Segue abaixo três textos
da internet sobre a história da Revolução Russa:
O Texto abaixo foi elaborado por Cristina Gomes
A Revolução Russa
No século XIX, a Rússia juntamente com a Inglaterra, a França, a
Alemanha e a Áustria, era uma das maiores potências européias, porém enquanto
os outros países cresciam, faziam reformas e se industrializavam, a Rússia não
se modernizava.
A Rússia era considerada um país atrasado em relação aos demais.
Sua economia baseava-se na agricultura. Os servos trabalhavam, mas os
senhores feudais não tinham o menor interesse de modernizar as plantações.
O país era governado pelo Czar (Imperador), que
tinha poder absoluto, ou seja, todos estavam submetidos a ele, inclusive a
Igreja Católica Ortodoxa.
Entre os anos de 1854 e 1856, a Rússia entrou em guerra com a
Inglaterra, França e Turquia (Guerra da Criméia), mas foi derrotada justamente
por causa do atraso em que se encontrava o país.
Então, o czar Alexandre II tomou algumas
providências:
Czar Alexandre II
- Aboliu a servidão
- Vendeu terras aos camponeses
- Mandou ocupar novas áreas agrícolas
Tudo isso trouxe benefícios para o país que cresceu e se tornou
exportador de grãos, além de ter favorecido o aumento da população. Esse
aumento trouxe algumas consequências graves, como por exemplo, a dificuldade de
se encontrar emprego e a baixa produtividade agrícola gerando fome e revolta.
A saída encontrada pelo governo foi estimular um programa de
industrialização, isso permitiu que muitos estrangeiros fossem para a Rússia e
várias fábricas foram implantadas, consequentemente entre os anos de 1880 e
1900 e Rússia apresentou as maiores taxas de crescimento industrial.
Enquanto o país se modernizava o absolutismo continuava
intacto e isso causava descontentamento entre a população que se unia cada vez
mais.
Em 1904 a Rússia se envolveu em uma guerra contra o Japão. Este
conflito desorganizou a economia piorando a situação dos operários e
camponeses. A humilhação da derrota acirrou os ânimos contra o czar. No ano
seguinte, os habitantes saíram em uma passeata a fim de entregar um
abaixo-assinado ao Imperador pedindo melhoras nas condições de vida e a
instalação de um parlamento. O czar respondeu com um massacre promovido por
suas tropas, aumentando ainda mais a revolta do povo.
Apesar de tudo, ele fez algumas concessões e dentre elas estava a
instalação do parlamento (Duma).
Entre os anos de 1907 e 1914, a Rússia voltou a ter uma aparente
tranquilidade, pois houve uma alta no crescimento industrial e os camponeses
ganharam terras.
Grande parte da oposição era socialista e se baseava nas ideias de Karl
Marx, eles acreditavam que todos os problemas do país só acabariam se o
capitalismo fosse abolido e o comunismo fosse implantado.
Karl Heinrich Marx foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista.
Os comunistas se dividiam em dois grupos: Bolcheviques e
Mencheviques..
- Bolcheviques: queriam derrubar o czarismo pela força, eram liderados por Lênin..
- Bolcheviques: queriam derrubar o czarismo pela força, eram liderados por Lênin..
- Mencheviques: propunham a implantação do socialismo através de
reformas moderadas.
Vladimir Ilitch Lenin ou Lenine foi um revolucionário e chefe de Estado russo, responsável em grande parte pela execução da Revolução Russa de 1917, líder do Partido Comunista.
Com o advento da Primeira Grande Guerra (1914) o povo
russo se sentiu na obrigação de lutar, porém o combate trouxe algumas consequências:
- Desorganização da economia
- Fome, pobreza e racionamento
- Saques, passeatas e protestos contra o czar
- Renúncia do czar em 1917 diante da pressão popular
A deposição do Imperador não trouxe tranquilidade aos russos, pelo
contrário, o conflito passou a se dar entre os elementos da oposição.
