portugal com a Revolução do Porto. Implantou-se uma monarquia constitucional, o que deu um caráter liberal ao movimento. Mas, ao mesmo tempo, por tratar-se de uma burguesia mercantil que tomava o poder, essa revolução assume uma postura recolonizadora sobre o Brasil. D. João VI retorna para Portugal e seu filho aproxima-se ainda mais da aristocracia rural brasileira, que sentia-se duplamente ameaçada em seus interesses: a intenção recolonizadora de Portugal e as guerras de independência na América Espanhola, responsáveis pela divisão da região em repúblicas.

O Significado Histórico da Independência

A aristocracia rural brasileira encaminhou a independência do Brasil com o cuidado de não afetar seus privilégios, representados pelo latifúndio e escravismo. Dessa forma, a independência foi imposta verticalmente, com a preocupação em manter a unidade nacional e conciliar as divergências existentes dentro da própria elite rural, afastando os setores mais baixos da sociedade representados por escravos e trabalhadores pobres em geral.
Com a volta de D. João VI para Portugal e as exigências para que também o príncipe regente voltasse, a aristocracia rural passa a viver sob um difícil dilema: conter a recolonização e ao mesmo tempo evitar que a ruptura com Portugal assumisse o caráter revolucionário-republicano que marcava a independência da América Espanhola, o que evidentemente ameaçaria seus privilégios.

A maçonaria (reaberta no Rio de Janeiro com a loja maçônica Comércio e Artes) e a imprensa uniram suas forças contra a postura recolonizadora das Cortes.

D. Pedro é sondado para ficar no Brasil, pois sua partida poderia representar o esfacelamento do país. Era preciso ganhar o apoio de D. Pedro, em torno do qual se concretizariam os interesses da aristocracia rural brasileira. Um abaixo assinado de oito mil assinaturas foi levado por José Clemente Pereira (presidente do Senado) a D. Pedro em 9 de janeiro de 1822, solicitando sua permanência no Brasil. Cedendo às pressões, D. Pedro decidiu-se: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico".


É claro que D. Pedro decidiu ficar bem menos pelo povo e bem mais pela aristocracia, que o apoiaria como imperador em troca da futura independência não alterar a realidade sócio-econômica colonial. Contudo, o Dia do fico era mais um passo para o rompimento definitivo com Portugal. Graças a homens como José Bonifácio de Andrada e Silva (patriarca da independência), Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira e outros, o movimento de independência adquiriu um ritmo surpreendente com o cumpra-se, onde as leis portuguesas seriam obedecidas somente com o aval de D. Pedro, que acabou aceitando o título de Defensor Perpétuo do Brasil (13 de maio de 1822), oferecido pela maçonaria e pelo Senado. Em 3 de junho foi convocada uma Assembléia Geral Constituinte e Legislativa e em primeiro de agosto considerou-se inimigas as tropas portuguesas que tentassem desembarcar no Brasil.

São Paulo vivia um clima de instabilidade para os irmãos Andradas, pois Martim Francisco (vice-presidente da Junta Governativa de São Paulo) foi forçado a demitir-se, sendo expulso da província. Em Portugal, a reação tornava-se radical, com ameaça de envio de tropas, caso o príncipe não retornasse imediatamente.

José Bonifácio, transmitiu a decisão portuguesa ao príncipe, juntamente com carta sua e de D. Maria Leopoldina, que ficara no Rio de Janeiro como regente. No dia sete de setembro de 1822 D. Pedro que se encontrava às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, após a leitura das cartas que chegaram em suas mãos, bradou: "É tempo... Independência ou morte... Estamos separados de Portugal".Chegando no Rio de Janeiro (14 de setembro de 1822), D. Pedro foi aclamado Imperador Constitucional do Brasil. Era o início do Império, embora a coroação apenas se realizasse em primeiro de dezembro de 1822.

A independência não marcou nenhuma ruptura com o processo de nossa história colonial. As bases sócio-econômicas (trabalho escravo, monocultura e latifúndio), que representavam a manutenção dos privilégios aristocráticos, permaneceram inalteradas. O "sete de setembro" foi apenas a consolidação de uma ruptura política, que já começara 14 anos atrás, com a abertura dos portos.
Fonte: http://www.historianet.com.br



Guerra de Canudos

Por Miriam Ilza Santana

O cenário era a Bahia do século XIX, quem governava o Brasil era Prudente de Morais. O Nordeste brasileiro serviu de palco para que ocorresse uma das mais significativas revoltas sociais da primeira República.
A rebelião conhecida como Guerra de Canudos deu-se em virtude da situação precária em que vivia a população, sem terra e obrigada a se submeter aos arroubos dos coronéis. As terras pertenciam aos grandes proprietários rurais – os conhecidos coronéis – que as transformaram em territórios improdutivos. Essa situação revoltou os sertanejos, que se uniram em torno de Antônio Conselheiro, o qual pregava ser um emissário de Deus vindo para abolir as desigualdades sociais e as perversidades da República, como a exigência de se pagar impostos, por exemplo.
Os moradores do arraial acreditavam ser ele um divino mestre, que já praticara até milagres. Antônio Conselheiro fundou o vilarejo denominado Canudos e os sertanejos e suas famílias para lá passaram a migrar. Vários fatores contribuíram para o desenvolvimento de Canudos. O clima seco castigava severamente a região, danificando o plantio de alimentos, secando os diques e matando os animais que não resistiam à falta de água. Os sertanejos também tentavam sobreviver, mas a cada ano milhares morriam de fome e sede. A maneira tão desumana de viver estimulava o surgimento de desordens e agitações sociais, transformando os camponeses em malfeitores que andavam em bandos pelos sertões do Nordeste, fortemente armados, apavorando as populações locais e invadindo as propriedades dos coronéis.
Antônio Conselheiro, entre outros devotos, propagava a salvação da alma e o povo tinha fé que seu messias os ajudariam a sair daquela situação precária. A igreja começou a perder seus fiéis para um falso religioso, na concepção do governo, e assim ele passou a ser malquisto pela Igreja. No ano de 1896, o arraial contava com mais ou menos 20 mil sertanejos que repartiam tudo entre si, negociando o excesso com as cidades vizinhas, adquirindo assim os bens e produtos que não eram gerados no local.

Os habitantes de Canudos precisavam se resguardar e decidiram então organizar milícias armadas, pois era de se esperar uma reação contrária da parte dos coronéis e da Igreja Católica. Enquanto a igreja perdia seus fiéis, os coronéis sentiam-se prejudicados com o constante deslocamento de mão-de-obra para Canudos, que prosperava a olhos vistos. A população abandonou a sociedade republicana convencional, que até então só a alimentara de falsas promessas, e partiu para na direção da nova sociedade que despontava. Mesmo sem nenhuma garantia, pois não havia falsas promessas, o que era mais honesto. Os padres e coronéis coagiram o governador da Bahia a tomar providências urgentes, eles queriam que o governo desse fim a Canudos. Os jornalistas e intelectuais também eram contra os moradores do arraial, pois entendiam que os mesmos desejavam a volta da monarquia, algo totalmente fora de propósito.

