Nada é Definitivo!

"Como o nome do Blog diz, não existe uma única verdade, portanto, sempre temos que investigar tudo o que nos dizem sobre a história, para que possamos chegar mais próximos de uma verdade. Este blog é apenas um dos vários caminhos que existem, sejam bem vindos."

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Polícia Militar se defende sobre o golpe de 64.

O IG postou uma interessante matéria sobre o significado das estrelas que compõe o brasão de armas da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Na matéria o deputado Adriano Diogo (PT/SP) tece sua opinião crítica sobre o tema.
Do outro lado, o Major Hélio Tenório dos Santos, membro emérito da Academia Brasileira de História Militar faz a defesa da Corporação.
A História como o próprio  nome do meu blog diz "não existe uma única verdade", é contada por uma das partes envolvidas ou de alguma forma interessada, por isso não poderá ser isenta de parcialidade.
É por esse motivo que realmente necessitamos de pesquisar, ler diversos autores para que só assim possamos tirar nossas conclusões, porém devemos ter ciência que até as nossas opiniões estarão com resquícios de parcialidade para um determinado lado.
Hitler não escreveu o seu livro?
Como seria um livro escrito por José Dirceu sobre o mensalão?
Como seria um livro escrito por Erasmo Dias sobre a Ditadura?
Pois bem, onde quero chegar, muito do que nos contam ou aquilo que nós lemos, tem no seu conteúdo interesses, basta ler o jornal A e o jornal B e verificar as diferentes tendências implícitas.
Mas chega de conversa, e vamos acompanhar a matéria do IG.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Tio Sam e sua imagem.


Sobre o Tio Sam
Você sabe como surgiu essa expressão e como surgiu a figura abaixo:

                “Não há consenso entre os historiadores a respeito da  história da personagem. Segundo a versão mais aceita nos Estados Unidos, a tradição do Tio  Sam surgiu a partir de uma brincadeira entre soldados durante a guerra contra a Inglaterra em 1812. Eles recebiam os suprimentos alimentícios em barris que vinham com a inscrição ‘U.S’., sigla utilizada pelo exército e que significa United States (Estados Unidos). As letras foram associadas ao nome de um dos fornecedores do governo, Samuel Wilson, fabricante e comerciante de carne em conserva.
                    Filho de imigrantes judeus, Wilson nasceu em Arlington, Massachusetts, no dia 13 de setembro de 1766, falecendo em 1854. A ‘brincadeira’ dos soldados consistia em simplificar o nome de Samuel Wilson para ‘Tio Sam’ (Unce Sam em inglês) e associá-lo à sigla gravada nos barris de alimentos, criando-se, assim, uma personagem que, sendo o responsável pela alimentação das tropas, acabava por representar a própria administração federal.
                Ainda no século XIX, o chargista Thomas Nast criou uma personagem baseada nessa história, já com suas roupas características imitando a bandeira norte-americana, para representar o governo dos EUA em seus cartuns.
                   A aparência com a qual nós estamos acostumados só surgiu no início do século XX, quando o famoso ilustrador James Montgomery Flagg utilizou sua própria imagem para desenhar a fisionomia da personagem, agora com o tradicional cavanhaque, no famoso pôster de alistamento do exército de 1916, durante a Primeira Guerra Mundial”.

Fonte: A história da personagem. In: A figura do Tio Sam na propaganda política dos Estados Unidos em guerra. Autores: Charteris Santos dos Santos, Fábio Chang de Almeida e Marlise Giovanaz (orientadora). Disponível em: WWW.ufrgs.br/propesq/livro3/index_charteris.htm

Escravidão na antiguidade até os dias atuais.


Escravo na Antiguidade até os dias atuais.
Esse abominável sistema sempre existiu entre os seres humanos, e sabemos que até os dias de hoje estão presentes em diversos países, inclusive no Brasil.
Para quem duvida é só percorrer os grandes latifúndios em nosso extenso território para verificar a exploração de diversos trabalhadores nas lavouras, plantação de cana, carvoaria, onde crianças, jovens e velhos executam diversos trabalhos análogo a escravidão.


Em São Paulo não precisa percorrer muito para verificar a exploração que são submetidos os bolivianos entre outros nacionalidades que vendem sua força de trabalho aqui no Brasil.

Na antiguidade não foi diferente, os escravos em Roma para serem vendidos tinham que passar por uma exposição humilhante.

Verifiquem abaixo o texto extraído do livro  de Mário Maestri:

Os escravos vendidos nos mercados romanos eram expostos, comumente nus, sobre estrados ou em gaiolas. Tinham os pés pintados de branco – signo de escravidão. Pergaminhos pendurados aos pescoços indicavam origem, preços e habilidades. Os cativos podiam ser negociados em grupo ou individualmente. Os vendedores eram obrigados a declarar – em alta e viva voz, no momento da venda – os vícios e as enfermidades das mercadorias. Entre tais ‘defeitos de fabricação’, encontravam-se a tendência à ‘vagabundagem’, à fuga’, ao ‘suicídio’; a surdez; a miopia; a epilepsia, etc. A falta de informação ou a falsidade dela podiam levar à anulação do ato de compra ou à indenização do comprador, num prazo máximo de seis meses a um ano, respectivamente”.
(O escravismo antigo – Mário Maestri – Discutindo a História –  11ª  Edição - Atual Editora).

Por isso que quando tivermos conhecimento sobre gente trabalhando em condições degradantes, não podemos nos esconder, devemos denunciar sim.
Um abraço.
Professor David.


Filme Fahrenheit dublado em português.

Excelente filme para entender um pouco como funciona o sistema:

Neoliberalismo.

