"Como o nome do Blog diz, não existe uma única verdade, portanto, sempre temos que investigar tudo o que nos dizem sobre a história, para que possamos chegar mais próximos de uma verdade. Este blog é apenas um dos vários caminhos que existem, sejam bem vindos."
Osíris era o deus que, com sua irmã-esposa Ísis, remava sobre
o Egito.
Ele havia ensinado aos homens a agricultura e a metalurgia e era amado por seus súditos. Seu enciumado irmão Seth (o deus do mau vento do deserto) o matou, colocou seu corpo num cofre e jogou no Nilo.
Ísis
Ísis procurou o cadáver do marido e o encontrou em Biblos. Ela o trouxe de volta e o escondeu em um pântano.
Seth o descobriu, cortou o em 14 pedaços e os espalhou pelo Egito. Ísis novamente foi atrás do marido, recuperou os pedaços em decomposição, com exceção do falo, e, com eles, fez uma múmia. Com a ajuda de outros deuses mais seus poderes mágicos, Ísis devolveu a vida ao marido e reconstituiu seu membro perdido.
Horus
O casal gerou Hórus, que foi criado pela mãe e protegido do ambicioso Seth até chegar o momento de assumir o trono.
Osíris não recuperou seu reinado terrestre, mas passou a reinar sobre os mortos. Hórus, mais tarde, tornou-se o rei do Egito.
Os faraós o sucederam.
Isis e Osíris
Se o mito de Heliópolis pretende dar conta das questõesrelativas à origem dos deuses, do mundo natural e da espécie humana,o mito de Osíris parece demonstrar formas de conduta da sociedade egípcia, tais como o papel de um rei justo que é enganado pelo irmão invejoso (Seth); o assassinato do rei bom pelo irmão mau; o papel de Ísis como mulher, esposa, dedicada e leal, que procura o corpo do marido e não descansa enquanto não o encontra; o poder de magia também de Ísis e a possibilidade de ressurreição com Thot e Anúbis, que revivem Osíris e reconstituem seu falo, permitindo, assim, que Ísis gere um herdeiro (o filho Hórus).
De fato, se analisarmos o mito como um todo poderemosperceber que ele trata muito mais da saga da deusa Ísis do que de Osíris.
O mito tem grande importância também por estar associado ao rito funerário e à mumificação, uma vez que Osíris torna-se senhor do mundo inferior e "ressuscita"nesse local depois de mumificado.Desse modo, todo aquele que morre, passando pelo rito funerário e pelo processo da mumificação, é considerado um Osíris.
A deusa Isis
Fonte : As religiões que o mundo esqueceu – Pedro Paulo Funari e outros autores, editora Contexto
Escrito por José Borges (Xan) O Império Hitita foi criado na Ásia Menor, uma grande península no extremo noroeste do Oriente Próximo, banhada pelo Mediterrâneo oriental e pelo Mar Negro. Apresenta um relevo acidentado, dividindo-a em vários compartimentos, vales e bacias isolados. À oeste e à norte, as regiões costeiras são férteis e possuem reservas fluviais e um bom fluxo de àgua pluvial. Seu interior é composto de cordilheiras, com um deserto e um lago salgado ao centro. As condições de fertilidade variam muito de uma parte à outra da península.
Na antiguidade, apresentavam uma população escassa e dispersa, e apresentava uma agropecuária bem menos fértil que o Nilo ou o Tigres e o Eufrates. Realizavam comércio com o Oriente Próximo, sendo pioneiros na metalurgia do ferro. Nesse quadro, por volta de 1200-1100, foi emergindo aos poucos o Antigo Império Hitita, mas que de fato só começam à surgir evidências de sua formação por volta de 1650. Mas só em 1525, o rei Telepinush estabeleceu a sucessão dinástica e consolidou a monarquia. A expansão do império Hitita só se deu em aproximadamente 1380-1346, sob o reinado de Shuppiluliumash I,que estabeleceu sua capital em Hattusha. Mesmo sob seu comando, e de outros imperadores posteriores, a Ásia Menor não se consolidou politicamente.
