A
União Ibérica
O
jovem rei de Portugal, D. Sebastião, morreu combatendo os árabes no norte da
África. Sua derrota em Alcácer-Quibir, em 1578, levou ao trono português o
velho Cardeal D. Henrique, que faleceu dois anos depois, também sem deixar
descendentes. Abriu-se então uma intensa disputa pela Coroa lusitana, vencida
afinal por Filipe II, rei da Espanha, da
família Habsburgo.
D. Sebastião em pintura atribuída a Cristóvão de Morais.
Batalha de Alcácer-Quibir, 1578. in: Miscellanea (Miguel Leitão de Andrade, 1629)
Cardeal Dom Henrique Cardeal Rei
Felipe II
A
nobreza e a burguesia portuguesas, atraídas pelas riquezas espanholas, apoiaram
a nascente União Ibérica. A partir de
1580, toda a península estava ligada a uma só Coroa. Um imenso império,
que envolvia todos os cinco continentes, passou a traduzir a nova dimensão do
poderia ibérico.
No
entanto, um ano após a união dinástica, já ocorria a primeira perda do império
filipino. Parte dos Países Baixos, sob a liderança da Holanda, desligou-se de
Madri, capital do império, proclamando a República das Províncias Unidas, uma
perda que os espanhóis tentariam reverter, inutilmente, durante anos. Parceiros
comerciais de Portugal, os holandeses financiavam e distribuíam grande parte do
açúcar brasileiro. Mas a nova situação política em que ambos se encontravam
trouxe mudanças nas relações entre esses dois Estados. A partir de 1624,
ataques a possessões de Portugal, sobretudo em áreas canavieiras do Brasil e de
obtenção de escravos na África, puseram frente a frente holandeses e
portugueses. Por trinta anos, luso-brasileiros envolveram-se em lutas pela
retomada de áreas ocupadas no Brasil e na África.
Por
volta de 1620, a situação dos domínios filipinos começou efetivamente a se
alterar: a prata americana já não era mais tão abundante; Estados europeus
rivais continuavam a fustigar importantes possessões imperiais; e as sucessivas
guerras enfraqueciam as finanças reais, gerando descontentamentos e revoltas
internas. Para as classes dominantes portugueses já não era tão atraente a
integração com a Espanha, pois sua riqueza diminuía e as revoltas das camadas
populares aumentavam.
Os
problemas econômicos tornaram-se, assim, a principal causa da Restauração, que
iria desvincular novamente Portugal dos domínios espanhóis. Em 1640 era afinal
aclamado um novo rei português, dando início a lutas que só terminariam em
1668.
Fonte: História do Brasil - Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.
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