Nada é Definitivo!

"Como o nome do Blog diz, não existe uma única verdade, portanto, sempre temos que investigar tudo o que nos dizem sobre a história, para que possamos chegar mais próximos de uma verdade. Este blog é apenas um dos vários caminhos que existem, sejam bem vindos."

domingo, 20 de abril de 2014

O período entre-guerras: política.


O período entre-guerras: política

Quando o silêncio se impôs nas trincheiras, poucos vislumbraram entre os escombros e a fumaça o fim da imortalidade europeia. Muitos, ao contrário, acreditavam-se capazes de elaborar os caminhos de sua reconstrução, assentados em verdades cuja relatividade pouco se considerou. O resultado foi a elaboração de uma paz viciada, humilhantes para os derrotados e até mesmo para alguns vencedores como a Itália, por exemplo. A Inglaterra permaneceu agarrada à ideia do equilíbrio europeu; a França, interessada em anular qualquer possibilidade de agressão por parte da Alemanha. Pouco versado nos individualismos europeus, Wilson, o presidente norte-americano, idealizou 14 pontos para reger a paz e a política internacional. Alheia a essas questões, a Rússia buscava a construção da sociedade socialista.

Woodrow Wilson ofereceu um acordo interessado em evitar outras grandes guerras.

O revanchismo deu o tom do Tratado de Versalhes. A Alemanha, considerada culpada, recebeu a conta da guerra: perdia suas colônias, cedia territórios na Europa, perdia seu agressivo potencial militar. Outros tratados desmembraram os impérios Austro-Húngaro e Turco-Otomano. A criação da Liga das Nações (1920) apostava numa solução diplomática e conjunta para enfrentar os problemas futuros. Ela concretizava um dos 14 pontos do presidente Wilson. Mas o próprio congresso norte-americano vetou a participação dos Estados Unidos na Liga. A União Soviética e a Alemanha foram tardiamente convidadas. Os novos países e as novas fronteiras criadas eram na maioria inadequados étnica e estrategicamente. Tal era a paz que deveria durar todo o século XX...

Assinatura do Tratado de Versalhes.

No fundo, os complexos problemas que geraram a Primeira Guerra Mundial receberam apenas uma reforma externa. A grande mudança estrutural ficava por conta da tentativa de construção do socialismo na União Soviética. No mais, prosseguia a selvageria da concorrência internacional. Ainda uma vez, os ideários dos nacionalismos se sobrepuseram, fortalecidos pelos efeitos da guerra. Eles eram visíveis nos princípios de autodeterminação nacional aplicados nos acordos. Tal fervor fortalecia o Estado, visto como responsável pelo bem-estar social e nacional. Mesmo o capitalismo deixou sua tendência à internacionalização para volta a se dobrar sobre o nacionalismo, com alto grau de controle e direção por parte dos governos.


O papel e a tinta dos acordos se mostraram ineficazes quando desacompanhados de atitudes coerentes. Ou enquanto se desejasse apenas fazer um ditado para que outros o copiassem...Os individualismos acabaram transformando a Liga das Nações numa sociedade de debates entre cegos, surdos e mudos, prevalecendo as soluções individuais. Ao lado da ascensão dos fascismos, a União Soviética e os Estados Unidos emergiam, apresentando já os sintomas de uma nova época. O “adeus às armas” foi apenas uma ilusão: havia inúmeras novidades no front...
Fonte: História Geral de Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário