Nada é Definitivo!

"Como o nome do Blog diz, não existe uma única verdade, portanto, sempre temos que investigar tudo o que nos dizem sobre a história, para que possamos chegar mais próximos de uma verdade. Este blog é apenas um dos vários caminhos que existem, sejam bem vindos."

segunda-feira, 21 de abril de 2014

A oposição consentida - o MDB alcança vitórias.


A oposição consentida durante o Regime Militar

Desde o início da década de 70, um silêncio forçado impedia as manifestações públicas e as críticas ao regime militar. Intimidações, cassações, exílios, prisões, tortura, desaparecimentos e mortes faziam parte do cotidiano político. Apesar disso, já não era possível ocultar o desgaste do governo militar: em 1974 – e novamente em 1978, - o MDB alcançou importantes vitórias nas eleições para o Senado Federal, sobretudo no Centro-Sul do país. Entretanto, como consequência das distorções de representatividade impostas ao parlamento brasileiro, mesmo conseguindo mais votos que a Arena, o MDB não conseguia obter a maioria no Congresso Nacional. Temendo novas e maiores derrotas, o governo militar instituiu um mesmo número de senadores para cada estado, independentemente do número de eleitores de cada um. Em 1977 outras mudanças nas regras eleitorais: um terço do Senado passou a ser escolhido por um Colégio Eleitoral, instrumento criado para a ratificação das candidaturas oficiais, além de ampliar-se na Câmara dos Deputados o número de representantes dos estados das regiões Norte e Nordeste, ambas controladas politicamente pelas oligarquias locais aliadas ao governo central.


Pouco a pouco, entretanto, as tensões econômicas, políticas e sociais abafadas durante os anos de maior repressão política do regime militar começavam a vir à tona. Em 1977, apesar da repressão policial, estudantes universitários e secundaristas saem às ruas, exigindo o fim da ditadura militar. O movimento estudantil se reorganiza e começa a ensaiar a reconstrução da UNE, na ilegalidade desde 1966. Em 1978, depois de muitos anos sem qualquer manifestação da classe trabalhadora, o país era informado de um grande movimento grevista na região do ABC paulista. Os metalúrgicos desafiavam o poder militar e abriam caminho para que outras categorias fizessem o mesmo, exigindo melhores salários e condições de trabalho.


Em todo o país, surgiam novas lideranças operárias, que procuravam tirar os sindicatos do controle de Estado. No campo, os conflitos pela posse da terra aumentavam a cada ano, em razão da enorme concentração fundiária do país e da falta de condições aceitáveis de trabalho.

Presidente João Batista Figueiredo


Nessas circunstâncias, em 1979, o General João Batista Figueiredo assumiria a presidência prometendo democracia à nação. A abertura do regime militar possibilitou a anistia aos presos e perseguidos políticos, trazendo de volta ao país diversos dirigentes da república populista e lideranças da esquerda da década de 60. Velhos e novos opositores tentariam acelerar o processo brasileiro de democratização.
Fonte: História do Brasil de Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.

Nenhum comentário:

Postar um comentário