A Destruição de Canudos

Foram instituídas três empreitadas militares, que foram vencidas pelos seguidores de Antônio Conselheiro. Em virtude de tamanha dificuldade, o Governo Federal assumiu o comando. A quarta expedição foi organizada pelo então ministro da Guerra, Carlos Bittencourt, o qual recrutou cerca de 10 mil homens que, comandados pelo general Artur Costa, apoderaram-se de Canudos e promoveram um terrível massacre, no qual muita gente inocente morreu, principalmente idosos e crianças, que só buscavam uma melhor qualidade de vida. A Comunidade de Canudos foi arrasada no dia 05 de outubro de 1897, entrando para a história como o palco do mais intenso massacre já presenciado na história.
Fonte: http://www.infoescola.com/historia/guerra-de-canudos/


História da Guerra de Canudos
A situação do Nordeste brasileiro, no final do século XIX, era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente a população mais carente. Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo religioso, desencadeou um grave problema social. Em novembro de 1896, no sertão da Bahia, foi iniciado este conflito civil. Esta durou por quase um ano, até 05 de outubro de 1897, e, devido à força adquirida, o governo da Bahia pediu o apoio da República para conter este movimento formado por fanáticos, jagunços e sertanejos sem emprego.
O beato Conselheiro, homem que passou a ser conhecido logo depois da Proclamação da República, era quem liderava este movimento. Ele acreditava que havia sido enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais e também com os pecados republicanos, entre estes, estavam o casamento civil e a cobrança de impostos. Com estas idéias em mente, ele conseguiu reunir um grande número de adeptos que acreditavam que seu líder realmente poderia libertá-los da situação de extrema pobreza na qual se encontravam. 
Com o passar do tempo, as idéias iniciais difundiram-se de tal forma que jagunços passaram a utilizar-se das mesmas para justificar seus roubos e suas atitudes que em nada condiziam com nenhum tipo de ensinamento religioso; este fato tirou por completo a tranqüilidade na qual os sertanejos daquela região estavam acostumados a viver. 
Devido a enorme proporção que este movimento adquiriu, o governo da Bahia não conseguiu por si só segurar a grande revolta que acontecia em seu Estado, por esta razão, pediu a interferência da República. Esta, por sua vez, também encontrou muitas dificuldades para conter os fanáticos. Somente no quarto combate, onde as forças da República já estavam mais bem equipadas e organizadas, os incansáveis guerreiros foram vencidos pelo cerco que os impediam de sair do local no qual se encontravam para buscar qualquer tipo de alimento e muitos morreram de fome. O massacre foi tamanho que não escaparam idosos, mulheres e crianças.
Pode-se dizer que este acontecimento histórico representou a luta pela libertação dos pobres que viviam na zona rural, e, também, que a resistência mostrada durante todas as batalhas ressaltou o potencial do sertanejo na luta por seus ideais. Euclides da Cunha, em seu livro Os Sertões, eternizou este movimento que evidenciou a importância da luta social na história de nosso país.
Conclusão : Esta revolta, ocorrida nos primeiros tempos da República, mostra o descaso dos governantes com relação aos grandes problemas sociais do Brasil. Assim como as greves, as revoltas que reivindicavam melhores condições de vida ( mais empregos, justiça social, liberdade, educação etc), foram tratadas como "casos de polícia" pelo governo republicano. A violência oficial foi usada, muitas vezes em exagero, na tentativa de calar aqueles que lutavam por direitos sociais e melhores condições de vida.
Fonte: http://www.historiadobrasil.net/guerracanudos/

Situação do Nordeste no final do século XIX (contexto histórico)
- Fome – desemprego e baixíssimo rendimento das famílias deixavam muitos sem ter o que comer;
- Seca – a região do agreste ficava muitos meses e até anos sem receber chuvas. Este fator dificultava a agricultura e matava o gado.
- Falta de apoio político – os governantes e políticos da região não davam a mínima atenção para as populações carentes;
- Violência – era comum a existência de grupos armados que trabalhavam para latifundiários. Estes espalhavam a violência pela região.
- Desemprego – grande parte da população pobre estava sem emprego em função da seca e da falta de oportunidades em outras áreas da economia.
- Fanatismo religioso: era comum a existência de beatos que arrebanhavam seguidores prometendo uma vida melhor.
Dados da Guerra de Canudos:
- Período: de novembro de 1896 a outubro de 1897.
- Local: interior do sertão da Bahia
- Envolvidos: de um lado os habitantes do Arraial de Canudos (jagunços, sertanejos pobres e miseráveis, fanáticos religiosos) liderados pelo beato Antônio Conselheiro. Do outro lado as tropas do governo da Bahia com apoio de militares enviados pelo governo federal.

Causas da Guerra:
O governo da Bahia, com apoio dos latifundiários, não concordavam com o fato dos habitantes de Canudos não pagarem impostos e viverem sem seguir as leis estabelecidas. Afirmavam também que Antônio Conselheiro defendia a volta da Monarquia.
Por outro lado, Antônio Conselheiro defendia o fim da cobrança dos impostos e era contrário ao casamento civil. Ele afirma ser um enviado de Deus que deveria liderar o movimento contra as diferenças e injustiças sociais. Era também um crítico do sistema republicano, como ele funcionava no período.
Os conflitos militares
Nas três primeiras tentativas das tropas governistas em combater o arraial de Canudos nenhuma foi bem sucedida. Os sertanejos e jagunços se armaram e resistiram com força contra os militares. Na quarta tentativa, o governo da Bahia solicitou apoio das tropas federais. Militares de várias regiões do Brasil, usando armas pesadas, foram enviados para o sertão baiano. Massacraram os habitantes do arraial de Canudos de forma brutal e até injusta. Crianças, mulheres e idosos foram mortos sem piedade. Antônio Conselheiro foi assassinado em 22 de setembro de 1897.
Significado do conflito
A Guerra de canudos significou a luta e resistência das populações marginalizadas do sertão nordestino no final do século XIX. Embora derrotados, mostraram que não aceitavam a situação de injustiça social que reinava na região.
Fonte: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/canudos_resumo.htm


Avaliação para verificar se o professor sabe dar aula.

A Secretaria de Educação do Rio de Janeiro irá realizar uma etapa eliminatória no concurso de 2013 para verificar se o professor será capaz de dar aula.
Ora, se o professor cumpriu todas as etapas durante sua formação na faculdade, e essa faculdade tem o aval de funcionamento liberado pelo Estado, qual a razão de fazer mais essa exigência ao professor, ainda mais utilizá-la como caráter eliminatório, não seria o caso de ser apenas em caráter classificatório.
Qual critério será utilizado, pois muitas vezes o professor é bem avaliado por um grupo de alunos e não tão bem avaliado por outro.
E a experiência no dia a dia não se levará mais em conta? Afinal, como dizia Paulo Freire, "o professor ensina aprendendo e aprende ensinando".
O que vocês acham meus colegas de profissão?
Siga matéria completa pelo portal ig.

sábado, 10 de novembro de 2012

A Revolução Francesa


                          Revolução Francesa
Antecedentes, causas, Tomada da Bastilha, girondinos e jacobinos, monarquia constitucional,  República jacobina, 
Robespierre, burguesia no poder, Napoleão Bonaparte, História da França, aspectos da economia, resumo


                                           Queda da Bastilha: marco da Revolução Francesa


Contexto Histórico: A França no século XVIII 
A situação da França no século XVIII era de extrema injustiça social na época do Antigo Regime. O Terceiro Estado era formado pelos trabalhadores urbanos, camponeses e a pequena burguesia comercial. Os impostos eram pagos somente por este segmento social com o objetivo de manter os luxos da nobreza.
A França era um país absolutista nesta época. O rei governava com poderes absolutos, controlando a economia, a justiça, a política e até mesmo a religião dos súditos. Havia a falta de democracia, pois os trabalhadores não podiam votar, nem mesmo dar opiniões na forma de governo. Os oposicionistas eram presos na Bastilha (prisão política da monarquia) ou condenados à guilhotina.
A sociedade francesa do século XVIII era estratificada e hierarquizada. No topo da pirâmide social, estava o clero que também tinha o privilégio de não pagar impostos. Abaixo do clero, estava a nobreza formada pelo rei, sua família, condes, duques, marqueses e outros nobres que viviam de banquetes e muito luxo na corte. A base da sociedade era formada pelo terceiro estado (trabalhadores, camponeses e burguesia) que, como já dissemos, sustentava toda a sociedade com seu trabalho e com o pagamento de altos impostos. Pior era a condição de vida dos desempregados que aumentavam em larga escala nas cidades francesas.
A vida dos trabalhadores e camponeses era de extrema miséria, portanto, desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho. A burguesia, mesmo tendo uma condição social melhor, desejava uma participação política maior e mais liberdade econômica em seu trabalho.
A Revolução Francesa (14/07/1789)

A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei Luis XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha em 14/07/1789 marca o início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa.
O lema dos revolucionários era " Liberdade, Igualdade e Fraternidade ", pois ele resumia muito bem os desejos do terceiro estado francês.
Durante o processo revolucionário, grande parte da nobreza deixou a França, porém a família real foi capturada enquanto tentava fugir do país. Presos, os integrantes da monarquia, entre eles o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta foram guilhotinados em 1793.O clero também não saiu impune, pois os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução.
No mês de  agosto de 1789, a Assembléia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que existiam e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos cidadãos, além de maior participação política para o povo.
Girondinos e Jacobinos
Após a revolução, o terceiro estado começa a se transformar e partidos começam a surgir com opiniões diversificadas. Os girondinos, por exemplo, representavam a alta burguesia e queriam evitar uma participação maior dos trabalhadores urbanos e rurais na política. Por outro lado, os jacobinos representavam a baixa burguesia e defendiam uma maior participação popular no governo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, os jacobinos eram radicais e defendiam também profundas mudanças na sociedade que beneficiassem os mais pobres.

A Fase do Terror 

Maximilien de Robespierre: defesa de mudanças radicais

Em 1792, os radicais liderados por Robespierre, Danton e Marat assumem o poder e organização as guardas nacionais. Estas, recebem ordens dos líderes para matar qualquer oposicionista do novo governo. Muitos integrantes da nobreza e outros franceses de oposição foram condenados a morte neste período. A violência e a radicalização política são as marcas desta época.

A burguesia no poder 
Napoleão Bonaparte: implantação do governo burguês 

Em 1795, os girondinos assumem o poder e começam a instalar um governo burguês na França. Uma nova Constituição é aprovada, garantindo o poder da burguesia e ampliando seus direitos políticos e econômico. O general francês Napoleão Bonaparte é colocado no poder, após o Golpe de 18 de Brumário (9 de novembro de 1799) com o objetivo de controlar a instabilidade social e implantar um governo burguês. Napoleão assumi o cargo de primeiro-cônsul da França, instaurando uma ditadura.
Conclusão
A Revolução Francesa foi um importante marco na História Moderna da nossa civilização. Significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O povo ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A vida dos trabalhadores urbanos e rurais melhorou significativamente. Por outro lado, a burguesia conduziu o processo de forma a garantir seu domínio social. As bases de uma sociedade burguesa e capitalista foram estabelecidas durante a revolução. Os ideais políticos (principalmente iluministas) presentes na França antes da Revolução Francesa também influenciaram a independência  de alguns países da América Espanhola e o movimento de Inconfidência Mineira no Brasil.

Fonte: suapesquisa.com




A Origem do Homem Americano

A Origem do Homem Americano

Foi no continente africano que surgiram os primeiros humanos, segundo muitos cientistas. Nossos ancestrais deslocaram-se da África para outras regiões da Terra. Esses deslocamentos se deram no decorrer de milhares de anos. Uma dessas regiões foi a América. O continente americano foi provavelmente um dos últimos a ser ocupado pelo ser humano.
Sabemos com certeza que, o povoamento da América começou muito antes da chegada dos europeus, em 1492. A partir do século XIX, os pesquisadores se interessaram em estudar a questão. Os arqueólogos iniciaram as primeiras escavações no território americano em busca de evidências que pudessem esclarecer ou pelo menos dar pistas confiáveis da origem do homem americano. Até hoje se discute muito como ocorreu esse povoamento, isto é, como o homem chegou até aqui.
Duas teorias explicam a presença humana na América e também no Brasil: a teoria de Bering e a teoria Transoceânica.

    A Teoria de Bering

Os primeiros habitantes da América descendiam de caçadores, que saíram da Sibéria Oriental, na Ásia. Entre 50 mil e 12 mil anos atrás, atravessaram o estreito de Bering e alcançaram a América do Norte durante a última glaciação. Dali, os grupos nômades e seus descendentes foram espalhando-se pelo continente americano.
Durante a última glaciação, os territórios que hoje correspondem ao Alasca e à Sibéria, estavam unidos por um istmo de gelo, que formava uma passagem entre a Ásia e a América. Quando a temperatura do planeta voltou a subir, esse istmo de gelo se desfez, formando o atual estreito de Bering.

