Nada é Definitivo!

"Como o nome do Blog diz, não existe uma única verdade, portanto, sempre temos que investigar tudo o que nos dizem sobre a história, para que possamos chegar mais próximos de uma verdade. Este blog é apenas um dos vários caminhos que existem, sejam bem vindos."

quinta-feira, 29 de maio de 2014

NEOCOLONIALISMO


O que é Neocolonialismo?
Processo de dominação política e econômica das potências capitalistas sobre determinada nação.
Um bom exemplo foi o que ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial.

Segue alguns textos sobre o tema:
O Neocolonialismo
Durante o século XIX, principalmente em sua segunda metade, desenvolveu-se um processo de conquistas sobre a África e Ásia, denominado Neocolonialismo. Praticamente todo o continente africano foi conquistado, exceção à Etiópia e a Libéria, pelas potências europeias. Os territórios dominados por Portugal e Espanha eram os mais antigos.

O Neocolonialismo foi a principal expressão do imperialismo, forma assumida pelo capitalismo a partir da Segunda Revolução Industrial. O domínio das potências europeias não foi apenas econômico, mas completo, ou seja, militar, político e social, impondo à força um novo modelo de organização do trabalho, que pudesse garantir, principalmente, a extração de minérios, para as industrias da Europa. `A violência militar e a exploração do trabalho, somam-se as imposições sociais, incluindo a disseminação do cristianismo entre os povos nativos, num processo de aculturação e na maioria dos casos, de destribalização.

Do ponto de vista ideológico, o neocolonialismo foi justificado por uma teoria racista, que julgava que os povos asiáticos e, principalmente africanos, não poderiam, sozinhos, atingir o progresso e o desenvolvimento, cabendo ao europeu levar-lhes essa possibilidade.
Essas características, que compõem o quadro de exploração afro-asiático, refletiam a nova ordem da economia a partir do século XIX, quando a burguesia tornou-se hegemônica em alguns países. Essa classe proprietária, possuía o poder econômico, passou a servir de modelo social e, por último, conquistou o poder político. A hegemonia burguesa e a rápida industrialização deu origem aos grandes conglomerados empresariais e ao capitalismo monopolista, que passou a buscar mercados monopolizados.
A Partilha Afro-asiática foi um processo desigual, tendo a Inglaterra formado um verdadeiro Império Colonial, ao passo que, Alemanha e Itália (que se unificaram tardiamente) ficaram com um número menor de territórios, fato que é considerado uma das causas para a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
Um dos processos mais destacados durante o avanço do imperialismo foi a abertura dos mercados chineses, primeiro através da Guerra do Ópio (1839-42), que terminou com a derrota da China, que foi forçada a aceitar o Tratado de Nanquim, pelo qual os chineses se comprometiam a abrir cinco portos ao comércio inglês, destacando-se Xangai e Cantão, e além disso cediam o de Hong Kong. Na década de 50, uma intervenção franco-britânica obrigou o governo chinês a fazer novas concessões. Pelo Tratado de Pequim (1860) abriram-se 11 outros portos no país e foram ampliadas as vantagens aos comerciantes estrangeiros.
O Domínio econômico estrangeiro e a fraqueza do Império, fez surgir no país, diversos movimentos de cunho nacionalista, que atingiu o auge em 1900, quando os representantes estrangeiros em Pequim foram perseguidos e, em resposta, houve a intervenção militar conjunta da Inglaterra, França, EUA, Rússia, Alemanha e Japão.
Fonte – historianet.com.br

Outro texto sobre o assunto:
Neocolonialismo
Entre os séculos XVI e XVII, os interesses econômicos europeus estavam direcionados essencialmente para a América, em busca de mercados fornecedores de produtos tropicais e metais preciosos. 
Portugal e Espanha assumiram a liderança no colonialismo, orientados pela política econômica mercantilista e sustentada pelo monopólio do pacto colonial. No entanto, a industrialização europeia nos séculos XVIII e XIX obrigou as metrópoles a buscarem novos mercados consumidores, diante da produção em grande escala, substituindo o exclusivismo comercial pela política econômica liberal. 

