O IG postou uma interessante matéria sobre o significado das estrelas que compõe o brasão de armas da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Na matéria o deputado Adriano Diogo (PT/SP) tece sua opinião crítica sobre o tema.
Do outro lado, o Major Hélio Tenório dos Santos, membro emérito da Academia Brasileira de História Militar faz a defesa da Corporação.
A História como o próprio nome do meu blog diz "não existe uma única verdade", é contada por uma das partes envolvidas ou de alguma forma interessada, por isso não poderá ser isenta de parcialidade.
É por esse motivo que realmente necessitamos de pesquisar, ler diversos autores para que só assim possamos tirar nossas conclusões, porém devemos ter ciência que até as nossas opiniões estarão com resquícios de parcialidade para um determinado lado.
Hitler não escreveu o seu livro?
Como seria um livro escrito por José Dirceu sobre o mensalão?
Como seria um livro escrito por Erasmo Dias sobre a Ditadura?
Pois bem, onde quero chegar, muito do que nos contam ou aquilo que nós lemos, tem no seu conteúdo interesses, basta ler o jornal A e o jornal B e verificar as diferentes tendências implícitas.
Mas chega de conversa, e vamos acompanhar a matéria do IG.
Nada é Definitivo!
"Como o nome do Blog diz, não existe uma única verdade, portanto, sempre temos que investigar tudo o que nos dizem sobre a história, para que possamos chegar mais próximos de uma verdade. Este blog é apenas um dos vários caminhos que existem, sejam bem vindos."
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Tio Sam e sua imagem.
Sobre o Tio Sam
Você sabe como surgiu essa
expressão e como surgiu a figura abaixo:
“Não há consenso entre os
historiadores a respeito da história da
personagem. Segundo a versão mais aceita nos Estados Unidos, a tradição do
Tio Sam surgiu a partir de uma brincadeira
entre soldados durante a guerra contra a Inglaterra em 1812. Eles recebiam os
suprimentos alimentícios em barris que vinham com a inscrição ‘U.S’., sigla
utilizada pelo exército e que significa United States (Estados Unidos). As
letras foram associadas ao nome de um dos fornecedores do governo, Samuel
Wilson, fabricante e comerciante de carne em conserva.
Filho de imigrantes judeus,
Wilson nasceu em Arlington, Massachusetts, no dia 13 de setembro de 1766,
falecendo em 1854. A ‘brincadeira’ dos soldados consistia em simplificar o nome
de Samuel Wilson para ‘Tio Sam’ (Unce Sam em inglês) e associá-lo à sigla
gravada nos barris de alimentos, criando-se, assim, uma personagem que, sendo o
responsável pela alimentação das tropas, acabava por representar a própria
administração federal.
Ainda no século XIX, o
chargista Thomas Nast criou uma personagem baseada nessa história, já com suas
roupas características imitando a bandeira norte-americana, para representar o
governo dos EUA em seus cartuns.
A aparência com a qual nós
estamos acostumados só surgiu no início do século XX, quando o famoso
ilustrador James Montgomery Flagg utilizou sua própria imagem para desenhar a
fisionomia da personagem, agora com o tradicional cavanhaque, no famoso pôster
de alistamento do exército de 1916, durante a Primeira Guerra Mundial”.
Fonte: A história da
personagem. In: A figura do Tio Sam na propaganda política dos Estados Unidos
em guerra. Autores: Charteris Santos dos Santos, Fábio Chang de Almeida e
Marlise Giovanaz (orientadora). Disponível em: WWW.ufrgs.br/propesq/livro3/index_charteris.htm
Escravidão na antiguidade até os dias atuais.
Escravo na Antiguidade até
os dias atuais.
Esse abominável sistema
sempre existiu entre os seres humanos, e sabemos que até os dias de hoje estão
presentes em diversos países, inclusive no Brasil.
Para quem duvida é só
percorrer os grandes latifúndios em nosso extenso território para verificar a
exploração de diversos trabalhadores nas lavouras, plantação de cana, carvoaria,
onde crianças, jovens e velhos executam diversos trabalhos análogo a escravidão.
Em São Paulo não precisa
percorrer muito para verificar a exploração que são submetidos os bolivianos
entre outros nacionalidades que vendem sua força de trabalho aqui no Brasil.
Na antiguidade não foi
diferente, os escravos em Roma para serem vendidos tinham que passar por
uma exposição humilhante.
Verifiquem abaixo o texto
extraído do livro de Mário Maestri:
“Os escravos vendidos nos
mercados romanos eram expostos, comumente nus, sobre estrados ou em gaiolas.
Tinham os pés pintados de branco – signo de escravidão. Pergaminhos pendurados
aos pescoços indicavam origem, preços e habilidades. Os cativos podiam ser
negociados em grupo ou individualmente. Os vendedores eram obrigados a declarar
– em alta e viva voz, no momento da venda – os vícios e as enfermidades das
mercadorias. Entre tais ‘defeitos de fabricação’, encontravam-se a tendência à ‘vagabundagem’,
à fuga’, ao ‘suicídio’; a surdez; a miopia; a epilepsia, etc. A falta de
informação ou a falsidade dela podiam levar à anulação do ato de compra ou à
indenização do comprador, num prazo máximo de seis meses a um ano,
respectivamente”.
(O escravismo antigo – Mário
Maestri – Discutindo a História – 11ª
Edição - Atual Editora).
Por isso que quando tivermos
conhecimento sobre gente trabalhando em condições degradantes, não podemos nos
esconder, devemos denunciar sim.
Um abraço.
Professor David.
Filme Fahrenheit dublado em português.
Excelente filme para entender um pouco como funciona o sistema:
Neoliberalismo.
Textos sobre o Neoliberalismo:
Características do Neoliberalismo (princípios básicos):
Críticas ao neoliberalismo
Transnacionais disputam o mundo
desigualdade social aumenta
Introdução
Podemos definir o neoliberalismo como um
conjunto de idéias políticas e econômicas capitalistas que defende a não
participação do estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver
total liberdade de comércio (livre mercado), pois este princípio garante o
crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país.
Surgiu na década de 1970, através da Escola
Monetarista do economista Milton
Friedman, como uma solução para a crise que atingiu a economia mundial em 1973,
provocada pelo aumento excessivo no preço do petróleo.
