O Mundo bipolarizado - A luta entre URSS e EUA
Com
a rendição do Japão em agosto de 1945, encerravam-se as operações militares da
Segunda Guerra Mundial. Porém, uma dúvida pairava no ar: a guerra havia mesmo
acabado? Estranhamente, as tropas não se desmobilizavam e as indústrias bélicas
não reduziam suas atividades. Internacionalmente, apesar da criação da ONU
(1945), assentava-se um clima de insegurança e instabilidade. O capitalismo e o
socialismo, aliados da véspera contra os fascismos, retomavam seu confronto.
Voluntariamente ou não, o mundo se bipolarizava ao redor dos Estados Unidos e
da União Soviética. Conflito ideológico, militar, político, a Guerra Fria se
instalava.
Primeira reunião do Conselho de Segurança da ONU, em 17 de janeiro de 1946, em Londres, Inglaterra.
EUA X URSS
Detendo
até 1949 o monopólio nuclear, os Estados Unidos tomam a dianteira. A Doutrina
Truman assegurava o auxílio norte-americano aos países que sofressem ameaças
socialistas; o Plano Marshall reconstruía a Europa ocidental. O terror mundial
aumentava diante das réplicas soviéticas: desce a Cortina de Ferro a partir da
Tcheco-Eslováquia; o Cominform queria coordenar o socialismo internacional; o
Comecon propunha a integração econômica do bloco vinculado a Moscou.
O
bloqueio de Berlim, a vitória de Mao Tsé-tung na China e a ascensão soviética à
condição de potência nuclear, em 1949, aumentavam a tensão. Os Estados Unidos
organizam, então, a OTAN; e a União Soviética responde com o Pacto de Varsóvia
(1955). Tratava-se de uma batalha entre surdos e mudos: não havia declaração
formal de hostilidades, que se efetivavam na prática.
No dia 4 de abril de 1949, foi assinado o acordo que criava a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Pacto de Varsóvia
O Pacto de Varsóvia foi assinado em 14 de maio de 1955, tornando real a divisão que já havia no mundo desde a Segunda Guerra Mundial
Por
sorte, o confronto não foi cego: a ameaça de um embate nuclear levou Estados
Unidos e União Soviética a se enfrentarem através de terceiros. Palmo a palmo,
foram disputados os pontos estratégicos. A Guerra da Coréia trouxe a imagem do
apocalipse, mas o incêndio foi controlado a tempo. Seu maior saldo foi detectar
a existência de um perigoso equilíbrio entre os blocos.
A
instalação do “telefone vermelho” ligando Washington a Moscou rompeu o silêncio
dos mudos, mas o som era ainda pouco audível. Moscou abateu um avião U-2
norte-americano sobre sue território; o Oriente Médio e o Vietnã assistiram à
crescente escalada norte-americana. Na América Central, São Domingos não teve a
mesma sorte que Cuba contra os norte-americanos. Por seu turno, a Hungria e a
Tcheco-Eslováquia sentiram o peso dos tanques soviéticos. Na África e na Ásia
começava o refluxo das metrópoles. Símbolo da divisão do mundo, o muro da
vergonha em Berlim ainda não podia ser pichado em um de seus lados. Adiava-se o
apocalipse; “os vivos ainda enterrariam seus mortos”.
Fonte: História Geral de Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.
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