Em meados do século XIII a.c, o império Hitita entrou em decadência devido à golpes externos e internos (problemas políticos), como os “povos do mar”. A cultura continuou existindo, mas o império chegou ao fim. O rei, como naMesopotâmia e Egito, tinha o papel de sumo sacerdote, mediador entre os homens e os deuses e general supremo. Em contraste com os Egípcios e os Mesopotâmicos, a divindade só era conferida ao monarca após sua morte. Também desempenhava o papel de legislador e juiz. Mas diferente das outras duas civilizações citadas, ele não era idealizado como grande atleta, caçador ou construtor.
A religião Hitita era complexa e confusa, formada pro deuses de várias partes da Ásia menor e da Síria, recebendo influências da Mesopotâmia e de outros países conquistados pelos Hititas. Ao contrário das outras civilizações citadas, ela não favirecia o sincretismo. Tinham uma visão negativa do homem, achavam que todos eram pecadores. Culpavam os males do mundo na insatisfação dos deuses.
Tribo de nômades que vieram do deserto da Síria, os acádios chegaram à Mesopotâmia por volta de 2550 a.C., enquanto este território estava dominado pelos sumérios.
Entretanto, a guerra entre os sumérios para a permanência no poder acabou dando espaço para que a conquista acadiana da Mesopotâmia tivesse êxito. Mas esses dois povos, de culturas similares, acabariam se unificando para formar o I Império Mesopotâmico.
As cidades-Estado foram unidas pela primeira vez pelo soberano Lugal-zage-si, de Uruk, por volta de 2375 a.C. Quase um século depois, o imperador Sargão I, que comandava a cidade de Acádia, conquistou a maioria do território outrora ocupado pelos sumérios, chegando a cobrir todo o Mar Mediterrâneo e a Anatólia. A partir da margem esquerda do rio Eufrates, entre Sippar e Kish (onde hoje localiza-se o Iraque), os acádios conquistaram a Mesopotâmia meridional e Elam, criando os estados de Isin, Larsa e Babilônia. O centro hegemônico acádio seria a cidade de Akad.
Apesar disso, as cidades-Estado sumerianas ainda eram dominadas pelos mesmos governantes, com a rígida condição de que pagassem os tributos exigidos pelos acadianos. Por seu extenso domínio, Sargão I chegou a ser reconhecido como “soberano dos quatro cantos da terra”, ou seja, rei do mundo inteiro.
Sob a liderança de Sargão I, os acádios criaram um Estado centralizado, nos moldes sumérios, e avançaram nas táticas militares através da mobilidade pelo deserto, com armamentos leves como o venábulo (lança) para elevar a resistência de seus guerreiros. Na religião, a crença politeísta permitiu que novos deuses fossem cultivados, incluindo o próprio rei.
O desenvolvimento da escrita cuneiforme pelos sumérios possibilitou o registro da primeira língua semítica da Antiguidade: a língua acadiana, que já chegou a ser usada como língua internacional por todo o Oriente Médio. Inclusive, o Código Hamurábi, escrito pelo monarca amorita de mesmo nome e conhecido como o primeiro código penal que se tem registro, foi elaborado em acadiano.
Por volta de 2150 a.C., os constantes ataques dos guti, povos asiáticos da região montanhosa da Armênia, acabariam com o domínio acádio, que já estava abalado com as revoltas internas após a fraqueza política que se instaurou com a morte do Imperador Sargão I.
Fontes:
http://povosdaantiguidade.blogspot.com/2009/12/acadianos.html
http://filosofandoehistoriando.blogspot.com/2009/08/acadios.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Acádia_(Mesopotâmia)
Os arqueólogos buscam Cleópatra no mar e na terra, os trabalhos já duram 5 anos no local.
Recentemente, ocorreu a descoberta de um templo no Egito que pode ter os restos mortais da Rainha e de seu amante Marco Antonio.
Acesse o link e Acompanhe reportagem completa!