Características do Neoliberalismo (princípios básicos):
- mínima participação estatal nos rumos da
economia de um país;
- pouca intervenção do governo no mercado de trabalho;
- política de privatização de empresas estatais;
- pouca intervenção do governo no mercado de trabalho;
- política de privatização de empresas estatais;
- livre circulação de capitais internacionais e
ênfase na globalização;
- abertura da economia para a entrada de multinacionais;
- adoção de medidas contra o protecionismo econômico;
- desburocratização do estado: leis e regras econômicas mais simplificadas para facilitar o funcionamento das atividades econômicas;
- diminuição do tamanho do estado, tornando-o mais eficiente;
- posição contrária aos impostos e tributos excessivos;
- aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico;
- abertura da economia para a entrada de multinacionais;
- adoção de medidas contra o protecionismo econômico;
- desburocratização do estado: leis e regras econômicas mais simplificadas para facilitar o funcionamento das atividades econômicas;
- diminuição do tamanho do estado, tornando-o mais eficiente;
- posição contrária aos impostos e tributos excessivos;
- aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico;
- contra o controle de preços dos produtos e
serviços por parte do estado, ou seja, a lei da oferta e demanda é suficiente
para regular os preços;
- a base da economia deve ser formada por
empresas privadas;
- defesa dos princípios econômicos do capitalismo.
- defesa dos princípios econômicos do capitalismo.
Críticas ao neoliberalismo
Os críticos ao sistema afirmam que a economia
neoliberal só beneficia as grandes potências econômicas e as empresas
multinacionais. Os países pobres ou em processo de desenvolvimento (Brasil, por exemplo) sofrem
com os resultados de uma política neoliberal. Nestes países, são apontadas como
causas do neoliberalismo: desemprego, baixos salários, aumento das diferenças
sociais e dependência do capital internacional.
Pontos positivos
Pontos positivos
Os defensores do neoliberalismo acreditam que
este sistema é capaz de proporcionar o desenvolvimento econômico e social de um
país. Defendem que o neoliberalismo deixa a economia mais competitiva,
proporciona o desenvolvimento tecnológico e, através da livre concorrência, faz
os preços e a inflação caírem.
Exemplos de governos que adotaram políticas
econômicas neoliberais nos últimos anos:
- No Brasil: Fernando Collor de Melo (1990 -
1992) e Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2003)
- No Chile: Eduardo Frei (1994 - 2000), Ricardo
Lagos (2000 - 2006) e Michelle Bachelet (2006 - 2010)
- Nos Estados Unidos: Ronald Reagan (1981 -
1989), George Bush (1989 - 1993) e George W. Bush (2001- 2009)
- No México: Vicente Fox Quesada (2000 - 2006)
- No Reino Unido: Margaret Thatcher (1979 -
1990)
Principais teóricos do Neoliberalismo:
- Friedrich Hayek (Escola Austríaca)
- Leopold von Wiese
- Ludwig von Mises
- Milton Friedman (Escola Monetarista, Escola de
Chicago)
Outro texto sobre o Neoliberalismo – produzido
por Antonio
Gasparetto Junior
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O Neoliberalismo é uma
releitura do Liberalismo Clássico.
Embora o termo tenha sido cunhado em
1938 pelo sociólogo e economista alemão Alexander Rüstow, oNeoliberalismo só
ganharia efetiva aplicabilidade e reconhecimento na segunda metade do século
XX, especialmente a partir da década de 1980. Nesta época, houve um grande
crescimento da concorrência comercial, muito em função da supremacia que o capitalismo demonstrava conquistar sobre
o sistema socialista. Mesmo ainda no decorrer da Guerra Fria, as características do conflito já
eram muito diferenciadas das existentes nos anos imediatamente posteriores ao
fim da Segunda Guerra
Mundial. A União Soviética já
havia se afundado em uma grave crise que apontava para o seu fim inevitável.
Enquanto isso, o capitalismo consolidava-se como sistema superior e desfrutava
de maior liberdade para determinar as regras do jogo econômico.
O crescimento comercial foi notório e, para
enfrentar a concorrência, medidas foram tomadas no Reino Unido e nosEstados Unidos.
As principais características dessas medidas foram a redução dos investimentos
na área social, ou seja, no que se refere à educação, saúde e previdência
social. Ao mesmo tempo, adotou-se como prática também a privatização das
empresas estatais, o que se aliou a uma perde de poder dos sindicatos.
Passou-se a defender um modelo no qual o Estado não deveria intervir em nada na
economia, deixando-a funcionar livremente. Ou seja, considerando-se as
características do novo momento, uma releitura da forma clássica do
Liberalismo.
O Neoliberalismo ganharia força
e visibilidade com o Consenso de Washington, em 1989. Na ocasião, a
líder do Reino Unido, Margareth Thatcher,
e o presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, propuseram os
procedimentos do Neoliberalismo para todos os países, destacando que os
investimentos nas áreas sociais deveriam ser direcionados para as empresas.
Esta prática, segundo eles, seria fundamental para movimentar a economia e,
consequentemente, gerar melhores empregos e melhores salários. Houve ainda uma
série de recomendações especialmente dedicadas aos países pobres, as quais
reuniam: a redução de gastos governamentais, a diminuição dos impostos, a
abertura econômica para importações, a liberação para entrada do capital estrangeiro,
privatização e desregulamentação da economia.
O objetivo do Consenso de Washington foi, em
certa medida, alcançado com sucesso, pois vários países adotaram as proposições
feitas. Só que muitos países não tinham condições de arcar com algumas delas, o
que gerou uma grande demanda de empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Logo, criava-se todo um sistema de privilégios para os países desenvolvidos,
pois as medidas neoliberais eram implementadas sob o monitoramento do FMI e
toda essa abertura econômica favorecia claramente aos países ricos, capazes de
comprar as empresas estatais e de investir dinheiro em outros mercados. Por
outro lado, o argumento de defesa do Neoliberalismo diz que a abertura
econômica é benéfica porque força à modernização das empresas. Entretanto, é
preciso lembrar que muitas dessas empresas não tinham condições de se
modernizar com tamanha rapidez e com tanto investimento, o que resultou em
muitos empréstimos, incapacidade de pagamento, dívidas em crescimento, falência
e, por sim, desemprego.
No Brasil, o Neoliberalismo foi
adotado abertamente nos dois governos consecutivos do presidente Fernando
Henrique Cardoso. Em seus dois mandatos presidenciais houve várias
privatizações de empresas estatais. Muito do dinheiro arrecadado foi usado para
manter a cotação da nova moeda brasileira, o Real, equivalente a do dólar.
