TOMÁS DE TORQUEMADA – O INQUISITOR
Artigo de FERNANDO FERNANDES:
Na segunda metade do século XV, a Península Ibérica tinha
mais judeus convertidos do que qualquer outra região do mundo. Ocupada
durante séculos pelos muçulmanos, que concediam aos judeus liberdade de
culto, a Península Ibérica tornou-se um refúgio ideal e palco de uma intensa
troca civilizatória entre elementos das culturas cristã, muçulmana e judaica.
Entre os frutos desse intercâmbio, destaca-se a Astrologia, quase
desaparecida da Europa durante alguns séculos e que retorma ao continente
exatamente pela via do contato com o mundo islâmico, na região do
Mediterrâneo.
Tomás de Torquemada
Com a progressiva unificação da Espanha (resultado da
união dos reinos de Leão e Castela e, mais tarde, destes com Aragão) os
muçulmanos e os judeus foram aos poucos empurrados para o sul, obrigados a
migrar para o Marrocos ou a fazer uma conversão forçada ao cristianismo. Tal
conversão era sempre vista com desconfiança, já que, motivada pela
perseguição religiosa, era apenas aparente: na intimidade de seus lares,
muitos judeus continuavam em segredo a praticar os velhos cultos.
Com o casamento de Fernando, rei de Aragão (a atual
Catalunha, ou seja, a região de Barcelona) com Isabel de Castela (a região de
Madri), os dois reinos se uniram e a Espanha moderna começou a tomar forma.
Torquemada, na época (1478), era frade dominicano e confessor de Isabel, função
que exercia desde 1474. Poucos anos depois ele se transformaria na figura
mais importante da Inquisição Espanhola. Torquemada explorava a desconfiança
popular com relação aos judeus convertidos e difundia a suposta necessidade
de que o país contasse apenas com sangre limpia, ou seja, sangue
puramente cristão. Na prática, era uma ficção, pois, como a Espanha tinha a
maior comunidade judaica da Europa medieval e como eram comuns os casamentos
inter-étnicos e as conversões religiosas, pouquíssima gente na Espanha tinha
sangue realmente puro.
O próprio Torquemada era neto de marranos (judeus
convertidos), fato que ele escondia cuidadosamente. Mas Torquemada não se
deixou abater por este detalhe: decidido a purificar o país, desenvolveu um
trabalho metódico, frio e impiedoso de perseguição aos marranos que resultou
na morte de - segundo algumas fontes - trinta mil vítimas.
O objetivo formal da Inquisição era a erradicação da
heresia, o que, para Torquemada, era sinônimo de eliminação dos marranos.
Para estimular as delações, a Inquisição chegou a publicar um conjunto de
orientações que ensinava aos católicos como vigiar seus vizinhos e reconhecer
possíveis traços de judaísmo. Eis alguns dos sintomas reveladores:
- Se você observar que seus vizinhos estão vestindo roupas
limpas e coloridas no sábado, eles são judeus.
- Se eles limpam suas casas na sexta-feira e acendem velas
bem mais cedo do que o normal naquela noite, eles são judeus.
- Se eles comem pão ázimo e iniciam sua refeição com aipo
e alface durante a Semana Santa, eles são judeus.
- Se eles recitam suas preces diante de um muro,
inclinando-se para frente e para trás, eles são judeus.
A pena mais leve imposta aos marranos era o confisco de
seus bens, técnica que se mostrou muito eficiente como forma de arrecadar
recursos para a guerra contra os mouros. Os reis católicos, Isabel e
Fernando, precisavam de receitas, e a perseguição movida aos hereges por
Torquemada era uma fonte de renda que interessava sobremaneira ao Estado.
Apesar dos protestos do Papa Sixto IV, que jamais chancelou a limpeza étnica
que tinha lugar na Espanha, Isabel e Fernando auto-intitulavam-se
"protetores da Igreja" e defensores da fé, antecipando práticas que
seriam depois amplamente utilizadas pelos regimes totalitários do século XX.
Os judeus que sofriam apenas o confisco podiam dar-se por
satisfeitos. O mais comum era serem obrigados a desfilar pelas ruas vestidos
apenas com umsambenito - traje humilhante, que definia sua
condição de hereges - e flagelados na porta da igreja. A etapa seguinte era a
morte na fogueira, durante os chamados autos-de-fé, após
inomináveis torturas.