No século XVIII, as tensões e revoltas estão presentes em toda a história da América hispânica. Estas eram corrente nas zonas marginais do império colonial, tanto no Norte do continente como no Chile. Mas os motins mais graves aconteciam no centro do império, especialmente no Peru, em populações que inicialmente pareciam ter sido integradas. Tupac Amaru II é o nome adotado por José Gabriel Condorcánqui, descendente dos soberanos incas, que liderou umarevolta na área andina que representou o culminar dos levantamentos das comunidades indígenas mulatas e crioulas. As causas imediatas da revolta de Tupac Amaru terão sido a visita em 1780 ou inspeção efetuada por José António de Areche e as reformas fiscais por ele introduzidas nestes territórios, às quais se opunha a população indígena, que se confrontava também com os corregedores e pedia a abolição do trabalho forçado nas minas. A história deste homem é o epílogo de meio século de rebeliões e revoltas de Índios, Mestiços e Crioulos nos Andes. Ela representa igualmente a dificuldade que estas regiões tinham em se adaptar aos métodos modernos da dependência colonial. Tupac Amaru II conseguiu consolidar a sua autoridade, armar numerosos exércitos e atrair para a sua causa povos autóctones, Mestiços, Crioulos, pobres e os pequenos mesteirais. Chegou a controlar um amplo território do vice-reino do Peru, mas não conseguiu conquistar a capital inca, Cuzco. A sua inovadora e revolucionária política social trouxe-lhe a amizade das elites crioulas, mas não pôde obstar a derrota. Cerca de 80 000 índios perderam a vida nos confrontos com os Espanhóis, que duraram até 1783, mesmo depois da morte do líder dos revoltosos em 1781, executado pelos Espanhóis.
Fonte: Revolta de Tupac Amaru. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-05-27]. Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$revolta-de-tupac-amaru>.
Os EUA gostam de intervir em todos os países, por que está demorando tanto para atuar na Síria, não está na hora dos integrantes do G8 tomarem alguma atitude.
Todos os dias temos mais notícias das barbaridades que o atual governo daquele país tem feito, são mortes atrás de mortes.
Será que a Síria (não tem petróleo suficiente) para despertar o mesmo interesse que existiu nas intervenções do Afeganistão, Iraque e outros.
Acompanhe mais uma matéria sobre o assunto na uol.
Depois dê sua opinião.
sobreHistória porGilbert Patsayev Miranda - Fonte: www.algosobre.com.br
A Civilização egípcia é datada do ano de 4.000 a.C., permanecendo estável por 35 séculos, apesar de inúmeras invasões das quais foi vítima.
Em 1822, o francês Jean François Champollion decifrou a antiga escrita egípcia tornando possível o acesso direto às fontes de informação egípcias. Até então, o conhecimento sobre o Egito era obtido através de historiadores da Antiguidade greco-romana.
O MEIO AMBIENTE E SEUS IMPACTOS
Localizado no nordeste africano de clima semi-árido e chuvas escassas ao longo do ano, o vale do rio Nilo é um oásis em meio a uma região desértica. Durante a época das cheias, o rio depositava em suas margens uma lama fértil na qual durante a vazante eram cultivados cereais e hortaliças.
O rio Nilo é essencial para a sobrevivência do Egito. A interação entre a ação humana e o meio ambiente é evidente na história da civilização egípcia, pois graças à abundância de suas águas era possível irrigar as margens durante o período das cheias. A necessidade da construção de canais para irrigação e de barragens para armazenar água próximo às plantações foi responsável pelo aparecimento do Estado centralizado. Nilo > agricultura de regadio > construção de obras de irrigação que exigiam forte centralização do poder > monarquia teocrática EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A história política do Egito Antigo é tradicionalmente dividida em duas épocas:
Pré-Dinástica (até 3200 a.C.): ausência de centralização política. População organizada em nomos (comunidades primitivas) independentes da autoridade central que era chefiada pelos nomarcas. A unificação dos nomos se deu em meados do ano 3000 a.C., período em que se consolidaram a economia agrícola, a escrita e a técnica de trabalho com metais como cobre e ouro.
