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sexta-feira, 18 de abril de 2014

A Primeira Guerra Mundial.


A primeira Guerra Mundial

No final do século XIX, o centro do mundo ainda se encontrava na Europa. Controlando os mares e o maior império colonial do mundo, a Inglaterra despontava dominante. A França poderia fazer-lhe sombra, mas se embaraçava com questões de política interna e continental. As unificações da Itália (1870) e da Alemanha (1871) não pareciam, à primeira vista, poder abalar o reinado britânico. Tampouco se acreditava em ameaças partindo do multinacional Império Austro-Húngaro ou do anacrônico absolutismo russo. No Mediterrâneo oriental e Oriente Médio, desagregava-se o outrora ameaçador e poderoso Império Turco-Otomano, agora chamado “o enfermo do Levante”. Fora da Europa, apenas os Estados Unidos e o Japão apareciam como potências.

Inglaterra seguida da França eram dominantes.

Mas a Belle Époque caminhava para seu fim. Entre 1873 e 1875, uma crise de superprodução começou a abalar o frágil equilíbrio europeu. A crise expôs problemas: o capital acumulado necessitava de constante expansão, fosse ela técnica ou territorial. As pressões demográficas também marcaram presença, tornando mais forte o contraste entre a riqueza de poucos e a miséria de muitos.

Belle Époque

Soma-se a essas questões a busca de mercados empreendida pelas recém-formadas Itália e Alemanha. Tardiamente unificados, pouco restou da Ásia e da África para esses países. Inaugurada por Bismarck com o intuito de isolar a França, a Política de Alianças, no início do século XX, passou a congregar os interesses nacionalistas e imperialistas. A Alemanha, a Itália e o Império Austro-Húngaro compuseram a Tríplice Aliança. Em contrapartida, a Tríplice Entente congregou a Inglaterra, a França e a Rússia.


Sem elos que pudessem aproximar essas alianças, a desenfreada competição entre os países criou um clima de suspeita e insegurança entre as nações. Nasceu a crença de que a paz e os interesses nacionais só seriam respeitados á medida que se pudesse fazê-los valer pela força. Uma corrida armamentista acentuou, então, o processo de crises: era a Paz Armada, a vizinhança da guerra.

Ilustração feita em 1914 mostra o atentado em Sarajevo conta o herdeiro austríaco Francisco Ferdinando.


Por algum tempo a diplomacia conseguiu adiá-la. Mas tinha sido a diplomacia mesmo quem criara o sistema de alianças, inviabilizando as neutralidades. O nacionalismo sustentava os interesses imperialistas, e o incêndio se iniciou a partir do nacionalismo sérvio e da questão balcânica. Dos Balcãs a guerra logo se propaga para toda a Europa e controlável. No entanto, a festa que acompanhava as partidas das tropas em 1914 foi rapidamente substituída pelos horrores da guerra moderna. O rasgar das trincheiras marcou profundamente o solo e a alma dos europeus. Perplexidade, ceticismo, desilusão e morte encerram a Belle Époque.
Fonte: História Geral de Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.

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