Assim, o Brasil passou pelo mesmo processo de venda de estatais, falências e
desemprego.
Outro texto sobre Neoliberalismo:
O capitalismo é movido pela tendência à
generalização da forma-mercadoria, a máxima ampliação possível do âmbito da
produção de mercadorias como proporção da produto da socedade como um todo. Liberalismo era a forma ideológica
precípua no primeiroestágio, predominantemente extensivo, do
capitalismo caracterizado por elevados ritmos de expansão da produção.
A exaustão do primeiro estágio de
desenvolvimento deu lugar aoestágio de desenvolvimento intensivo.
Nesse, em lugar de rápida expansão, o processo predominante é o progresso
técnico, única fonte de expansão da produção, vale dizer, de acumulação
capitalista. Liberalismo dá lugar à social-democracia como forma política
e ideológica preponderante desse estágio, que tem como um de seus suportes a
elevação dos níveis de reprodução da força de trabalho, necessário tanto para
acompanhar os requisitos de qualificação da forá de trabalho impostas pela
evolução das técnicas de produção, quanto para assegurar mercado de
escoamento da produção. Concomitantemente amplia-se o ãmbito de intervenção
do Estado na organização da produção.
O estágio intensivo entra por sua vez em crise após a exaustão do 'boom' da
reconstrução pós-guerra no final da década de 1960. Na dialética da forma-mercadoria que
regula o capitalismo, o crescimento paulatino da intervenção do Estado, já
prenuncia um problema estrutral para o capitalismo, mas essa intervenção
cresce particularmente acelerado no estágio intensivo, a ponto de colocar a
própria primazia da forma-mercadoria (vale dizer, o próprio capitalismo) em
xeque. O âmbito do mercado --refletido também em superprodução, recessão ou
queda da taxa de lucro-- vai se retraindo inexoravelmente.
Neoliberalismo é a resposta à crise do capitalismo decorrente da
expansão da intervenção do Estado, antagônica à forma mercadoria, ainda que
necessária para sustentá-la. Após alguns anos de diagnóstico e de tateações
(Crozier et alii, 1975), o n~ toma forma no final da
década de 1970 como 'Reaganismo' e 'Thatcherismo', e consiste essencialmente
em uma tentativa de recompor a primazia, e recuperar o âmbito, da produção de
mercadorias. Renegando as formas social-democratas que acompanham o estágio
intensivo, nega a crise estrutural e histórica do capitalismo e se volta às
origens desse, do tempo do liberalismo -- daí o nome de
neo-liiberalismo.
As políticas neoliberais perseguidas ao
final dos anos 70 e no começo dos 80 por parte dos governos nacionais dos
países centrais constituem precisamente uma tentativa (crescentemente
desesperada) de 'remercadorização’ de suas economias.
O Estado capitalista tem que tentar isso, uma
vez que assegurar as condições da produção de mercadorias é sua própria razão
de ser, mesmo se, assim fazendo, Ihe escapa inteiramente o fato de que a negação
da negação da forma-mercadoria não pode restabelecer essa última: privatização não
é o mesmo que mercadorização.
Deák (1985):227fn
O arsenal do neoliberalismo inclui o farto
uso de neologismos que procuram destruir a
perspectiva histórica dando novos nomes a velhos processos ou conferir
respeito a pseudoconceitos Surgem, assim, o pós-moderno, o desenvolvimento sustentável, os movimentos
sociais urbanos, a exclusão social,
os atores(sociais), as ong-s, a globalização, o planejamento
estratégico..., que procuram encobrir, ao invés de revelar, a natureza do capitalismo contemporâneo.
Referências
CROZIER, Michel,
HUNTINGTON S & WATANUKI J (1975) The crisis of democracy:
Report on the governability of democracies to the TrilateralCommission UP,
New York
DEÁK, Csaba (1985) Rent theory and the prices of urban land/ spatial organization of a
capitalist economy esp.Cap 8, nota 35,
reproduzida em Deák (1989)
|
cd,3.3.7
Saiba mais:
Revolução Cubana.
Textos sobre a Revolução Cubana:
A organização da revolução
Em 1957, Fidel Castro e um grupo de cerca de 80 combatentes instalaram-se nas florestas de Sierra Maestra. Os combates com as forças do governo foram intensos e vários guerrilheiros morreram ou foram presos. Mesmo assim, Fidel Castro e Ernesto Che Guevara não desistiram e mesmo com um grupo pequeno continuaram a luta. Começaram a usar transmissões de rádio para divulgar as idéias revolucionárias e conseguir o apoio da população cubana.
O apoio popular
A tomada do poder e a implantação do socialismo
Che e Fidel
Introdução
A Revolução Cubana foi um movimento popular, que derrubou o governo do presidente Fulgêncio Batista, em janeiro de 1959. Com o processo revolucionário foi implantado em Cuba o sistema socialista, com o governo sendo liderado por Fidel Castro.
A Revolução Cubana foi um movimento popular, que derrubou o governo do presidente Fulgêncio Batista, em janeiro de 1959. Com o processo revolucionário foi implantado em Cuba o sistema socialista, com o governo sendo liderado por Fidel Castro.
Cuba antes da revolução: causas da revolução
Antes de 1959, Cuba era um país que vivia sob forte influência dos Estados Unidos. As indústrias de açúcar e muitos hotéis eram dominados por grandes empresários norte-americanos. Os Estados Unidos também influenciavam muito na política da ilha, apoiando sempre os presidentes pró-Estados Unidos. Do ponto de vista econômico, Cuba seguia o capitalismo com grande dependência dos Estados Unidos. Era uma ilha com grandes desigualdades sociais, pois grande parte da população vivia na pobreza. Todo este contexto gerava muita insatisfação nas camadas mais pobres da sociedade cubana, que era a maioria.
Antes de 1959, Cuba era um país que vivia sob forte influência dos Estados Unidos. As indústrias de açúcar e muitos hotéis eram dominados por grandes empresários norte-americanos. Os Estados Unidos também influenciavam muito na política da ilha, apoiando sempre os presidentes pró-Estados Unidos. Do ponto de vista econômico, Cuba seguia o capitalismo com grande dependência dos Estados Unidos. Era uma ilha com grandes desigualdades sociais, pois grande parte da população vivia na pobreza. Todo este contexto gerava muita insatisfação nas camadas mais pobres da sociedade cubana, que era a maioria.
