A Civilização helenística
O
próspero período clássico não levou ao surgimento de um espírito nacionalista e
ao estabelecimento de uma unidade política entre as Cidades-Estados gregas.
Pelo contrário, a prosperidade geral de alguma forma acentuou as disputas
internas e permitiu que, em 338 a. C., toda a Grécia fosse submetida por Filipe
da Macedônia.
Filipe da Macedônia
Seu
filho e sucessor, Alexandre Magno, em poucos anos conquistou o vasto e poderoso
Império Persa e parte da Índia, constituindo o maior império conhecido até
então. Mas esse vasto território não sobreviveu unido à morte prematura do
conquistador: seus generais dividiram o império em três reinos, que,
enfraquecidos por lutas internas, foram submetidos por Roma nos séculos II e I
a. C. Portanto, a obra política de Alexandre foi efêmera, mas a fusão de
elementos gregos e orientais propiciada por suas conquistas deu origem a um
mundo novo, a civilização helenística.
Alexandre Magno
Mapa mostra os domínios conquistados pelo Império Macedônio
No
plano econômico, ela significou uma expansão das atividades mercantis e
artesanais, facilitadas pela unidade política criada por Alexandre naqueles
extensos territórios. Assim, desenvolveu-se uma economia internacional, com
cada região se especializando em determinadas atividades e havendo intensa
troca de mercadorias entre elas. Prenunciava-se a vida econômica do Império
Romano. Se até o final do século III a. C. a Grécia beneficiou-se com as
conquistas alexandrinas que abriram grandes mercados aos seus produtos e
proporcionaram grandes pilhagens aos seus soldados, depois desse período ela
passou a segundo plano. O eixo econômico deslocou-se para as regiões orientais,
donas de recursos naturais e de população bem maiores.
Farol de Alexandria
Colosso de Rodes
No
plano cultural, a fusão entre o dinamismo dos gregos e o tradicionalismo dos
povos orientais egípcios, mesopotâmicos e persas produziu resultados
importantes. Nas artes predominaram a suntuosidade oriental, em obras como o
Farol de Alexandria e o Colosso de Rodes, e o equilíbrio grego, em obras como a
Vênus de Milo. A filosofia grega, influenciada por certo fatalismo da visão de
mundo dos orientais, levou a correntes de pensamento mais adequadas àquele
momento: o estoicismo, que pregava a aceitação do destino, o ceticismo, que
negava a possibilidade de se chegar à verdade, o cinismo, que defendia o
desprezo à convenções sociais. Nas ciências, os conhecimentos teóricos dos
gregos e o pragmatismo dos orientais permitiram o despontar de grandes nomes,
como Euclides na Geometria, Arquimedes na Física, Aristarco de Samos na
Astronomia.
Fonte: História Geral - Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.
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