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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Revoluções Liberais de 1830 e 1848.

Alguns textos sobre as Revoluções Liberais de 1830 e 1848.



Revoluções Liberais de 1830 e 1848 – Movimentos revolucionários de caráter liberal e burguês que eclodem em vários países da Europa no século XIX. Têm início em 1830, na França, e se espalham pelo continente. Em 1848, o movimento ressurge com a participação organizada do proletariado industrial. As Revoluções Liberais são um prolongamento da Revolução Francesa, pois consolidam o poder da burguesia. Têm em comum o nacionalismo, na busca de independência e identidade nacional; o liberalismo, que almeja a expansão social, econômica e política; e, a partir das revoluções de 1848, o socialismo, pregando a igualdade social e econômica por meio de reformas radicais.

Revoluções de 1830

Revoluções de 1830 – Com a queda do Império Napoleônico (1815), a monarquia francesa é restaurada sob a dinastia dos Bourbon. Em 1830, após o rei Carlos X suspender a liberdade de imprensa, dissolver a Câmara e convocar eleições, revoltas explodem pelo país. Vitoriosos, os burgueses levam ao trono um Orléans: Luis Felipe I.
A derrubada dos Bourbon estimula o surgimento de várias outras insurreições pela Europa. Em 1831, a Bélgica liberta-se da Holanda. Entre 1830 e 1831, movimentos nacionalistas eclodem na Polônia, sendo abafados pelos russos. Em 1832, a Grécia torna-se um Estado independente e iniciam-se agitações em várias partes da Alemanha e Itália.


Revoluções de 1848

Revoluções de 1848 – Na França, com a crise econômica, o desemprego e a falta de liberdade civil, cresce a oposição à monarquia. Uma insurreição força a proclamação da 2ª República, em fevereiro de 1848, instalando no poder um governo provisório com maioria burguesa liberal e socialista. Apesar da conquista de liberdades democráticas, a condição de vida do proletariado pouco muda, levando-o à nova revolução em junho, reprimida pelas tropas oficiais. Em novembro, fica pronta a Constituição republicana e, em dezembro, ocorre a primeira eleição presidencial direta na França, vencida por Luis Bonaparte (1808-1873), sobrinho de Napoleão (1769-1821). Em 1851, Luis Bonaparte dá um golpe de Estado e, no ano seguinte, proclama-se Napoleão III, instaurando o 2º Império.
A onda revolucionária na Itália surge com o nome de Risorgimento. Tem como bandeiras a luta contra a dominação austríaca, as reformas liberais e a unificação do reino. Em 1848, a revolta eclode no reino das Duas Sicílias, alastrando-se por Lombardia, Veneza, Piemonte e Estados Pontifícios. O movimento Jovem Itália, liderado por Giuseppe Mazzini (1805-1872), proclama a república em Veneza; Giuseppe Garibaldi (1807-1882), à frente dos Camisas Vermelhas, faz o mesmo em Roma. A revolução fracassa com a reação de tropas austríacas, que controlavam a Itália.
Na Alemanha, os ideais revolucionários incitam a burguesia e os trabalhadores contra o poder constituído. Em março de 1849 é aprovada a Constituição alemã. Ela determina que o imperador compartilhe o governo com o Parlamento (Reichstag). Mas os conservadores reagem, com a retirada dos deputados prussianos e austríacos da Assembléia Constituinte, que é dissolvida. O Exército reprime novas insurreições e a nação volta à hegemonia austro-prussiana.
Aproveitando a onda revolucionária, a Hungria proclama sua independência do Império Austríaco dos Habsburgo, em 1848, e estabelece um governo democrático, que logo é reprimido com violência por tropas austríacas.
Mesmo consolidando o poder da burguesia em vários países, as revoluções de 1830 e 1848 não acabam com a miséria dos trabalhadores. Com o surgimento do socialismo, a consciência proletária vai tomando corpo e nascem os primeiros partidos e sindicatos operários.
Fonte: www.vaicomtudo.com
Outro texto: Revoluções Liberais de 1830 e 1848.
A reação europeia, conduzida pelo Congresso de Viena e pela Santa Aliança, não conseguiu estancar o movimento revolucionário iniciado na segunda metade do século XVIII. As revoluções da América luso-espanhola foram bem-sucedidas e a Grécia se libertou do julgo turco.
Por volta de 1830, uma nova onda revolucionária abalou a Europa: na França, Carlos X, sucessor de Luís XVIII, foi obrigado a abdicar do poder; a Bélgica, dominada pela Holanda, rebelou-se, proclamando sua independência; na Itália, as associações revolucionárias impuseram uma Constituição; na Alemanha eclodiram movimentos liberais constitucionalistas; a Polônia tentou obter sua independência.
Essas revoluções provocaram um golpe violento na reação representada pela Santa Aliança, aniquilando-a. Além disso, outros fatores podem ser arrolados para explicar o problema. Entre 1846 e 1848, as colheitas na Europa Ocidental e Oriental foram péssimas. Os preços dos produtos agrícolas subiram violentamente e a situação das classes inferiores piorou.
Ao mesmo tempo, verificava-se uma crise na indústria, particularmente no setor têxtil. O aumento da produção ocasionou a superprodução. A crise na agricultura diminuiu ainda mais o consumo dos produtos manufaturados pelo empobrecimento dos camponeses. A paralisação das atividades fabris resultou em dispensa dos trabalhadores e redução nos salários, exatamente quando os preços dos gêneros de primeira necessidade subiam vertiginosamente.
Os recursos financeiros dos países europeus foram carreados para a aquisição de trigo na Rússia e Estados Unidos. Isto afetou os grandes empreendimentos industriais e a construção das estradas de ferro, em franco progresso na oportunidade. A paralisação das atividades nestes setores arrastou outros, provocando a estagnação econômica geral.


A crise variou de país para país. 
Na Itália e Irlanda foi mais agrária; na Inglaterra e França, industrial, bem como na Alemanha. A miséria gerou o descontentamento político. A massa dos camponeses e proletários passou a reclamar melhores condições de vida e maior igualdade de recursos.
No fundo, constituíam-se ideias socialistas, mas como não existia um partido socialista organizado que pudesse orientar estas classes, coube aos liberais e nacionalistas, compostos pela burguesia esclarecida, exercerem a oposição ao governo, contando com o apoio da massa, sem orientação própria.



França
Luís Felipe fora colocado no trono da França pela Revolução de 1830, representando os ideais da burguesia e tendo por objetivo conciliar a Revolução com o Antigo Regime. A oposição popular ao regime era manifesta. 
Em 1834 deu-se a insurreição dos operários de Lyon. As tendências republicanas ganhavam adeptos através das várias sociedades políticas fundadas com este propósito.
A oposição não era somente popular. Havia muitos partidários da volta de Carlos X, exilado desde 1830.
Os antigos correligionários de Napoleão acercavam-se de Luís Bonaparte, seu sobrinho.
O partido socialista opunha-se ao governo, propondo reformas. Seus líderes, Louis Blanc, Flocon e Ledru-Rollin iniciaram em 1847 uma campanha em todo o país visando à reforma eleitoral. 
A forma encontrada para a difusão da campanha foram os banquetes nos quais os oradores debatiam a questão.
Em 22 de fevereiro, o ministro Guizot proibiu a realização de um banquete, o que provocou a eclosão da revolta. Surgiram as barricadas nas ruas com o apoio de elementos da Guarda Nacional. A revolta ganhou vulto. Guizot foi demitido em favor de Thiers, que nada resolveu. A Câmara foi invadida e os deputados fugiram. Luís Felipe abdicou. 
O governo provisório foi organizado e proclamou a Segunda República da França, com a participação de burgueses liberais e socialistas. No dia 23 de abril, realizou-se a primeira eleição na Europa com o voto universal masculino, direto e secreto.
A crise econômica, entretanto, não fora debelada; pelo contrário, se agravara. O governo provisório, a fim de ofertar trabalho aos desempregados, criara as "oficinas nacionais", empresas dirigidas e sustentadas pelo Estado. O pagamento dos salários era coberto com a elevação dos impostos, o que redundou em crise maior.
O fechamento destas oficinas fez voltar à rua o proletariado. Tentou-se fazer uma revolução dentro da própria revolução. A Assembléia delegou poderes excepcionais ao general republicano Cavaignac, que abafou violentamente a revolta. Dezesseis mil pessoas foram mortas e quatro mil deportadas. A questão operária foi resolvida segundo os interesses da burguesia.
Em 12 de novembro de 1848 foi promulgada uma nova Constituição. O presidente da República seria eleito por quatro anos, sendo Luís Napoleão o primeiro presidente eleito. 
Em 1851 deu um golpe político, implantando o II Império da França, assumindo o governo com o título de Napoleão III.

Itália
A Itália, em 1848, estava dividida em vários Estados, todos eles com governo tipicamente despótico. A crítica a este regime era conduzida pelas sociedades secretas, principalmente a Carbonária. Ao mesmo tempo, reformas liberais visavam à unificação dos Estados italianos. Para tanto, seria preciso expulsar os austríacos, que desde o Congresso de Viena adquiriram supremacia sobre a Itália.
Em janeiro deu-se uma revolta no Reino das Duas Sicílias. O rei Fernando II foi obrigado a conceder uma Constituição, o mesmo ocorrendo na Toscana e no Estado papal.
No reino de Lombardia iniciou-se séria oposição aos austríacos. O rei de Piemonte, Carlos Alberto, tomou a liderança da revolta, declarando guerra aos austríacos. 
Os exércitos austríacos obtiveram duas vitórias (Custozza e Novara), forçando Carlos Alberto a abdicar em nome de seu filho Victor-Emanuel II. A repressão implantada pelos austríacos foi violenta em toda a península. A tentativa liberal e nacionalista dos italianos tinha sido frustrada.

Alemanha
A Alemanha, depois do Congresso de Viena, passara a constituir uma Confederação composta por numerosos estados, cuja política exterior era coordenada por uma Assembléia que se reunia em Frankfurt. A Prússia e a Áustria lideravam esta Confederação.


Visando à maior integração entre os Estados germânicos foi criado, em 1834, o Zollverein, espécie de liga aduaneira que liberava a circulação de mercadorias nos territórios dos membros componentes, em torno da Prússia e sem a participação da Áustria.
Esta política econômica estimulou o desenvolvimento industrial, que por sua vez acentuou o nacionalismo germânico, o desejo de independência e de união política.O mesmo aspecto liberal e nacionalista que vimos aparecer na Itália também se manifestava lá.
Na Prússia, em 18 de março de 1848, verificou-se extraordinária manifestação popular diante do palácio real, provocando a reação das tropas. O movimento alastrou-se e Frederico Guilherme, rei da Prússia, teve de se humilhar prometendo uma Constituição ao povo insurgido.
Vários Estados juntaram-se ao movimento, aproveitando a oportunidade para tentar a unificação política. 
Em março, reuniu-se em Frankfurt uma assembléia preparatória para um Parlamento representativo, que deveria iniciar seus trabalhos legislativos em maio.
Os príncipes alemães aproveitaram-se da divisão entre os revolucionários para retomar o poder abalado. 
Em novembro de 1848, Berlim foi tomada e a Constituinte dissolvida pelo exército. O movimento liberal fora abafado.
A Assembléia de Frankfurt decidiu eleger como imperador o rei da Prússia, que recusou por se considerar rei por vontade de Deus. Propôs, entretanto, aos príncipes alemães a criação de um império. 
A Áustria, em 1850, impôs à Prússia o recuo nesses projetos e em qualquer mudança da ordem existente.



Áustria
O Império austríaco dos Habsburgos era muito heterogêneo. Estava com- posto por alemães, húngaros, tchecoslovacos, poloneses, rutenos, romenos, sérvios, croatas, eslovenos e italianos. 
Destes povos, somente os húngaros tinham certa autonomia. Os mais numerosos, húngaros e tchecos, conscientes de sua individualidade, buscavam reconhecimento imperial.
Os alemães da Áustria reclamavam contra o governo de Metternich. Insurgiram-se estudantes, burgueses e trabalhadores, forçando a queda do chanceler e a convocação de uma Assembléia Constituinte.
Os eslavos seguiram o exemplo. Orientados por Palcky, convocaram uma reunião dos povos eslavos em Praga para 2 de junho. 
O congresso paneslavita foi dissolvido militarmente. Viena foi tomada, formando-se um governo absoluto após ter sido bombardeada, sendo implantado um regime de perseguição policial.
Fonte: www.algosobre.com.br




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