A organização da revolução
Fidel Castro era o grande opositor do governo de
Fulgêncio Batista. De princípios socialistas, planejava derrubar o governo e
acabar com a corrupção e com a influência norte-americana na ilha. Conseguiu
organizar um grupo de guerrilheiros enquanto estava exilado no México.
Em 1957, Fidel Castro e um grupo de cerca de 80 combatentes instalaram-se nas florestas de Sierra Maestra. Os combates com as forças do governo foram intensos e vários guerrilheiros morreram ou foram presos. Mesmo assim, Fidel Castro e Ernesto Che Guevara não desistiram e mesmo com um grupo pequeno continuaram a luta. Começaram a usar transmissões de rádio para divulgar as idéias revolucionárias e conseguir o apoio da população cubana.
O apoio popular
Com as mensagens revolucionárias, os
guerrilheiros conseguiram o apoio de muitas pessoas. Isto ocorreu, pois havia
muitos camponeses e operários desiludidos com o governo de Fulgêncio Batista e
com as péssimas condições sociais (salários baixos, desemprego, falta de
terras, analfabetismo, doenças). Muitos cubanos das cidades e do campo
começaram a entrar na guerrilha, aumentando o número de combatentes e conquistando
vitórias em várias cidades. O exército cubano estava registrando muitas baixas
e o governo de Batista sentia o fortalecimento da guerrilha.
A tomada do poder e a implantação do socialismo
No primeiro dia de janeiro de 1959, Fidel Castro
e os revolucionários tomaram o poder em Cuba. Fulgêncio Batista e muitos
integrantes do governo fugiram da ilha.
O governo de Fidel Castro tomou várias medidas
em Cuba, como, por exemplo, nacionalização de bancos e empresas, reforma
agrária, expropriação de grandes propriedades e reformas nos sistemas de
educação e saúde. O Partido Comunista dominou a vida política na ilha, não
dando espaço para qualquer partido de oposição.
Com estas medidas, Cuba tornou-se um país socialista, ganhando apoio da União Soviética dentro do contexto da Guerra Fria.
Até hoje os ideais revolucionários fazem parte de Cuba, que é considerado o único país que mantém o socialismo plenamente vivo. Com a piora no estado de saúde de Fidel Castro em 2007, Raul Castro, seu irmão, passou a governar oficialmente Cuba, em fevereiro de 2008.
Com estas medidas, Cuba tornou-se um país socialista, ganhando apoio da União Soviética dentro do contexto da Guerra Fria.
Até hoje os ideais revolucionários fazem parte de Cuba, que é considerado o único país que mantém o socialismo plenamente vivo. Com a piora no estado de saúde de Fidel Castro em 2007, Raul Castro, seu irmão, passou a governar oficialmente Cuba, em fevereiro de 2008.
Outro texto sobre a Revolução Cubana, produzido
por Marcio
Cabezas
|
ANTECEDENTES
No início do século XX, Cuba era
uma colônia (neo-colônia), norte-americana. Desgastada com a administração
corrupta e claramente favorável ao capital estrangeiro, o povo começava a se
inquietar de maneira preocupante para a metrópole. O movimento operário estava
ganhando força e se fazendo notar, principalmente com duas grandes greves: dos Aprendizes (1902)
e da Moeda (1907).
Sofrendo pelo altos níveis de inflação gerada
pela Primeira Guerra Mundial e tendo sua
economia baseada na monocultura da cana-de-açúcar, sendo os Estados Unidos seu
comprador quase exclusivo, a Grande Depressão de 1929, deixou claro
que a situação em Cuba era muito frágil, já que 70% de sua economia era
controlada pelo capital estadonidense.
Estando a pouco mais de 100km de distância de Miami,
o território cubano se tornou o quintal dos ricos e emergentes que passavam em
Cuba seus finais de semana. O que era ilegal nos Estados Unidos, era amplamente
praticado em Cuba. Um lugar onde os yankees gastavam seus dólares com sexo,
drogas e jogatina, a noite se enchia de prostitutas, malandros e vagabundos:
claro, todos eles cubanos.
Até então Cuba esteve nas mãos de diversos
dirigentes. Sempre sob o olhar e a mão firme da metrópole que defendia seus
lucros e favorecia apenas a minoria burguesa, (onde a maioria era
norte-americana com alguns poucos cubanos). Até que Fulgêncio Batista em
10 de março de 1952 tomou o poder através de um golpe assistido e apoiado pelos
norte-americanos.
Paralelamente a isso, ocorreram diversas greves
e revoltas. Sempre partindo do proletariado que se unia e do movimento
estudantil que ganhava força. As primeiras ações sentidas foram os ataques e
tentativas de tomada dos quartéis de Moncada e de Carlos
Manuel de Céspedes, em 26 de Julho de 1953. A ação conjunta fracassou,
resultando na morte de vários combatentes, em sua maioria jovens estudantes e a
prisão de outros tantos. Entre os presos estava Fidel Alejandro Castro
Ruz, recém-formado advogado pela Universidade de Havana.
Outros movimentos de revolta também tentaram
ataques isolados, tendo todos fracassado. Enquanto isso Fidel Castroé
liberto e exilado no México. E foi lá então, que reuniram-se condições,
convergiram fatores, para que se pensasse em uma verdadeira guerrilha.
Fidel tinha em torno de si uma grande rede de contatos que o apoiariam; foi com
esse objetivo então, que em 1954, funda o Movimento Revolucionário 26
de Julho (M-26-7). Baseado no México, articula ações e conta com casas
de apoio e representantes, principalmente em Cuba, Guatemala e Estados Unidos.
Vivendo na clandestinidade, o M-26-7 tem grandes
planos, mas tem maiores ainda dificuldades. Conciliar egos e pensamentos
diferentes, manter o movimento coeso e unificado, treinar combatentes, angariar
recursos e pessoal, evitar espiões e traidores. Num processo lento o plano é
traçado: Penetrar com um foco guerrilheiro através das florestas ao sudoeste da
ilha, aos pés da Sierra Maestra e espalhar a revolução, contando com a adesão
popular e dos camponeses que vivem miseravelmente ali.
COMEÇA A GUERRA DE GUERRILHAS
Antes do amanhecer, em 2 de dezembro de 1956 o
iate Granma, vindo do México, atraca (ou encalha), no litoral sudeste da ilha,
transportando 82 combatentes. A viagem que durou 7 dias, 2 a mais que o planejado,
fora desastrosa e cheia de incidentes.