A Difusão da Indústria 
No início do século XIX, a industrialização que havia se iniciado na Inglaterra começou a expandir-se para outras regiões. 
A Bélgica iniciou sua industrialização precocemente graças aos investimentos ingleses e à abundância de carvão e ferra na região. 
Na França, a estrutura do Antigo Regime dificultava o desenvolvimento industrial. Com a revolução de 1789, a burguesia capitalista assumiu o poder, mas foi a partir de 1830, no governo de Luís Felipe, que a revolução industrial francesa tomou corpo, desenvolvendo-se efetivamente com Napoleão III durante o Segundo Império. Entretanto, a ausência de carvão e a perda de ricas jazidas de ferro da Alsácia-Lorena para a Alemanha dificultaram o processo. 
A Alemanha e a Itália encontraram condições favoráveis para o desenvolvimento de seu parque industrial somente a partir da unificação política, concretizada em 1870. 
Fora da Europa, os Estados Unidos foi o único país da América que encontrou condições de industrializar-se, graças à descoberta de ouro na Califórnia, à Guerra de Secessão e ao investimento de capitais ingleses. No final do século XIX, a produção industrial norte-americana já superava a Inglaterra e a Alemanha. Além disso, o expansionismo dos Estados Unidos chegou ao Japão, cuja modernização provocada pela Revolução Meiji (Era das Luzes), em 1868, assimilou a tecnologia norte-americana, partindo daí para um programa sistemático de industrialização. 

Os Monopólios e as Invenções Tecnológicas 
A industrialização inglesa, no século XVIII, provocou a formação de grandes empresas que passaram a monopolizar a produção, substituindo o capitalismo concorrencial. A partir de 1860, iniciou-se uma segunda etapa da Revolução Industrial. Nessa nova fase, o aço substituiu o ferro como material industrial básico, o vapor deu lugar à eletricidade, e o petróleo passou a ser utilizado como força motriz em lugar do carvão. Destacou-se, também, a introdução de uma maquinaria automática, o crescimento da produção, a extrema divisão do trabalho e uma verdadeira revolução nos meios de transporte e comunicação. 
Nesse momento, o capitalismo industrial foi sobrepujado pelo capitalismo financeiro, originando a concentração de empresas e enormes complexos industriais. Com isso, surgiram grandes conglomerados econômicos, como os trustes, cartéis e holdings. 
O crescimento desenfreado da indústria gerou um grande excedente de produção, que entrou em choque com o desemprego provocado pela larga utilização de máquinas no processo industrial. As grandes potências, visando manter o ritmo de desenvolvimento, necessitavam de mercados. Surgiu, assim, uma expansão imperialista que atingiu principalmente a África e a Ásia, que se tornaram palco de disputas e rivalidades na divisão do mercado mundial. 

A Corrida Colonialista 
A razão básica da colonização era econômica. A Europa tinha vários países passando pela Revolução Industrial, que necessitavam de matérias-primas essenciais para a industrialização, tais como carvão, ferro e petróleo; produtos alimentícios, normalmente carentes na Europa; mercados consumidores para os excedentes industriais; e locais para o investimento de capitais disponíveis na Europa, principalmente na construção de estradas de ferro e exploração de minas. Em termos sociais, a colonização era uma válvula de escape para a pressão demográfica. No plano político, o motivo essencial era a preocupação dos Estados europeus em aumentar seus contingentes militares.

O Processo da Partilha Colonial 
Em 1830, a França deu o primeiro passo na conquista da África. Seus exércitos iniciaram a conquista da Argélia, processo que somente foi completado em 1857. Leopoldo II, da Bélgica, deu novo impulso ao colonialismo, em 1876, reunindo, em Bruxelas, um congresso de presidentes com o objetivo de, segundo ele, difundir a civilização ocidental. 
Os países europeus lançaram-se rapidamente à aventura africana. A França conquistou a Argélia, Tunísia, África Equatorial, Costa da Somália, Madagascar; os ingleses anexaram a Rodésia, União Sul Africana, Nigéria, Costa do Ouro, e Serra Leoa; a Alemanha, que entrou tardiamente na corrida colonial, adquiriu apenas Camerum, África Sudoeste e África Oriental; a Itália anexou o litoral da Líbia, Eritréia e Somália. 
Os antigos países colonizadores da Europa, Portugal e Espanha, ficaram com porções reduzidas: a Espanha, com o Marrocos Espanhol, Rio do Ouro e Guiné Espanhola; Portugal, com Moçambique, Angola e Guiné Portuguesa. 
A Conferência de Berlim, convocada por Bismarck, primeiro-ministro da Alemanha, foi o marco mais importante na corrida colonialista. Sua finalidade primeira foi legalizar a propriedade pessoal do rei Leopoldo II, da Bélgica, sobre o Estado Livre do Congo e estabelecer as regras da partilha da África entre as principais potências imperialistas. 
A corrida colonial africana produziu inúmeros atritos entre os países colonialistas, constituindo-se mesmo num dos fatores básicos do desequilíbrio europeu, responsável pela eclosão da Primeira Guerra Mundial. 