Homossexuais estiveram entre as vítimas prediletas da Inquisição Espanhola
Torquemada, no afã de obter dos reis católicos a expulsão
definitiva de todos os judeus, promoveu em 1490 um julgamento-espetáculo,
onde as vítimas foram oito judeus acusados de praticar rituais satânicos de
cruxificação de crianças cristãs. Pressionados pelo clima de crescente
intolerância, em 31 de março de 1492 Fernando e Isabel publicaram seu Edito
de Expulsão: "Decidimos ordenar a todos os ditos judeus, homens e
mulheres, que deixem nossos reinos e jamais retornem a eles." Foi
concedido aos judeus que permanecessem até julho na Espanha. A partir daí, os
que fossem encontrados seriam mortos. Muitos fugiram para Portugal ou Norte
da África, onde enfrentaram mais perseguições; alguns, sem outra alternativa,
aceitaram embarcar numa duvidosa viagem comandada por um certo aventureiro
chamado Cristóvão Colombo; alguns permaneceram na Espanha como "judeus
ocultos" (e seus descendentes são judeus ocultos até hoje).
Após completar a expulsão dos judeus, Torquemada
retirou-se para o monastério de São Tomás, em Ávila, onde passou seus últimos
anos convencido de que desejavam envenená-lo, o que o levava a manter um
chifre de unicórnio, considerado um antídoto eficaz, sempre perto de si. O
Grande Inquisidor acabou sendo vítima de morte natural, em 1498.
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Nada é Definitivo!
"Como o nome do Blog diz, não existe uma única verdade, portanto, sempre temos que investigar tudo o que nos dizem sobre a história, para que possamos chegar mais próximos de uma verdade. Este blog é apenas um dos vários caminhos que existem, sejam bem vindos."
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
Tomás de Torquemada
sábado, 23 de novembro de 2013
A INQUISIÇÃO.
Segue alguns artigos pesquisados na web sobre inquisição:
Também
chamada de Santo Ofício, essa instituição era formada pelos tribunais da Igreja
Católica que perseguiam, julgavam e puniam pessoas acusadas de se desviar de
suas normas de conduta. Ela teve duas versões: a medieval, nos séculos XIII e
XIV, e a feroz Inquisição moderna, concentrada em Portugal e Espanha, que durou
do século XV ao XIX. Tudo começou em 1231, quando o papa Gregório IX -
preocupado com o crescimento de seitas religiosas - criou um órgão especial
para investigar os suspeitos de heresia. "Qualquer um que professasse
práticas diferentes daquelas reconhecidas como cristãs era considerado
herege", afirma o historiador Rogério Luiz de Souza, da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC). Atuando na Itália, na França, na Alemanha e
em Portugal, a Inquisição medieval tinha penas mais brandas - a mais comum era
a excomunhão -, embora a tortura já fosse autorizada pelo papa para arrancar
confissões desde 1252. Já sua segunda encarnação surgiu com toda força na
Espanha de 1478.
Arranca Seios
Dessa
vez, o alvo principal eram os judeus e os cristãos-novos, como eram chamados os
recém-convertidos ao Catolicismo, acusados de continuarem praticando o Judaísmo
secretamente. "A justificativa desse retorno da Inquisição era a
necessidade de fiscalizar a fidelidade desses conversos", diz outro
historiador, Nachman Falbel, da Universidade de São Paulo (USP). A verdade é
que esses grupos já formavam uma poderosa burguesia urbana que atrapalhava os
interesses da nobreza e do alto clero. O apoio dos reis logo aumentou o poder do
Santo Ofício, que, para piorar, passou a considerar como heresia qualquer
ofensa "à fé e aos costumes". Por exemplo, quem usasse toalhas limpas
no começo do sábado ou não comesse carne de porco era acusado de Judaísmo. A
lista de perseguidos também foi ampliada para incluir protestantes e
iluministas, homossexuais e bígamos.
A Serra
As
punições tornaram-se bem mais pesadas com a instituição da morte na fogueira,
da prisão perpétua e do confisco de bens - que transformou a Inquisição numa
atividade altamente rentável para os cofres da Igreja. A crueldade dos
inquisidores era tamanha que o próprio papa chegou a pedir aos espanhóis que
contivessem o banho de sangue. A migração de judeus expulsos da Espanha para
Portugal, em 1492, fez com que a perseguição se repetisse com a criação do
Santo Ofício lusitano, em 1536. O Brasil nunca chegou a ter um tribunal desses,
mas emissários da Inquisição aportaram por aqui entre 1591 e 1767. Calcula-se
que 400 brasileiros foram condenados e 21 queimados em Lisboa, para onde eram mandados
os casos mais graves. Os inquisidores portugueses fizeram 40 mil vítimas, das
quais 2 mil foram mortas na fogueira. Na Espanha, até a extinção do Santo
Ofício, em 1834, estima-se que quase 300 mil pessoas tenham sido condenadas e
30 mil executadas.
