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quarta-feira, 19 de março de 2014

O café e a Indústria no Brasil - Cafeicultura e industrialização.


O caráter predominantemente agrícola da economia brasileira ainda se mantinha no início do século XX. Numa pauta de exportação diversificada, o café consolidou-se como o principal produto, responsável por aproximadamente 60% da renda nacional. Seus principais produtores, São Paulo e Minas Gerais, tornaram-se os estados com maior influência no governo, o que garantia uma política econômica extremamente favorável para os exportadores.

Fazenda com plantação de café.

Apesar disso, os interesses próprios do Estado impediram sucessivos presidentes de realizar uma política voltada exclusivamente para os cafeicultores. No governo Campos Sales, por exemplo, na tentativa de equilibrar as finanças públicas, deu-se fim à desvalorização cambial, utilizada até então para socializar as eventuais perdas na exportação. Assim, transferiram-se para os governos de São Paulo, Minas Gerais e Rio de janeiro os custos de uma política voltada exclusivamente para a valorização do café (o que fizeram através do Convênio de Taubaté, assinado em 1906).
Presidente Campos Sales


Política dos Governadores de Campos Sales


Convênio de Taubaté (1906) - Imagem: Estado de S. Paulo.

O governo preocupava-se também em incentivar a industrialização. A primeira tentativa feita nesse sentido foi a do Ministério da Fazenda do governo Deodoro da Fonseca. Para garantir capital para as indústrias, o ministro Rui Barbosa providenciou o aumento do meio circulante através da emissão de dinheiro (1890). Dividindo o país em quatro zonas, cada uma com seu próprio banco emissor, essa política, conhecida como Encilhamento, fracassou, acarretando uma grande crise econômica.

Imagem da Bolsa de Valores.
O ministro da Fazenda Rui Barbosa, tinha por intuito modernizar o país e fomentar a industrialização, objetivando o crescimento econômico do país e a sua libertação da opressão do capital estrangeiro.

Mesmo assim, a industrialização deu seus primeiros passos decisivos nos anos seguintes. O Brasil conheceu, então, seu primeiro surto industrial significativo, acompanhando as transformações da economia internacional. Para isso, contou com o excedente de capital acumulado pela cafeicultura e com o financiamento estrangeiro, que assumiu tanto a forma de empresas como a de serviços urbanos e ferroviários.


 Fonte: História do Brasil - Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.

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