Dois reinos Alto Egito (sul) e Baixo Egito (norte) surgiram por volta de 3500 a.C. em consequência da necessidade de se unir esforços para a construção de obras hidráulicas. Dinástica:
Forte centralização política Menés, rei do Alto Egito, subjugou em 3200 a.C. o Baixo Egito. Promoveu a unificação política das duas terras sob uma monarquia centralizada na imagem do faraó, dando início ao Antigo Império, Menés tornou-se o primeiro faraó. Os nomarcas passaram a ser “governadores” subordinados à autoridade faraônica. PERIODIZAÇÃO HISTÓRICA
A Época Dinástica é dividida em três períodos: Antigo Império (3200 a.C. – 2300 a.C.)Capital: Mênfis foi inventada a escrita hieroglífica.
Construção das grandes pirâmides de Gizé, entre as quais as mais conhecidas são as de Quéops, Quéfrem e Miquerinos. Esses monumentos, feitos com blocos de pedras sólidas, serviam de túmulos para os faraós. Tais construções exigiam avançadas técnicas de engenharia e grande quantidade de mão-de-obra.
Invasão dos povos nômades: fragmentação do poder Médio Império (c. 2040-1580 a.C.)
Durante 200 anos o Antigo Egito foi palco de guerras internas marcadas pelo confronto entre o poder central do faraó e os governantes locais – nomarcas. A partir de 2040 a.C., uma dinastia poderosa (a 12ª) passou a governar o País iniciando o período mais glorioso do Antigo Egito: o Médio Império. Nesse período:
Capital: Tebas
Poder político: o faraó dividia o trono com seu filho para garantir a sucessão ainda em vida
Poder central controlava rigorosamente todo o país
Estabilidade interna coincidiu com a expansão territorial
Recenseamento da população, das cabeças de gado e de terras aráveis visando a fixação de impostos
Dinamismo econômico
Os Hicsos
Rebeliões de camponeses e escravos enfraqueceram a autoridade central no final do Médio Império, permitindo aos hicsos - um povo de origem caucasiana com grande poderio bélico que havia se estabelecido no Delta do Nilo – conquistar todo o Egito (c.1700 a.c.). Os hicsos conquistaram e controlaram o Egito até 1580 a.C. quando o chefe militar de Tebas derrotou-os. Iniciou-se, então, um novo período na história do Egito Antigo, que se tornou conhecido como Novo Império.
As contribuições dos hicsos foram:
fundição em bronze
uso de cavalos
carros de guerra
tear vertical
Novo Império - (c. 1580- 525 a.C.)O Egito expulsou os hicsos conquistando, em seguida, a Síria e a Palestina.
Capital: Tebas.
Dinastia governante descendente de militares.
Aumento do poder dos sacerdotes e do prestígio social de militares e burocratas.
Militarismo e expansionismo, especialmente sob o reinado dos faraós Tutmés e Ramsés.
Conquista da Síria, Fenícia, Palestina, Núbia, Mesopotâmia, Chipre, Creta e ilhas do Mar Egeu.
Afluxo de riqueza e escravos e aumento da atividade comercial controlada pelo Estado.
Amenófis IV promoveu uma reforma religiosa para diminuir a autoridade dos sacerdotes e fortalecer seu poder implantando o monoteísmo (acrença numa única divindade) durante seu reino.
Invasões dos “povos do mar” (ilhas do Mediterrâneo) e tribos nômades da Líbia consequente perda dos territórios asiáticos.
Invasão dos persas liderados por Cambises.
Fim da independência política.
Com o fim de sua independência política o Egito foi conquistado em 343 a.C. pelos persas. Em 332 a.C. passou a integrar o Império Macedônio e, a partir de 30 a.C., o Império Romano. ASPECTOS ECONÔMICOS
Base econômica:
Agricultura de regadio com cultivo de cereais (trigo, cevada, algodão, papiro, linho) favorecida pelas obras de irrigação.
Agricultura extensiva com um alto nível de organização social e política.
Outras atividades econômicas: criação de animais (pastoreio), artesanato e comércio.
ASPECTOS POLÍTICOS Monarquia teocrática:
O governante (faraó) era soberano hereditário, absoluto e considerado uma encarnação divina. Era auxiliado pela burocracia estatal nos negócios de Estado.