Textos sobre o Neoliberalismo:
Transnacionais disputam o mundo

desigualdade social aumenta

Introdução 
Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto de idéias políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver total liberdade de comércio (livre mercado), pois este princípio garante o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país.
Surgiu na década de 1970, através da Escola Monetarista do economista Milton Friedman, como uma solução para a crise que atingiu a economia mundial em 1973, provocada pelo aumento excessivo no preço do petróleo

Características do Neoliberalismo (princípios básicos):
- mínima participação estatal nos rumos da economia de um país;
- pouca intervenção do governo no mercado de trabalho;
- política de privatização de empresas estatais;
- livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização;
- abertura da economia para a entrada de multinacionais;
- adoção de medidas contra o protecionismo econômico;
- desburocratização do estado: leis e regras econômicas mais simplificadas para facilitar o funcionamento das atividades econômicas;
- diminuição do tamanho do estado, tornando-o mais eficiente;
- posição contrária aos impostos e tributos excessivos;
- aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico;
- contra o controle de preços dos produtos e serviços por parte do estado, ou seja, a lei da oferta e demanda é suficiente para regular os preços;
- a base da economia deve ser formada por empresas privadas;
- defesa dos princípios econômicos do capitalismo.

Críticas ao neoliberalismo
Os críticos ao sistema afirmam que a economia neoliberal só beneficia as grandes potências econômicas e as empresas multinacionais. Os países pobres ou em processo de desenvolvimento (Brasil, por exemplo) sofrem com os resultados de uma política neoliberal. Nestes países, são apontadas como causas do neoliberalismo: desemprego, baixos salários, aumento das diferenças sociais e dependência do capital internacional.

Pontos positivos
Os defensores do neoliberalismo acreditam que este sistema é capaz de proporcionar o desenvolvimento econômico e social de um país. Defendem que o neoliberalismo deixa a economia mais competitiva, proporciona o desenvolvimento tecnológico e, através da livre concorrência, faz os preços e a inflação caírem. 

Exemplos de governos que adotaram políticas econômicas neoliberais nos últimos anos:
- No Brasil: Fernando Collor de Melo (1990 - 1992) e Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2003)
- No Chile: Eduardo Frei (1994 - 2000), Ricardo Lagos (2000 - 2006) e Michelle Bachelet (2006 - 2010)
- Nos Estados Unidos: Ronald Reagan (1981 - 1989), George Bush (1989 - 1993) e George W. Bush (2001- 2009)
- No México: Vicente Fox Quesada (2000 - 2006)
- No Reino Unido: Margaret Thatcher (1979 - 1990)
Principais teóricos do Neoliberalismo:
- Friedrich Hayek (Escola Austríaca)
- Leopold von Wiese
- Ludwig von Mises
- Milton Friedman (Escola Monetarista, Escola de Chicago)

Outro texto sobre o Neoliberalismo – produzido por Antonio Gasparetto Junior
Neoliberalismo é uma releitura do Liberalismo Clássico.
Embora o termo tenha sido cunhado em 1938 pelo sociólogo e economista alemão Alexander Rüstow, oNeoliberalismo só ganharia efetiva aplicabilidade e reconhecimento na segunda metade do século XX, especialmente a partir da década de 1980. Nesta época, houve um grande crescimento da concorrência comercial, muito em função da supremacia que o capitalismo demonstrava conquistar sobre o sistema socialista. Mesmo ainda no decorrer da Guerra Fria, as características do conflito já eram muito diferenciadas das existentes nos anos imediatamente posteriores ao fim da Segunda Guerra Mundial. A União Soviética já havia se afundado em uma grave crise que apontava para o seu fim inevitável. Enquanto isso, o capitalismo consolidava-se como sistema superior e desfrutava de maior liberdade para determinar as regras do jogo econômico.
O crescimento comercial foi notório e, para enfrentar a concorrência, medidas foram tomadas no Reino Unido e nosEstados Unidos. As principais características dessas medidas foram a redução dos investimentos na área social, ou seja, no que se refere à educação, saúde e previdência social. Ao mesmo tempo, adotou-se como prática também a privatização das empresas estatais, o que se aliou a uma perde de poder dos sindicatos. Passou-se a defender um modelo no qual o Estado não deveria intervir em nada na economia, deixando-a funcionar livremente. Ou seja, considerando-se as características do novo momento, uma releitura da forma clássica do Liberalismo.
Neoliberalismo ganharia força e visibilidade com o Consenso de Washington, em 1989. Na ocasião, a líder do Reino Unido, Margareth Thatcher, e o presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, propuseram os procedimentos do Neoliberalismo para todos os países, destacando que os investimentos nas áreas sociais deveriam ser direcionados para as empresas. Esta prática, segundo eles, seria fundamental para movimentar a economia e, consequentemente, gerar melhores empregos e melhores salários. Houve ainda uma série de recomendações especialmente dedicadas aos países pobres, as quais reuniam: a redução de gastos governamentais, a diminuição dos impostos, a abertura econômica para importações, a liberação para entrada do capital estrangeiro, privatização e desregulamentação da economia.
O objetivo do Consenso de Washington foi, em certa medida, alcançado com sucesso, pois vários países adotaram as proposições feitas. Só que muitos países não tinham condições de arcar com algumas delas, o que gerou uma grande demanda de empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Logo, criava-se todo um sistema de privilégios para os países desenvolvidos, pois as medidas neoliberais eram implementadas sob o monitoramento do FMI e toda essa abertura econômica favorecia claramente aos países ricos, capazes de comprar as empresas estatais e de investir dinheiro em outros mercados. Por outro lado, o argumento de defesa do Neoliberalismo diz que a abertura econômica é benéfica porque força à modernização das empresas. Entretanto, é preciso lembrar que muitas dessas empresas não tinham condições de se modernizar com tamanha rapidez e com tanto investimento, o que resultou em muitos empréstimos, incapacidade de pagamento, dívidas em crescimento, falência e, por sim, desemprego.
No Brasil, o Neoliberalismo foi adotado abertamente nos dois governos consecutivos do presidente Fernando Henrique Cardoso. Em seus dois mandatos presidenciais houve várias privatizações de empresas estatais. Muito do dinheiro arrecadado foi usado para manter a cotação da nova moeda brasileira, o Real, equivalente a do dólar. Assim, o Brasil passou pelo mesmo processo de venda de estatais, falências e desemprego.