   A Teoria Transoceânica

Alguns pesquisadores identificam outros caminhos migratórios, como as ilhasAleutas, também por passagem terrestre, ou então por uma precária navegação iniciada nas ilhas da Polinésia.
Remadores da Polinésia teriam navegado pelo oceano Pacífico até alcançar o litoral sul-americano. Nessa aventura que durou muitas gerações, esses grupos de navegantes pré-históricos lançaram-se ao mar em diferentes momentos, entre 10 mil e 4 mil anos atrás.
Fonte: www.historiamais.com

A Crise de 1929

A Crise de 1929

A Crise de 1929

 Introdução
O ano de 1929 pode ser considerado o marco de uma das maiores crises da história do capitalismo. Foi o ano em que os Estados Unidos foram abalados por uma grave crise econômica que repercutiu no mundo inteiro.
Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918),os Estados Unidos, foram os principais fornecedores dos países europeus, exportando grandes quantidades de produtos industrializados, alimentos e capitais (sob a forma de empréstimos).
No pós-guerra, os Estados Unidos, tornaram-se a maior potência econômica do mundo. Em 1920, a indústria norte-americana produzia quase 50% de toda a produção industrial do mundo. Por quase toda a década de 20, a prosperidade econômica gerou nos norte-americanos um clima de grande euforia e de consumo desenfreado, gerando o modo de vida americano (American way of life), como modelo de progresso. Viver bem significava consumir cada vez mais.
Porém, no final da década de 20, a produção norte-americana atingiu um ritmo de crescimento muito maior do que a demanda por seus produtos, gerando umacrise de superprodução.
Em 1929, os Estados Unidos conheceram uma profunda crise econômica, com a queda da Bolsa de Valores de Nova York, que gerou uma grave crise interna, um alto índice de desemprego e que acabou afetando vários países do mundo.
Causas
Até por volta de 1925, os países europeus lutavam com dificuldades para reconstruir a Europa, arrasada pela guerra. À medida que a reconstrução da Europa foi se reorganizando, Inglaterra, Alemanha e França procuraram atualizar seus parques industriais e tomaram uma série de medidas protecionistas para reduzir as importações norte-americanas.
Ao se aproximar o ano de 1929, os Estados Unidos produziam uma enorme quantidade de mercadorias para as quais não existiam compradores. Os preços das mercadorias despencavam e mesmo assim, não encontravam consumidores. A queda no comércio interno ocorreu porque os trabalhadores, que eram boa parte da população, recebiam baixos salários e não tinham recursos para comprar muitos produtos.
Os industriais perceberam então, a necessidade de reduzir o ritmo da produção.  Para isso precisavam demitir milhões de trabalhadores. No decorrer da crise, o número de desempregados nos Estados Unidos atingiu mais de 15 milhões de pessoas.
A agricultura também enfrentava dificuldades devido à superprodução. Os fazendeiros norte-americanos foram obrigados a pagar altas taxas para armazenar seus produtos agrícolas e para evitar a queda do preço dos alimentos, no mercado interno. Mas, a simples existência desses estoques provocou o barateamento dos gêneros de primeira necessidade. Muitos fazendeiros endividados junto aos bancos, foram obrigados a entregar-lhes suas propriedades em pagamentos da dívida.
A superprodução provocada pelo subconsumo, a queda geral dos preços e a especulação geraram uma crise sem precedentes: a quebra da Bolsa de Valores, foi o início da Grande Depressão.
O governo procurava manter a ilusão de que tudo ia bem para, com isso, criar novas oportunidades de negócios fáceis. Membros do governo, políticos e outras pessoas influentes, através dos jornais e rádio, mantinham a imagem de prosperidade. As manifestações dos desempregados e as greves por melhores salários eram reprimidas com violência.

Investidores em frente ao prédio da Bolsa de Valores de Nova York, no dia 24 de outubro de 1929, na "quinta-feira negra".

A crise atingiu o mercado de ações e em 24 de outubro de 1929, a "quinta-feira negra" ocorreu o crack ("quebra") da Bolsa de  Valores de Nova York.
Era na Bolsa de Valores que as grandes empresas americanas negociavam suas ações. Com a crise, muitas empresas foram à falência e o valor das ações na Bolsa caiu assustadoramente de um dia para outro.
A desvalorização refletia a estagnação do parque industrial norte-americano, cujas empresas faliam cada vez mais. Bancos faliram e milhões de trabalhadores americanos perderam seus empregos.
A quebra da Bolsa de Valores de Nova York repercutiu na maioria dos países capitalistas.
Muitas pessoas perderam grandes somas de dinheiro com isso. Houve pânico, desespero, tendo ocorrido até mesmo numerosos casos de suicídio.
O desemprego aumentou em todo o país: a miséria atingiu grande parte da população, pois a economia como um todo ficou profundamente desorganizada. Com a crise em 1929 e 1932, a produção industrial americana foi reduzida em 54%. Os 13 milhões de desempregados, em outubro de 1933, representavam 27% da população economicamente ativa no país.
A Crise no Mundo
A quebra da Bolsa de Valores de Nova York repercutiu na maioria dos países capitalistas. No período de 1929 a 1933, o comércio internacional teve uma redução de 25% e a  produção industrial teve uma queda de aproximadamente 39%.
Na Europa, os americanos retiraram o dinheiro emprestado, provocando; falências em bancos; falências em empresas; aumento do número de desempregados.
Na América Latina, a repercussão da crise foi muito grande, pois os países forneciam basicamente produtos agrícolas e matérias-primas aos Estados Unidos. Com a crise, os Estados Unidos reduziram ou cortaram as compras que faziam desses países. Com menos dinheiro, os países latino-americanos deixaram de investir, gerando com isso desemprego e miséria.
O Brasil também foi afetado pela crise de 1929. O Café era o principal produto de exportação brasileiro, e os Estados Unidos, o nosso principal comprador. Por causa da crise, os Estados Unidos diminuíram suas compras de café, provocando o aumento dos estoques do produto no Brasil.
 A Grande Depressão só não atingiu a União Soviética, que, isolada pelos países do Ocidente após a Revolução Socialista de 1917, tinha um comércio insignificante com os países capitalistas.

  O New Deal
 Para reverter a crise, o democrata Franklin Delano Roosevelt (1933-1945), eleito presidente dos Estados Unidos em 1932, adotou uma série de medidas sócio-econômicas para recuperar a economia norte-americana. A nova política econômica ficou conhecida como New Deal.

O New Deal (Novo Acordo), foi inspirado nas idéias do economista inglês John Keynes (1883-1946). O New Deal era um programa misto que procurava conciliar as leis de mercado e respeito pela iniciativa privada com a intervenção do Estado em vários setores da economia.
O Estado passou a intervir fortemente na economia, a solução foi abandonar o liberalismo econômico, começava uma nova fase do capitalismo, chamado capitalismo monopolista de Estado.
Principais medidas socioeconômicas adotadas pelo New Deal:
Controle, pelo governo, dos preços de diversos produtos agrícolas e industriais; auxílio à indústria e controle de produção; empréstimos aos fazendeiros arruinados, para pagarem suas dívidas; execução de grandes obras públicas, para ocupar parte dos desempregados; salário-desemprego, para aliviar a situação de miséria dos desempregados.
Pacto de reconstrução da indústria, realização de um acordo social pelo qual se garantiam os interesses dos industriais (limitação dos preços e da produção às exigências do mercado) e aos trabalhadores (fixação de salários mínimos, limitação das jornadas de trabalho).
Conclusão 
A política do New Deal não alcançou todo o sucesso esperado. Mas conseguiu dar uma controlada no lado mais terrível da crise econômica que gerava fortes conflitos sociais.
Com essas e outras medidas, a economia começou a recuperar-se. No entanto, somente a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) criaria as condições para um novo impulso econômico dos Estados Unidos, pois a produção de armamentos aumentou o número de empregados e possibilitou grandes lucros às empresas.
Data: 01/08/2008
Fontes consultadas:
NÉRE, Jacques. História Contemporânea. 2ªed. São Paulo: DIFEL, 1981.
BRENER, Jayme. 1929: a crise que mudou o mundo. 1ªed. São Paulo: Ática, Coleção Retrospectiva do Século XX, 1996.
NEVINS, Allan e COMMAGER, Steele H. Breve História dos Estados Unidos. São Paulo: Alfa-Omega, 1986.
Fonte: www.historiamais.com

O Império Romano

O Império Romano (27 a.C. - 476 d.C.)