Havia uma forte centralização do poder com anulação dos poderes locais devido à necessidade de conjugação de esforços para as grandes construções.
O governo era proprietário das terras e cobrava impostos das comunidades camponesas (servidão coletiva). Os impostos podiam ser pagos via trabalho gratuito nas obras públicas ou com parte da produção.
ASPECTOS SOCIAIS
Predomínio das sociedades estamentais (compostas por categorias sociais, cada uma possuía sua função e seu lugar na sociedade).
O Egito possuía uma estrutura social estática e hierárquica vinculada às atividades econômicas. A posição do indivíduo na sociedade era determinada pela hereditariedade (o nascimento determina a posição social do indivíduo).
A estrutura da sociedade egípcia pode ser comparada a uma pirâmide. No vértice o faraó, em seguida a alta burocracia (altos funcionários, sacerdotes e altos militares) e, na base, os trabalhadores em geral .
A sociedade era dividida nas seguintes categorias sociais:
O faraó e sua família - O faraó era a autoridade suprema em todas as áreas, sendo responsável por todos os aspectos da vida no Antigo Egito. Controlava as obras de irrigação, a religião, os exércitos, promulgação e cumprimento das leis e o comércio. Na época de carestia era responsabilidade do faraó alimentar a população.
aristocracia (nobreza e sacerdotes). A nobreza ajudava o faraó a governar.
grupos intermediários (militares, burocratas, comerciantes e artesãos)
camponeses
escravo
Os escribas, que dominavam a arte da escrita (hieróglifos), governantes e sacerdotes formavam um grupo social distinto no Egito. ASPECTOS CULTURAIS
A cultura era privilégio das altas camadas.
Destaque para engenharia e arquitetura (grandes obras de irrigação, templos, palácios).
Desenvolvimento de técnicas de irrigação e construção de barcos.
Desenvolvimento da técnica de mumificação de corpos.
Conhecimento da anatomia humana.
Avanços na Medicina.
Escrita pictográfica (hieróglifos).
Calendário lunar.
Avanços na Astronomia e na Matemática, tendo como finalidade a previsão de cheias e vazantes.
Desenvolvimento do sistema decimal. Mesmo sem conhecer o zero, os egípcios criaram os fundamentos da Geometria e do Cálculo.
Engenharia e Artes.
Jogavam xadrez.
ASPECTOS RELIGIOSOS
Politeísmo
Culto ao deus Sol (Amom – Rá)
As divindades são representadas com formas humanas (politeísmo antropomórfico), com corpo de animal ou só com a cabeça de um bicho (politeísmo antropozoomórfico)
Crença na vida após a morte (Tribunal de Osíris), daí a necessidade de preservar o cadáver, desenvolvimento de técnicas de mumificação, aprimoramento de conhecimentos médico-anatômicos.
Fonte: www.algosobre.com.br Artigo feito por: Gilbert Patsayev Miranda
Matéria interessante de Cinthia Rodrigues (IG-São Paulo) - sobre educação.
A matéria foi publicada pelo IG Educação Publica, durante uma semana do mês de Maio de 2012.
Professores não são preparados para
ensinar
Na
faculdade, futuro professor gasta maior parte do tempo com "fundamentos
teóricos". Acompanhe série especial com outros problemas
Cinthia Rodrigues, iG São Paulo | 23/04/2012
07:00:04
Texto:
Um professor com poucas oportunidades de aprender a dar aula
é como um médico que não sabe tratar do paciente ou um advogado que não conhece
os caminhos para defender o réu. Mas o que parece tão contraditório é uma
realidade no caso dos educadores. O problema é comprovado por pesquisas,
práticas e maus resultados que são tema de série que oiGEducação publica.
Em todas as etapas de formação, os docentes enfrentam
restrições ao aprendizado do próprio ofício. A universidade reserva a menor
parcela do curso a lições de como ensinar, a bibliografia sobre o assunto é
desproporcional à demanda e o tempo de aprendizado dentro da escola – apesar de
previsto em lei – é desviado para assuntos burocráticos.