Outro texto sobre Neoliberalismo:

O capitalismo é movido pela tendência à generalização da forma-mercadoria, a máxima ampliação possível do âmbito da produção de mercadorias como proporção da produto da socedade como um todo. Liberalismo era a forma ideológica precípua no primeiroestágio, predominantemente extensivo, do capitalismo caracterizado por elevados ritmos de expansão da produção.
A exaustão do primeiro estágio de desenvolvimento deu lugar aoestágio de desenvolvimento intensivo. Nesse, em lugar de rápida expansão, o processo predominante é o progresso técnico, única fonte de expansão da produção, vale dizer, de acumulação capitalista. Liberalismo dá lugar à social-democracia como forma política e ideológica preponderante desse estágio, que tem como um de seus suportes a elevação dos níveis de reprodução da força de trabalho, necessário tanto para acompanhar os requisitos de qualificação da forá de trabalho impostas pela evolução das técnicas de produção, quanto para assegurar mercado de escoamento da produção. Concomitantemente amplia-se o ãmbito de intervenção do Estado na organização da produção.
O estágio intensivo entra por sua vez em crise após a exaustão do 'boom' da reconstrução pós-guerra no final da década de 1960. Na dialética da forma-mercadoria que regula o capitalismo, o crescimento paulatino da intervenção do Estado, já prenuncia um problema estrutral para o capitalismo, mas essa intervenção cresce particularmente acelerado no estágio intensivo, a ponto de colocar a própria primazia da forma-mercadoria (vale dizer, o próprio capitalismo) em xeque. O âmbito do mercado --refletido também em superprodução, recessão ou queda da taxa de lucro-- vai se retraindo inexoravelmente.
Neoliberalismo é a resposta à crise do capitalismo decorrente da expansão da intervenção do Estado, antagônica à forma mercadoria, ainda que necessária para sustentá-la. Após alguns anos de diagnóstico e de tateações (Crozier et alii, 1975), o n~ toma forma no final da década de 1970 como 'Reaganismo' e 'Thatcherismo', e consiste essencialmente em uma tentativa de recompor a primazia, e recuperar o âmbito, da produção de mercadorias. Renegando as formas social-democratas que acompanham o estágio intensivo, nega a crise estrutural e histórica do capitalismo e se volta às origens desse, do tempo do liberalismo -- daí o nome de neo-liiberalismo. 
As políticas neoliberais perseguidas ao final dos anos 70 e no começo dos 80 por parte dos governos nacionais dos países centrais constituem precisamente uma tentativa (crescentemente desesperada) de 'remercadorização’ de suas economias.
O Estado capitalista tem que tentar isso, uma vez que assegurar as condições da produção de mercadorias é sua própria razão de ser, mesmo se, assim fazendo, Ihe escapa inteiramente o fato de que a negação da negação da forma-mercadoria não pode restabelecer essa última: privatização não é o mesmo que mercadorização.
Deák (1985):227fn
O arsenal do neoliberalismo inclui o farto uso de neologismos que procuram destruir a perspectiva histórica dando novos nomes a velhos processos ou conferir respeito a pseudoconceitos  Surgem, assim, o pós-moderno, o desenvolvimento sustentável, os movimentos sociais urbanos, a exclusão social, os atores(sociais), as ong-s, a globalização, o planejamento estratégico..., que procuram encobrir, ao invés de revelar, a natureza do capitalismo contemporâneo.  
Referências
CROZIER, Michel, HUNTINGTON S & WATANUKI J (1975) The crisis of demo­cra­cy: Report on the governability of democracies to the TrilateralCommission UP, New York 
DEÁK, Csaba (1985) Rent theory and the prices of urban land/ spatial organization of a capitalist economy esp.Cap 8, nota 35, reproduzida em Deák (1989) 
DEÁK, Csaba (2001) "Globalização ou crise global?Anais, ENA-Anpur 
cd,3.3.7
Saiba mais:

Revolução Cubana.

Textos sobre a Revolução Cubana:


                                                                            Che e Fidel
Introdução

A Revolução Cubana foi um movimento popular, que derrubou o governo do presidente Fulgêncio Batista, em janeiro de 1959. Com o processo revolucionário foi implantado em Cuba o sistema socialista, com o governo sendo liderado por Fidel Castro.

Cuba antes da revolução: causas da revolução
Antes de 1959, Cuba era um país que vivia sob forte influência dos Estados Unidos. As indústrias de açúcar e muitos hotéis eram dominados por grandes empresários norte-americanos. Os Estados Unidos também influenciavam muito na política da ilha, apoiando sempre os presidentes pró-Estados Unidos. Do ponto de vista econômico, Cuba seguia o capitalismo com grande dependência dos Estados Unidos. Era uma ilha com grandes desigualdades sociais, pois grande parte da população vivia na pobreza. Todo este contexto gerava muita insatisfação nas camadas mais pobres da sociedade cubana, que era a maioria.


A organização da revolução
Fidel Castro era o grande opositor do governo de Fulgêncio Batista. De princípios socialistas, planejava derrubar o governo e acabar com a corrupção e com a influência norte-americana na ilha. Conseguiu organizar um grupo de guerrilheiros enquanto estava exilado no México.

Em 1957, Fidel Castro e um grupo de cerca de 80 combatentes instalaram-se nas florestas de Sierra Maestra. Os combates com as forças do governo foram intensos e vários guerrilheiros morreram ou foram presos. Mesmo assim, Fidel Castro e Ernesto Che Guevara não desistiram e mesmo com um grupo pequeno continuaram a luta. Começaram a usar transmissões de rádio para divulgar as idéias revolucionárias e conseguir o apoio da população cubana.

O apoio popular
Com as mensagens revolucionárias, os guerrilheiros conseguiram o apoio de muitas pessoas. Isto ocorreu, pois havia muitos camponeses e operários desiludidos com o governo de Fulgêncio Batista e com as péssimas condições sociais (salários baixos, desemprego, falta de terras, analfabetismo, doenças). Muitos cubanos das cidades e do campo começaram a entrar na guerrilha, aumentando o número de combatentes e conquistando vitórias em várias cidades. O exército cubano estava registrando muitas baixas e o governo de Batista sentia o fortalecimento da guerrilha.


A tomada do poder e a implantação do socialismo
No primeiro dia de janeiro de 1959, Fidel Castro e os revolucionários tomaram o poder em Cuba. Fulgêncio Batista e muitos integrantes do governo fugiram da ilha.
O governo de Fidel Castro tomou várias medidas em Cuba, como, por exemplo, nacionalização de bancos e empresas, reforma agrária, expropriação de grandes propriedades e reformas nos sistemas de educação e saúde. O Partido Comunista dominou a vida política na ilha, não dando espaço para qualquer partido de oposição.
Com estas medidas, Cuba tornou-se um país socialista, ganhando apoio da União Soviética dentro do contexto da Guerra Fria.
Até hoje os ideais revolucionários fazem parte de Cuba, que é considerado o único país que mantém o socialismo plenamente vivo. Com a piora no estado de saúde de Fidel Castro em 2007, Raul Castro, seu irmão, passou a governar oficialmente Cuba, em fevereiro de 2008.