As lutas políticas internas levaram ao poder Otávio (27 a.C.-14 d.C.), primeiro imperador romano. Desgastados pelas disputas internas e externas, os aristocratas romanos e o povo apoiavam a instalação de um governo forte, que estabilizasse a política e a economia de Roma.

O poder concentrou-se nas mãos de Otávio, com ampla aceitação nas diversas camadas da sociedade romana. Otávio recebeu vários títulos concedidos pelo Senado, ampliando seus poderes, entre eles o Augusto (sagrado), Princeps Senatus (principal do senado), Imperador (comandante supremo do exército), Pontífices Maximus (sacerdote máximo), Pater Patriae (pai da pátria) etc. Seu governo destacou-se pela preocupação com a estabilidade interna e externa do Império.
 Somando tantos poderes, Otávio Augusto tornou-se, na prática, rei absoluto de Roma. Mas não assumiu oficialmente o título de rei. Permitiu que as instituições republicanas, principalmente o Senado, continuassem sobrevivendo na aparência.
 Durante seu longo governo, Augusto promoveu uma série de reformas sociais e administrativas. Incentivou a agricultura, o comércio e a indústria, construiu obras públicas que geraram empregos, fortaleceu a vigilância das fronteiras do Império, criou a guarda pretoriana para a sua proteção pessoal e estimulou as artes. O imenso Império passou a desfrutar um período de dois séculos de relativa paz e segurança, conhecido como Pax Romana (Paz Romana).
  A prosperidade romana conseguida com as conquistas modificou profundamente o comportamento político de patrícios e “Homens Novos”, que desejavam usufruir de seus bens, preocupando-se apenas com o próprio prazer, dando plenos poderes a Otávio.
 Augusto fez uma reforma social, dividindo as pessoas em grupos, de acordo com a sua riqueza. Os plebeus ricos ficavam no mesmo grupo social dos patrícios. Para a massa de plebeus pobres, havia o serviço militar por vinte anos e a possibilidade de receber, depois, terras nas províncias. Restava ainda um grande número de desempregados. A eles se oferecia a política de “pão e circo”, ou seja, distribuição de pequena quantidade de trigo e espetáculos de luta entre gladiadores, entre homens e feras etc.
O Império Romano em sua maior extensão, no século II.