Para piorar, o
modelo pelo qual os próprios professores aprenderam e que muitos replicam há
décadas empaca diante de uma geração moldada pela facilidade e rapidez de
resposta da internet. “A sociedade não precisa mais de alguém que traga a
informação. Isso o computador pode fazer. No entanto, a sociedade precisa cada
vez mais de um mestre que ensine a pensar, a resolver problemas, a produzir
conhecimento. Só que dificilmente o educador sabe como fazer isso”, resume o
professor emérito em Educação na Universidade de Paris 8 e visitante na
Universidade Federal de Sergipe, Bernard Charlot.
Na opinião
dele, os problemas de formação são potencializados pela tecnologia a que os
alunos têm acesso, mas continuam sendo os mesmos. “A questão não é se o
professor sabe promover o aprendizado naquele ambiente, mas se ele tem
repertório para ensinar em vez de reproduzir informação”, diz.
Pesquisas
mostram que o problema começa enquanto o futuro mestre ainda é o aluno. A
Fundação Carlos Chagas analisou detalhadamente os currículos de 94 faculdades
de Letras, Matemática e Ciências Biológicas em todas as regiões do País por
dois anos e concluiu que o “como ensinar” está longe de ser o foco dos cursos.
O currículo dos cursos de professor
Veja como é
dividido o tempo das licenciaturas nas faculdades (em porcentagem)
Fundação Carlos Chagas - exemplo de
Letras
Em
Letras, apenas 5,7% das aulas focavam em “didáticas, métodos e práticas de
ensino”, em Matemática, 8% e, em Biológicas, 10%. Todo o restante do curso
forma especialistas em cada área, explica o sistema educacional, expõe
fundamentos teóricos ou mesmo apresenta “outros saberes”. A introdução de temas
tecnológicos apareceu em apenas 0,2% dos currículos.
Os dados da
pesquisa, publicada em 2008, até agora não geraram mudanças sistemáticas.
Dentro de limites genéricos como “fundamentos teóricos” e “conhecimentos
específicos”, as universidades têm autonomia sobre os conteúdos dos cursos e,
como simples orientador, os governos que tomam iniciativas têm resultado tímido
na mudança dos currículos de faculdades para professores.
No Espírito
Santo, a gerente de formação do magistério da Secretaria de Educação, Tania
Paz, chamou 33 faculdades para debater os resultados e propor mudanças. Só 23
aceitaram. Ao longo de um ano foram nove encontros em que a Fundação Carlos
Chagas participou, mas ao final não é possível dizer se haverá alteração
prática. “Mostramos para eles nossas necessidades em sala, mas dentro das
instituições a decisão é dos coordenadores de curso”, afirma a gerente.
Para ela, a
dificuldade na formação é a base da crise educacional que o País enfrenta.
“Fizemos uma avaliação diagnóstica do que era preciso melhorar no sistema a
partir das dificuldades dos alunos e a conclusão é sempre a mesma: o
professor”, afirma, ponderando que o profissional é, ao mesmo tempo, vítima e
reprodutor do problema. "Muitos já escolhem a profissão por não conseguir
aprovação nas carreiras mais concorridas por conta de uma educação ruim que
tiveram e vão perpetuar enquanto não conseguirmos buscar formas de
compensação."
“A questão não é se o professor sabe promover o aprendizado
naquele ambiente, mas se ele tem repertório para ensinar em vez de reproduzir
informação",professor Bernard
Charlot
O Ministério da
Educação também encontrou um problema ainda anterior aos currículos das
faculdades: a falta de livros sobre didática. Um edital para compra de material
aberto de 2008 a 2011 resultou em apenas 100 obras aprovadas, segundo o então
ministro da Educação, Fernando Haddad. “Mundo afora, você vai ver que chega a
centenas de milhares de títulos. No Brasil, se uma pessoa iluminada quiser
fazer mudanças num curso de licenciatura, vai ter de forjar o próprio
material”, comentou às vésperas de deixar o cargo, em janeiro.