Outro texto sobre a Revolução Cubana, produzido por  Marcio Cabezas
ANTECEDENTES
No início do século XX, Cuba era uma colônia (neo-colônia), norte-americana. Desgastada com a administração corrupta e claramente favorável ao capital estrangeiro, o povo começava a se inquietar de maneira preocupante para a metrópole. O movimento operário estava ganhando força e se fazendo notar, principalmente com duas grandes greves: dos Aprendizes (1902) e da Moeda (1907).
Sofrendo pelo altos níveis de inflação gerada pela Primeira Guerra Mundial e tendo sua economia baseada na monocultura da cana-de-açúcar, sendo os Estados Unidos seu comprador quase exclusivo, a Grande Depressão de 1929, deixou claro que a situação em Cuba era muito frágil, já que 70% de sua economia era controlada pelo capital estadonidense.
Estando a pouco mais de 100km de distância de Miami, o território cubano se tornou o quintal dos ricos e emergentes que passavam em Cuba seus finais de semana. O que era ilegal nos Estados Unidos, era amplamente praticado em Cuba. Um lugar onde os yankees gastavam seus dólares com sexo, drogas e jogatina, a noite se enchia de prostitutas, malandros e vagabundos: claro, todos eles cubanos.
Até então Cuba esteve nas mãos de diversos dirigentes. Sempre sob o olhar e a mão firme da metrópole que defendia seus lucros e favorecia apenas a minoria burguesa, (onde a maioria era norte-americana com alguns poucos cubanos). Até que Fulgêncio Batista em 10 de março de 1952 tomou o poder através de um golpe assistido e apoiado pelos norte-americanos.
Paralelamente a isso, ocorreram diversas greves e revoltas. Sempre partindo do proletariado que se unia e do movimento estudantil que ganhava força. As primeiras ações sentidas foram os ataques e tentativas de tomada dos quartéis de Moncada e de Carlos Manuel de Céspedes, em 26 de Julho de 1953. A ação conjunta fracassou, resultando na morte de vários combatentes, em sua maioria jovens estudantes e a prisão de outros tantos. Entre os presos estava Fidel Alejandro Castro Ruz, recém-formado advogado pela Universidade de Havana.
Outros movimentos de revolta também tentaram ataques isolados, tendo todos fracassado. Enquanto isso Fidel Castroé liberto e exilado no México. E foi lá então, que reuniram-se condições, convergiram fatores, para que se pensasse em uma verdadeira guerrilha. Fidel tinha em torno de si uma grande rede de contatos que o apoiariam; foi com esse objetivo então, que em 1954, funda o Movimento Revolucionário 26 de Julho (M-26-7). Baseado no México, articula ações e conta com casas de apoio e representantes, principalmente em Cuba, Guatemala e Estados Unidos.
Vivendo na clandestinidade, o M-26-7 tem grandes planos, mas tem maiores ainda dificuldades. Conciliar egos e pensamentos diferentes, manter o movimento coeso e unificado, treinar combatentes, angariar recursos e pessoal, evitar espiões e traidores. Num processo lento o plano é traçado: Penetrar com um foco guerrilheiro através das florestas ao sudoeste da ilha, aos pés da Sierra Maestra e espalhar a revolução, contando com a adesão popular e dos camponeses que vivem miseravelmente ali.
COMEÇA A GUERRA DE GUERRILHAS
Antes do amanhecer, em 2 de dezembro de 1956 o iate Granma, vindo do México, atraca (ou encalha), no litoral sudeste da ilha, transportando 82 combatentes. A viagem que durou 7 dias, 2 a mais que o planejado, fora desastrosa e cheia de incidentes.
Depois que o iate Granma de 12 metros com 82 homens, armas, mantimentos e medicamentos encalha, um tanto afastado da praia, o pessoal é obrigado a praticamente nadar já com o sol raiando e saraivadas de tiros de uma lancha da patrulha costeira cubana. O resultado foi um grande prejuízo de armas, munições e principalmente de pessoal. Do total, apenas 22 restaram para o foco insurrecional.
Re-começando praticamente do zero, o grupo precisa garantir a sua sobrevivência e reestruturação. Em território desconhecido, contavam com os camponeses que os guiassem pela floresta e muitas vezes para alimentá-los. Em contra-partida o governo retaliava, geralmente com a vida, quem fosse “pego” ajudando os rebeldes. “Pego”, por que na verdade para Fulgêncio, o motivo pouco importava. O importante era difundir a mensagem de que os rebeldes eram os bandidos e que não se envolvessem com eles; então era comum que acusassem o vizinho por vinganças particulares, como questões de dívida e assuntos pessoais.
Por fora, os contatos do M-26-7 corriam para recrutar novo pessoal, armas e dinheiro. Comunicando-se através de rádio, conhecida como Rádio Bemba (Sistema de Rádio Rural), Fidel assinava contratos, redigia artigos e planejava táticas.
Na capital o governo alardeava que suas tropas haviam sufocado o movimento, porém o que acontecia era justamente o contrário: tendo consciência de que ainda eram muito fracos, os revolucionários se ocupavam em manter-se sempre em movimento, criando emboscadas e evitando o inimigo.
Nas batalhas as colunas rebeldes sempre eram em número bastante inferior ao das tropas do exército, porém com a tática do “bate e corre”, conseguiam infligir certos danos e algumas vitórias parciais.
Passando fome muitíssimas vezes, a tensão e o cansaço fatigavam os combatentes. Sempre vivendo no limite, sem ter para amanhã, de tempos em tempos abria-se uma permissão para àqueles que não suportando mais iriam desertar. Fora dessas concessões quem desertasse era morto, pois sabia demais sobre o Movimento.
Conforme as colunas foram adentrando na floresta, foram também ganhando a simpatia dos guajiros, como é chamado o camponês; humilde e analfabeto, negro, mulato ou branco, pés descalços e chapéu de palha, que insatisfeitos com a maneira como viviam e esclarecidos sobre a real intenção dos combatentes, muitas vezes se juntavam a coluna ou guiavam pelos tortuosos caminhos. Grande parte dessa simpatia também se deveu ao fato de que qualquer espaço conquistado pelos rebeldes, logo era considerado Território Livre e suas terras divididas entre os camponeses. Entre eles havia também os traidores, que em troca de dinheiro, ou temendo pela própria vida ou da família, davam informações para o governo sobre posição e quantidade dos rebeldes.
As colunas, agora já maiores e melhor organizadas traziam consigo vantagens e desvantagens. Tornava-se inviável bater na casa de um camponês e pedir-lhe comida. A base guerrilheira, então instalada na Sierra Maestra funcionava como um Quartel General e muito por iniciativa de Ernesto Guevara (Che), criou-se em plena floresta um sistema rudimentar para a produção de pão e charque que alimentasse as tropas, artigos de couro para os soldados e inclusive uma pequena imprensa com um mimeógrafo antigo de onde era editados manifestos e até um jornal da floresta. Atos de insubordinação ou indisciplina, também eram frequentes e firmemente tolhidos. Algumas vezes até passíveis de crítica quanto a sua dureza, principalmente na figura de Che Guevara. Promovido a chefe de uma coluna, Che era conhecido pela sua conduta exemplar e por exigir não menos que isso de seus soldados.
Mas o que realmente incomodava ao mundo capitalista era o fato de que Che Guevara era um declarado Marxista e tinha se tornado uma voz importante ao lado de Fidel. Pode-se afirmar que o papel do médico argentino na orientação comunista do Movimento foi fundamental. Por sua vez, Fidel publicamente tentava afastar essa idéia da imprensa e do mundo por assim dizer; já bastavam os problemas que tinham sem isso.
Num período de 2 anos, as forças guerrilheiras do Movimento Revolucionário 26 de Julho lutaram contra forças desiguais, mas entre altos e baixos, conseguiam empurrar as tropas inimigas para trás de suas linhas. Politicamente a guerra também era intensa; envolvia as 2 maiores potências do mundo na época e uma pequena ilha no Caribe. Nas palavras de Fidel, “foi uma briga de Davi e Golias”.
Conforme a distância da capital diminui, os combates vão se tornando mais francos e ferozes. Na capital, Fulgêncio sabe que a hora de definir é agora. Lança mão de suas últimas forças e joga tudo. As colunas rebeldes estão fechando o certo e impondo derrota após derrota. A coluna de Che já toma a segunda cidade em importância de Cuba e marcha para a capital, assim como a coluna de Camilo Cienfuegos, personagem de vital importância para a Revolução.
A vitória se tornou evidente quando próximo a capital, os rebeldes interceptaram e tomaram um trem blindado repleto de material bélico que não chegou ao seu destino. Esse foi um importante contra-golpe que as forças revolucionárias impuseram à ditadura de Fulgêncio, que depositava nesse trem suas últimas forças realmente significativas. Já com as forças batistianas batendo em retirada e se dispersando, o M-28-7 chegou enfim, em 01/01/1959 à capital Havana para travar o último e definitivo combate. O então ex-presidente, Fulgêncio Batista já havia fugido do país na madrugada anterior, junto com a cúpula de seu governo corrupto. A burguesia e a elite das forças armadas também já deixara o país, abandonando tudo que não pudesse ser levado. Sabendo disso o povo pega em armas e em pleno cenário urbano travam-se combates isolados com as poucas forças resistentes e atiradores de elite.
As tropas rebeldes são recebidas na cidade como verdadeiros heróis. Durante os anos que a guerrilha durou, o personagem barbudo e maltrapilho que se fez dos revolucionários já era conhecido da população. Sabe-se que nesses anos a TV e a moda em Cuba valorizou a barba e os cabelos grandes, que no caso dos guerrilheiros não era uma opção. A muitas crianças deu-se o nome de Fidel e Ernesto.