Depois que o iate Granma de 12 metros com 82
homens, armas, mantimentos e medicamentos encalha, um tanto afastado da praia,
o pessoal é obrigado a praticamente nadar já com o sol raiando e saraivadas de
tiros de uma lancha da patrulha costeira cubana. O resultado foi um grande
prejuízo de armas, munições e principalmente de pessoal. Do total, apenas 22
restaram para o foco insurrecional.
Re-começando praticamente do zero, o grupo
precisa garantir a sua sobrevivência e reestruturação. Em território
desconhecido, contavam com os camponeses que os guiassem pela floresta e muitas
vezes para alimentá-los. Em contra-partida o governo retaliava, geralmente com
a vida, quem fosse “pego” ajudando os rebeldes. “Pego”, por que na verdade para
Fulgêncio, o motivo pouco importava. O importante era difundir a mensagem de
que os rebeldes eram os bandidos e que não se envolvessem com eles; então era
comum que acusassem o vizinho por vinganças particulares, como questões de dívida
e assuntos pessoais.
Por fora, os contatos do M-26-7 corriam para
recrutar novo pessoal, armas e dinheiro. Comunicando-se através de rádio,
conhecida como Rádio Bemba (Sistema de Rádio Rural), Fidel
assinava contratos, redigia artigos e planejava táticas.
Na capital o governo alardeava que suas tropas
haviam sufocado o movimento, porém o que acontecia era justamente o contrário:
tendo consciência de que ainda eram muito fracos, os revolucionários se
ocupavam em manter-se sempre em movimento, criando emboscadas e evitando o
inimigo.
Nas batalhas as colunas rebeldes sempre eram em
número bastante inferior ao das tropas do exército, porém com a tática do “bate
e corre”, conseguiam infligir certos danos e algumas vitórias parciais.
Passando fome muitíssimas vezes, a tensão e o
cansaço fatigavam os combatentes. Sempre vivendo no limite, sem ter para
amanhã, de tempos em tempos abria-se uma permissão para àqueles que não
suportando mais iriam desertar. Fora dessas concessões quem desertasse era
morto, pois sabia demais sobre o Movimento.
Conforme as colunas foram adentrando na
floresta, foram também ganhando a simpatia dos guajiros, como é chamado o
camponês; humilde e analfabeto, negro, mulato ou branco, pés descalços e chapéu
de palha, que insatisfeitos com a maneira como viviam e esclarecidos sobre a
real intenção dos combatentes, muitas vezes se juntavam a coluna ou guiavam
pelos tortuosos caminhos. Grande parte dessa simpatia também se deveu ao fato
de que qualquer espaço conquistado pelos rebeldes, logo era considerado Território
Livre e suas terras divididas entre os camponeses. Entre eles havia
também os traidores, que em troca de dinheiro, ou temendo pela própria vida ou
da família, davam informações para o governo sobre posição e quantidade dos
rebeldes.
As colunas, agora já maiores e melhor
organizadas traziam consigo vantagens e desvantagens. Tornava-se inviável bater
na casa de um camponês e pedir-lhe comida. A base guerrilheira, então instalada
na Sierra Maestra funcionava como um Quartel General e muito
por iniciativa de Ernesto Guevara (Che), criou-se em plena
floresta um sistema rudimentar para a produção de pão e charque que alimentasse
as tropas, artigos de couro para os soldados e inclusive uma pequena imprensa
com um mimeógrafo antigo de onde era editados manifestos e até um jornal da
floresta. Atos de insubordinação ou indisciplina, também eram frequentes e
firmemente tolhidos. Algumas vezes até passíveis de crítica quanto a sua
dureza, principalmente na figura de Che Guevara. Promovido a chefe
de uma coluna, Che era conhecido pela sua conduta exemplar e por exigir não
menos que isso de seus soldados.
Mas o que realmente incomodava ao mundo capitalista era
o fato de que Che Guevara era um declarado Marxista e tinha se tornado uma voz
importante ao lado de Fidel. Pode-se afirmar que o papel do médico argentino na
orientação comunista do Movimento foi fundamental. Por sua vez, Fidel
publicamente tentava afastar essa idéia da imprensa e do mundo por assim dizer;
já bastavam os problemas que tinham sem isso.
Num período de 2 anos, as forças guerrilheiras
do Movimento Revolucionário 26 de Julho lutaram contra forças desiguais, mas
entre altos e baixos, conseguiam empurrar as tropas inimigas para trás de suas
linhas. Politicamente a guerra também era intensa; envolvia as 2 maiores
potências do mundo na época e uma pequena ilha no Caribe. Nas palavras de
Fidel, “foi uma briga de Davi e Golias”.
Conforme a distância da capital diminui, os
combates vão se tornando mais francos e ferozes. Na capital, Fulgêncio sabe que
a hora de definir é agora. Lança mão de suas últimas forças e joga tudo. As
colunas rebeldes estão fechando o certo e impondo derrota após derrota. A
coluna de Che já toma a segunda cidade em importância de Cuba e marcha para a
capital, assim como a coluna de Camilo Cienfuegos, personagem de
vital importância para a Revolução.
A vitória se tornou evidente quando próximo a
capital, os rebeldes interceptaram e tomaram um trem blindado repleto de
material bélico que não chegou ao seu destino. Esse foi um importante
contra-golpe que as forças revolucionárias impuseram à ditadura de Fulgêncio,
que depositava nesse trem suas últimas forças realmente significativas. Já com
as forças batistianas batendo em retirada e se dispersando, o M-28-7 chegou
enfim, em 01/01/1959 à capital Havana para travar o último e definitivo
combate. O então ex-presidente, Fulgêncio Batista já havia fugido do país na
madrugada anterior, junto com a cúpula de seu governo corrupto. A burguesia e a
elite das forças armadas também já deixara o país, abandonando tudo que não
pudesse ser levado. Sabendo disso o povo pega em armas e em pleno cenário
urbano travam-se combates isolados com as poucas forças resistentes e
atiradores de elite.
As tropas rebeldes são recebidas na cidade como
verdadeiros heróis. Durante os anos que a guerrilha durou, o personagem barbudo
e maltrapilho que se fez dos revolucionários já era conhecido da população.
Sabe-se que nesses anos a TV e a moda em Cuba valorizou a barba e os cabelos
grandes, que no caso dos guerrilheiros não era uma opção. A muitas crianças
deu-se o nome de Fidel e Ernesto.
