Artigos sobre o
socialismo utópico
No século XIX, diferentes pensadores
tentaram refletir sobre os problemas causados pelas sociedades capitalistas em
desenvolvimento. Ainda fortemente calcados nas ideias do pensamento iluminista,
esses pensadores continuaram a buscar no racionalismo a saída para as
contradições geradas no interior do pensamento capitalista. No entanto, esses
não faziam uma crítica radical ao capitalismo, pois ainda defendiam a
manutenção de suas práticas mais elementares.
Chamados de socialistas
utópicos, esses pensadores deram os primeiros passos no desenvolvimento das
teorias socialistas. Os seus principais representantes são Robert Owen,
Saint-Simon e Charles Fourier. Entre eles, podemos perceber claramente a
construção de uma sociedade ideal, onde se defendia a possibilidade de criação
de uma organização onde as classes sociais vivessem em harmonia ao buscarem
interesses comuns que estivessem acima da exploração ou da busca incessante
pelo lucro.
Charles Fourier
O industriário britânico Robert Owen (1771 – 1858) acreditava que o caráter humano era fruto das condições do local em que ele se formava. Por isso, defendeu que a adoção de práticas sociais que primassem pela felicidade, harmonia e cooperação poderiam superar os problemas causados pela economia capitalista. Seguindo seus próprios princípios, Owen reduziu a jornada de trabalho de seus operários e defendeu a melhoria de suas condições de moradia e educação.
Charles Fourier (1772 – 1837) criticou
ferrenhamente a sociedade burguesa. Em seus escritos, defendeu uma sociedade
sustentada por ações cooperativas. Nelas, o talento e o prazer individual
possibilitariam uma sociedade mais próspera. A sociedade burguesa, marcada pela
repetição e a especialidade do trabalho operário, estava contra este tipo de
sociedade ideal. Além disso, Fourier era favorável ao fim das distinções que
diferenciavam os papéis assumidos entre homens e mulheres.
Por meio do cooperativismo, do prazer e das liberdades de escolha a sociedade iria criar condições para o alcance do socialismo. Nesse estágio, a comunhão entre os indivíduos seria vivida de maneira plena. Sem almejar a distinção ou a disputa, as famílias de trabalhadores viveriam nos falanstérios, edifícios abrigados por 1800 pessoas vivendo em plena alegria e cooperação.
Por meio do cooperativismo, do prazer e das liberdades de escolha a sociedade iria criar condições para o alcance do socialismo. Nesse estágio, a comunhão entre os indivíduos seria vivida de maneira plena. Sem almejar a distinção ou a disputa, as famílias de trabalhadores viveriam nos falanstérios, edifícios abrigados por 1800 pessoas vivendo em plena alegria e cooperação.
Saint-Simon (1760 – 1825), acreditava
que uma sociedade dividia-se entre os produtores e ociosos. Por isso, defendeu
outra sociedade onde a oposição entre operários e industriais deveria ser
reconfigurada. Para isso, ele pregava a manutenção dos privilégios e do
lucro dos industriais, desde que os mesmos assumissem os impactos sociais
causados pela prosperidade. Dessa forma, ele acreditava que no cumprimento da
sua responsabilidade social, o industriário poderia equilibrar os interesses
sociais.
Levantando determinados pressupostos, os
socialistas utópicos sofreram a crítica dos socialistas científicos. Para os
últimos, o socialismo utópico projetava uma sociedade sem antes devidamente
avaliar as condições mais enraizadas que constituíam o capitalismo. Com isso,
os socialistas ambicionavam definir a natureza do homem e, a partir disso,
indicar o caminho entre a harmonia e os interesses individuais.
Artigo produzido por
Rainer Sousa - Graduado em História
Fonte: www.brasilescola.com
Outro
artigo de socialismo utópico:
O termo socialismo
utópico refere-se
à primeira fase do pensamento socialista que se desenvolveu entre as guerras
napoleônicas e as revoluções
de 1848 (“Primavera
dos povos”). Os pensadores percursores foram: Conde de Saint-Simon, François-Charles
Fourier e Robert Owen.
Socialistas utópicos: Robert Owen, Charles Fourier e Saint-Simon
Segundo
estudiosos, o termo socialismo utópico refere-se aos seus primeiros pensadores,
citados acima, que ficaram conhecidos como socialistas utópicos. Essa denominação tem a ver com o fato
de tais pensadores acreditarem na total transformação da sociedade de forma
pacífica, sem a necessidade da luta armada, que seria promovida pela luta de
classes e pela revolução proletária.
As
ideias e críticas à sociedade burguesa capitalista no século XIX, realizadas pelos
pensadores socialistas utópicos, estão claramente associadas ao pensamento
iluminista, pois propagavam que somente com o desenvolvimento da razão e do
progresso a felicidade humana poderia ser alcançada.
O
principal ideário dos socialistas utópicos era a defesa
da igualdade e o
principal teórico que os influenciou foi o filósofo iluminista Jean-Jacques
Rousseau, que
havia afirmado ser a propriedade privada a origem da
desigualdade entre os homens.
A
partir dessa filiação teórica iluminista, os socialistas utópicos produziram
suas análises e reflexões sobre a sociedade capitalista contemporânea às suas
vivências. Um dos grandes pensadores do socialismo utópico que se destacou foi
Robert Owen (1771-1858). Nascido na Inglaterra, foi proprietário de uma grande
indústria têxtil na cidade de New Lanark. Apesar de ser um burguês, Owen
propiciou algumas mudanças na situação de trabalho dos operários em sua
fábrica: reduziu a jornada de trabalho do operariado, implantou escolas para os
filhos dos trabalhadores (contribuindo para a educação das crianças), construiu
casas para os operários (ofereceu melhores condições de moradia e saúde) e
aumentou os salários do proletariado.
O
Conde de Saint-Simon (1760-1825) foi outro pensador do socialismo utópico.
Originário da nobreza francesa “esclarecida”, não concordava com a pobreza e
com as desigualdades sociais. Sua principal reivindicação era a livre empresa,
continuando com o lucro dos capitalistas, porém estes deveriam assumir
responsabilidades sociais e ofertar melhores condições de vida e de trabalho
aos operários.
O
comerciante francês Charles Fourier também foi um defensor do pensamento
socialista utópico. Ele acreditava que a melhoria nas condições de vida e
trabalho dos operários aconteceria com a criação de associações e pelo
cooperativismo entre o proletariado (produção partilhada por todos). Criticava
veemente a sociedade burguesa, que separava o trabalho do prazer. Defendeu a
libertação da mulher e a libertação sexual, pois esta última está ligada à
liberação dos instintos e a obtenção do prazer.
Para
alguns estudiosos, como Friedrich Engels (1820-1895), os socialistas utópicos
criavam modelos ideais que não poderiam ser implementados – entretanto o
socialismo utópico foi considerado a primeira forma de contestação ao
individualismo liberal e corporificou-se como uma possível resposta aos
problemas sociais que surgiram durante o processo de industrialização.
Artigo
produzido por Leandro Carvalho
Fonte: www.historiamundo.com.br
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