A Penetração Europeia na Ásia 
A Ásia mantivera-se isolada até o século XIX. Apenas alguns portos estavam abertos aos comerciantes ocidentais que aí recebiam os produtos orientais para comercialização no Ocidente, permanecendo, assim, quase que imune às influências ocidentais. 
Essa situação modificou-se radicalmente, no transcorrer do século XIX. Os países ocidentais passaram do simples comércio portuário para a política de zonas de influência, promovendo uma verdadeira partilha. A Rússia era o país mais interessado na expansão territorial da Ásia, devido à proximidade com seu território. 
Os ingleses haviam tomado a Índia dos franceses em 1763, ficando uma companhia inglesa encarregada da exploração. Em 1858, com a revolta dos cipaios (nativos que serviam nos exércitos coloniais) prontamente reprimida, a Índia passou a integrar o Império Britânico. 
Na China, a Guerra do Ópio, motivada pela destruição de carregamentos de ópio pertencentes a súditos ingleses, pelos chineses, permitiu a conquista de Hong-Kong, Xangai, Nanquim. A reação contra a invasão da China partiu de uma sociedade secreta conhecida como boxers, que promoviam atentados contra os estrangeiros residentes na China. As nações europeias organizaram uma expedição conjunta para punir a sociedade e o governo chinês que a apoiava, surgindo daí a Guerra dos Boxers, que completou a dominação da China pelas potências europeias. 
Por outro lado, os japoneses ocuparam a Coréia, e os alemães, a península Chantung, enquanto a França dominava a Indochina. 

A Administração Colonial
Na área de dominação francesa, foram dois os tipos básicos de colonização: colônias e protetorados (situação de um Estado posto sob a autoridade de outro). As colônias ficavam sob direta supervisão do Ministério das Colônias, sendo governadas localmente por um governador geral, responsável pela atividade local. Os protetorados, por sua vez, mantinham elevado grau de autonomia. Praticamente todas as decisões eram tomadas por elementos indígenas, com a supervisão de um representante da metrópole. 
Entre as colônias inglesas, a variedade era muito grande: as colônias da Coroa, que dependiam diretamente da metrópole; as colônias com certo grau de autonomia, com um parlamento eleito localmente; e os domínios, que eram praticamente independentes. 
A forma de organização administrativa nas demais colônias, pertencentes aos outros países europeus, não variava muito em relação aos dois tipos apresentados, isto é, colônias propriamente ditas e dependências semi-autônomas. 

A Exploração Colonial
De uma maneira geral, os países colonialistas da Europa procederam de maneira empírica (sem caráter científico, baseando-se na experiência) na organização do sistema de exploração colonial. 
Os ingleses se constituíram em exceção, porque possuíam um imenso império colonial que lhes permitia uma variedade extraordinária de recursos materiais e humanos. A política livre-cambista, adotada na Inglaterra após 1850, estendeu-se às colônias, uniformizando as relações econômicas. 
A França, por sua vez, adotou uma política tarifária variante. Dependia da colônia e dos tipos de produtos que produzia e consumia. 
A exploração econômica das terras foi concedida a particulares, uma vez que somente as grandes companhias capitalistas tinham condições de empreender a exploração, que necessitava de uma vultosa soma de capitais.
Fonte: historia do mundo.com.br


sexta-feira, 23 de maio de 2014

A transição democrática no Brasil.


