A
economia na época da Restauração
A
segunda metade do século XVII assiste ao fim da hegemonia ibérica. Franceses,
ingleses e holandeses, com o estabelecimento de seus próprios impérios
coloniais, tornam-se as principais potências de um jogo internacional do qual
os ibéricos passam a ser peças secundárias. O poderio português estava abalado
pelas invasões holandesas e pela guerra da Restauração e o comércio com o
Oriente declinara drasticamente. Lutando em várias frentes, e diplomaticamente
isolado, Portugal recorre à Inglaterra, que dá seu apoio militar e político ao
abatido reino lusitano em troca de alguns domínios e de acordos comerciais
vantajosos. Começava assim uma subordinação que avançaria pelos séculos
seguintes.
Os
holandeses, expulsos do Nordeste brasileiro em 1654, expandiram a produção de
açúcar nas Antilhas, em suas próprias possessões ou em consórcios com ingleses
e franceses. A produção holandesa, que contava com diversas refinarias,
capitais e uma grande rede de distribuição, acabou por afetar diretamente os
negócios luso-brasileiros.
NOVAES, Carlos Eduardo & LOBO, César.
História do Brasil para principiantes. São Paulo, Ática, 2003. P. 49.
No
entanto, ainda que o preço do açúcar não tenha acompanhado as altas de outros
produtos, sobretudo dos escravos, em vários momentos do século XVII não houve
uma queda generalizada da atividade açucareira. Ocorreu mesmo um aumento das
áreas produtoras, que continuavam a ser essenciais para as finanças imperiais.
Assim, e apesar das dificuldades, a economia colonial tornava-se cada vez mais
complexa. A pecuária estendia-se para o interior, o tabaco mantinha-se entre as
principais exportações e o algodão, usado internamente para a fabricação de
tecidos grosseiros, começava a ganhar alguma destaque.
Para
continuar suprindo suas necessidades, o império português passou, então, a
exercer um controle maior sobre a colônia. São então criadas Companhias de
Comércio, nas quais grandes comerciantes detinham o monopólio dos negócios das
principais regiões exportadoras da América portuguesa. As tensões internas,
alimentadas por oposições às medidas metropolitanas, não tardariam a se
manifestar.
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