Utopia:
Obra de Thomas More propõe sociedade alternativa e perfeita
Utopia é uma palavra frequentemente usada em
português e em outras línguas para designar uma sociedade ideal, embora de
existência impossível, ou uma ideia generosa, porém, impraticável. Enfim, uma
quimera ou fantasia. Muita gente sabe que esse termo designa também a obra
escrita por Thomas More ou Tomas Morus
(1478-1535), onde o pensador e estadista inglês imagina uma sociedade perfeita.
Thomas More
No entanto, pouca
gente leu ou conhece a obra de More - que é também um santo da Igreja católica
- a que faz referência ao usar o seu título como vocábulo. Vale a pena começar
analisando o próprio nome da obra, que se origina do grego: "u" é um
advébio de negação e "tópos" significa lugar. "Não lugar",
portanto, ou lugar inexistente, é o modo irônico com que o pensador batizou sua
sociedade perfeita.
Tradição platônica
A ideia de Morus de criar uma sociedade
imaginária vem de uma tradição que remonta a Platão (427-347 a.C) na obra "A
República". Outras obras se filiam a essa mesma tradição, como é o caso de
"A Cidade do Sol", escrita em 1602 pelo italiano Tommaso Canpanella
(1568-1639), ou ainda "Walden 2", publicada em 1948, pelo psicólogo
B. F. Skinner (1904-1990), o fundador do behaviorismo.
A "Utopia", de More, divide-se em dois livros: o primeiro, de caráter negativo faz a crítica à Inglaterra da época em que o autor vivia; o segundo, em contraponto, apresenta uma sociedade que lhe é alternativa. Em ambos os livros, Rafael Hitlodeu - personagem que é o "alter-ego" de More - narra sua viagem a Utopia e descreve a sociedade que viu.
A "Utopia", de More, divide-se em dois livros: o primeiro, de caráter negativo faz a crítica à Inglaterra da época em que o autor vivia; o segundo, em contraponto, apresenta uma sociedade que lhe é alternativa. Em ambos os livros, Rafael Hitlodeu - personagem que é o "alter-ego" de More - narra sua viagem a Utopia e descreve a sociedade que viu.
Como se disse, a primeira parte é de crítica a
uma Inglaterra em que os camponeses estão sendo expulsos do campo para as
cidades, onde há bandos de ladrões e uma justiça cega, porém cruel, a realeza
ávida de riquezas e sempre pronta para a guerra, sem falar nas perseguições
religiosas. Essas regras são invertidas na República de Utopia.
Tolerância e paz
No âmbito religioso, por exemplo, não se pode
prejudicar ninguém em nome da religião. A intolerância e o fanatismo são
punidos com o exílio e a servidão. O povo pode escolher suas crenças e vários
cultos coexistem em harmonia ecumênica.
Da mesma maneira, More/Hitlodeu descrevem os benefícios da paz e os horrores da guerra - numa crítica direta às guerras travadas por Henrique 8º por ganânica ou por paixão pela glória militar. Nesse sentido, mostra-se como o interesse da comunidade é sacrificado pela paixão dos príncipes pela guerra, que só enriquecerá os nobres e os novos proprietários (burguesia).
Enquanto isso, o povo, cada vez mais oprimido pelo trabalho incessante, precisa manter o exército, a corte e uma multidão de ociosos. A sede de dinheiro dos reis, dos nobres e dos grandes burgueses cria a miséria da maioria, alarga cada vez mais o abismo entre as classes sociais, transforma os juízes em carrascos e as penas em castigos pavorosos.
Da mesma maneira, More/Hitlodeu descrevem os benefícios da paz e os horrores da guerra - numa crítica direta às guerras travadas por Henrique 8º por ganânica ou por paixão pela glória militar. Nesse sentido, mostra-se como o interesse da comunidade é sacrificado pela paixão dos príncipes pela guerra, que só enriquecerá os nobres e os novos proprietários (burguesia).
Enquanto isso, o povo, cada vez mais oprimido pelo trabalho incessante, precisa manter o exército, a corte e uma multidão de ociosos. A sede de dinheiro dos reis, dos nobres e dos grandes burgueses cria a miséria da maioria, alarga cada vez mais o abismo entre as classes sociais, transforma os juízes em carrascos e as penas em castigos pavorosos.
Em Utopia, naturalmente, nada disso existe, ou
melhor, existe o contrário disso, numa República em que o Parlamento zela pelo
bem do povo, o qual descobre que a propriedade individual e o dinheiro são
incompatíveis com a felicidade.
Utopias contemporâneas
A ideia de uma sociedade igualitária
subjacente à obra de Morus inspirou os socialistas do século 19, como Pierre
Proudhom (1809-1865), Charles Fourier (1772-1837), Robert Owen (1771-1858) e
Saint-Simon (1760-1825), a quem Karl Marx(1818-1883) chamou de
"socialistas utópicos", contrapondo-se a eles com a criação de um
suposto "socialismo científico".
Fonte:
www.educacao.uol.com.br
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