As unificações - Itália e
Alemanha
As
décadas que se seguiram à revoluções de 1848 corresponderam a um período de
reformas. O liberalismo e o nacionalismo revolucionários foram freados. O
advento do socialismo, do sindicalismo, de um proletariado mais reivindicativo
efetivaram, na segunda metade do século XIX, um temor burguês às mudanças
violentas ou radicais.
Triunfante
sobre as forças da reação, o liberalismo burguês temia pela propriedade
privada, pelos radicalismos e pela ascensão das massas. Tal desconfiança da
burguesia levou à aproximação e, por vezes, às alianças com os setores sociais
mais conservadores. Ganharam prestígio, então, os militares, o Estado, as ações
diplomáticas. Essa foi uma das principais características dos movimentos de
unificação da Itália e da Alemanha.
Os
ideais nacionalistas formaram a base de ligação entre o liberalismo e o Estado.
Este último passou a incentivá-los ou freá-los de acordo com seus interesses.
Apesar de suas muitas e difíceis definições, os românticos do século XIX
entenderam o nacionalismo como um elemento de irmandade entre os homens, de
paixão e fervor, que sobrepassava os interesses individuais. O Realismo da
segunda metade do século XIX deu-lhe a necessária praticidade.
Otto Von Bismark foi a grande figura para a unificação dos estados alemães.
Ao
lado da busca de uma formação territorial, de uma autodeterminação, somava-se a
montagem de um mercado para a burguesia nacional. Na verdade, a Política das
Nacionalidades, ideário das unificações italiana e alemã define melhor a nova
fase do nacionalismo: os Estados mais poderosos se impõem pela força e dividem
os mais fracos. A realidade é sem dúvida mais complexa e confusa Todavia, não
deixou de ser a diretriz básica. O triunfo de um nacionalismo implicava, na
maior parte das vezes, a ruína de outro.
Apoiando
militarmente a França e a Inglaterra na Guerra da Criméia (1853-1856), Cavour,
ministro da Sardenha-Piemonte conseguiu, no Congresso de Paris (1858), o
isolamento internacional da Áustria. Negociando em Plombières (1858), Cavour se
assegurou do apoio francês para a unificação italiana. De tendência
monárquico-constitucional, Cavour anestesiou os elementos republicanos
(Garibaldi) argumentando sobre a necessidade de união para um fim maior: a
unificação da Itália. Por seu turno, a Prússia, com base em seu forte exército
e na hábil diplomacia do chanceler Bismarck, efetivou a unificação alemã após
uma série de três guerras: contra a Dinamarca, a Áustria e a França.
Giuseppe Garibaldi
Camilo Benso, Conde de Cavour, em italiano Camillo Benso, conte di Cavour, foi um político italiano. Ocupou o cargo de primeiro-ministro do Reino de Italia entre 23 de março de 1861 até 6 de junho de 1861.
Assim,
após 1848, perderam forças o liberalismo e o nacionalismo revolucionários. A
tendência mais conservadora que então surge não significou, todavia, uma
alteração de crenças ou objetivos do liberalismo burguês. Foi uma mudança de
métodos. A reforma triunfara sobre a revolução.
Fonte: História Geral - Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário