A Segunda Guerra Mundial
O
mundo assistiu surpreso ao início do novo conflito. Poucos acreditavam que o
expansionismo fascista fosse tão longe. Não que faltassem indícios, mas pelo
caráter nitidamente anticomunista desses regimes, o capitalismo os entendera
como baluartes contra a União Soviética e a depressão.
Mussolini e o fascismo na Itália.
A
ineficácia da Liga das Nações, a política de apaziguamento franco-britânica e o
isolacionismo dos Estados Unidos deram aos fascismos uma inesperada liberdade
de ação. O ensaio maior que antecedeu o conflito se fizera com a participação
ítalo-germânica na Guerra Civil Espanhola (1936-39). Ali se testaram os novos
armamentos, cuja violência ficou imortalizada no magnífico painel de Picasso:
Guernica.
Guerra Civil Espanhola.
Painel de Picasso - Guernica - Representação da Guerra Civil Espanhola
Apenas
quando Hitler anunciou suas pretensões sobre a Polônia é que os ocidentais se
deram contra do perigo que os fascismos representavam. Mas já era tarde. À
ameaça de guerra anunciada pela França e Inglaterra, a Alemanha respondeu com o
pacto de não agressão nazi-soviético. Hitler adiava seu confronto com a União
Soviética, enquanto tentava dobrar as potências ocidentais.
Adolf Hitler (1889 - 1945)
A
velocidade e dinâmica do conflito surpreendeu os regimes anti-fascistas. Os
rápidos deslocamentos dos blindados, o apoio aéreo e fulminantes ações da
infantaria substituíram as trincheiras. A linha Maginot, orgulho do exército
francês, foi simplesmente contornada. A guerra de movimento, excetuado o front
soviético, provocou proporcionalmente um número menor de baixas que o da
Primeira Guerra. A superioridade aérea se mostrou imprescindível. No mar, a
guerra submarina se consolidou. Particularmente no Pacífico, os grandes navios
de combate começaram a ceder seu espaço para os porta-aviões.
Linha Maginot
Em
1941, com uma posição quase sólida no Ocidente, a Alemanha deu início à
operação Barba Ruiva: a invasão da União Soviética. No mesmo ano, em dezembro,
o ataque japonês a Pearl Harbor tirava os Estados Unidos de seu isolacionismo.
Ataque japonês em Pearl Harbor
A
guerra ganhava estranhos contornos ideológicos: o capitalismo unia-se
ativamente ao socialismo no combate aos fascismos. Mas a aliança era
temporária. O ano de 1943 marcou o início do recuo dos regimes fascistas em
todas as frentes da guerra. A partir daí, a vitória aliada era apenas uma
questão de tempo. À medida que as tropas, passando por Roma, avançavam em direção
a Berlim e, no Pacífico, já se avistava Tóquio, as questões da política
internacional do pós-guerra já ocupavam um lugar mais importante que as
batalhas.
Bomba de Hiroshima
A
violência da guerra, coroada pelas explosões atômicas de Hiroshima e Nagasaki.
Tornou o nacionalismo ideologicamente insuficiente para mobilizar os povos.
Algo de mais concreto era exigido. O capitalismo, através do Estado do
bem-estar, teve de redimensionar e melhorar sua política social. Um mundo
diferente iria emergir da guerra, mas ainda não seria a “primavera dos povos”.
Fonte: História Geral de Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.
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