Com a derrubada do czar, o governo provisório (cujos membros se
identificavam com os interesses da burguesia russa) assumiu o poder. Esse
governo adotou algumas medidas, como:
- Anistia para presos políticos
- Liberdade de imprensa
- Redução da jornada de trabalho para 8h.
Estas medidas agradaram à burguesia, mas os camponeses (queriam
terras) e operários (queriam melhores salários) não gostaram.
Os bolcheviques, aos poucos, se tornaram os porta-vozes de todas
essas reivindicações.
Os sovietes eram organizações políticas que nasceram no seio das
camadas populares e representavam os interesses dos trabalhadores. Assim, havia
os sovietes de operários, de camponeses e de soldados. Expressavam uma forma de
poder popular em oposição ao governo provisório e se tornaram decisivos nos
rumos políticos do país.
Alguns grupos viam nos bolcheviques a solução pra diversos
problemas.
Lênin apoiado pelos sovietes e por uma milícia popular conquista a
capital obrigando o governo provisório a renunciar e assumindo o governo em
1917. Eles acreditavam que só o comunismo poderia trazer felicidade para os
russos. No poder, eles tentaram realizar e criar uma sociedade onde todos
fossem iguais e livres.
Para realizar esse sonho, foram tomadas várias medidas:
- As terras da Igreja, nobreza e burguesia foram
desapropriadas e distribuídas aos camponeses
- Quase tudo se tornou propriedade do estado (fábricas, lojas, diversões, bancos,etc)
- Quase tudo se tornou propriedade do estado (fábricas, lojas, diversões, bancos,etc)
A idéia dessas medidas era criar igualdade entre os homens, pois,
segundo o Marxismo, sem propriedade não haveria exploradores e explorados.
Várias foram as dificuldades que surgiram durante o governo e o
novo regime se tornava mais autoritário, distanciando cada vez mais o sonho de
criar uma sociedade onde todos fossem livres e iguais.
Em 1921, foi permitido ao povo a abertura de pequenos negócios,
pois a sociedade precisava ser estimulada. Os camponeses voltaram a produzir
para vender no mercado e as grandes empresas estatais passaram a considerar as
necessidades de consumo do povo.
Esta série de medidas ficou conhecida como Nova Política Econômica
(NEP) e teve resultados satisfatórios no campo econômico, porém no campo
social não foi tão bom assim.
No campo, surgiram camponeses ricos que pagavam um salário para
outros camponeses. Para os comunistas essa atitude representava a volta da
exploração capitalista.
Nas cidades, os grandes empresários lucravam com essa nova
economia e isso fortaleceu o aumento das desigualdades sociais.
Em termos políticos o poder ficou nas mãos do Partido
Comunista. Outros partidos (inclusive os demais partidos comunistas) e os
sindicatos foram proibidos de funcionar.
Após a morte de Lênin, Trotsky (chefe do
exército) e Stálin foram os dois líderes que disputaram o poder. Stálin
saiu vencedor.
Leon Trotsky foi um intelectual marxista e revolucionário bolchevique, organizador do Exército Vermelho.
Decidido a industrializar o país, ele só podia contar com dinheiro
que vinha da agricultura, já que não podia fazer empréstimos internacionais por
causa da pobreza em que o país se encontrava.
Para aumentar a produtividade, foram criadas as fazendas coletivas
e muitos camponeses foram obrigados a entregar o gado e as terras ao estado
para trabalharem (contra a vontade) nestas fazendas.
Nas fábricas, os operários foram proibidos, sob ameaça de morte,
de fazer greve ou mudar de emprego. Apesar disso, as metas de Stálin foram
alcançadas e a União Soviética passou por um processo de modernização e
industrialização. Porém, o totalitarismo implantado por Stálin na URSS mantinha
um rígido controle sobre a imprensa e a cultura em geral.
Josef Vissarionovitch Stalin, nascido Iossif Vissarionovitch Djugashvili, foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comitê Central a partir de 1922 até a sua morte em 1953, sendo assim o líder da União Soviética.
Fonte:infoescola
O texto abaixo foi
extraído do site sohistoria.com.br
Revolução Russa de 1917
A Revolução Russa de 1917 foi uma série de eventos políticos na
Rússia, que, após a eliminação da autocracia russa, e depois do Governo
Provisório (Duma), resultou no estabelecimento do poder soviético sob o
controle do partido bolchevique. O resultado desse processo foi a criação da
União Soviética, que durou até 1991.
No começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada
e dependente da agricultura, pois 80% de sua economia estava concentrada no
campo (produção de gêneros agrícolas).
Rússia Czarista
Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza,
pagando altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O
czar governava a Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em
suas mãos não abrindo espaço para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos,
que desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam
descontentes com o governo do czar.
Czar Nicolau II
No ano de 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e repressiva de
seu governo. No conhecido Domingo Sangrento, manda seu exército fuzilar
milhares de manifestantes. Marinheiros do encouraçado Potenkim também foram
reprimidos pelo czar.
Começava então a formação dos sovietes (organização de
trabalhadores russos) sob a liderança de Lênin. Os bolcheviques começavam a
preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia.
A Revolução compreendeu duas fases distintas:
A Revolução de Fevereiro de 1917(março de 1917, pelo calendário
ocidental), que derrubou a autocracia do Czar Nicolau II da Rússia, o último Czar
a governar, e procurou estabelecer em seu lugar uma república de cunho liberal.
A Revolução de Outubro (novembro de 1917, pelo calendário
ocidental), na qual o Partido Bolchevique, liderado por Vladimir Lênin,
derrubou o governo provisório e impôs o governo socialista soviético.
O Governo Provisório e o Soviete de Petrogrado
O Governo Provisório iniciou de imediato diversas reformas
liberalizantes, inclusive a abolição da corporação policial e sua substituição
por uma milícia popular. Mas os líderes bolcheviques, entre os quais estava
Lenin, formaram os Sovietes (Conselhos) em Petrogrado e outras cidades,
estabelecendo o que a historiografia, posteriormente, registraria como ‘duplo
poder’: o Governo Provisório e os Sovietes.
Lenin foi o primeiro dirigente da URRS. Liderou os bolcheviques
quando estes tomaram o poder do governo provisório russo, após a Revolução de
Outubro de 1917 (esta sublevação ocorreu em 6 e 7 de novembro, segundo o
calendário adotado em 1918; em conformidade com o calendário juliano, adotado
na Rússia naquela época, a revolução eclodiu em outubro). Lenin acreditava que
a revolução provocaria rebeliões socialistas em outros países do Ocidente.
Ao expor as chamadas Teses de abril, Lenin declarou que os
bolcheviques não apoiariam o Governo Provisório, e pediu a união dos soldados
numa frente que viesse pôr fim à guerra imperialista (I Guerra Mundial) e
iniciasse a revolução proletária, em escala internacional, idéia que seria
fortalecida com a propaganda de Leon Trotski. Enquanto isso, Alexandr Kerenski
buscava fortalecer a moral das tropas.
No Congresso de Sovietes de toda a Rússia, realizado em 16 de
junho, foi criado um órgão central para a organização dos Sovietes: o Comitê
Executivo Central dos Sovietes que organizou, em Petrogrado, uma enorme
manifestação, como demonstração de força.
O aumento do poder
dos Bolcheviques
Avisado que seria acusado pelo Governo de ser um agente a serviço
da Alemanha, Lenin fugiu para a Finlândia. Em Petrogrado, os bolcheviques
enfrentavam uma imprensa hostil e a opinião pública, que os acusava de traição
ao exército e de organização de um golpe de Estado. A 20 de julho, o general
Lavr Kornilov tentou implantar uma ditadura militar, através de um fracassado
golpe de Estado.
Da Finlândia, Lenin começou a preparar uma rebelião armada. Havia
chegado o momento em que o Soviete enfrentaria o poder. Foi Trotski, então
presidente do Soviete de Petrogrado, quem encontrou a solução: depois de formar
um Comitê Militar Revolucionário, convenceu Lenin de que a rebelião deveria
coincidir com o II Congresso dos Sovietes, convocado para 7 de novembro, ocasião
em que seria declarado que o poder estava sob o domínio dos Sovietes.
Na noite de 6 de novembro a Guarda Vermelha ocupou as principais
praças da capital, invadiu o Palácio de Inverno, prendendo os ministros do
Governo Provisório, mas Kerenski conseguiu escapar. No dia seguinte, Teotski
anunciou, conforme o previsto, a transferência do poder aos Sovietes.
O novo governo
O poder supremo, na nova estrutura governamental, ficou reservado
ao Congresso dos Sovietes de toda a Rússia. O cumprimento das decisões aprovadas
no Congresso ficou a cargo do Soviete dos Comissários do Povo, primeiro Governo
Operário e Camponês, que teria caráter temporário, até a convocação de uma
Assembléia Constituinte. Lênin foi eleito presidente do Soviete, onde Trotski
era comissário do povo e ministro das Relações Exteriores e, Stalin, das
Nacionalidades.
Josef Stalin foi
o dirigente máximo da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) de
1929 a 1953. Governou por meio do terror, embora também tenha convertido a URSS
em uma das principais potências mundiais.
A 15 de novembro, o Soviete ou Conselho dos Comissários do Povo
estabeleceu o direito de autodeterminação dos povos da Rússia. Os bancos foram
nacionalizados e o controle da produção entregue aos trabalhadores. A
Assembléia Constituinte foi dissolvida pelo novo governo por representar a fase
burguesa da revolução, já que fora convocada pelo Governo Provisório. Em seu
lugar foi reunido o III Congresso de Sovietes de toda a Rússia. O Congresso
aprovou a Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado como introdução
à Constituição, pela qual era criada a República Soviética Federativa
Socialista da Rússia (RSFSR).
A guerra civil
O novo governo pôs fim à participação da Rússia na I Guerra
Mundial, através do acordo de Paz de Brest-Litovsk assinado em 3 de março de
1918. O acordo provocou novas rebeliões internas que terminariam em 1920,
quando o Exército Vermelho derrotou o desorganizado e impopular Exército Branco
antibolchevique.
Lenin e o Partido Comunista Russo (nome dado, em 1918, à formação
política integrada pelos bolcheviques do antigo POSDR) assumiram o controle do
país. A 30 de dezembro de 1922, foi oficialmente constituída a União de
Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). A ela se uniriam os territórios
étnicos do antigo Império russo.
Significado da palavra
czar
A palavra czar, que se pronuncia-se “tzar”, tem suas origens no
título de césar que era concedido aos
imperadores romanos, na Idade Antiga.
Na Idade Média, o título de czar era ostentado também por
soberanos búlgaros e sérvios.
Fonte:
sohistoria.com.br
O texto
abaixo foi extraído do site do cursinho objetivo.
Revolução Russa
A Revolução Russa de 1917 foi um acontecimento capital na História
do Século XX. E, apesar de o mundo socialista por ela criado haver desmoronado
no final do período, aquele evento exerceu uma extraordinária influência na
vida de centenas de milhões de seres humanos.
Antecedentes
Os antecedentes da Revolução Russa devem ser procurados na
Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, e em seus desdobramentos:
formação do proletariado, prática do “capitalismo selvagem” e evolução das
idéias socialistas.
A Revolução Industrial consolidou o sistema capitalista e as
relações de trabalho assalariado. Nestas, o trabalhador não tem qualquer
controle sobre os meios nem sobre os instrumentos de produção, entrando no
processo produtivo como mera força de trabalho não-qualificada. Tal situação,
agravada pela enorme oferta de mão-de-obra existente, levou os capitalistas a
explorar o proletariado de forma absolutamente desumana, configurando o que se
convencionou chamar de “capitalismo selvagem”.
O proletariado, por ser um grupo social novo, demorou para
adquirir consciência de classe, que Ihe daria a coesão necessária para lutar
por melhorias em suas condições de trabalho e de vida. Foi somente a partir de
meados do século XIX que começaram a se organizar os primeiros sindicatos e
apenas em fins daquele século que eles começaram a conquistar alguns direitos.
