É
interessante que quando falamos de perseguição de um grupo étnico durante o
século XX sempre nos levar a lembrarmos de Adolf Hitler na Alemanha nazista,
muitas vezes deixamos de olhar para nosso próprio umbigo, pois é, o nosso país
também existiu várias perseguições e discriminação ao longo da história.
Para
citar uma, podemos constatar com a ideia de nacionalização durante o período do
Estado Novo de Getúlio Vargas, onde existiu uma política imigratória que
pretendia dar uma orientação branca, cristã e nacionalista à imigração.
Ocorreu
a proibição de entrada de imigrantes negros, japoneses, judeus e outras nacionalidades consideradas
indesejáveis.
Não
podemos esquecer que Getúlio Vargas antes de entrar na guerra ao lado dos
aliados, nutria uma simpatia pelo nazismo alemão.
Segue
alguns documentos históricos da época sobre este tema:
Art.
1º Este regulamento dispõe sobre a entrada e permanência de estrangeiros no
território nacional, sua distribuição e assimilação e o fomento do trabalho
agrícola. Em sua aplicação ter-se-á em vista preservar a constituição étnica do
Brasil, suas formas políticas e seus interesses econômicos e culturais.
Art.
2º O número de estrangeiros de qualquer nacionalidade admitidos anualmente no
Brasil em caráter permanente não poderá exceder a quota fixada neste
regulamento.
Art.
3º A quota a que se refere o artigo anterior corresponde a dois por cento (2%)
do número de estrangeiros da mesma nacionalidade que entraram no país, com o
mesmo caráter, no período de 1º de janeiro de 1884 a 31 de dezembro de 1933
(...)
(Decreto-lei
nº 3010, de 20 de agosto de 1938, ‘Regulamento sobre a entrada de estrangeiros’.
In: Manual de legislação brasileira.)
(...)
fica recusado visto no passaporte a toda pessoa que se saiba, ou por declaração
própria (folha de identidade), ou qualquer outro meio de informação segura, que
é de origem étnica semita. No caso de haver apenas “suspeitas”, recomenda-se às
autoridades “retardar a concessão do visto, até que, pelos meios de
investigação eficientes...” consigam esclarecer a dúvida e chegar a uma decisão
final (...)
(Circular
nº 1127. Apud M. Luiza Tucci Carneiro, O anti-semitismo na era Vargas, p. 168.)
Fonte:
Nos tempos de Getúlio – Da Revolução de 30 ao fim do Estado Novo – Sonia de eus
Rodrigues Bercito – 7ª edição - Atual Editora.
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