A transição democrática no Brasil

Mesmo com a vitória do PMDB no Colégio Eleitoral, o fim da ditadura deu-se de maneira “lenta e gradual”, como havia sido concebido por alguns militares. A aliança com dissidentes do PDS, integrados à nova equipe de governo, permitiu que antigos colaboradores do regime militar permanecessem ainda no poder. A morte súbita de Tancredo Neves levou o então vice-presidente José Sarney à Presidência do país em 1985. Ex-dirigente da Arena e do PDS, seu nome revelava que o governo civil, chamado de “Nova República”, não era assim tão novo.

Tancredo Neves.
José Sarney


A tentativa de estabelecimento de uma ordem democrática impunha a elaboração de uma nova Constituição para remover a legislação do governo militar. Assim, nas eleições estaduais de 1986 foram atribuídos poderes constituintes aos deputados federais e senadores também eleitos. Apoiado no prestígio popular de um plano econômico que se pretendia capaz de resolver os problemas do país a curto prazo, o PMDB elegeu quase a totalidade dos governadores. No Congresso Constituinte, ainda que sua bancada estivesse extremamente dividida em termos ideológicos, obteve a maioria absoluta dos parlamentares. Inchado pelo ingresso de políticos recém-saídos do PDS (que se enfraquecia enquanto terminava o governo militar do qual era apoio), o PMDB, maior partido brasileiro, estava agora dominado por conservadores, ex-aliados e simpatizantes do antigo regime. A Constituição refletiria essa composição.

As primeira eleições diretas para a Presidência da República só seriam marcadas para 1989, e seu resultado demonstrou o desgaste do PMDB junto ao eleitorado. Co-responsável por um governo instável e pela grave crise econômica do país, o candidato do partido, Ulysses Guimarães, um dos principais líderes da oposição durante a ditadura, amargou uma votação inexpressiva. Suplantando os candidatos considerados favoritos e habilitando-se para disputar o segundo turno das eleições, no primeiro turno surpreenderam o país Fernando Collor de Mello, ex-prefeito de Maceió (nomeado durante o governo militar) e ex-governador de Alagoas (eleito pelo PMDB), e o metalúrgico Luís Inácio Lula da Silva, um dos fundadores do PT.
Ulysses Guimarães
Fernando Collor de Mello
Luís Inácio Lula da Silva

Povo nas ruas pedindo o Impeachment do Collor.



A Sociedade brasileira esperava por mudanças reais, e os dois candidatos foram os que melhor souberam canalizar essa expectativa. Depois de uma disputa acirrada e tensa, em que o eleitorado brasileiro praticamente dividiu-se ao meio, Fernando Collor conseguiria eleger-se presidente do Brasil. Essas eleições, as primeiras depois de vinte e nove anos, marcaram uma nova tentativa de consolidação do regime democrático representativo numa formação histórica enraizadamente autoritária. O principal teste da democracia brasileira, entretanto, viria quase três anos depois. Diante das evidências de corrupção no governo, o Congresso, obedecendo as regras constitucionais, afastou Collor da presidência. Impeachment.
Fonte: História do Brasil de Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.

Novas Linhas de Rumo - lutas entre capitalismo e socialismo.


Novas linhas de rumo – lutas entre capitalismo e socialismo.

O término da Segunda Grande Guerra não trouxe a paz. A bipolarização que a ela se seguiu encerrou definitivamente o eurocentrismo, passando as rédeas para as mãos dos Estados Unidos e da União Soviética através da Guerra Fria. Em Berlim, na Coréia e em Cuba, o mundo se aproximou perigosamente do conflito nuclear. O capitalismo caçou bruxas e o socialismo levou o inverno às primaveras do Leste europeu. A Europa ocidental não se submetia facilmente aos desejos de Washington; Moscou se atritava com Pequim. Existiam outras trilhas que não eram as americanas ou soviéticas: os países não alinhados ganhavam terreno. A verdade retomou sua ambiguidade e dialética.

EUA  X  URSS


A igualdade destrutiva dos blocos força um triunfo da razão: é melhor coexistir pacificamente. O capitalismo faz reformas sociais e o socialismo começa a se abrir. O Vietnã e o Afeganistão agradecem o interesse, mas dispensam opiniões externas. Os países do Leste europeu retomam seus caminhos. Todavia, há quem ache melhor manter a liberdade na gaiola dourada da Paz Celestial. O mundo percebe que os inimigos não eram tão irreconciliáveis. Moscou superlota lanchonetes e Washington teme que o saquê supere o uísque. O medo do retrocesso é neutralizado pela população nas ruas de Moscou sob a bandeira da Rússia. O Leste se aproxima do Oeste. O medieval São Bernardo já preconizava: “a perfeição está na unidade”.

Para tanto também é necessário unir o Norte ao Sul. A grandeza de alguns não pode ser paga com o subdesenvolvimento de muitos. A descolonização desvenda miséria, aviltamente cultural, apartheid, conflitos religiosos, raciais, fronteiriços. Tal é a herança do Terceiro Mundo deixada pela missão civilizadora do homem branco... Mas a liberdade, mesmo que apenas política em muitos casos, vai chegando por meio de revoluções, acordos, desobediência civil, não-violência... Intervenções ainda ocorrem. Concedem-se territórios a alguns povos desabrigando outros. A desigualdade tratamento acentua radicalismos, intolerâncias.


A desculpa da segurança ainda se mostra um bom pretexto para anexar territórios, mas apenas para alguns. O desespero de outros chega ao terrorismo, tirando a razão de quem, porventura, a tivesse. As potências cuidam para que os conflitos se mantenham locais e convencionais, mesmo que à custa de armas “inteligentes”. Muitas revoluções ainda são religiosas: a fé continua catalisando descontentamentos. Cecil Rhodes desejava anexar os planetas; a corrida espacial parece consegui-lo. No entanto, parece que nem isso basta para alguns.

Cecil John Rhodes  foi um colonizador e homem de negócios britânico.


Mas a chance ainda é do ser humano. O ano de 1990 mostrou que um muro não pode efetivamente separar os homens.

A Queda do Muro de Berlim.

Chinês parando tanques.

 A imagem de um solitário chinês paralisando uma coluna de blindados mostra ao mundo que não existe o melhor, quando imposto: é preferível o pior, desde que por opção. O ditado imprime a palavra, mas não impede a interpretação. Errar não é apenas humano, mas um direito humano...
Fonte: História Geral de Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

A abertura política no Brasil.


A abertura política no início dos anos 80

Ainda sob as rédeas curtas do governo militar, o processo de abertura política foi pouco a pouco se consolidando. Em 1980, novos partidos puderam ser formados, expressando mais claramente os interesses atuantes na sociedade brasileira. Mantendo o papel de partido oficial do governo, o Partido Democrático Social (PDS) viria a substituir a Arena. O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) tentaria manter em suas fileiras a maior parte da oposição. Os trabalhistas do período anterior a 1964 acabariam divididos entre o Partido Democrático Trabalhista (PDT) de Leonel Brizola e o PTB de Ivete Vargas.
Saem de cena ARENA e MDB e entram PDS e PMDB

Leonel Brizola


Reunindo parte da esquerda estudantil dos anos 60 e 70 e novos líderes sindicais, sobretudo do ABC paulista, surgia o Partido dos Trabalhadores (PT). Mesmo perdendo muitos militantes para os novos partidos, o PMDB conseguiria vencer as eleições diretas para governadores de 1982 nos principais estados. O PDS governamental manteria o controle político apenas no Nordeste e nos estados do extremo sul. O PDT obteria uma importante vitória no Rio de Janeiro, com a eleição de Leonel Brizola. Por outro lado, no Congresso Nacional, o PDS conseguiria manter a maioria parlamentar, contado inclusive com o apoio do recém-recriado PTB.

Surgia no ABC paulista o PT


O principal objetivo a curto prazo das oposições passou a ser eleger diretamente o sucessor do General Figueiredo na Presidência da República. O movimento “Diretas Já” começou reunindo alguns milhares de pessoas em poucas cidades do Brasil. Ganhando a simpatia da maior parte da população do país, assumiu proporções gigantescas. Em 1984, milhões de pessoas saíram às ruas, na maior mobilização popular da história brasileira. Mesmo assim, o governo militar manteve a eleição através do Colégio Eleitoral.



Na votação de uma emenda à Constituição, a maior parte dos deputados do PDS posicionou-se contra a alteração que restituiria as eleições diretas para presidente. Sem conseguir aprová-la, o PMDB aliou-se a uma ala dissidente do partido governamental, resolvido a concorrer às eleições indiretas, com o governador licenciado de Minas Gerais, Tancredo Neves (PMDB), como candidato à presidência, e o senador pelo Maranhão, José Sarney (ex-PDS, então PMDB), como candidato à vice-presidência. O PDS concorreria e seria derrotado com a chapa dos deputados federais Paulo Maluf e Flávio Marcílio. O Brasil tinha finalmente um presidente civil, mais uma vez um presidente não eleito pelo voto direto.
Fonte: História do Brasil de Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.

