A consolidação da República Militar no Brasil
Com
poucas experiências democráticas, diversas vezes interrompidas por golpes civis
e militares, a história da América Latina caracteriza-se por uma constantes
instabilidade política. Uma onda de levantes autoritários varreu o continente a
partir de 1953. As gritantes diferenças sociais entre ricos e pobres nesses
países levaram vários líderes políticos a ensaiarem reformas nas estruturas
socioeconômicas. Qualquer tentativa reformista, a curto prazo, sempre contrária
aos interesses dominantes, era invariavelmente impedida, em geral com ajuda
norte-americana.
Presidente Castelo Branco
No
Brasil, o golpe militar começou a ser planejado na Escola Superior de Guerra
(ESG) a partir da década de 50. Criada em 1948, subordinada às Forças Armadas e
intimamente ligada aos órgãos de defesa dos Estados Unidos, a ESG teve um papel
decisivo na formação política e intelectual dos principais líderes militares
brasileiros, insatisfeitos e inquietos com a democracia do período populista.
De seu ponto de vista, a defesa interna do país articulava-se à defesa externa.
Assim, do mesmo modo que se deveriam
eliminar da vida pública os representantes da esquerda política (os chamados inimigos
internos), o Brasil deveria aliar-se aos países que combatiam o bloco soviético
(os chamados inimigos externos). A democracia tinha de ser tutelada pelo poder
militar.
Ditadura Militar.
Presidente Artur Costa e Silva.
Depois
de uma série de cassações políticas que alteraram sua composição, o Congresso
Nacional escolheu o General Castelo Branco para ocupar a Presidência da
República. As eleições presidenciais, inicialmente marcadas para 1965, foram
adiadas devido ao resultado conseguido pela oposição nos pleitos estaduais. Os
antigos partidos foram então extintos, e em 1966 instituiu-se o bipartidarismo.
Os cidadãos perderam o direito de eleger diretamente o presidente e os
governadores. Os setores mais radicais do movimento de 64 ganhavam força, e, em
1967, o Congresso Nacional escolhia o General Artur Costa e Silva como sucessor
de Castelo Branco. A chamada linha dura consolidava-se no poder.
Fonte: História do Brasil de Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.
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