Na época, ele
dizia que a colaboração do governo federal seria montar uma prova para
professor que seria baseada em didática e acabaria incentivando a mudança nos
cursos. "Hoje, 70% dos concursos públicos para admitir educadores são feito
de questões jurídicas. Está mais para teste da OAB do que docência",
comentava. Até o momento, no entanto, não há anúncio oficial da avaliação
anunciada há dois anos.
Professor não pode concorrer com a
internet
Para
especialistas, o apresentador de informações vai desaparecer, mas o educador
que vai além delas é cada vez mais necessário
Cinthia
Rodrigues, iG São Paulo|24/04/2012 07:00:37
Texto:
Imagine, em um mundo sem internet, o dia em que professores
são avisados que dali para frente uma ferramenta de pesquisa permitirá aos seus
alunos ler, assistir, ouvir e discutir sobre qualquer assunto. Qual seria a
reação dos educadores? Para especialistas, há muito motivo para comemorar: a
chance de obter êxito no aprendizado aumenta. Na vida real, a recepção não foi
bem assim. A falta de adaptação do professor às novas tecnologias e ao aluno
influenciado por elas são tema do segundo dia dasérie especial do iG sobre os problemas
na formação do docente.
Incluída ou não
na aula, presente ou não na escola, a internet faz parte da rotina dos alunos.
Em 2008, quando apenas 23% dos lares estavam conectados segundo o Ibope, o
instituto já apontava que 60% dos estudantes tinham acesso à rede de algum
modo. Em pesquisa realizada nas escolas estaduais do Rio de Janeiro em 2011,
92% disseram estar online ao menos uma vez ao dia.
“O professor
pode escolher como tratar a internet, mas não pode ignorá-la”, diz o
pesquisador emérito de Ciências da Educação da Universidade de Paris 8 e
visitante na Universidade Federal do Sergipe, Bernard Charlot. Ele vê duas
possibilidades para o educador: fazer o que a máquina não sabe ou ser
substituído.
“Ninguém pode concorrer com oGoogleem
termos de informação. O professor que ia à frente da sala apresentar um
catálogo vai desaparecer em 20 anos e ser substituído por um monitor”, afirma
sem titubear, emendando um alento: “Por outro lado, o professor que ensina a
pesquisar, organizar, validar, resolver problemas, questionar e entender o
sentido do mundo é cada vez mais necessário.”
O pesquisador
defende que o aparente problema de falta de entrosamento com a tecnologia na
verdade é a lente de aumento que a internet colocou sobre a falta de formação
para a docência. “Não é que o professor não sabe ensinar a pesquisar na
internet, é que ele não sabe ensinar a pesquisar. Muitas vezes é mais simples
ainda: o professor não sabe como ensinar.”
Para ele, a
culpa não é do profissional, mas do sistema engessado que além de não formá-lo
não o deixa fazer diferente. “Não faz sentido começar um trabalho na internet
e, depois de 50 minutos, dizer: a gente continua semana que vem. Assim como
cada professor cuidar de uma disciplina, como se os assuntos não fossem
relacionados, ou tratar de temas sem mostrar na prática para que servem na
sociedade tornam a escola sem sentido.”
A doutora em
linguística e especialista no impacto da tecnologia na aprendizagem Betina von
Staa também culpa principalmente o sistema de ensino pela falta de aceitação da
tecnologia. “Muitos professores não aceitam trabalhos digitados apenas para
evitar cópias. A preocupação é maior com o controle de notas do que com as
possibilidades de aprendizado”, lamenta.
Na opinião
dela, o aluno precisa de orientação para procurar informações confiáveis e
questionar dados encontrados na internet. “Todas as pesquisas apontam que a
tecnologia traz benefícios, porém desde que venha com formação dos professores
para dar apoio.”
O Colégio Ari de Sá, em Fortaleza, é um exemplo de excessão
na introdução da tecnologia na sala de aula. Além de equipamentos - lousas
digitais, computadores e atétabletspara os alunos que preferirem o
equipamento aos livros - a escola tem formação para os professores diariamente
e no contexto das aulas. O coordenador de informática educativa, Alex Jacó
França, passa em cada sala tirando dúvidas dos professores e dá dicas de como
incluir ferramentas online em cada tópico.