A Guerra Fria.


O Mundo bipolarizado - A luta entre URSS e EUA

Com a rendição do Japão em agosto de 1945, encerravam-se as operações militares da Segunda Guerra Mundial. Porém, uma dúvida pairava no ar: a guerra havia mesmo acabado? Estranhamente, as tropas não se desmobilizavam e as indústrias bélicas não reduziam suas atividades. Internacionalmente, apesar da criação da ONU (1945), assentava-se um clima de insegurança e instabilidade. O capitalismo e o socialismo, aliados da véspera contra os fascismos, retomavam seu confronto. Voluntariamente ou não, o mundo se bipolarizava ao redor dos Estados Unidos e da União Soviética. Conflito ideológico, militar, político, a Guerra Fria se instalava.
Primeira reunião do Conselho de Segurança da ONU, em 17 de janeiro de 1946, em Londres, Inglaterra.


EUA  X   URSS

Detendo até 1949 o monopólio nuclear, os Estados Unidos tomam a dianteira. A Doutrina Truman assegurava o auxílio norte-americano aos países que sofressem ameaças socialistas; o Plano Marshall reconstruía a Europa ocidental. O terror mundial aumentava diante das réplicas soviéticas: desce a Cortina de Ferro a partir da Tcheco-Eslováquia; o Cominform queria coordenar o socialismo internacional; o Comecon propunha a integração econômica do bloco vinculado a Moscou.

O bloqueio de Berlim, a vitória de Mao Tsé-tung na China e a ascensão soviética à condição de potência nuclear, em 1949, aumentavam a tensão. Os Estados Unidos organizam, então, a OTAN; e a União Soviética responde com o Pacto de Varsóvia (1955). Tratava-se de uma batalha entre surdos e mudos: não havia declaração formal de hostilidades, que se efetivavam na prática.
No dia 4 de abril de 1949, foi assinado o acordo que criava a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Pacto de Varsóvia
O Pacto de Varsóvia foi assinado em 14 de maio de 1955, tornando real a divisão que já havia no mundo desde a Segunda Guerra Mundial

Por sorte, o confronto não foi cego: a ameaça de um embate nuclear levou Estados Unidos e União Soviética a se enfrentarem através de terceiros. Palmo a palmo, foram disputados os pontos estratégicos. A Guerra da Coréia trouxe a imagem do apocalipse, mas o incêndio foi controlado a tempo. Seu maior saldo foi detectar a existência de um perigoso equilíbrio entre os blocos.


A instalação do “telefone vermelho” ligando Washington a Moscou rompeu o silêncio dos mudos, mas o som era ainda pouco audível. Moscou abateu um avião U-2 norte-americano sobre sue território; o Oriente Médio e o Vietnã assistiram à crescente escalada norte-americana. Na América Central, São Domingos não teve a mesma sorte que Cuba contra os norte-americanos. Por seu turno, a Hungria e a Tcheco-Eslováquia sentiram o peso dos tanques soviéticos. Na África e na Ásia começava o refluxo das metrópoles. Símbolo da divisão do mundo, o muro da vergonha em Berlim ainda não podia ser pichado em um de seus lados. Adiava-se o apocalipse; “os vivos ainda enterrariam seus mortos”.
Fonte: História Geral de Hilário Franco Jr. e Ruy de O. Andrade Filho.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

IGREJA ORTODOXA.


Igreja Ortodoxa  é uma igreja cristã, considerada, com uma doutrina  semelhante à da Igreja Católica, mas como o termo mesmo diz, possui uma doutrina mais reta, mais rígida.
Kiril primeiro patriarca da Igreja Ortodoxa a tomar posse depois de fim da URSS.

A ortodoxia é a corrente doutrinal que declara que representa a visão correta, fundada em princípios sistemáticos (metafísicos) e científicos. O contrário é a heterodoxia.