PÓS-REVOLUÇÃO E CONCLUSÃO
Depois de um discurso de posse, transmitido pela TV, onde as forças libertadoras entregavam Cuba para os cubanos, tem início em Cuba uma nova era. Os muitos anos seguintes seriam dedicados ao expurgo dos ex-funcionários batistianos e ao julgamento daqueles que se quedaram ou foram feitos presos durante as batalhas. Muito criticou-se também os métodos utilizados para o julgamento e os pelotões de fuzilamento, que era o destino final dos condenados. Che era o responsável pelo Tribunal Sumário e há quem se refira, como holocausto. Porém esquecem que foi uma guerra e das milhares de pessoas que morreram nas mão desses a quem estava se dando a chance de um julgamento.
O papel do Estados Unidos durante a revolução era de indiscutível e declarado apoio às forças batistianas. Enquanto que o da União Soviética também se fez presente apoiando Fidel e o regime comunista que aos poucos foi emergindo. Estamos em plena Guerra Fria. Depois da vitória rebelde ainda muitas águas rolariam. Desde tentativas de contra-revolução, financiadas pela CIA, como a da Baía dos Porcos; ou a Crise dos Mísseis envolvendo os EUA e a URSS que por pouco não deu início s temida Guerra Nuclear. Também foi feita uma tentativa de envenenar Fidel.
Admitindo que não conseguiria reverter a situação militarmente sem causar um grande alvoroço internacional, os Estados Unidos decidem então apelar para a “violência econômica”, assim denominada por Fidel. Em outras palavras, colocaram em prática o embargo comercial, (ainda em vigor), onde não mais comprariam nem venderiam nada a Cuba. Não satisfeitos, pressionaram muitos outros países da América e Europa a fazer o mesmo. Com o passar dos anos a maioria desses países voltou a se relacionar comercialmente, porém as relações diplomáticas entre Cuba e os EUA estão cortadas até os dias de hoje.

Outro Texto:
Introdução
Terminado o segundo conflito mundial (1945), iniciou-se a Guerra Fria, responsável pela divisão do mundo em dois grandes blocos. O Bloco Ocidental, liderado pelos Estados Unidos, a verdadeira superpotência do mundo capitalista, e o Bloco Oriental, socialista, sob a hegemonia da União Soviética. Todas as principais ocorrências internacionais passaram, então, a refletir o choque ideológico que opunha os dois blocos. A América Latina, fiel à "solidariedade continental" e sob a influência direta dos Estados Unidos da América, surgiu com um importante espaço na geopolítica da guerra de blocos. Afinal, a Doutrina Monroe já preconizava, no século XIX, que a América era para os "americanos", nem a intervenção militar norte-americana deveria ser descartada para mantê-la assim: unida e livre de qualquer influência soviética.
Antes que se encerrasse a década de 1950, entretanto, os Estados Unidos viam quebrar essa unidade. A ilha de Cuba, a pouco mais de 130 quilômetros da costa da Flórida, conhecia a primeira vitória do socialismo em solo americano.
A Revolução Cubana
Cuba foi a última colônia americana a libertar-se do domínio metropolitano. Parte do domínio espanhol, sua independência foi obtida após a guerra hispano-americana (1898), com a ajuda militar norte-americana. O envolvimento dos Estados Unidos no conflito com a Espanha foi a única alternativa encontrada pelos norte-americanos, há muito tempo interessados na produção açucareira e nas minas cubanas. Antes da guerra contra a Espanha, os Estados Unidos chegaram a propor a compra da ilha de Cuba, o que foi recusado pelos espanhóis.
Após a libertação da ilha, os norte-americanos governaram por três anos a nova República das Antilhas. Em 1902, a Emenda Platt, inserida na Constituição cubana, assegurava aos Estados Unidos o direito de intervir militarmente no país para garantir sua independência. Em 1903, o governo cubano arrendou aos Estados Unidos a base militar de Guantánamo. A partir daí, não foram poucas as intervenções de fuzileiros americanos para garantir a ordem em território cubano. Durante as primeiras décadas do século XX, a participação direta dos Estados Unidos na vida econômica de Cuba, com investimentos na modernização da produção açucareira, por exemplo, desnacionalizou a economia cubana, tornando a ilha uma moderna feitoria agroindustrial. Com os problemas nacionais, decorrentes da dependência externa, a miséria no campo e a insatisfação social, cresceu o sentimento anti-imperialista e nacionalista, reprimido duramente pelo governo controlado pelos Estados Unidos.
Entre as classes sociais as disparidades eram gritantes. De um lado, uma pequena elite permanecia encastelada e servindo aos interessas do capitalismo norte-americano - que somente entre 1946 e 1958 investiram 80.000.000 de dólares na ilha.
As camadas pobres apresentavam-se como o grupo mais próximo da defesa de um sentimento de nacionalismo, pois a emergência dessa camada deu-se com a penetração de capitais estrangeiros que transformaram os camponeses em trabalhadores assalariados rurais - fato que destoa do restante da história latino-americana, onde esse tipo social surgiu posteriormente ao advento dos Estados nacionais.
Enquanto os trabalhadores rurais da América Latina passavam pelas mãos dos caudilhos, os trabalhadores cubanos conheciam diretamente o poder do capital monopolista norte-americano - que na década de 1950 controlava 40% da produção açucareira. Fato importante a ser destacado com relação a Cuba é que a maioria dos trabalhadores eram rurais e não urbano-industriais, pois a industrialização não foi priorizada pelos investidores estrangeiros.
Os efeitos do imperialismo recaíam sobre esse numeroso grupo, que sofria desde o desemprego até a exploração brutal da força de trabalho, mas que sustentava uma posição política contrária à situação pela qual estava passando.
A classe média encontrava-se dividida entre os apoiadores da elite e os intelectuais sensíveis aos protestos. Comportava-se como um grupo extremamente heterogêneo e desarticulado internamente, sem oferecer um projeto político para Cuba.
Em 1925, subiu ao poder o ditador Gerardo Machado, que, não resistindo aos efeitos da crise de 1929, foi derrubado em 1933 por um movimento popular liderado por Ramón Grau de San Martin.
Em 1934 surge na política cubana a figura de Fulgêncio Batista, um sargento do Exército, que marcará a história cubana por ter se tornado várias vezes "presidente" do país. O período de governo de Fulgênio Batista estendeu-se de 1934 até 1959. Somente foi interrompido entre 1944 e 1952, quando o Partido dos Autênticos elegeu Ramón Grau de San Martin e seguido a esse, em 1948, foi eleito Pio Socarrás, deposto pelo próprio Fulgênio Batista.
A partir desse período, a tendência foi de aprofundamento da dominação norte-americana sobre Cuba, que é descrita como sendo esse momento o "bordel" dos Estados Unidos.
O ano de 1953 marca-se de importância para Cuba, pois o movimento estudantil passa a promover manifestações contra o governo de Fulgênio Batista.
Em 26 de julho desse ano, Fidel Castro - um advogado e membro do Partido Ortodoxo - liderou um ataque ao quartel de Moncada. Frustada a tentativa, os rebeldes foram para a prisão e, em maio de 1955, depois de anistiados, foram para o exílio no México.
Fora de Cuba, Fidel e Raul Castro e médico argentino Ernesto "Che" Guevara organizaram o movimento 26 de julho, com o claro objetivo de voltar a Cuba a derrubar a ditadura de Batista.
O desembarque dos revolucionários do iate Granma estava sendo esperado pelas tropas de Fulgênio Batista e marcou-se por uma sangrenta luta que levou à morte a maior parte dos integrantes do movimento.
Fidel, Raul e "Che" conseguiram chegar à Sierra Maestra, de onde passaram a organizar os camponeses para a luta armada. Ao mesmo tempo, os rebeldes buscavam o apoio de setores da burguesia contrário à ditadura de Fulgêncio Batista e que acreditavam em um projeto nacionalista para Cuba, dentro do respeito à propriedade privada. Era assinado, então, o Manifesto de Sierra Maestra, que no ano seguinte, 1958, foi ampliado pela formação da Frente Cívico-Revolucionária Democrática, no qual a burguesia cubana concordava com a luta armada para depor Fulgêncio Batista.
Em outubro de 1958 teve início a "Marcha sobre Havana", que cai em mãos dos rebeldes em janeiro de 1959.
Com a fuga do ditador, montou-se o Governo Provisório, tendo à frente o presidente Manuel Urrutia e o primeiro-ministro Miró Cardona, que no início era apenas reformista.
São nacionalizadas empresas norte-americanas de petróleo e transporte, reformuladas as políticas de educação e saúde pública, suprimidos os latifúndios e realizada a reforma agrária.
A tensão entre a burguesia e as camadas populares se ampliam na medida em que essas consideravam as reformas precárias em relação às suas necessidades. Logo, o primeiro-ministro Miró Cardon é substituído por Fidel Castro, o que levou à preponderância dos anseios populares.
As medidas reformistas foram suficientes para provocar o descontentamento norte-americano, que foi impondo uma série de medidas restritivas - como por exemplo o boicote ao açúcar e a tentativa de invasão ao território cubano em apoio aos anticastristas, no malogrado desembarque à Baía dos Porcos.
As pressões norte-americanas, em meio à Guerra Fria, culminaram com a expulsão de Cuba da OEA, em 1962. Desse episódio, a URSS aproveita-se para enfraquecer as posições dos Estados Unidos e prometem instalar uma base de mísseis em Cuba, gerando um dos episódios mais tensos da Guerra Fria, quando navios americanos impedem a frota russa de chegar à ilha, em outubro de 1962.
Em troca de pretensa paz mundial, Estados Unidos e URSS assinam um acordo em que a URSS se compromete a não instalar bases de mísseis em Cuba e os Estados Unidos a não tentar invadir novamente a ilha.
A partir de então, Cuba passa a vivenciar a primeira experiência socialista da América Latina. Em 1963, foi criado o Partido Unificado da Revolução Socialista que, em 1965, foi substituído pelo Partido Comunista Cubano.
Fonte: http://www.algosobre.com.br/historia/revolucao-cubana.html
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Revolução Chinesa.