Os governos dos países industrializados, controlados pela burguesia, obviamente
dificultaram ao máximo a organização do operariado e sua luta reivindicatória.
Assim, como a miséria dos trabalhadores permanecia sem expectativa
de solução, certos intelectuais (geralmente de origem burguesa, mas
sensibilizados pela causa operária) começaram a criar teorias que propunham
mudanças na estrutura econômica e social do capitalismo, com vistas a criar uma
sociedade mais justa e menos diferenciada. Surgiram então as ideias
socialistas.
As primeiras teorias ficaram conhecidas pelo nome de socialismo
utópico porque não pregavam a destruição do capitalismo, mas apenas sua
reforma; ora, na opinião dos socialistas radicais, essa atitude era utópica, já
que, para eles, o capitalismo era intrinsecamente mau, não podendo ser
reformado — mas apenas destruído.
O socialismo radical encontrou sua maior expressão em Karl Marx —
criador do socialismo científico ou comunismo. Para ele, o capitalismo deveria
ser destruído por uma revolução armada do proletariado, o qual implantaria uma
ditadura socialista. Nesta, a propriedade privada desapareceria e os meios de
produção seriam coletivizados, criando o que Marx esperava fosse uma sociedade
sem classes. Quando a revolução socialista se estendesse a todos os países (daí
a célebre frase “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”), seria possível
suprimir o Estado e estabelecer uma sociedade inteiramente igualitária: a
sociedade comunista.
Embora o futuro tenha provado que o projeto de uma sociedade
comunista era tão utópico quanto as teorias anteriores, o socialismo marxista
seduziu milhares de intelectuais e milhões de operários e camponeses. Já em 1871,
os comunistas, aliados aos socialistas utópicos e a uma facção de esquerda
ainda mais radical — os anarquistas — realizaram aquela que se tornou a maior
insurreição socialista antes da Revolução Russa de 1917: a Comuna de Paris. Mas
a repressão do governo burguês foi implacável: 13.000 revolucionários foram
fuzilados e quase 50.000, deportados.
Marx afirmava que a revolução socialista deveria triunfar nos
países mais industrializados, onde o proletariado seria mais numeroso e
organizado. Tal previsão falhou redondamente porque, nos países mais
desenvolvidos, os operários já haviam conquistado certos direitos e benefícios,
o que diminuiu seu entusiasmo por uma revolução armada.
Restavam, portanto, os países atrasados, onde a exploração e
miséria dos trabalhadores ainda se encontrava no estágio do capitalismo
selvagem; nesses Estados, as condições para uma revolução proletária eram mais
favoráveis.
A Rússia no início do século XX
Ao iniciar-se o século XX, o Império Russo apresentava um
extraordinário atraso em relação às demais potências européias:
Atraso econômico — A economia ainda
era basicamente agrária, praticada em latifúndios explorados de forma
antiquada, através do trabalho de milhões de camponeses miseráveis. A
industrialização russa foi tardia, dependente de capitais estrangeiros e se
restringia a algumas grandes cidades.
Atraso social — A sociedade
russa era ainda mais desigual que a sociedade francesa às vésperas da Revolução
de 1789. Havia o absoluto predomínio da aristocracia fundiária, diante de uma
burguesia fraca e das massas camponesas marginalizadas. O proletariado russo
era violentamente explorado; mas já possuía uma forte consciência social e
política e estava concentrado nos grandes centros urbanos — o que facilitaria
sua mobilização em caso de revolução.
Atraso político — O Império Russo
era oficialmente uma autocracia (isto é, uma monarquia absoluta), com todos os
poderes centralizados nas mãos do czar. Não havia partidos políticos
legalizados, embora as agremiações clandestinas fossem bastante atuantes.
Delas, a mais importante era o Partido Social-Democrata Russo, que em 1903 se
dividiu em dois ramos: bolcheviques (marxistas radicais) e mencheviques
(socialistas moderados).
A Revolução de 1905
Em 1904-5, a Rússia entrou em guerra com o Japão, disputando
territórios no Extremo Oriente, e foi derrotada.