 No final do século I, o Império Romano atingiu sua máxima extensão; já tinha conquistado toda a Itália e muitos outros territórios da Europa, do norte da África e do Oriente Médio. Para protegê-lo, estenderam-se guarnições militares ao longo das fronteiras. Além de tropas, deslocou-se também um grande número de funcionários para essas regiões.
Os séculos I e II foram notáveis, em especial pelas construções feitas em Roma e outras cidades e pelo grande desenvolvimento da arte e da literatura. A cultura romana – suas leis, seus costumes, sua língua e seus templos – espalhou-se pelas províncias, principalmente européias.
 Após a morte de Augusto, em 14 d.C., o período imperial costuma ser dividido em dois períodos: alto império e baixo império.
Alto Império (27 a.C.-235)
Sucederam a Augusto, até o fim do século II, quatro dinastias de imperadores:
Dinastia Júlio-Claudiana (14-68): com os imperadores Tibério, Calígula, Cláudio e Nero. Essa dinastia esteve ligada à aristocracia patrícia romana. A principal característica dessa fase foram os constantes conflitos entre o Senado e os imperadores.  
Com a morte de Nero, os exércitos de fronteira passaram a requerer o direito de opinar na sucessão imperial, privilégio até então da guarda pretoriana.
Em meio às revoltas militares, Roma teve em um ano três imperadores:
Galba, indicado pelo exército da Espanha, Otão, indicado pela guarda pretoriana e Vitélio, indicado pelo exército do Oriente.
Dinastia Flávia (68-96): com os imperadores Vespasiano, Tito e Domiciano. Esteve ligada aos grandes comerciantes. Os imperadores dessa dinastia, apoiados pelo exército, submeteram totalmente o Senado. Nesse período, os romanos dominaram a Palestina e houve a dispersão (diáspora) do povo judeu. Governos relativamente tranquilos em que se verificou um reequilíbrio da economia e das instituições.
Dinastia Antonina (96-193): com Nerva, Trajano, Adriano, Antônio Pio, Marco Aurélio e Cômodo, Roma conheceu um período de grande prosperidade, pois os imperadores dessa dinastia, exceto o último, foram excelentes administradores. Adotaram uma atitude conciliatória em relação ao Senado. Roma jamais voltou a conhecer um período de esplendor como este.
Após o assassinato de Cômodo, último dos Antoninos, aumentou a luta pelo poder, da qual participavam os militares, que queriam o título de Imperador. Esse período, que caracteriza todo o século III, é denominado Anarquia Militar.
Dinastia Severa (193-235): com Sétimo Severo, Caracala, Heliogábalo e Severo Alexandre, caracterizou-se pelo início de crises internas e pressões externas, exercidas pelos bárbaros, prenunciando o declínio do Império Romano, a partir do século III da era cristã.
Baixo Império (235-476)
Em 235, iniciou-se um longo processo que se estenderia pelos dois séculos seguintes e culminaria com a desagregação de grande parte do Império Romano. As principais características desse processo foram:
As crises políticas, já que não havia um critério definido de sucessão para o trono. Muitas vezes, a sucessão era marcada por guerras entre os generais mais poderosos;
O colapso do sistema escravista, causado pelo fim das guerras de conquistas a partir do governo de Adriano (117-138). Com o término das conquistas, perdeu-se a principal fonte de mão de obra escrava, os prisioneiros de guerra;
Os problemas econômicos: para pagar suas despesas, o governo era obrigado a aumentar os impostos e a emitir dinheiro, gerando inflação e descontentamento;
As dificuldades para proteger e manter as inúmeras fronteiras do Império. Sem dinheiro para pagar os soldados, extensas áreas ficaram desprotegidas, o que facilitou a invasão de povos inimigos, sobretudo os de origem germânica;
A difusão do cristianismo, que pregava valores contrários à manutenção do trabalho escravo e à divinização dos imperadores.
Todos esses aspectos provocaram o enfraquecimento do comércio e da produção em todo o Império. Aos poucos, a população abandonaria as cidades para se abrigar no campo, onde encontraria maior proteção contra a invasão de povos inimigos, chamados “bárbaros” pelos romanos.
Tentativas de reformas
Ao longo do Baixo Império, os imperadores tentaram introduzir reformas para superar a crise.
Diocleciano (284-312), ao assumir o trono, criou uma nova forma de governo, exercida por quatro generais, à qual denomina-se Tetrarquia. Com isso, Diocleciano pretendia evitar as disputas por ocasião da sucessão e facilitar a defesa dos territórios. Esse sistema de governo, entretanto, não se consolidou, a tetrarquia foi abandonada por seus sucessores, e as guerras de disputa pelo poder voltaram a agitar o Império.
No reinado de Constantino (313-337), este restabeleceu o poder centralizado e também efetuou reformas. Através do Edito de Milão, concedeu liberdade religiosa aos cristãos. Após promover a reunificação do Império, transferiu a capital de Roma para Bizâncio, situada mais ao oriente, que passou a ser chamada Constantinopla.
Mais tarde, o imperador Teodósio (378 a 395), promoveu ainda outras medidas para contornar a crise. Em 391, instituiu o cristianismo como religião oficial do Império. No âmbito administrativo, realizou, em 395, a divisão do Império em duas partes, uma no Ocidente, com capital em Roma, e outra no Oriente, sediada em Constantinopla.
Com a morte de Teodósio, o Império foi dividido entre seus dois filhos: a parte mais desenvolvida foi dada a Arcádio, com capital em Constantinopla; a parte decadente ficou para Honório, com capital em Roma.
A fragmentação do Império
No Ocidente, o poder central mostrava-se impotente para conter as sucessivas invasões das fronteiras por outros povos, que passaram a controlar extensas regiões do Império Ocidental.
Entre os séculos IV e V, a situação se agravaria com a chegada dos hunos à Europa. Temido por sua habilidade na guerra, esse povo, vindo da região central da Ásia, provocava pânico entre os germanos, que invadiam o Império para fugir de seus ataques.
Em 476, após inúmeras invasões e acordos dos germânicos com o Império Romano do Ocidente, Odoacro, rei dos hérulos, destronou Rômulo Augústulo, último imperador romano. Com esse ato, desintegrava-se o Império Romano do Ocidente, em cujo território surgiria diversos reinos germânicos.
Enquanto isso, o Império Romano do Oriente, ou Império Bizantino, ainda que também enfrentando muitas invasões, conseguiria manter-se por quase mil anos, até 1453, quando seria conquistado pelos turcos.
Crise final e desaparecimento do Império Romano do Ocidente
A partir do século III, o Império Romano atravessou várias crises, que acabaram por provocar sua decadência e, finalmente, sua desintegração.
Principais causas dessa decadência:
Crise econômica: a economia baseada no latifúndio escravista entrou em decadência com o fim das conquistas, pois tornou-se difícil e cara a aquisição de escravos. Muitos trabalhadores livres e até escravos foram fixados como colonos nas grandes propriedades.
Descontentamento com os altos impostos: para sustentar o grande número de funcionários e militares, necessários em território tão extenso, era preciso muito dinheiro, que era arrecadado do povo. Esse mesmo dinheiro também sustentava o luxo e a corrupção dos governantes.
O quase desaparecimento da moeda romana: como a produção diminuiu, faltavam produtos para vender; assim, as importações aumentaram e, em consequência, grande quantidade de moeda saía e não voltava.
Desorganização política e militar: a disputa pelo poder, a corrupção e o descuido com a administração eram constantes. Cada exército obedecia mais a seu general do que ao imperador. Além disso, o assassinato de imperadores era frequente.
As invasões dos bárbaros: inicialmente, eles penetraram no território do exército. No século IV, grupos armados de bárbaros foram vencendo os romanos, até derrotá-los definitivamente em 476.
O século V marcou a decadência definitiva da parte ocidental do Império. Entre os fatores que provocaram a queda de Roma, podem ser citados: a deterioração da economia da Itália, as lutas internas, a fuga de capitais para o Oriente, a corrupção administrativa e, para dar o golpe de morte, a invasão dos bárbaros.
 Em 476, quando era imperador Rômulo Augusto, a capital do Império Romano do Ocidente caiu nas mãos dos bárbaros, chefiados por Odoacro.
 O Império Romano do Ocidente chegou ao fim com as invasões bárbaras. Em 476, os hérulos (povo bárbaro) chefiados por Odoacro, invadiram Roma e depuseram o último imperador do Ocidente, Rômulo Augústulo. A queda do Império Romano do Ocidente marcou o fim da Antiguidade e o início da Idade Média.
 O Império Romano do Oriente durou ainda quase mil anos, até 1453, quando Constantinopla foi tomada pelos turcos otomanos. Esse fato marcou o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.  
Data 17/01/2011
Bibliografia
BLOCH, Raymundo. Origens de Roma. Editorial Verbo: Lisboa, 1971.
ARRUDA, José Jobson de A.,PILETTI, Nelson. Toda a História. Editora Ática: São Paulo, 2007.
ROSTOVTZEFF, Michael I. História de Roma. Zahar Editores: Rio de Janeiro, 1977.
Fonte: www.historiamais.com

A República Romana

A República Romana (509 a.C. - 27 a.C.)