Textos sobre a Revolução Chinesa:

                                                Chiang Kai-shek, líder do Kuomintang a partir de 1925



Introdução 
A Revolução Chinesa foi um movimento político, social, econômico e cultural ocorrido na China no ano de 1911. Liderada pelo médico, político e estadista chinês Sun Yat-sen. Este movimento nacionalista derrubou a Dinastia Manchu do poder.

Causas: China antes da revolução
No século XIX, no contexto do imperialismo, a China era dominada e explorada pelas potências européias, principalmente pelo Reino Unido. Esta potência imperialista, além de explorar a China economicamente, interferia nos assuntos políticos e culturais da China. Os imperadores da Dinastia Manchu eram submissos à dominação européia. 
A distribuição das terras produtivas chinesas também era um outro problema para o país, pois quase 90% estavam nas mãos de grandes proprietários rurais (espécies de senhores feudais).
Entre 1898 e 1900 um ato de rebeldia contra a dominação estrangeira ocorreu na China. Os boxers fizeram uma revolta de caráter nacionalista que foi duramente reprimida pelas tropas estrangeiras. Este conflito ficou conhecido como Guerra dos Boxers.
Em 1908, Sun Yat-sen fundou o Partido Nacionalista (Kuomintang) cujo principal objetivo era fazer oposição à monarquia e ao domínio europeu no país. 

A Revolução Nacionalista
Em 1911, com o apoio de grande parte dos militares chineses, Sun Yat-sen foi proclamado primeiro presidente da República Chinesa. Porém, em várias regiões do país comandadas por grandes proprietários rurais ocorreram resistências, mergulhando a China num longo período de guerra civil. 
Em 1925, com a morte de Sun Yat-sen, ocorreu uma disputa pelo controle do Kuomintang, que acabou por se fundir com o Partido Comunista Chinês. 
Em 1927, o general Chiang Kai-shek assumiu o poder do Kuomintang e, no comando das tropas chinesas, começou a combater os opositores da República, entre eles os grandes proprietários rurais e comunistas.
Mao Tse-tung

Os conflitos entre nacionalistas e comunistas ficou suspenso apenas na Segunda Guerra Mundial, quando combateram, juntos, o Japão que tentava conquistar a China. Com o término da conflito mundial e a expulsão dos japoneses do território chinês, as tropas nacionalistas de Chiang Kai-shek voltaram a perseguir e combater os comunistas de Mao Tse-tung, reiniciando o conflito armado.