Esse conflito repercutiu na Rússia Européia, dando origem à
Revolução de 1905 — que Lenin mais tarde considerou um “ensaio geral para a
Revolução de 1917”.
A Revolução de 1905 consistiu em três episódios distintos, todos
extremamente significativos:
O Domingo Sangrento — Uma manifestação
pacífica de milhares de operários de São Petersburgo (então capital da Rússia)
foi violentamente dispersada pela Guarda Imperial, com centenas de vítimas. Esse
acontecimento abalou profundamente a confiança do povo em seu imperador.
A revolta do “Potemkin” — O “Potemkin” era
um couraçado pertencente à frota russa do Mar Negro. Sua tripulação rebelou-se
ao saber que seria enviada para lutar contra os japoneses. Os demais navios da
esquadra não aderiram à revolta do “Potemkin”, cujos tripulantes acabaram
refugiando-se na Romênia. De qualquer forma, tratava-se de um motim em uma
grande unidade da Marinha Russa, evidenciando que as Forças Armadas já não
podiam ser consideradas sustentáculos fiéis da Monarquia.
A greve geral — Em São
Petersburgo, Moscou e Kiev, os operários entraram em greve geral. Apesar da
repressão militar, os trabalhadores resistiram por algumas semanas, sobretudo
em Moscou. Dois fatos importantes ocorreram durante essa greve: foram
organizados os primeiros sovietes (conselhos) de trabalhadores e houve
operários que se defenderam a bala, mostrando que estavam se preparando para
uma insurreição armada.
Em 1906, tendo em vista os abalos produzidos pela Revolução de
1905 e pela derrota frente ao Japão, o czar Nicolau ll resolveu criar a Duma,
como um primeiro passo em direção à liberalização. Tratava-se de uma Assembléia
Legislativa com poderes extremamente limitados; e, como era censitária, seus deputados
representavam apenas 2% do total da população.
A Revolução de 1917 (1ª fase)
A causa imediata da Revolução Russa foram os efeitos desastrosos
do envolvimento russo na I Guerra Mundial. Na qualidade de membro da Tríplice
Entente, juntamente com a Grã-Bretanha e a França, o Império Russo entrou em
guerra com a Alemanha e a Áustria-Hungria em 1914. Mas, embora seu gigantesco
exército tivesse o apelido de “rolo compressor”, os russos não estavam à altura
de seus adversários alemães. Estes impuseram às tropas do czar derrotas
esmagadoras, que só não levaram a Rússia à rendição porque a Alemanha, dividida
entre duas frentes de batalha (havia uma Frente Ocidental, contra ingleses e
franceses), não pôde explorar suas vitórias a fundo. Mesmo assim, boa parte do
território russo encontrava-se em poder dos invasores — principalmente a
Ucrânia, cujo tchernoziom (terra negra) era considerado o celeiro do Império.
As pesadas perdas sofridas pelo exército, mais as dificuldades de
abastecimento, somadas à alta do custo de vida e à ineficiência e corrupção
administrativas, levaram o povo russo a uma situação de verdadeiro desespero.
Assim, em fevereiro de 1917 (março, pelo calendário vigente nos países
ocidentais), eclodiram manifestações em Petrogrado (novo nome de São
Petersburgo), exigindo a saída da Rússia da guerra. As tropas da capital
recusaram-se a reprimir os manifestantes e aderiram a eles. O czar Nicolau ll,
que se encontrava em seu quartel-general, foi impedido de entrar em Petrogrado.
Em questão de dias, a insurreição alastrou-se por todas as grandes cidades do
Império.
Como o príncipe-herdeiro era hemofílico, Nicolau ll preferiu
abdicar em favor de seu irmão, mas este recusou o trono. Para que a Rússia não
ficasse acéfala, a Duma organizou um governo provisório constituído de
aristocratas e burgueses, sob a chefia do príncipe Lvov.
