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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Práticas e Instituições Religiosas.

Aluna: Michele Barros

Ensaio realizado para disciplina História Social através das práticas e instituições religiosas.

"Aqui estão os sacerdotes; e muito embora sejam meus inimigos...meu sangue está ligado ao deles."1

Assim Falou Zaratustra

Friedrich Nietzsche

Ao falarmos em História Social através das práticas religiosas, dificilmente conseguiríamos dissociar essa análise de questionamentos como, o que é religião? Qual sua importância social? Como se originou as diversas manifestações religiosas praticadas pelo mundo? Estas são algumas entre tantas outras indagações a qual um tema tão complexo e polêmico poderia suscitar.

Relacionando a frase acima, contida em "Assim falou Zaratustra", às inúmeras práticas religiosas existentes, podemos a princípio compreender o importante papel sócio-político que as religiões e suas organizações possuem. Ao introduzir esta frase as falas de Zaratustra, Nietzsche mostra-nos que mesmo não concordando com a hierarquização da religiosidade, é impossível menosprezar o poder exercido por essas instituições em nossa vida cotidiana. Independente de praticarmos, ou não, um culto religioso especifico. Com isso necessitamos analisar o que vem a ser religião, e qual motivo nos leva a atribuir-lhe tanto significado.

No livro, "O Que é Religião?", Rubem Alves enfoca a abordagem da Religião como expressão inerente ao ser humano. Analisa dos primórdios da antiguidade, passando pela religiosidade que caracteriza a Idade Média até o mundo secularizado da era contemporânea. O autor inicia seu texto descrevendo a "mentalidade religiosa" predominante no imaginário de um mundo que se pensava sagrado.


Houve tempo em que os descrentes, sem amor a Deus e sem religião, eram raros. Tão raros que os mesmos se espantavam com sua descrença e a escondiam, como se ela fosse uma peste contagiosa. E de fato era, tanto assim que não foram poucos os que foram queimados na fogueira, para que sua desgraça não contaminasse os inocentes. Todos eram educados para ver e ouvir coisas do mundo religioso, e a conversa cotidiana, este tênue fio que sustenta visões de mundo, confirmava, por meio de relatos de milagres, aparições, visões, experiências místicas, divinas e demoníacas, que este é um universo encantado e maravilhoso no qual, por detrás e através de cada coisa e cada evento, se esconde e revela um poder espiritual. 2

Estamos diante de uma visão sagrada da existência humana, na qual se pensar e viver somente a vida temporal, o mundo profano, é considerado pecado gravíssimo. Não há outra realidade fora dos limites do universo religioso.

O canto gregoriano, a música de Bach, as telas de Hieronymus Bosch e Pieter Bruegel, a catedral gótica, a Divina Comédia, todas estas obras são expressões de um mundo que vivia a vida temporal sob a luz e as trevas da eternidade. 3

Todavia, Rubem Alves identifica que houve um rompimento nessa visão sacralizada ao observar como o misticismo que caracterizava o mundo medieval, e outras épocas históricas, deixa de conduzir o cotidiano das sociedades, parte de suas instituições e o dia-a-dia de seus indivíduos.

Mas alguma coisa ocorreu. Quebrou-se o encanto. O céu, morada de Deus e seus santos, ficou de repente vazio. Virgens não mais apareceram em grutas. Milagres se tornaram cada vez mais raros, e passaram a ocorrer sempre em lugares distantes com pessoas desconhecidas. A ciência e a tecnologia avançaram triunfalmente, construindo um mundo em que Deus não era necessário como hipótese de trabalho. Uma das marcas do saber científico é o seu rigoroso ateísmo metodológico: um biólogo não invoca maus espíritos para explicar epidemias, nem um economista os poderes do inferno para das contas da inflação, da mesma forma como a astronomia moderna, distante de Kepler, não busca ouvir harmonias musicais divinas nas regularidades matemáticas dos astros.4

O mundo na contemporaneidade tornou-se secularizado. Não há mais necessidade de recorrer a uma divindade, a um Deus soberano e autoritário para realizar as mais elementares atividades.

O homem controla seu destino, determinando os rumos de sua vida, ou seja, a extrema religiosidade, comum há outros tempos, passa a fazer parte da realidade de grupos isolados. A industrialização, as descobertas e avanços tecnológicos, a sofisticação da Cultura; enfim, todas as realizações atribuídas à modernidade distanciam o mundo sagrado do profano.


Contudo, Alves afirma não ser possível extirpar a religião simplesmente deixando-a em segundo plano. Afinal, nos momentos de dor e desespero, em que os recursos materiais disponíveis não aliviam o sofrimento, a necessidade de consolo divino costuma se manifesta fortemente.

O que ocorre com freqüência é que as mesmas perguntas religiosas do passado se articulam agora, travestidas, por meio de símbolos secularizados. Metamorfoseiam-se os nomes. Persiste a mesma função religiosa. Promessas terapêuticas de paz individual, de harmonia íntima, de liberação da angústia, esperanças de ordens sociais fraternais e justas, de resolução das lutas entre os homens e de harmonia com a natureza, por mais disfarçadas que estejam nas máscaras do jargão psicanalítico/psicológico e sociais em torno dos quais foram tecidas as teias religiosas. Se isto for verdade, seremos forçados a concluir não que o nosso mundo se secularizou, mas antes que os deuses e esperanças religiosas ganharam novos nomes e novos rótulos, e os seus sacerdotes e profetas novas roupas, novos lugares e novos empregos.5

Rubem Alves chega a constatação de que pertencer a uma sociedade secular não diminui as "necessidades religiosas" individuais, pois elas continuam as mesmas de antes. Afinal, a mudança ocorreu apenas na nomenclatura dos símbolos e ritos religiosos, evidenciando o significado que a Religião, ou a fé sobrenatural, exerce na vida de todos, direta ou indiretamente. Ou seja, embora muitos proclamem sua irreligiosidade, o que observamos de fato é que estamos inseridos em um mundo no qual a Religião tem papel fundamental, sendo uma decisão pessoal acreditar e aderir a esta religiosidade.

[...] Mas é necessário reconhecê-la como presença invisível, sutil, disfarçada, que se constitui num dos fios com que se tece o acontecer do nosso cotidiano. A religião está mais próxima de nossa experiência pessoal do que desejamos admitir. [...] 6

Para concluir a importância conferida a religião e os estudos a ela direcionados, Rubem Alves utiliza-se de uma frase de Ludwig Feuerbach que diz: "A consciência de Deus é autoconsciência, conhecimento de Deus é autoconhecimento. A religião é o solene desvelar dos tesouros ocultos do homem, a revelação dos seus pensamentos íntimos, a confissão aberta dos seus segredos de amor." 7

Neste contexto, considerando a afirmação de Feuerbach acerca do conhecimento de Deus ser autoconhecimento e autoconsciência, pode-se presumir que a religião é imprescindível a existência humana, pois, levando em conta o significado da palavra religião - do latim religare - ela religa a criatura ao criador.


Portanto, nos "ligando" ao criador estamos tomando consciência de quem somos, e assim, damos sentido à nossa vida. As diversas manifestações religiosas; todos os símbolos, ritos e costumes praticados em nome de Deus, Alá, ou tantas outras divindades, são representações dessa busca por união.


Mircea Elias no clássico da historiografia das religiões, "O Sagrado e o Profano", desvenda os mistérios em torno dos símbolos, ritos e tradições envolvendo as mais diversas religiões existentes. Compreender alguns aspectos dessa "simbologia religiosa" nos ajudará a perceber como a religião dá significado à nossa vida, se utilizando de elementos comuns ao nosso cotidiano.

Assim, neste livro Eliade nos apresenta uma descrição comparada das religiões (desde as mais arcaicas) e procura demonstrar a evolução, origem e forma primeira da experiência religiosa do homem. No prefácio já podemos observar exemplos de como alguns povos na Antiguidade relacionaram os "mitos de origem" à explicação do divino, sendo essa visão comum a todas as religiões praticadas.

Segundo os estóicos, os mitos revelam visões filosóficas sobre a natureza profunda das coisas, ou encerravam preceitos morais. Os múltiplos nomes dos deuses designavam uma só divindade, e todas as religiões exprimiam a mesma verdade fundamental: só variava a terminologia.8

Em outro trecho, o autor nos revela o pensamento do filósofo grego Plutarco acerca da semelhança simbólica entre as religiões. Segundo Plutarco, a diversidade das formas religiosas é apenas aparente: os simbolismos revelam a unidade fundamental das religiões.9

As afirmações expostas por Eliade, vão de encontro às idéias de Rubem Alves acerca da mudança existir apenas nas nomenclaturas dos símbolos, sem modificar o sentido empregado a eles, ou seja, o que difere uma expressão religiosa de outra é somente a maneira de nomeá-las, não modificando o sentido divino que essas expressões exercem na vida do homem religioso.


Para Mircea Eliade, esse homem religioso que "optou" por uma vida sagrada em opção a uma existência puramente profana (mundana), vivencia as experiências, as expressões religiosas em todas as esferas de sua vida. O espaço sagrado, e tudo que ele representa, são o eixo central sua existência.

A profunda nostalgia do homem religioso é habitar um "mundo divino", ter uma casa semelhante à "casa dos deuses", tal qual foi representada mais tarde nos templos e santuários. Em suma, essa nostalgia religiosa exprime o desejo de viver num cosmo puro e santo, tal como era no começo, quando saiu das mãos do Criador. 10

Para Mircea Eliade, o tempo também participa de toda simbologia religiosa, pois se exprime de maneira diferente na vida do homem religioso. Para o autor há o Tempo sagrado e o Tempo profano. Segundo ele, enquanto o tempo profano segue a duração temporal do cotidiano, tem um começo e um fim; o tempo sagrado recusa-se a seguir a cronologia habitual, viver unicamente no "presente histórico". Procura unir-se há um tempo sagrado que, de certo modo, equipara-se à "Eternidade".

Para o homem religioso, ao contrário, a duração temporal profana pode ser "parada" periodicamente pela inserção, por meios dos ritos, de um Tempo sagrado, não-histórico (no sentido de que não pertence ao presente histórico). [...] Já não é o Tempo histórico atual que é presente – o tempo que é vivido, por exemplo, nas ruas vizinhas -, mas o Tempo em que se desenrolou a existência histórica de Jesus Cristo, o tempo santificado por sua pregação, por sua paixão, por sua morte e ressurreição.11

A Natureza também possui valor sagrado no universo do homem religioso. Afinal, se o universo é Criação Divina, tudo o que nele está contido também o será. Mircea Eliade ao falar sobre a sacralidade da Natureza apresenta o Céu, a Água, a Terra, a mulher, a Árvore, e elementos como a pedra, Lua, Sol, Trevas, como símbolos primordiais para análise da Natureza como algo sagrado.

Isto vem corroborar com a afirmação de que para o homem religioso tudo que existe no universo, desde o tempo até a mais simples atividade humana, são representações da "força divina".

É fácil compreender isto quando se leva em conta o fato de que, para o homem religioso, o Mundo apresenta sempre uma valência supranatural, quer dizer, revela uma modalidade do sagrado. Todo fragmento cósmico é "transparente": seu próprio modo de existência mostra uma estrutura particular do Ser e, por conseqüência, do sagrado. Não se deve esquecer que, para o homem religioso, a sacralidade é uma manifestação completa do Ser. As revelações da sacralidade cósmica são, de certo modo, revelações primordiais, pois tiveram lugar no mais longínquo passado religioso da humanidade e conseguiram resistir às inovações introduzidas posteriormente pela História.12

Para finalizar sua análise, Mircea Eliade compara a existência do homem religioso a do areligioso dizendo que, o religioso está "aberto" a este "mundo divino", em comunicação com os deuses, participando deste universo santificado. Contudo o não religioso também participa deste universo, embora não perceba.

Mas o homem a religioso descende do homo religiosus e, queira ou não, é também obra deste, constitui-se a partir das situações assumidas por seus antepassados. Em suma, ele é o resultado de um processo de dessacralização. Assim como a "Natureza" é o produto de uma secularização progressiva do Cosmo obra de Deus, também o homem profano é o resultado de uma dessacralização da existência humana. Isto significa que o homem a religioso se constitui por oposição a seu predecessor, esforçando se por se "esvaziar" de toda religiosidade e de todo significado trans humano.13

Portanto, tanto Mircea Eliade, como Rubem Alves, concluem que a Religião está presente na vida do homem a religioso, mesmo que ele não perceba ou admita isso. Ambos afirmam que a secularização, ou dessacralização, a qual se submeteu o homem moderno, não modificou a essência religiosa herdada de seus antepassados. Muito embora o mundo contemporâneo tenha se secularizado, e a modernidade pareça retirar deste homem seu "traço divino", o que ocorre de fato, como afirma Eliade, é que a maioria dos "sem religião" ainda se comporta religiosamente, embora não esteja consciente do fato.14

Enfim, a mudança nos hábitos, usos e costumes das sociedades modernas, levou o homem a se acreditar auto-suficiente. O teocentrismo característico de outros tempos deu lugar a um "mundo" egocêntrico, no qual o homem é inteiramente responsável por seu destino. Entretanto, a quantidade de instituições, de divindades e práticas religiosas existentes na atualidade, contrapõe essa mentalidade. Apesar das aparentes mudanças, a humanidade através da religião, ainda tem buscado compreender de onde viemos, e para onde vamos.

Conclusão


Para concluir tomarei emprestado o texto do Pastor Evangélico Ed René Kivitz, no qual podemos encontrar a definição de Religião, melhor dizendo de Fé, a qual se referiu os autores, que abarca todos os seres humanos, independente da prática religiosa ser, ou não, uma constante em nossas vidas. Refiro-me à Fé por acredita que o termo religião nos remete às instituições e toda hierarquia religiosa criada pelo homem. Acredito que toda a sofisticação a qual chegaram essas instituições, inverteu o propósito principal da religião, que é religar-nos a Deus. O texto de Kivitz exemplifica esse distanciamento existente entre Religião, como prática institucionalizada pelo homem, e a Fé, a espiritualidade propriamente dita.

A postagem abaixo refere-se ao episódio envolvendo alguns jogadores do Santos numa visita ao Lar Espírita Mensageiros da Luz, local que cuida de crianças com deficiência cerebral, para entrega de ovos de Páscoa. Uma parte dos atletas, dentre eles, Robinho, Neymar, Ganso e Fábio Costa, se recusaram a entrar na entidade, e preferiram ficar dentro do ônibus do clube, sob alegação de que eram evangélicos e não entrariam num local fundado e dirigido por Espíritas.15

Diz o texto do Pastor: " Os meninos da Vila pisaram na bola, mas prefiro sair em sua defesa. Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles.


O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso, cada vez mais me convenço que o Cristianismo implica na superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento as categorias da religião. A religião está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé. A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e de cada uma das tradições de fé.


Quando você começa a discutir quem vai para o céu e quem vai para o inferno, ou se Deus é a favor ou contra a prática do homossexualismo, ou mesmo, se você tem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar a favor de Deus, você está discutindo religião. Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou ressureição, a teroria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião. Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita Kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião.

O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas uma das outras, promove o sectarismo e a intolerância. A religião coloca de um lado os adoradores de Alá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva de Krishna e devotos de Buda, e por aí vai. E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixem de existir, enquanto outros, se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio, através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus.

Mas quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas. Quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz.

Os valores espirituais agregam pessoas, aproximam os diferentes, fazem com que os discordantes no mundo das crenças se dêem as mãos, no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião. Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus. Quando você vive no mundo da espiritualidade, que a sua religião ensina, ou pelo menos deveria ensinar, você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e a miséria de uma paralisia mental."

Ed René Kivitz, cristão, pastor evangélico, e santista desde de pequenininho.


Notas:


1 NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falou Zaratustra. In: ALVES, Rubem. O que é Religião?.São Paulo: Loyola, 1999. p. 8. Disponível em http://books.google.com.br/books?isbn=851501968X. Acesso em: 02 dez.2010.

2 ALVES, RUBEM. O que é Religião?. São Paulo: Loyola, 1999. Disponível em http://books.google.com.br/books?isbn=851501968X. Acesso em: 02 dez.2010

3 ALVES, op. cit, p. 9 3

4 ALVES, op. cit, p. 9-10 4

5 ALVES, op. cit, p. 12-13

6 Ibidem, idem.

7 Ibidem, idem 5

8 ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano. São Paulo: Martins Fontes, 1992. p. 109.

9 ELIADE, op. cit, p. 7 6 10 ELIADE, op. cit, p. 37

11 ELIADE, op. cit, p. 39 7

13 Ibdem, idem

14 Ibdem, idem 9

15 http://pensarpararealizar.blogspot.com/2010



REFERÊNCIAS

ALVES, RUBEM. O que é Religião?. São Paulo: Loyola, 1999. Disponível em http://books.google.com.br/books?isbn=851501968X. Acesso em: 02 dez.2010

ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano. São Paulo: Martins Fontes, 1992. p. 109.



Contribuição da Professora de História Michele Barros.

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