Os cristãos ortodoxos, por força da denominação, são os que professam toda a doutrina da fé cristã de acordo com o magistério da Igreja. Se apoderaram, porém, da designação da Igreja bizantina depois do cisma que os opôs a Roma (nos séculos IX e XI) ao se arvorarem em depositários da fé verdadeira em oposição à Igreja latina. Ficaram, por isso, a ser denominados ortodoxos os cristãos da Europa Oriental, que se mantêm separados da Igreja Católica Romana.
Catedral Ortodoxa Metropolitana de São Paulo, no Brasil

A Igreja Ortodoxa se vê como a verdadeira igreja criada por Jesus Cristo, além de não reconhecerem o Papa como autoridade. Para os cristãos ortodoxos, como são chamados, não existe purgatório e não acreditam na virgindade de Maria após a concepção. Na Igreja Ortodoxa, os padres são liberados para o casamento, desde que este tenha ocorrido antes da sua conversão, e apenas os bispos são obrigados a manter o celibato.

No século XI, no ano de 1054, houve um cisma entre as Igrejas Cristãs, dividindo-as entre o Catolicismo, e Igreja Ortodoxa. Os cristãos ortodoxos não aceitam os dogmas católicos, e nem consideram válidos os sacramentos. A Igreja Ortodoxa chegou ao Brasil no ano de 1904, e a primeira instituição foi criada em São Paulo, em 1954.

A maior autoridade na Igreja Ortodoxa é o Santo Sínodo Ecumênico, desde a fundação até os dias atuais. As igrejas ortodoxas mais importantes são a Igreja Ortodoxa Grega e Igreja Ortodoxa Russa.


quinta-feira, 8 de maio de 2014

A Crise do Império Romano - A divisão do Império por Teodósio.


Crise do Império Romano

Foi a partir do século III, que Império Romano começou a declinar de modo acentuado. Entre inúmeras razões, destaca-se a crise do escravismo. 
Sabemos que o trabalho escravo era um dos pilares da riqueza de Roma, a maioria deles eram prisioneiros de guerra. Ocorre, no entanto, que desde o final do século II, as guerras de conquistas praticamente cessaram, fato que diminuiu muito o número de escravos à venda. Com isso, o preço deles foi ficando cada vez mais alto. Essa crise afetou duramente a agricultura e o artesanato, setores que dependiam do escravo para produzir em grande quantidade, pois visavam à exportação. De forma que, impossibilitou a produção de gêneros destinados à exportação. Roma passou a gastar as riquezas, acumuladas nas guerras de conquista, pagando os produtos que importava, como cereais, armas e jóias. 
À medida que o braço escravo foi se tornando cada vez mais escasso e caro, os proprietários começaram a arrendar partes das suas terras a trabalhadores livres denominados colonos. Estes eram, geralmente, elementos da plebe urbana, ex-escravos ou camponeses empobrecidos que buscavam a proteção dos senhores das grandes propriedades rurais denominadas vilas. A partir do momento em que os colonos ganhavam o direito de cultivar a terra, eram obrigados a ceder parte de sua colheita ao senhor e a trabalhar, gratuitamente, alguns dias da semana nas plantações do senhorio. Este novo sistema de trabalho foi denominado de colonato. A crise do escravismo e o advento do colonato resultaram na diminuição da produção e no declínio do comércio. Apesar de tudo isso, o Império Romano ainda conservou-se unido por mais de meio século. 
Trabalhando a terra.

Em 395, o imperador Teodósio dividiu o Império Romano entre os seus dois filhos: Honório ficou com o Império Romano do Ocidente, e Arcádio, que ficou com o Império Romano do Oriente. 

Divisão do Império Romano em Ocidente e Oriente.

O Império Romano do Oriente conseguiu sobreviver por 10 séculos: só foi extinto em 1453, quando os turcos tomaram Constantinopla, sua capital. Já o Império Romano do Ocidente não conseguiu resistir à pressão dos bárbaros, que nessa época já haviam conseguido romper as suas fronteiras nos rios Reno e Danúbio. Em 476, os hérulos, um grupo de bárbaros germanos chefiados por Odoacro, invadiram e conquistaram Roma. Desmoronou, assim, o Império Romano do Ocidente. Por sua repercussão, esse fato marca o fim da Idade Antiga e o Inicio da Idade Média.
Invasões dos Bárbaros
Fonte: site - históriadoMundo.com.br.