PÓS-REVOLUÇÃO E CONCLUSÃO
Depois de um discurso de posse, transmitido pela
TV, onde as forças libertadoras entregavam Cuba para os cubanos, tem início em
Cuba uma nova era. Os muitos anos seguintes seriam dedicados ao expurgo dos
ex-funcionários batistianos e ao julgamento daqueles que se quedaram ou foram
feitos presos durante as batalhas. Muito criticou-se também os métodos
utilizados para o julgamento e os pelotões de fuzilamento, que era o destino
final dos condenados. Che era o responsável pelo Tribunal Sumário e
há quem se refira, como holocausto. Porém esquecem que foi uma guerra e das
milhares de pessoas que morreram nas mão desses a quem estava se dando a chance
de um julgamento.
O papel do Estados Unidos durante a revolução
era de indiscutível e declarado apoio às forças batistianas. Enquanto que o da União Soviética também se fez presente
apoiando Fidel e o regime comunista que aos poucos foi emergindo. Estamos em
plena Guerra Fria. Depois da vitória rebelde ainda
muitas águas rolariam. Desde tentativas de contra-revolução, financiadas pela CIA,
como a da Baía dos Porcos; ou a Crise dos Mísseis envolvendo os EUA e a
URSS que por pouco não deu início s temida Guerra Nuclear. Também
foi feita uma tentativa de envenenar Fidel.
Admitindo que não conseguiria reverter a
situação militarmente sem causar um grande alvoroço internacional, os Estados
Unidos decidem então apelar para a “violência econômica”, assim denominada por
Fidel. Em outras palavras, colocaram em prática o embargo comercial,
(ainda em vigor), onde não mais comprariam nem venderiam nada a Cuba. Não
satisfeitos, pressionaram muitos outros países da América e Europa a
fazer o mesmo. Com o passar dos anos a maioria desses países voltou a se
relacionar comercialmente, porém as relações diplomáticas entre Cuba e os EUA
estão cortadas até os dias de hoje.
Outro Texto:
Introdução
Terminado o segundo conflito mundial (1945),
iniciou-se a Guerra Fria, responsável pela divisão do mundo em dois grandes
blocos. O Bloco Ocidental, liderado pelos Estados Unidos, a verdadeira
superpotência do mundo capitalista, e o Bloco Oriental, socialista, sob a
hegemonia da União Soviética. Todas as principais ocorrências internacionais
passaram, então, a refletir o choque ideológico que opunha os dois blocos. A
América Latina, fiel à "solidariedade continental" e sob a influência
direta dos Estados Unidos da América, surgiu com um importante espaço na
geopolítica da guerra de blocos. Afinal, a Doutrina Monroe já preconizava, no
século XIX, que a América era para os "americanos", nem a intervenção
militar norte-americana deveria ser descartada para mantê-la assim: unida e
livre de qualquer influência soviética.
Antes que se encerrasse a década de 1950,
entretanto, os Estados Unidos viam quebrar essa unidade. A ilha de Cuba, a
pouco mais de 130 quilômetros da costa da Flórida, conhecia a primeira vitória
do socialismo em solo americano.
A Revolução Cubana
Cuba foi a última colônia americana a
libertar-se do domínio metropolitano. Parte do domínio espanhol, sua
independência foi obtida após a guerra hispano-americana (1898), com a ajuda
militar norte-americana. O envolvimento dos Estados Unidos no conflito com a Espanha
foi a única alternativa encontrada pelos norte-americanos, há muito tempo
interessados na produção açucareira e nas minas cubanas. Antes da guerra contra
a Espanha, os Estados Unidos chegaram a propor a compra da ilha de Cuba, o que
foi recusado pelos espanhóis.
Após a libertação da ilha, os norte-americanos
governaram por três anos a nova República das Antilhas. Em 1902, a Emenda
Platt, inserida na Constituição cubana, assegurava aos Estados Unidos o direito
de intervir militarmente no país para garantir sua independência. Em 1903, o
governo cubano arrendou aos Estados Unidos a base militar de Guantánamo. A
partir daí, não foram poucas as intervenções de fuzileiros americanos para
garantir a ordem em território cubano. Durante as primeiras décadas do século
XX, a participação direta dos Estados Unidos na vida econômica de Cuba, com
investimentos na modernização da produção açucareira, por exemplo,
desnacionalizou a economia cubana, tornando a ilha uma moderna feitoria
agroindustrial. Com os problemas nacionais, decorrentes da dependência externa,
a miséria no campo e a insatisfação social, cresceu o sentimento
anti-imperialista e nacionalista, reprimido duramente pelo governo controlado
pelos Estados Unidos.
Entre as classes sociais as disparidades eram
gritantes. De um lado, uma pequena elite permanecia encastelada e servindo aos
interessas do capitalismo norte-americano - que somente entre 1946 e 1958
investiram 80.000.000 de dólares na ilha.
As camadas pobres apresentavam-se como o grupo
mais próximo da defesa de um sentimento de nacionalismo, pois a emergência
dessa camada deu-se com a penetração de capitais estrangeiros que transformaram
os camponeses em trabalhadores assalariados rurais - fato que destoa do
restante da história latino-americana, onde esse tipo social surgiu
posteriormente ao advento dos Estados nacionais.
Enquanto os trabalhadores rurais da América
Latina passavam pelas mãos dos caudilhos, os trabalhadores cubanos conheciam
diretamente o poder do capital monopolista norte-americano - que na década de
1950 controlava 40% da produção açucareira. Fato importante a ser destacado com
relação a Cuba é que a maioria dos trabalhadores eram rurais e não
urbano-industriais, pois a industrialização não foi priorizada pelos
investidores estrangeiros.
Os efeitos do imperialismo recaíam sobre esse
numeroso grupo, que sofria desde o desemprego até a exploração brutal da força
de trabalho, mas que sustentava uma posição política contrária à situação pela
qual estava passando.
A classe média encontrava-se dividida entre os
apoiadores da elite e os intelectuais sensíveis aos protestos. Comportava-se
como um grupo extremamente heterogêneo e desarticulado internamente, sem
oferecer um projeto político para Cuba.
Em 1925, subiu ao poder o ditador Gerardo
Machado, que, não resistindo aos efeitos da crise de 1929, foi derrubado em
1933 por um movimento popular liderado por Ramón Grau de San Martin.