Tentando ganhar o apoio das massas, o novo governo adotou uma
postura liberal, decretando anistia política. Com isso, milhares de
prisioneiros foram libertados e centenas de exilados retornaram à Rússia. Entre
eles, inúmeros revolucionários bolcheviques, liderados por Lenin. Imediatamente
começaram a ser organizados sovietes de operários, soldados e camponeses, com
vistas à realização da revolução socialista.
Recém-chegado do exílio, Lenin tentou um golpe de Estado em julho
de 1917, mas falhou e foi obrigado a se esconder por algum tempo. O príncipe
Lvov foi substituído na chefia do governo provisório por um advogado chamado
Kerensky, do Partido Social-Revolucionário (apesar do nome, essa era uma
agremiação política moderada), que gozava de uma certa popularidade. Mas esta
se deteriorou rapidamente, devido à insistência de Kerensky em continuar a
guerra contra a Alemanha, apesar dos anseios de paz da população e da
impossibilidade de a Rússia poder sustentar um conflito militar de tais
proporções.
A Revolução de 1917 (2ª fase)
Em outubro de 1917 (novembro, pelo calendário ocidental), os
bolcheviques finalmente tomaram o poder. Os sovietes, controlados por eles,
haviam se transformado no poder de fato da Rússia, anulando o papel da Duma e
de Kerensky. Um assalto ao palácio do governo, conduzido por soldados
bolcheviques, resultou na fuga de Kerensky, que conseguiu se refugiar nos
Estados Unidos. Algumas dezenas de jovens cadetes pereceram nas escadarias e
salões do palácio, tentando defender seu líder que fugia.
A Duma foi dissolvida e o poder foi assumido por um Conselho de
Comissários do Povo, chefiado por Lenin. O novo governo convocou imediatamente
uma Assembléia Constituinte.
As eleições se realizaram em condições caóticas. Os bolcheviques
dominavam Petrogrado, Moscou, Minsk e Kiev — ou seja, os grandes núcleos
urbanos da Rússia Européia. Mas seu poder estava longe de ser estável nas
vastidões do agonizante Império Russo. Assim, as eleições deram maioria aos
partidos não-bolcheviques.
A Assembléia Constituinte reuniu-se em Petrogrado em janeiro de
1918 — por um único dia. Comprovada a hostilidade da maioria dos deputados ao
Conselho de Comissários do Povo, Lenin ordenou seu fechamento. Começava a
ditadura comunista, com todos os seus desdobramentos: a paz com a Alemanha, a
Guerra Civil entre Brancos e Vermelhos (1918-21), a socialização (freada
temporariamente pela NEP — Nova Política Econômica), a luta pelo poder entre
Trotsky e Stalin e, enfim, a ditadura stalinista (1928-53), uma das mais
sangrentas de todo o século XX.
Fonte: curso-objetivo.br
Olá,David.Eu queria saber o que é o comunismo,poderia me explicar?
ResponderExcluirOlá Carlos.
ResponderExcluirComunismo seria uma etapa do socialismo, ou seja, pra chegar no comunismo é necessário passar pelo socialismo.
Muitos dizem que o comunismo é utopia, ou seja, uma etapa muito difícil de chegar, assim o pensamento e os objetivos da teoria de Karl Marx, ainda não foi possível alcançar.
Muitos confundem que Cuba, China, Vietnã são comunistas, na realidade são socialistas.
Beleza, vamos a sua pergunta, vou tentar explicar de uma forma resumida.
No comunismo o Estado foi dissolvido, acabou a propriedade privada e não existe mais a figura do empresário como dono dos meios de produção, agora a propriedade é coletiva ou comum.
Podemos dizer que são as comunas, ou seja, os meios de produção são coletivos.
Gestão econômica, social e política é direta dos trabalhadores, por meio de comunas, conselhos e outras associações de livres produtores.
As pessoas de forma igualitária dominam os meios de produção.
Para chegar nesse estágio, é necessário passar pelo socialismo, por isso que expliquei no começo, o comunismo é a última etapa do socialismo.
Na teoria, teríamos saúde, cultura, educação de forma igualitária.
Os principais pensadores do Comunismo foram Karl Marx e Friedrich Engels.
Agora eu entendi,muito obrigado pela explicação,David. 😆
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