Nada é Definitivo!

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quarta-feira, 20 de junho de 2012

FENÍCIOS.

Os Fenícios foram os maiores negociantes da Idade Antiga.
Há cerca de três mil anos, nômades do deserto se estabeleceram na extremidade oriental do Mediterrâneo. No início, pouco conheciam sobre o mar, mas pelas circunstâncias foram obrigados a conhecê-lo. Como não podiam encontrar alimentos na região tão limitada, onde viviam. Foram obrigados a pescar. Para possibilitar uma boa pescaria necessitavam de barcos. Inicialmente construíram barcos pequenos.
Com o passar do tempo os barcos que eram construídos já eram de porte cada vez maior. Assim, começaram a comerciar com os outros países do Mediterrâneo.
Um dos principais produtos do comércio fenício era a púrpura, retirada de um molusco. Seu preço era tão elevado, que somente os reis, os príncipes e os mais ricos podiam adquiri-la.
Foi daí que veio, a expressão de que a púrpura é uma cor real.
Pouco a pouco os fenícios se tornaram os melhores marinheiros, sua facilidade e técnica para construção de navios eram invejáveis, suas embarcações chegaram a ter 20 metros, de remo e vela ao mesmo tempo, em que cruzaram o Mediterrâneo. Seus deslocamentos pelo mar eram  constantes, foram até o Atlântico e chegaram às Ilhas Britânicas, à procura de estanho.
                                                 Modelos de embarcação fenício
Foi na África do Norte, que fundaram uma cidade - Cartago - que se tornou rival da poderosa Roma.
À medida que se tornavam melhores negociantes, os fenícios faziam o comércio de roupas de lã e de linho, de jóias, de pedras preciosas, de perfumes e de especiarias.
Como a maior parte dessas matérias-primas (lã, marfim, ferro, estanho, ouro e prata) eles não produziam, iam buscar esses produtos em outras localidades.
Assim, possibilitou que os artesãos fizessem enfeites de prata e de bronze, vidros de perfume, pratos de ouro, objetos de marfim e cerâmica etc.
A maioria desses produtos eram comercializados com a Mesopotâmia, o Egito, a Grécia, a Pérsia e Roma.

                                                 Modelos de embarcação fenício
Foi assim que os fenícios desenvolveram-se na costa mediterrânea três portos: Tiro, Biblos e Sídon. Sídon era conhecida por seu vidro e Bilblos pela produção de papiro, matéria usada para escrever e fazer livros, antes da invenção do papel.
Tiro tornou-se conhecida por sua púrpura. A cidade era construída em ilhas a certa distância da terra firme. O abastecimento de água era difícil. Um dos primeiros aquedutos do mundo foi construído para levar água a essa cidade.
Além de Cartago, os fenícios também colonizaram as ilhas da Sicília e Sardenha no Mediterrâneo.
As cidades fenícias eram independentes umas das outras, com governantes, leis e comércio próprios.
Na maioria das vezes os reis que governavam essas cidades recebiam auxílio dos ricos comerciantes e proprietários de embarcações, pois essa classe possuía uma grande influência em suas cidades.
Assim, as relações sociais na fenícia eram dividas por camadas privilegiadas e não privilegiadas:
Reis e seus familiares, os ricos comerciantes, sacerdotes e nobres, formavam as camadas privilegiadas.
Já as camadas não privilegiadas eram constituídas pelo pequenos comerciantes, artesãos, pescadores, marinheiros, agricultores e escravos.
O que difere a sociedade fenícia de outras sociedades do Oriente Antigo é que se pequenos comerciantes e artesãos conseguissem enriquecer, passavam a fazer parte da camadas privilegiadas, portanto, podemos dizer que existia uma mobilidade social.
No período de 2600 a 1200 a. C., os fenícios foram dominados pelos egípcios, estes, os obrigavam a pagar impostos elevados e a seguir seus modelos de arte e religião.
O interessante é que os egípcios não impediram que os fenícios continuassem a comercializar livremente com outros povos, o que foi importante para sua sobrevivência.
Assim, mesmo após a dominação egípcia, os fenícios alcançaram um grande desenvolvimento econômico, passando a controlar o comércio no Mediterrâneo.
Já no século VIII a. C., foi a Assíria que conquistou a Fenícia, que, em 612 a. C., passou a fazer parte do II Império Babilônico.
Mais tarde, por volta de 539 a. C., foram os persas que dominaram a II Império Babilônico, consequentemente o território dos fenícios.
Duzentos anos se passaram, quando os macedônios comandados por Alexandre, o Grande, ocuparam as cidades fenícias, que a partir daí entraram em decadência.
No século II a. C., foram os Romanos que ao expandir seu império, conquistaram a Fenícia e suas colônias.
Com podemos notar, os fenícios não tiveram grandes guerreiros, grandes políticos, não tiveram grandes sábios, nem artistas famosos. 
Mas seu papel na história foi de importância considerável.
Em contatos com outros povos, aprenderam a escrita hieroglífica dos egípcios e a cuneiforme dos sumérios. Como necessitavam de uma forma prática e simples de escrita, para que suas negociações comerciais fossem registradas, adaptaram alguns símbolos dessas escritas e criaram um alfabeto com 22 letras, tornando o ato de escrever mais simples e rápido.
Foram os fenícios que divulgaram seus hábitos, costumes, conhecimentos e língua dos diversos povos com os quais mantinham contato.
Por isso são chamados, as vezes, de missionários da civilização.
Transmitiram aos gregos o alfabeto, que depois foi aperfeiçoado.
Também levaram aos gregos conhecimentos de matemática e astronomia adquiridos com os egípcios e com os povos da mesopotâmia.
Atualmente o Líbano é o país que ocupa o território que pertencia a antiga fenícia.

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