Em 1934 surge na política cubana a figura de
Fulgêncio Batista, um sargento do Exército, que marcará a história cubana por
ter se tornado várias vezes "presidente" do país. O período de
governo de Fulgênio Batista estendeu-se de 1934 até 1959. Somente foi
interrompido entre 1944 e 1952, quando o Partido dos Autênticos elegeu Ramón
Grau de San Martin e seguido a esse, em 1948, foi eleito Pio Socarrás, deposto
pelo próprio Fulgênio Batista.
A partir desse período, a tendência foi de
aprofundamento da dominação norte-americana sobre Cuba, que é descrita como
sendo esse momento o "bordel" dos Estados Unidos.
O ano de 1953 marca-se de importância para Cuba,
pois o movimento estudantil passa a promover manifestações contra o governo de
Fulgênio Batista.
Em 26 de julho desse ano, Fidel Castro - um
advogado e membro do Partido Ortodoxo - liderou um ataque ao quartel de
Moncada. Frustada a tentativa, os rebeldes foram para a prisão e, em maio de
1955, depois de anistiados, foram para o exílio no México.
Fora de Cuba, Fidel e Raul Castro e médico
argentino Ernesto "Che" Guevara organizaram o movimento 26 de julho,
com o claro objetivo de voltar a Cuba a derrubar a ditadura de Batista.
O desembarque dos revolucionários do iate Granma
estava sendo esperado pelas tropas de Fulgênio Batista e marcou-se por uma
sangrenta luta que levou à morte a maior parte dos integrantes do movimento.
Fidel, Raul e "Che" conseguiram chegar
à Sierra Maestra, de onde passaram a organizar os camponeses para a luta
armada. Ao mesmo tempo, os rebeldes buscavam o apoio de setores da burguesia
contrário à ditadura de Fulgêncio Batista e que acreditavam em um projeto nacionalista
para Cuba, dentro do respeito à propriedade privada. Era assinado, então, o
Manifesto de Sierra Maestra, que no ano seguinte, 1958, foi ampliado pela
formação da Frente Cívico-Revolucionária Democrática, no qual a burguesia
cubana concordava com a luta armada para depor Fulgêncio Batista.
Em outubro de 1958 teve início a "Marcha
sobre Havana", que cai em mãos dos rebeldes em janeiro de 1959.
Com a fuga do ditador, montou-se o Governo
Provisório, tendo à frente o presidente Manuel Urrutia e o primeiro-ministro
Miró Cardona, que no início era apenas reformista.
São nacionalizadas empresas norte-americanas de
petróleo e transporte, reformuladas as políticas de educação e saúde pública,
suprimidos os latifúndios e realizada a reforma agrária.
A tensão entre a burguesia e as camadas
populares se ampliam na medida em que essas consideravam as reformas precárias
em relação às suas necessidades. Logo, o primeiro-ministro Miró Cardon é
substituído por Fidel Castro, o que levou à preponderância dos anseios populares.
As medidas reformistas foram suficientes para
provocar o descontentamento norte-americano, que foi impondo uma série de
medidas restritivas - como por exemplo o boicote ao açúcar e a tentativa de
invasão ao território cubano em apoio aos anticastristas, no malogrado
desembarque à Baía dos Porcos.
As pressões norte-americanas, em meio à Guerra
Fria, culminaram com a expulsão de Cuba da OEA, em 1962. Desse episódio, a URSS
aproveita-se para enfraquecer as posições dos Estados Unidos e prometem instalar
uma base de mísseis em Cuba, gerando um dos episódios mais tensos da Guerra
Fria, quando navios americanos impedem a frota russa de chegar à ilha, em
outubro de 1962.
Em troca de pretensa paz mundial, Estados Unidos
e URSS assinam um acordo em que a URSS se compromete a não instalar bases de
mísseis em Cuba e os Estados Unidos a não tentar invadir novamente a ilha.
A partir de então, Cuba passa a vivenciar a
primeira experiência socialista da América Latina. Em 1963, foi criado o
Partido Unificado da Revolução Socialista que, em 1965, foi substituído pelo
Partido Comunista Cubano.
Fonte: http://www.algosobre.com.br/historia/revolucao-cubana.html
Saiba Mais...
Revolução Chinesa.
Textos sobre a Revolução Chinesa:
Chiang Kai-shek, líder do Kuomintang a partir de 1925
Introdução
A Revolução Chinesa foi um movimento político,
social, econômico e cultural ocorrido na China no ano de 1911. Liderada pelo
médico, político e estadista chinês Sun Yat-sen. Este movimento nacionalista
derrubou a Dinastia Manchu do poder.
Causas: China antes da revolução
Causas: China antes da revolução
No século XIX, no contexto do imperialismo, a
China era dominada e explorada pelas potências européias, principalmente pelo
Reino Unido. Esta potência imperialista, além de explorar a China
economicamente, interferia nos assuntos políticos e culturais da China. Os
imperadores da Dinastia Manchu eram submissos à dominação européia.
A distribuição das terras produtivas chinesas
também era um outro problema para o país, pois quase 90% estavam nas mãos de
grandes proprietários rurais (espécies de senhores feudais).
Entre 1898 e 1900 um ato de rebeldia contra a
dominação estrangeira ocorreu na China. Os boxers fizeram uma revolta de
caráter nacionalista que foi duramente reprimida pelas tropas estrangeiras.
Este conflito ficou conhecido como Guerra dos Boxers.
Em 1908, Sun Yat-sen fundou o Partido
Nacionalista (Kuomintang) cujo principal objetivo era fazer oposição à
monarquia e ao domínio europeu no país.
A Revolução Nacionalista
Em 1911, com o apoio de grande parte dos
militares chineses, Sun Yat-sen foi proclamado primeiro presidente da República
Chinesa. Porém, em várias regiões do país comandadas por grandes proprietários
rurais ocorreram resistências, mergulhando a China num longo período de guerra
civil.
Em 1925, com a morte de Sun Yat-sen, ocorreu uma
disputa pelo controle do Kuomintang, que acabou por se fundir com o Partido
Comunista Chinês.
Em 1927, o general Chiang Kai-shek assumiu o
poder do Kuomintang e, no comando das tropas chinesas, começou a combater os
opositores da República, entre eles os grandes proprietários rurais e
comunistas.
Mao Tse-tung
Os conflitos entre nacionalistas e comunistas
ficou suspenso apenas na Segunda Guerra Mundial, quando combateram, juntos, o
Japão que tentava conquistar a China. Com o término da conflito mundial e a
expulsão dos japoneses do território chinês, as tropas nacionalistas de Chiang
Kai-shek voltaram a perseguir e combater os comunistas de Mao Tse-tung,
reiniciando o conflito armado.