Durante o período republicano, Roma, em apenas três séculos (IV, III e II a.C), de uma pequena cidade transformou-se no maior império da Antiguidade. Os romanos iniciaram suas conquistas pela própria Península Itálica. No século III a.C., toda essa região já havia sido dominada. Roma começa, então, uma série de guerras, que culminam com a conquista de todas as terras que circundam o mar Mediterrâneo. 
Dois fatos importantes marcaram o período republicano de Roma: a luta dos plebeus para conseguirem igualdade de direitos com os patrícios e a formação do grande Império Romano, através das conquistas militares.
 O Poder na República Romana
Com a instalação da República, os patrícios romanos montaram toda uma organização social e administrativa para exercer domínio sobre Roma e desfrutar os privilégios do poder. Eram eles que controlavam a quase totalidade dos altos cargos da República.
Organização Política:
Consulado: composto por dois cônsules, que tinham mandato de um ano e eram escolhidos pela Assembleia Centurial. Deveriam ser patrícios e referendados pelo Senado. Desempenhavam as funções de chefes de Estado.
Ditadura: na época de guerra, os cônsules eram substituídos por um ditador. Os ditadores eram escolhidos para um mandato de seis meses (sem renovação), com plenos poderes em caso de graves crises.
Senado: na República, continuou a ser o mais importante poder de Roma. Formado pelos velhos patrícios com mandato vitalício; era a base do poder aristocrático, responsável pela nomeação de magistrados e embaixadores, controlava as finanças e decidia pela guerra.
Assembleia Centurial: era integrada pelos militares, agrupados em centúrias (unidades do exército). Composto por patrícios e plebeus, votava as leis que vigoravam em Roma, elegiam os censores, os cônsules e os pretores, além de resolver as apelações de cidadãos contra as decisões dos magistrados. As centúrias patrícias eram em número superior às centúrias plebeias.
Assembleia Curiata: cuidava dos assuntos religiosos, possuía relativa importância na época monárquica, durante o período republicano conservou somente funções honoríficas.
Além dos cônsules, a Assembleia Centurial elegia vários magistrados, que, em geral, tinham mandato de um ano. Os principais cargos da magistratura eram:
Pretores: administravam a justiça.
Censores: recenseavam a população pelo critério de riqueza e zelavam pelas tradições.
Questores: administravam as finanças e cobravam os impostos.
Edis: cuidavam da conservação da cidade.
Pontífice: chefiava os cultos religiosos.
 Uma nova magistratura foi instituída mais tarde, o Tribunato da Plebe, que surgiu no auge dos conflitos sociais entre patrícios e plebeus. Representando os plebeus, os tribunos conquistaram o direito de veto às decisões do Senado.
Organização Social:
No início da República, a sociedade romana estava dividida em quatro classes:
Patrícios (aristocracia rural) que detinham todos os cargos políticos. Os clientes (não proprietários que, para sobreviver, colocavam-se a serviço de um patrício), plebeus (camponeses, comerciantes e artesãos), compunham a maioria da população. Não tinham direito de participar das decisões políticas, entretanto, tinham deveres a cumprir: lutar no exército, pagar pesados impostos etc. e os escravos.  
A luta da plebe
 A grande desigualdade de direitos entre patrícios e plebeus provocou uma série de lutas sociais em Roma. Que durou cerca de dois séculos.
 A primeira revolta foi em 494 a.C., quando os plebeus ameaçaram fundar outra cidade, no Monte Sagrado. Para retornar ao serviço militar romano, os plebeus fizeram várias exigências aos patrícios. Por exemplo: deveria ser criado um Comício da Plebe, presidido por um tribuno da plebe. A pessoa do tribuno da plebe seria inviolável. Ele teria também poderes especiais para cancelar a aprovação de quaisquer decisões do governo que prejudicassem os interesses da plebe. Em 470 a.C., os plebeus conseguiram que os patrícios reconhecessem a autoridade dos tribunos da plebe. Até aproximadamente 300 a.C., os plebeus continuaram sua luta e foram conquistando direitos que lhes garantiam igualdade com os patrícios perante a lei.
Principais conquistas da plebe:
471 a.C. – criação do cargo de Tribuno da Plebe. Composto por dois tribunos, cujas decisões eram tomadas visando à defesa dos interesses da plebe. Os principais tribunos da plebe foram os irmãos Graco (Tibério e Caio). Em vão procuraram solucionar a angustiosa situação da classe baixa, dando-lhe terras para que pudesse produzir e viver decentemente. Os dois, no entanto, foram perseguidos e mortos pelos senadores, que eram os grandes latifundiários romanos.
450 a.C. – os plebeus conseguiram que fossem elaboradas as primeiras leis escritas; foram as Leis das Doze Tábuas (leis gravadas em pranchas de bronze);
445 a.C. – Lei Canuléia: permitia o casamento entre patrícios e plebeus. Mas na prática só os plebeus ricos é que conseguiram casar-se com patrícios.
366 a.C. – Lei Licínia: proibia a escravização por dívida (muitos plebeus tornaram-se escravos dos patrícios por causa de dívidas que não conseguiam pagar) e garantia direito à posse das terras públicas nas regiões conquistadas;
362 a.C. – eleição dos magistrados plebeus. Os plebeus foram conseguindo, lentamente, ter acesso às mais diversas magistraturas romanas. Em 336 a.C. foi eleito o primeiro cônsul plebeu, que era a mais alta magistratura.
286 a.C. – conseguiram que as leis aprovadas na Assembleia da Plebe (plebiscito) fossem obrigatoriamente obedecidas por todos.
As diversas conquistas dos plebeus não beneficiaram igualmente todos os membros da plebe. Os cargos públicos e os privilégios conquistados foram parar nas mãos de uma nobreza plebeia.
 Essas lutas sociais aconteceram ao mesmo tempo em que os romanos conquistavam as terras da Itália, dominando vários povos que viviam na península.
 Organização Econômica:
 No plano econômico, as conquistas favoreceram imensamente Roma, pois criaram condições para um grande desenvolvimento da manufatura e do comércio, além de exercer uma rigorosa dominação dos povos submetidos; todas as províncias eram obrigadas a pagar pesados tributos à capital do Império. Houve também o surgimento de uma nova camada de comerciantes e militares que enriqueceram: os “homens novos” ou cavaleiros. Essa nova camada, porém, tinha reduzida participação política no regime republicano, cujos cargos estavam nas mãos da aristocracia.
As conquistas romanas
 Durante o período republicano, em apenas três séculos (do IV ao II a.C.), Roma conquistou um grande império. Para isso foram necessárias várias guerras, durante as quais os romanos conseguiram organizar um exército nacional. 
 Dominada a península Itálica, Roma empreendeu a conquista da bacia do Mediterrâneo, começando por Cartago, sua poderosa rival por motivos econômicos.
 Cartago, antiga colônia fenícia (no norte da África), foi o primeiro alvo da política imperialista romana, pois era, sem dúvida, sua mais forte rival. Possuía uma ótima localização e dominava a região central do Mediterrâneo. Seu solo era bastante fértil e bem cultivado. Os cartagineses haviam alcançado alto grau de prosperidade e suas caravanas comerciais chegavam aos mais longínquos lugares do mundo conhecido. Para impor sua hegemonia comercial e militar na região do Mediterrâneo, os romanos precisavam enfrentar e derrotar Cartago.
 As guerras de Roma contra Cartago são chamadas de Guerras Púnicas. Motivo: os romanos chamavam os cartagineses de poeni (fenícios). De poeni deriva o adjetivo púnicas.
 As Guerras Púnicas desenvolveram-se em três grandes etapas durante o período de 264 a 146 a.C. Foram batalhas violentas até que finalmente, os romanos conseguiram arrasar Cartago em 146 a.C.
 Eliminada a rival, Roma abriu caminho para a dominação das regiões do Mediterrâneo ocidental (Península Ibérica, Gália) e do Mediterrâneo oriental (Macedônia, Grécia, Ásia Menor). O mar Mediterrâneo foi inteiramente controlado pelos romanos, que o chamavam de “Mare Nostrum” (nosso mar).  