O Berço de Judas
A caminho da fogueiraNa
Espanha e em Portugal, a Inquisição abusava da crueldade para punir quem se
desviasse da fé católica
1. O JULGAMENTO
A. A CHEGADA DA INQUISIÇÃO
Um
grupo de monges do Santo Ofício chegava à aldeia e reunia toda a população na
igreja. No chamado Período de Graça, que durava um mês, convidavam os pecadores
a admitirem suas heresias. Quem se confessasse, em geral se livrava das penas
mais severas
B. AS INVESTIGAÇÕES
Quem
não aproveitasse o Período de Graça poderia ser denunciado. Como a Inquisição
incentivava a delação, o pânico era generalizado: todos eram suspeitos em
potencial. O acusado era convocado a se defender no tribunal
C. A SENTENÇA
O
suspeito era interrogado por três inquisidores. Um deles, o inquisidor-mor,
dava a sentença final. A defesa era difícil: raramente o réu tinha direito a um
advogado. Para arrancar confissões, o Santo Ofício colocava espiões no encalço
do suspeito e recorria a tenebrosas práticas de tortura
2. AS TORTURAS
A. ESCALA DE PUNIÇÕES
O
inquisidor-mor variava a crueldade dos castigos conforme a heresia. Os mais
leves incluíam deixar o acusado acorrentado, sem comer nem dormir por vários
dias. Mas os relatos históricos registram outros bem mais dolorosos, como os
aparelhos chamados potro e extensão. Para amedrontar os acusados, os carrascos
faziam uma demonstração de como funcionavam esses dispositivos. Para abafar os
gritos, era comum colocarem colchões nas portas
B. O POTRO
O
livro Prisioneiros da Inquisição traz a história de Jean Coustos, mestre da
loja maçônica de Lisboa, condenado pelo tribunal. Coustos passou pelos horrores
do potro em 1743: "Me prenderam com uma argola no pescoço, um anel de
ferro em cada pé e oito cordas que passavam por furos no cadafalso. Ao sinal
dos inquisidores, elas foram puxadas e apertadas pelos carrascos. As cordas
entravam na carne até os ossos e faziam jorrar sangue. Repetiram a tortura por
quatro vezes. Perdi a consciência e fui levado de volta à minha cela sem
perceber"
C. A EXTENSÃO
Seis
semanas depois, o maçom foi submetido a outra tortura: a extensão. "As
cordas, puxadas por um torniquete, faziam com que os punhos se aproximassem um
do outro, por trás. Puxaram tanto que as minhas mãos se tocaram. Desloquei os
dois ombros e perdi muito sangue pela boca. Repetiram três vezes o mesmo
tormento antes de me devolverem à cela". Nos meses seguintes, Coustos
ainda sofreu mais uma série de torturas até confessar. Foi condenado a quatro
anos de trabalhos forçados em 1744
3. AS SENTENÇAS
A. O AUTO-DE-FÉ
Assim
era chamada a cerimônia pública em que se liam as sentenças do tribunal. Os
autos-de-fé geralmente ocorriam na praça central da cidade e eram grandes
acontecimentos. Quase sempre o rei estava presente. As punições iam das mais
brandas (como a excomunhão) às mais severas (como a prisão perpétua e a morte
na fogueira)
B. QUEIMADOS VIVOS... OU MORTOS
A
execução na fogueira ficava a cargo do poder secular. Se o condenado
renunciasse às heresias ao pé do fogo, era devolvido aos inquisidores. Se sua
conversão à fé católica fosse verdadeira, ele podia trocar a morte pela prisão
perpétua. Quando descobria-se que um defunto havia sido herético, seu cadáver
era desenterrado e queimado
C. MARCAS DA HUMILHAÇÃO
Para
serem vistos pelo público, os prisioneiros subiam em um palco. Os que eram
obrigados a vestir as chamadas marcas de infâmia, como a cruz de Santo André,
chegavam a ser agredidos pela multidão. Outros levavam velas e vergastas nas
mãos para serem chicoteados pelo padre durante a missa
O MAIS DESUMANO INQUISIDOR
Fanático.
Cruel. Intolerante. Nos registros históricos, não faltam adjetivos
depreciativos para definir o frei dominicano Tomás de Torquemada (1420-1498), o
mais duro inquisidor de todos os tempos. Organizador do Santo Ofício espanhol,
ele era confessor e conselheiro dos reis Fernando e Isabel. Em 1483, essa
influência rendeu-lhe a nomeação de inquisidor-geral, responsável pelos 14
tribunais na Espanha e suas colônias. Logo de cara, autorizou a tortura para
obter confissões, ampliou a lista de heresias e pressionou os reis a substituir
a tolerância religiosa pela perseguição aos judeus e aos conversos. Resultado:
ao final de sua gestão, mais de 170 mil judeus foram expulsos da Espanha e 2
mil pessoas viraram cinza nas fogueiras.
Fonte:
Revista Mundo Novo – Editora Abril.
Outro
texto sobre a Inquisição:
A Inquisição
foi criada na Idade Média (século XIII) e era
dirigida pela Igreja Católica Romana. Ela era
composta por tribunais que julgavam todos aqueles considerados uma ameaça às
doutrinas (conjunto de leis) desta instituição. Todos os suspeitos eram
perseguidos e julgados, e aqueles que eram condenados, cumpriam as penas que
podiam variar desde prisão temporária ou perpétua até a morte na fogueira, onde
os condenados eram queimados vivos em plena praça pública.
O Rack
História
e atuação
Aos
perseguidos, não lhes era dado o direito de saberem quem os denunciara, mas em
contrapartida, estes podiam dizer os nomes de todos seus inimigos para
averiguação deste tribunal medieval. Com o passar do tempo, esta forma de
julgamento foi ganhando cada vez mais força e tomando conta de países europeus
como: Portugal, França, Itália e Espanha.
Contudo, na Inglaterra, não houve o firmamento destes
tribunais.
Muitos
cientistas também foram perseguidos, censurados e até condenados por defenderem
idéias contrárias à doutrina cristã. Um dos casos mais conhecidos foi do
astrônomo italiano Galileu Galilei, que escapou por pouco da
fogueira por afirmar que o planeta Terra girava ao redor do Sol (heliocentrismo). A mesma sorte não teve o
cientista italiano Giordano Bruno que foi julgado e condenado a morte pelo
tribunal.
As mulheres
também sofreram nesta época e foram alvos constantes. Os inquisidores
consideravam bruxaria todas as práticas que envolviam a cura através de chás ou
remédios feitos de ervas ou outras substâncias. As "bruxas medievais"
que nada mais eram do que conhecedoras do poder de cura das plantas também
receberam um tratamento violento e cruel.
Este movimento
se tornava cada vez mais poderoso, e este fato, atraía os interesses políticos.
Durante o século XV, o rei e a rainha da Espanha se aproveitaram desta força
para perseguirem os nobres e principalmente os judeus. No primeiro caso, eles
reduziram o poder da nobreza, já no segundo, eles se aproveitaram deste poder
para torturar e matar os judeus, tomando-lhes seus bens.
Durante a esta
triste época da história, milhares de pessoas foram torturadas ou queimadas
vivas por acusações que, muitas vezes, eram injustas e infundadas. Com um poder
cada vez maior nas mãos, o Grande Inquisidor chegou a desafiar reis, nobres,
burgueses e outras importantes personalidades da sociedade da época. Por fim,
esta perseguição aos hereges e protestantes foi
finalizada somente no início do século XIX.
O Corta Joelhos
Inquisição
no Brasil
No Brasil, os
tribunais chegaram a ser instalados no período colonial, porém não apresentaram
muita força como na Europa. Foram julgados, principalmente no Nordeste, alguns
casos de heresias relacionadas ao comportamento dos brasileiros, além de
perseguir alguns judeus que aqui moravam.
Curiosidade:
- Um dos
inquisidores que mais castigou hereges no século XV foi o espanhol Tomás de
Torquemada. Ele ficou conhecido como o "Grande Inquisidor" e atuou na
perseguição e punição de muçulmanos e judeus convertidos que moravam na Espanha.
O Triturador de Cabeças
Fonte: site
suapesquisa.com
Outro
texto sobre inquisição
Elaborado
por Caroline Faria
A Inquisição, ou Santa Inquisição foi
uma espécie de tribunal religioso criado na Idade Média para condenar todos
aqueles que eram contra os dogmas pregados pela Igreja Católica.
Fundado pelo Papa Gregório IX, o Tribunal do Santo Ofício da
Inquisição mandou para a fogueira milhares de pessoas que eram consideradas
hereges (praticante de heresias; doutrinas ou práticas contrárias ao que é
definido pela Igreja Católica) por praticarem atos considerados bruxaria,
heresia ou simplesmente por serem praticantes de outra religião que não o
catolicismo.
O Empalamento
A verdade é que embora o apogeu da Inquisição tenha se dado
no século XVIII, as perseguições aos hereges pelos católicos, têm registros bem
mais antigos. No século XII os “albigenses” foram massacrados a mando do Papa
Inocêncio III que liderou uma cruzada contra aqueles que eram considerados os
“hereges do sul da França” por pregarem a volta da Igreja às suas origens e a
rejeição a opulência da Igreja da época.
Em 1252, a situação que já era ruim, piora. O Papa Inocêncio
IV publica um documento, o “Ad Exstirpanda”, onde autoriza o uso da tortura como forma de conseguir a
conversão. O documento é renovado pelos papas seguintes reforçando o poder da
Igreja e a perseguição.
Dama de Ferro
A Inquisição tomou tamanha força que mesmo os soberanos e os
nobres temiam a perseguição pelo Tribunal e, por isso, eram obrigados a ser
condizentes. Até porque, naquela época, o poder da Igreja estava intimamente
ligado ao do estado.
Mais terrível que qualquer episódio da história humana até
então, a Inquisição enterrou a Europa sob um milênio de trevas deixando um
saldo de incontáveis vítimas de torturas e perseguições que eram condenadas
pelos chamados “autos de fé” – ocasião em que é lida a sentença em praça
pública.
Galileu Galilei foi
um exemplo bastante famoso da insanidade cristã na Idade Média: ele foi
perseguido por afirmar através de suas teorias que a terra girava em torno do
sol e não o contrário. Mas, para ele o episódio não teve mais implicações. Já
outros como Giordano Bruno, o pai da filosofia moderna, e Joana D’Arc, que
afirmava ser uma enviada de Deus para libertar a França e utilizava roupas masculinas,
foram mortos pelo Tribunal do Santo Ofício.
Mesa de Envisceração
Uma lista de livros proibidos foi publicada, o ”Index
Librorum Prohibitorum” através da qual diversos livros foram queimados ou
proibidos pela Igreja.
O Tribunal era bastante rigoroso quanto à condenação. O réu
não tinha direito à saber o porquê e nem por quem havia sido condenado, não
tinha direito a defesa e bastavam apenas duas testemunhas como prova.
O pior período da Inquisição foi durante a chamada
Inquisição Espanhola (Século XV ao Século XIX). De caráter político, alguns
historiadores afirmam que a Inquisição Espanhola foi uma forma que Fernando de
Aragão encontrou de perseguir seus opositores, conseguir o poder total sobre os
reinos de Castela e Aragão (Espanha) e ainda expulsar os judeus e muçulmanos.
Fonte: site infoescola.com
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
A Grande Depressão de 1929.
ARTIGOS SOBRE A GRANDE
DEPRESSÃO - 1929
A
Grande Depressão
Foi
a mais grave crise econômica mundial do século 20. Tudo começou por causa de um
grande desequilíbrio na economia dos Estados Unidos. Durante a década de 1920,
houve um rápido crescimento do mercado de ações no país, com os americanos
investindo loucamente nas bolsas de valores, acreditando que elas se manteriam
sempre em alta. Cidadãos comuns vendiam as próprias casas para comprar ações,
atrás de um lucro fácil e, teoricamente, seguro. No entanto, em meados de 1929,
a economia do país começou a dar sinais de que as coisas não iam tão bem assim.
Os Estados Unidos entraram em recessão (queda no crescimento econômico) e
muitas empresas haviam se endividado além da conta durante o período de
euforia. Em outubro de 1929, diante desses sinais negativos, os preços das
ações desabaram, provocando a quebra da Bolsa de Valores de Nova York.
Manchete do jornal “Brooklyn”: "Wall Street em pânico com a quebra do mercado acionário" (livre tradução). As manchetes refletiam o que, para muitos, foi o início da Grande Depressão, a crise econômica que abalou fortemente os países industrializados, no período de 1929 a 1941.
O
colapso na economia americana logo se espalhou pelo mundo, pois os Estados
Unidos haviam se tornado o principal financiador dos países da Europa após a
Primeira Guerra Mundial (1914-1918), conflito que enfraqueceu o continente. A
crise também atingiu o Brasil, fazendo as vendas de café para o exterior, nosso
principal produto de exportação na época, despencarem. "A quase falência
da cafeicultura aumentou as tensões políticas, quando uma junta militar depôs o
presidente Washington Luís e empossou Getúlio Vargas, líder da Revolução de
30", diz o economista José Menezes Gomes, professor da Universidade
Federal do Maranhão (UFMA).
A
Europa também sentiu os efeitos políticos da crise, pois a democracia e as
idéias liberais ficaram desacreditadas, estimulando o surgimento do nazismo
alemão e do fascismo italiano. A crise mundial, nascida nos Estados Unidos,
começou a ser superada lá mesmo. Em 1933, o presidente Franklin Roosevelt
lançou um programa chamado New Deal ("novo acordo", em inglês),
realizando grandes projetos de obras públicas para promover a recuperação
econômica. Mas a Grande Depressão só seria definitivamente encerrada anos
depois, durante a Segunda Guerra (1939-1945).
Década perdidaColapso
da economia mundial marcou os anos 30
1929
Colapso
da Bolsa de Nova York dá início à Grande Depressão. No Brasil, muitas fábricas
fecham as portas e quase 2 milhões de trabalhadores perdem seus empregos
1932
O
desemprego chega a 25% na Alemanha. Nos Estados Unidos, a produção da indústria
cai para 54% dos níveis registrados em 1929
1933
Onze
mil dos 25 mil bancos existentes nos Estados Unidos estão falidos. O governo
americano lança o conjunto de reformas conhecido como New Deal
1936
A
crisetermina na Alemanha graças à implantação de grandes obras públicas e ao
aumento dos gastos militares pelos nazistas, que haviam chegado ao poder se
aproveitando da Depressão
1941
A
Grande Depressão é totalmente superada nos Estados Unidos depois que o país
entra na Segunda Guerra Mundial. Os gastos militares também impulsionam a
economia local
Fonte:
Revista Mundo Estranho – Abril.
Texto
elaborado por Cristiana Gomes
Após a primeira guerra mundial (1918), os EUA
eram o país mais rico do planeta. Além das fábricas de automóveis, os EUA
também eram os maiores produtores de aço, comida enlatada, máquinas, petróleo,
carvão....
Nos 10 anos seguintes, a economia norte-americana continuava
crescendo causando euforia entre os empresários. Foi nessa época que surgiu a
famosa expressão “American Way of Life” (Modo de Vida Americano). O
mundo invejava o estilo de vida dos americanos.
A década de 20 ficou conhecida como os “Loucos Anos 20”. O
consumo aumentou, a indústria criava, a todo instante, bens de consumo, clubes
e boates viviam cheios e o cinema tornou-se uma grande diversão.
Os anos 20 foram realmente uma grande festa! Nessa época, as
ações estavam valorizadas por causa da euforia econômica. Esse crescimento
econômico (também conhecido como o “Grande Boom”) era artificial e
aparente, portanto logo se desfez.
De 1920 até 1929, os americanos iludidos com essa
prosperidade aparente, compraram várias ações em diversas empresas, até que no
dia 24 de outubro de 1929, começou a pior crise econômica da história do capitalismo.
Filas se formavam para receber uma ração de pão em Nova York. Entre os dias 29 de outubro e 13 de novembro de 29 a 30 milhões de euros desapareceram da economia norte-americana. Não havia trabalho e a busca por emprego era desesperadora.
Vários fatores causaram essa crise:
- Superprodução agrícola: formou-se um excedente
de produção agrícola nos EUA, principalmente de trigo, que não encontrava
comprador, interna ou externamente.
- Diminuição do consumo: a indústria americana
cresceu muito; porém, o poder aquisitivo da população não acompanhava esse
crescimento. Aumentava o número de indústrias e diminuía o de compradores. Em
pouco tempo, várias delas faliram.
- Livre Mercado: cada empresário fazia o que
queria e ninguém se metia.
- Quebra da Bolsa de Nova York: de 1920 a
1929, os americanos compraram ações de diversas empresas. De repente o valor
das ações começaram a cair. Os investidores quiseram vender as ações, mas
ninguém queria comprar. Esse quadro desastroso culminou na famosa “Quinta-Feira
Negra” (24/10/1929 - dia que a Bolsa sofreu a maior baixa da história).
Se o valor das ações de uma empresa está desabando, o
empresário tem medo de investir capital nessa empresa. Se ele investe menos,
produzirá menos; se produz menos, então, não há motivo para tantos empregados,
o que levará o empresário a demitir o pessoal.
Muitos empresários não sobreviveram à crise e foram à
falência, assim como vários bancos que emprestaram dinheiro não receberam de
volta o empréstimo e faliram também.
A quebra da bolsa trouxe medo, desemprego e falência.
Milionários descobriram, de uma hora para outra, que não tinham mais nada e por
causa disso alguns se suicidaram. O número de mendigos aumentou.
A quebra da bolsa afetou o mundo inteiro, pois a economia
norte-americana era a alavanca do capitalismo mundial. Para termos uma idéia,
logo após a quebra da bolsa de Nova York, as bolsas de Londres, Berlin e Tóquio
também quebraram.
A crise fez com que os EUA importassem menos de outros
países, como conseqüência os outros países que exportavam para os EUA, agora
estavam com as mercadorias encalhadas e, automaticamente, entravam na crise.
Em 1930, a crise se agravou. Em 1933, Roosevelt foi eleito
presidente dos EUA e elaborou um plano chamado New Deal. O Estado
passou a vigiar o mercado, disciplinando os empresários, corrigindo os
investimentos arriscados e fiscalizando as especulações nas bolsas de valores.
Outra medida foi a criação de um programa de obras públicas.
O governo americano criou empresas estatais e construiu estradas, praças,
canais de irrigação, escolas, aeroportos, portos e habitações populares. Com
isso, as fábricas voltaram a produzir e vender suas mercadorias. O desemprego
também diminuiu. Além disso, o New Deal criou leis sociais que protegiam os
trabalhadores e os desempregados.
Para acabar com a superprodução, o governo aplicava medidas
radicais que não foram aceitas por muitas pessoas: comprava e queimava estoques
de cereais, ou então, pagava aos agricultores para que não produzissem.
Fila para ração de pão
O New Deal alcançou bons resultados para a economia
norte-americana.
Essa terrível crise que atravessou a década ficou conhecida
como Grande Depressão.
Os efeitos econômicos da depressão de 30 só foram superados
com o inicio da Segunda Guerra Mundial, quando o Estado
tomou conta de fato sobre a economia ajudando a ampliar as exportações. A
guerra foi então, uma saída natural para a crise do sistema capitalista.
Na década de 30, ocorreu a chamada “Política de Agressão
(dos regimes totalitários – Alemanha, Itália e Japão) e Apaziguamento das
Democracias Liberais (Inglaterra e França)”.
A política de agressão culminou em 1939 quando a Alemanha
nazista invadiu a Polônia dando por iniciada a Segunda Grande Guerra
Fonte: infoescola.com
A Grande depressão de 1929
INTRODUÇÃO
A crise econômica desencadeada a partir de 1929, quando da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, reflete a crise mais geral do capitalismo liberal e da democracia liberal. No período entre guerras (1919 -- 39), a economia procurou encontrar caminhos para sua recuperação, a partir do liberalismo de Estado, ao mesmo tempo em que consolidava-se o capitalismo monopolista. Mesmo nos EUA, as leis anti-trustes perdiam o efeito e grandes empresas -- industriais e bancárias -- tomavam conta do cenário econômico, protegidas pela política não intervencionista adotada principalmente a partir de 1921.
A crise econômica desencadeada a partir de 1929, quando da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, reflete a crise mais geral do capitalismo liberal e da democracia liberal. No período entre guerras (1919 -- 39), a economia procurou encontrar caminhos para sua recuperação, a partir do liberalismo de Estado, ao mesmo tempo em que consolidava-se o capitalismo monopolista. Mesmo nos EUA, as leis anti-trustes perdiam o efeito e grandes empresas -- industriais e bancárias -- tomavam conta do cenário econômico, protegidas pela política não intervencionista adotada principalmente a partir de 1921.
Busca pelo trabalho
A PROSPERIDADE AMERICANA
Desde o final do século XIX, a indústria norte americana conheceu um grande crescimento, no quadro da Segunda Revolução Industrial.
Em 1912 foi eleito o presidente Woodrow Wilson, do Partido Democrata, a partir da defesa da Nova Liberdade, que começou a ser aplicada com a criação de leis trabalhistas específicas a algumas categorias profissionais como os marinheiros e de leis que pretendiam eliminar os grandes privilégios de pequenos grupos, através de mecanismos que coibiam o controle de mercado, aperfeiçoando a Lei Anti truste. No entanto o início da Primeira Guerra anulou essa política e a economia passou a ser dominada por Trustes, Holdings e Cartéis.
As transações de produtos industriais e agrícolas se ampliaram com a abertura de créditos aos aliados, seguida da concessão de empréstimos à Inglaterra e França.
A produção norte americana deu um salto gigantesco em vários setores, destacando-se a indústria bélica, de material de campanha, de alimentos e mesmo de setores destinados ao consumo interno, uma vez que o potencial de consumo no país aumentou com a elevação do nível de emprego; ou ainda para a exportação, principalmente para a América Latina, tomando o lugar que tradicionalmente coube à Inglaterra.
O PERÍODO ENTRE GUERRAS
Terminada a Guerra, realizou-se a Conferência de Paris, onde os três grandes tomaram as principais decisões e impuseram os tratados aos países vencidos. No entanto, apesar da participação do presidente Wilson, os EUA não criaram mecanismos que garantissem sua participação nas reparações de guerra ou o pagamento dos empréstimos e das vendas aos países aliados, ao mesmo tempo em que não reivindicaram nenhum território colonial.
O fim da guerra provocou a retração da economia norte americana, pois a industria de guerra diminuía o ritmo de produção, assim como os soldados que voltavam da guerra não eram absorvidos pelo mercado de trabalho, entre 1919 e 21 o país viveu a "Pequena Crise", determinando a derrota dos democratas.
A partir de 1922 a França e a Inglaterra começam o processo de recuperação e passam a saldar suas dívidas com os EUA, porém esse procedimento somente será colocado em prática, na medida em que os alemães pagarem as reparações de guerra. A partir de 1924, os EUA passam a colaborar com a recuperação da economia alemã, fazendo investimentos no país, garantindo assim o pagamento das reparações e consequentemente das dívidas da época da Guerra esse período, após o ano de 1921, até a crise de 29 ficou conhecido como Big Bussines, caracterizado por grande desenvolvimento tecnológico, grande aumento da produção em novas áreas como a automobilística, geração de emprego e elevação do nível de consumo das camadas médias urbanas. Os edifícios tronaram-se os símbolos da prosperidade norte americana. A política econômica adotada pelos republicanos estimulava o desenvolvimento industrial em setores variados, a concentração de capitais ao mesmo tempo em que inibia as importações; essa política caracterizava-se pelo nacionalismo, que do ponto de vista social traduziu-se em preconceito e intolerância.
A CRISE
Alguns componentes são fundamentais para a compreensão da crise: 1) a superprodução que desenvolveu-se durante e mesmo após a Primeira Guerra Mundial, quando o mercado consumidor estava em expansão. Após a guerra e com o início da recuperação do setor produtivo dos países europeus, a produção norte americana entrou em declínio. Essa situação expressou-se principalmente no setor agrícola.
2) A especulação na década de 20 foi um fenômeno que também alimentou a crise, pois como as empresas estavam obtendo altos lucros, suas ações tenderam a crescer, originando sociedades anônimas e empresas responsáveis apenas por gerir e investir dinheiro.
A primeira expressão da crise ocorre no campo, na medida em que as exportações diminuíam, os grandes proprietários não conseguiam saldar as dívidas realizadas no período da euforia, além disso eram forçados a pagar altas taxas para armazenar seus grãos, acumulando dívidas que os levou, em massa, à falência.
A crise no campo refletiu-se nas cidades com o desabastecimento pois o poder de compra diminuía na medida em que a mecanização da indústria passou a gerar maior índice de desemprego; e ao mesmo tempo promoveu a quebra de instituições bancárias, que confiscavam as terras e ao mesmo tempo não recebiam os pagamentos dos industriais que passavam a não vender sua produção
Muitas famílias tiveram que abandonar seus lares, naqueles dias. Largavam suas casas e sua terra natal, imigrando para estados mais prósperos.
A QUINTA-FEIRA NEGRA
A decadência nas vendas determinou um
grande aumento dos estoques e ao mesmo tempo privou os industriais de capital
necessário para saldar suas dívidas ou mesmo manter sua atividade. Dessa forma,
muitos empresários passaram a vendar suas ações no mercado financeiro, elevando
seu valor, como forma de levantar recursos e manter a produção; porém a
elevação das ações fez com que milhares de pessoas passassem a vender as ações
que, ao não encontrarem compradores despencaram, provocando vertiginosa queda
nas cotações, levando bancos e industrias à falência, determinando a queda dos
preços dos produtos agrícolas, provocando o desemprego de milhares de pessoas:
3 milhões em abril de 1930, 4 milhões em outubro do mesmo ano, 7 milhões um ano
depois, 11 milhões m outubro de 32, de 12 a 14 milhões nos primeiros meses de
1933.
A CRISE MUNDIAL
A crise espalhou-se rapidamente pelo mundo,
devido a interdependência do sistema capitalista. Os EUA eram o maior credor
dos países europeus e latinos e passaram a exercer forte pressão no sentido de
receberem seus pagamentos. Com a quebra industrial, o bastecimento do mercado
latino americano foi afetado, provocando a falte de produtos e a elevação de
preços, as importações norteamericanoas diminuíam e mais uma vez os países
latinos sentiam os efeitos da crise, pois viviam da exportação de gêneros
primários ou mesmo supérfluos, como o café no Brasil.
Na medida em que a economia européia se retraía, as áreas coloniais na Ásia e na África eram afetadas, pois aumentava a exploração das potências imperialistas.O único país a não sentir os efeitos da crise foi a URSS, que naquele momento encerrava o primeiro Plano Quinquenal e preparava o segundo, ou seja, desenvolvia uma economia fechada, que não utilizou-se de recursos externos, apesar das grandes dificuldades do país após a Revolução Russa e a Guerra Civil
Fonte: historianet.com.br
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