A Revolução Comunista
A Revolução Comunista
Em outubro de 1949, os comunistas tomam o poder
e proclamam a República Popular da China, com Mao Tse-tung como chefe supremo.
Transformada num país comunista, a China passou por uma série de reformas como,
por exemplo, coletivização das terras, controle estatal da economia e
nacionalização de empresas estrangeiras.
Outro texto sobre o
assunto:
Ao
longo de sua história, a China foi um importante referencial tecnológico e
cultural para várias populações asiáticas. Durante a Idade Moderna, os chineses
contavam com um comércio articulado por uma imensa frota que cruzava o mundo
com suas mercadorias. Essa época perdeu seu vigor na medida em que os
interesses das nações estrangeiras tomaram espaço. No século XIX, a China se
transformou em um território entrecortado por regiões dominadas pelas grandes
nações imperialistas.
No
século XX, vemos que setores significativos da população chinesa começaram a
defender a consolidação de um movimento de natureza nacionalista. Em 1900, o
médico Sun Yat-sen capitaneou a fundação do Kuomintang, também conhecido como
Partido Nacionalista. Nessa mesma época, a Revolta dos Boxers (1898 - 1901)
também teve grande contribuição para a articulação de um movimento defensor da
autonomia chinesa e a expulsão dos estrangeiros.
A agitação provocada por tais movimentos acabou produzindo a Proclamação da República, em 1911. Mesmo com essa conquista e o enfraquecimento dos imperialistas após a Primeira Guerra Mundial, a China continuava não resistindo ao interesse dos estrangeiros, principalmente dos japoneses e britânicos. Com isso, os membros do Kuomintang tiveram de enfrentar a insatisfação dos chefes militares e do Partido Comunista Chinês, então criado sob a influência da Revolução Russa.
A agitação provocada por tais movimentos acabou produzindo a Proclamação da República, em 1911. Mesmo com essa conquista e o enfraquecimento dos imperialistas após a Primeira Guerra Mundial, a China continuava não resistindo ao interesse dos estrangeiros, principalmente dos japoneses e britânicos. Com isso, os membros do Kuomintang tiveram de enfrentar a insatisfação dos chefes militares e do Partido Comunista Chinês, então criado sob a influência da Revolução Russa.
Em 1925, o governo chinês foi assumido por Chiang Kai-shek, que deu início a um vigoroso movimento contra as lideranças comunistas. Nesse momento, os comunistas foram obrigados a recuar politicamente e estabelecer um projeto revolucionário que pudesse transformar a China. Em 1934, sob a liderança de Mao Tsé-tung, os camponeses foram mobilizados para realizarem a “Longa Marcha”, que pretendia impor a distribuição de terras e a luta contra as forças imperialistas.
Após a Segunda Guerra Mundial e a derrota dos japoneses, o regime de Chiang Kai-shek tentou mais uma vez realizar a perseguição aos comunistas. Contudo, sendo considerado um “cúmplice do estrangeiro”, o governo oficial foi gradativamente derrotado pelos exércitos do Partido Comunista Chinês. Invadindo a cidade de Pequim em janeiro de 1949, o exército revolucionário impôs a criação da República Popular da China.
Sob a liderança de Mao Tsé-tung, os chineses reorganizaram o país sob a orientação expressa do ideário comunista. O novo governo traçou um plano econômico quinquenal que pretendia impulsionar a agricultura e a indústria. Paralelamente, as tropas comunistas impuseram uma terrível perseguição contra todos aqueles que não aderiram às políticas revolucionárias. No plano político internacional, os chineses optaram pela formação de um Estado socialista independente da orientação soviética.
Por Rainer Sousa
Mestre
em História
Outro texto de
autoria de Mariana Mello
|
A revolução Chinesa aconteceu
entre 1949 e 1962, e foi um dos maiores acontecimentos históricos. A Revolução
se deu por dois movimentos: a luta dos camponeses por terras e a luta do povo
chinês pela independência nacional.
Na época, os comunistas assumiam o poder, com
uma China arrasada pelos longos anos em que batalhou contra o domínio japonês,
e uma longa Guerra Civil. Na cidade, o povo passava fome, no campo não se
plantava nada por não ter sementes.
Mao Tsé – Tung, líder chinês, iniciava a reforma
agrária. Dividiu grandes propriedades entre os camponeses, as cooperativas
substituíam as grandes propriedades. Apoiado pela União Soviética, os comunistas fizeram
mudanças radicas na economia e cultura chinesas; aboliram o casamento,
promoveram a emancipação da mulher, igualdade entre os sexos, entre outras
medidas de grande impacto e boa aceitação. A boa relação entre as duas
potências socialistas só acabou com a morte do ditador Stalin.
O principal objetivo de todas essas mudanças era
o aumento de produtividade, ou seja, na indústria houve aumento nas horas de
trabalho e no campo, foram enviados reforços, desde intelectuais à estudantes.
A terra foi estatizada, e dividida em comunas, que eram comunidades populares,
independentes, com liberdade para cuidar de seus interesses comuns, como
pequenas cidades.
Esse grande salto, foi um fracasso. Os
camponeses ficaram insatisfeitos, com a queda das colheitas, o que gerava a
fome, e acabava em revoltas.
Em 1966, iniciou-se uma revolta cultural, que
marcou significativamente os rumos da revolução chinesa. O partido comunista
estava dividido, havia uma forte oposição, mas mesmo assim Mao Tse-Tung mantinha-se
no poder.
Na realidade, a revolução cultural, foi
planejada pelo próprio Mao, com o objetivo de mobilizar a população pensante e
formadora de opinião da China. Os jovens, por todo o país criaram a jovem
guarda vermelha, surgia também comitês que ameaçavam autoridades, e mais uma
vez a força foi utilizada: locais onde eram realizados cultos religiosos foram
destruídos, livros foram confiscados, as comunas ganharam maior importância e
Mao saiu ainda mais forte.
Mao Tsé-Tung morreu em 1976 e os moderados
voltaram ao poder. Seu sucessor foi Deng Xião-Ping que adotou uma política
econômica e desenvolvimentista e permitiu a entrada de tecnologia e capital
estrangeiro.
Fonte: http://www.infoescola.com/historia/revolucao-chinesa/
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