 Ao mesmo tempo, Roma tinha sua atenção voltada para a região do Mediterrâneo Oriental. Para conquistá-la, os romanos empreenderam várias guerras contra os reinos helenísticos, que formaram-se com a desagregação do Império de Alexandre Magno.
 Resultados da conquista:
 As sucessivas conquistas provocaram, em Roma, grandes transformações sociais, econômicas, políticas e culturais.
 De 509 a.C. a 52 a.C., Roma conquistou quase todo o mundo conhecido na época.
 As consequências dessas conquistas foram o desenvolvimento do comércio com as colônias e o da economia monetária, com a descoberta de minas de ouro nas terras conquistadas. Houve ainda um aumento da mão de obra escrava, com a entrada em Roma de prisioneiros de guerra.
 Formou-se uma nova camada social de cavaleiros, conhecida como “Homens Novos”, que eram originários da classe dos plebeus e enriqueceram com os saques dos territórios conquistados, com o comércio e a cobrança de impostos.
 Os ricos nobres romanos, em geral pertencentes ao Senado, tornaram-se donos de grandes faixas de terra (latifúndios), cultivadas por numerosos escravos. Obrigados a servir no exército romano, muitos plebeus regressavam à Itália de tal modo empobrecidos que, para sobreviver, passavam a vender quase tudo o que possuíam inclusive suas pequenas propriedades agrícolas. Inúmeros camponeses plebeus emigraram para a cidade, onde engrossavam a massa de desocupados pobres e famintos.
  A crise da República
 O período compreendido entre os anos de 133 a.C. a 27 a.C. marcou o declínio da República romana. Destacam-se os seguintes acontecimentos: as reformas dos irmãos Graco, os governos de Mário e Sila e os triunviratos.  
 A reforma dos Graco 
 Os irmãos Tibério e Caio Graco, eleitos sucessivamente como tribunos da plebe, tentaram promover uma reforma social (133-122 a.C.), que tinha como objetivo melhorar as condições de vida da massa plebeia. Em 133 a.C., Tibério Graco conseguiu a aprovação de uma lei, que além de limitar o tamanho das terras dos aristocratas, autorizava a distribuição para os pobres daquilo que ultrapassasse o limite estabelecido. Essa lei desagradou profundamente os grandes proprietários de terras. Tibério e aproximadamente 500 de seus partidários foram assassinados.
 Em 123 a.C., Caio Graco retomou o projeto de reforma agrária. Ele queria conter o processo de extinção das pequenas propriedades rurais e o avanço do latifúndio. Para ganhar o apoio dos pobres, ele conseguiu que fosse abaixado o preço do trigo. Buscando a aliança com plebeus ricos, ele também almejava fortalecer as reformas.
 Caio Graco sofreu oposição dos grandes proprietários e suicidou-se. Seus seguidores foram perseguidos e muitos condenados à morte.
 Fracassadas as reformas sociais dos irmãos Graco, a situação política, econômica e social de Roma entrou num período de grande instabilidade. As instituições tradicionais foram questionadas pelo desespero popular e um clima de desordem e agitação foi tomando conta da vida das cidades. Diversos chefes militares entraram, sucessivamente, em luta pelo poder, até que Otávio, em 27 a.C., tornou-se imperador.
  Principais fases que marcaram a transição do período republicano até o estabelecimento do Império.
 Os governos de Mário e Sila
 Todo o século I a.C. decorreu em meio a lutas internas. Estas lutas afetaram a estrutura do Estado romano enfraquecendo as instituições republicanas. Tal transformação se deve à projeção que passaram a ter as figuras dos grandes militares: apoiados na força de suas legiões, eles tornaram-se árbitros das mais importantes questões políticas.
  Todos esses fatos eram sintomas que o regime republicano romano estava em crise, pois Roma vivia dias tensos de constante ameaça de uma guerra civil. Esses acontecimentos geraram um clima de instabilidade política e diversos militares passaram a disputar o poder político. Roma experimentou os governos militares e autoritários dos generais Mário, que defendia a camada popular, e Sila, que defendia a camada aristocrática.
  107 a.C.: o general Caio Mário eleito cônsul, reformou o exército, estabeleceu o pagamento de salários aos soldados, que levou à entrada de pessoas pobres no exército e diminuiu os privilégios da aristocracia.
  82 a.C.: o general Cornélio Sila, representando a nobreza, derrotou Caio Mário e instituiu um governo ditatorial. Sila perseguiu a classe popular e restabeleceu os privilégios da aristocracia.
  Em 79 a.C., Sila foi forçado a deixar o poder por causa do seu estilo antipopular de governo, pois a situação social estava incontrolável.
 Os triunviratos
 Em 70 a.C., o Império Romano lutava para abafar uma revolta de escravos liderada por Espártaco. Essa revolta somente foi vencida quando Crasso e Pompeu uniram seus exércitos. Como recompensa, os dois generais foram eleitos cônsules. Persistindo a inquietação em Roma e sucedendo-se várias revoltas nas províncias, criou-se um governo forte, o Primeiro Triunvirato (60 a.C.), com a participação de Pompeu, Crasso e Júlio César.
 A administração do Império Romano ficou assim distribuída: Pompeu ficou com Roma e o Ocidente; Crasso ficou com o Oriente; Júlio César ficou responsável pelas Gálias.
 Crasso foi assassinado na Síria, quando lá chegava para assumir o cargo de governador. Pompeu, apoiado pelo Senado e pela aristocracia, permaneceu em Roma. Logo, porém, entrou em choque com Júlio César, que estava com grande prestígio devido à conquista da Gália. Em dificuldades, Pompeu retirou-se com suas tropas para o Egito, onde foi assassinado.
 Com a morte de Pompeu, Júlio César (100-44 a.C.), foi aclamado ditador vitalício. Assumiu quase todos os poderes existentes em Roma. Foi cônsul, tribuno, sumo sacerdote e supremo comandante do exército. Promoveu uma reorganização político-administrativa em Roma, distribuiu terras entre os soldados, impulsionou a colonização das províncias romanas, construiu estradas e edifícios e reformulou o calendário. Durante seu governo, tentou limitar o poder do Senado e diminuir a escravidão; para isso, obrigou os grandes proprietários a contratarem um terço de seus trabalhadores entre os homens livres.
Júlio César conquistou a Gália, a Grã-Bretanha e o Egito em 52 a.C., completando a romanização do mundo antigo.
 As reformas de Júlio César enfraqueceram o poder da aristocracia. Por isso, diversos senadores, liderados por Cássio e Bruto, organizaram uma conspiração e o mataram a punhaladas, em pleno Senado, no dia 15 de março de 44 a.C. O assassinato de César provocou uma verdadeira revolta popular. Os conspiradores foram derrotados, formando-se um Segundo Triunvirato.
Segundo Triunvirato (43 a.C.): foi composto por Marco Antônio, Otávio e Lépido.  Lépido ficou com os territórios africanos, mas depois foi forçado a retirar-se da política, tornando-se Sumo Pontífice. Otávio ficou responsável pelos territórios ocidentais; e Marco Antônio assumiu o controle dos territórios do Oriente.
    Surgiu uma intensa rivalidade entre Marco Antônio (que se apaixonou pela rainha Cleópatra, do Egito) e Otávio. Proclamando ao Senado que Marco Antônio pretendia formar um império no Oriente, Otávio conseguiu o apoio dos romanos para derrotar Marco Antônio. Ao ser derrotado, Marco Antônio suicidou-se e Cleópatra fez o mesmo. O Egito, então, foi transformado em província romana. Assim, Otávio tornava-se o grande senhor absoluto em Roma e no Império.  Terminava assim a República e começava o Império Romano. 
Data:17/01/2011
Blibiografia:
BLOCH, Raymundo. Origens de Roma. Editorial Verbo: Lisboa, 1971.
ARRUDA, José Jobson de A.,PILETTI, Nelson. Toda a História. Editora Ática: São Paulo, 2007.
ROSTOVTZEFF, Michael I. História de Roma. Zahar Editores: Rio de Janeiro, 1977.
Fonte: www.historiamais.com