A Revolução Comunista 
Em outubro de 1949, os comunistas tomam o poder e proclamam a República Popular da China, com Mao Tse-tung como chefe supremo. Transformada num país comunista, a China passou por uma série de reformas como, por exemplo, coletivização das terras, controle estatal da economia e nacionalização de empresas estrangeiras.

Outro texto sobre o assunto:

Ao longo de sua história, a China foi um importante referencial tecnológico e cultural para várias populações asiáticas. Durante a Idade Moderna, os chineses contavam com um comércio articulado por uma imensa frota que cruzava o mundo com suas mercadorias. Essa época perdeu seu vigor na medida em que os interesses das nações estrangeiras tomaram espaço. No século XIX, a China se transformou em um território entrecortado por regiões dominadas pelas grandes nações imperialistas.
No século XX, vemos que setores significativos da população chinesa começaram a defender a consolidação de um movimento de natureza nacionalista. Em 1900, o médico Sun Yat-sen capitaneou a fundação do Kuomintang, também conhecido como Partido Nacionalista. Nessa mesma época, a Revolta dos Boxers (1898 - 1901) também teve grande contribuição para a articulação de um movimento defensor da autonomia chinesa e a expulsão dos estrangeiros.

A agitação provocada por tais movimentos acabou produzindo a Proclamação da República, em 1911. Mesmo com essa conquista e o enfraquecimento dos imperialistas após a Primeira Guerra Mundial, a China continuava não resistindo ao interesse dos estrangeiros, principalmente dos japoneses e britânicos. Com isso, os membros do Kuomintang tiveram de enfrentar a insatisfação dos chefes militares e do Partido Comunista Chinês, então criado sob a influência da Revolução Russa.


Em 1925, o governo chinês foi assumido por Chiang Kai-shek, que deu início a um vigoroso movimento contra as lideranças comunistas. Nesse momento, os comunistas foram obrigados a recuar politicamente e estabelecer um projeto revolucionário que pudesse transformar a China. Em 1934, sob a liderança de Mao Tsé-tung, os camponeses foram mobilizados para realizarem a “Longa Marcha”, que pretendia impor a distribuição de terras e a luta contra as forças imperialistas.


Após a Segunda Guerra Mundial e a derrota dos japoneses, o regime de Chiang Kai-shek tentou mais uma vez realizar a perseguição aos comunistas. Contudo, sendo considerado um “cúmplice do estrangeiro”, o governo oficial foi gradativamente derrotado pelos exércitos do Partido Comunista Chinês. Invadindo a cidade de Pequim em janeiro de 1949, o exército revolucionário impôs a criação da República Popular da China.


Sob a liderança de Mao Tsé-tung, os chineses reorganizaram o país sob a orientação expressa do ideário comunista. O novo governo traçou um plano econômico quinquenal que pretendia impulsionar a agricultura e a indústria. Paralelamente, as tropas comunistas impuseram uma terrível perseguição contra todos aqueles que não aderiram às políticas revolucionárias. No plano político internacional, os chineses optaram pela formação de um Estado socialista independente da orientação soviética.
Por Rainer Sousa
Mestre em História


Outro texto de autoria de Mariana Mello
revolução Chinesa aconteceu entre 1949 e 1962, e foi um dos maiores acontecimentos históricos. A Revolução se deu por dois movimentos: a luta dos camponeses por terras e a luta do povo chinês pela independência nacional.
Na época, os comunistas assumiam o poder, com uma China arrasada pelos longos anos em que batalhou contra o domínio japonês, e uma longa Guerra Civil. Na cidade, o povo passava fome, no campo não se plantava nada por não ter sementes.
Mao Tsé – Tung, líder chinês, iniciava a reforma agrária. Dividiu grandes propriedades entre os camponeses, as cooperativas substituíam as grandes propriedades. Apoiado pela União Soviética, os comunistas fizeram mudanças radicas na economia e cultura chinesas; aboliram o casamento, promoveram a emancipação da mulher, igualdade entre os sexos, entre outras medidas de grande impacto e boa aceitação. A boa relação entre as duas potências socialistas só acabou com a morte do ditador Stalin.
O principal objetivo de todas essas mudanças era o aumento de produtividade, ou seja, na indústria houve aumento nas horas de trabalho e no campo, foram enviados reforços, desde intelectuais à estudantes. A terra foi estatizada, e dividida em comunas, que eram comunidades populares, independentes, com liberdade para cuidar de seus interesses comuns, como pequenas cidades.
Esse grande salto, foi um fracasso. Os camponeses ficaram insatisfeitos, com a queda das colheitas, o que gerava a fome, e acabava em revoltas.
Em 1966, iniciou-se uma revolta cultural, que marcou significativamente os rumos da revolução chinesa. O partido comunista estava dividido, havia uma forte oposição, mas mesmo assim Mao Tse-Tung mantinha-se no poder.

Na realidade, a revolução cultural, foi planejada pelo próprio Mao, com o objetivo de mobilizar a população pensante e formadora de opinião da China. Os jovens, por todo o país criaram a jovem guarda vermelha, surgia também comitês que ameaçavam autoridades, e mais uma vez a força foi utilizada: locais onde eram realizados cultos religiosos foram destruídos, livros foram confiscados, as comunas ganharam maior importância e Mao saiu ainda mais forte.
Mao Tsé-Tung morreu em 1976 e os moderados voltaram ao poder. Seu sucessor foi Deng Xião-Ping que adotou uma política econômica e desenvolvimentista e permitiu a entrada de tecnologia e capital estrangeiro.
Fonte: http://www.infoescola.com/historia/revolucao-chinesa/

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