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sábado, 19 de abril de 2014

As relações entre os Estados Unidos e a América Latina.


As relações entre os Estados Unidos e a América Latina

Durante o século XIX, o proverbial isolacionismo norte-americano era apenas uma figura de retórica. Contatando a China, abrindo os portos japoneses e anexando as ilhas havaianas, os Estados Unidos contrapunham a prática à retórica. Seu extraordinário crescimento industrial impeliu-o para a corrida colonialista. Nesse momento, o que todos tinham suposto ser apenas oratória, mostrou-se de extrema serventia prática: a Doutrina Monroe.

Charge sobre a Doutrina Monroe.


                                                           Charge sobre a Doutrina Monroe.

Resumida na célebre frase “a América para os americanos”, a Doutrina Monroe deu o tom para consolidar o “Destino Manifesto” dos Estados Unidos. Idealizada para evitar ingerências europeias em assuntos americanos, serviu de pretexto para os Estados Unidos efetuarem intervenções no continente. No final do século XIX, ela justificava a tentativa de contrabalançar a influência de outros países sobre a América Latina. Logo se criaram os protetorados de Cuba e Porto Rico, herança da Guerra Hispano-americana (1898). Uma ação mais efetiva dos estados Unidos foi inaugurada com Big Stick (grande porrete), no início do século XX. 

Big Stick (grande porrete)

Acionado pelo então presidente Theodore Roosevelt (Corolário Roosevelt), o Big Stick se caracterizava por sucessivas intervenções sempre que houvesse problemas e desordens nas nações latino-americanas. Dessa política, um clássico exemplo é a questão do canal do Panamá.

Canal do Panamá.

A recomposição mundial após a Primeira Guerra tornou inadequado o intervencionismo do Big Stick. A diplomacia e o controle indireto pareciam melhores para a segurança dos Estados Unidos. Daí o Corolário Roosevelt ser substituído pela Política da Boa Vizinhança. A influência europeia recuou e abriu maiores espaços para os norte-americanos, panorama que se consolidou também durante a Segunda Guerra Mundial. O início da Guerra Fria, todavia, recuperou os mecanismos intervencionistas. O temor da expansão socialista, especialmente após a revolução cubana, justificou o recrudescimento do “Estado policialesco” , papel que os Estados Unidos desempenharam sob o pretexto da defesa do “mundo livre”.

Considerações estratégicas e econômicas mantiveram, às vezes à custa de golpes de estado, a hegemonia norte-americana. O desenvolvimento da Coexistência Pacífica e a abertura da União Soviética, contudo, criam novas expectativas. À queda dos ditadores sobrepõe-se um caminho ainda obscuro aos países latino-americanos. As questões da liberdade e do subdesenvolvimento se somam aos vícios e ao nepotismo dos governos. É o início de uma luta surda para escapar à herança de colonizadores tão pouco “corteses”.
Fonte: História Geral de Hilário Fanco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.

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