"Muitos
temas que passariam sem grande interesse aos alunos acabam ganhando vídeos e
experimentos que os marcam. Quanto mais o professor conhece, maior a liberdade
que dá ao aluno no formato de suas pesquisas e melhor o aprendizado",
garante o especialista. Para ele, mesmo nos casos em que as escolas não têm
equipamento, o conhecimento do professor para incentivar o uso de tecnologias e
a abertura para deixar os alunos irem além dos livros faz a diferença.
Durante fórum
sobre tecnologia e educação promovido pela Blackboard no último dia 12, em São
Paulo, educadores estrangeiros sustentaram opinião parecida. A diretora de
avaliação da Universidad Cooperativa de Colômbia, Maritza Randon Rangel, afirma
que a democratização do acesso à rede dá oportunidade para que mesmo escolas
rurais e afastadas tenham desempenho equivalente às que estão mais próximas de
recursos culturais e financeiros. “Tivemos êxito com isso na Colômbia, mas além
das máquinas é preciso uma equipe com objetivos claros.”
“Muitos temas que passariam sem grande interesse aos alunos
acabam ganhando vídeos e experimentos que os marcam. Quanto mais o professor
conhece, maior liberdade dá ao aluno e melhor o aprendizado", Alex Jacó, coordenador de informática educativa
Já a pedagoga
Patrícia Patrício, mestre em Formação de Professores pela Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG) e autora do livro “São Deuses os Professores?”, defende
que os educadores de sucesso conseguem êxito com ou sem ajuda da escola. “Em
geral profissionais que se destacam fazem isso, apesar da escola”, conta.
É o caso de professores premiados em todas as edições das
Olímpiadas Brasileiras de Matemática, comoAntonio Cardoso do Amaral, de Cocal dos Alves, no Piauí, eMaria Botelho, de Uberlândia, em Minas Gerais. Ambos não têm formação ou estrutura
tecnológica acima da média da rede pública nas escolas, mas incentivam os
alunos a usá-la em casa e valorizam dúvidas e exercícios trazidos dentro ou
fora do contexto da aula. “Às vezes chego em casa e um aluno me deixou uma
dúvida no Facebook, eu adoro, significa que eles estão indo além da aula”, diz
Botelho.
Direito do professor, formação dentro
da escola falha
Por
lei, um terço da carga horária do educador deveria ser para atualização, mas na
prática tempo não existe ou é mal usado
Cinthia
Rodrigues, iG São Paulo|25/04/2012 07:00:17
“Estou há 23 anos
em sala de aula. Durante todo esse tempo não presenciei HTPC (Hora de Trabalho
Pedagógico Coletivo) que faça justiça ao nome”. O desabafo feito pela
professora Vilma Nardes Silva Rodrigues expõe uma das principais dificuldades
que o educador enfrenta para realizar um bom trabalho: a formação interna na
escola, que deveria ser rotineira, ora não existe, ora se deturpa. A questão é
tema da terceira reportagem da série doiGsobre comoo
professor tem pouca chance de aprender a ensinar.
Em tese, a carreira
dos mestres é estruturada para que ele se recicle e estude como ajudar seus
alunos durante todo o tempo em que estiver na ativa. A necessidade de aprender
constantemente é tão clara – ao menos na teoria – que existe legislação para
garanti-la.
Por lei, um terço da
carga horária remunerada do professor deve ser destinado a atividades
extra-classe. Cabe neste tempo a correção de provas e trabalhos e o
planejamento pedagógico, mas a recomendação do Conselho Nacional de Educação é
de que os profissionais se reúnam para discutir dificuldades e soluções
pedagógicas.
Amaioria
das redes públicas sequer cumpre a lei. Em vez de reservar 33% do tempo para
que os docentes se preparem e dêem boas aulas nos outros 66%, prefeituras e
Estados esperam que os profissionais já cheguem preparados. “As pessoas acham
que o professor é um ser que nasce pronto. Longe disso, todos os dias há um
duro trabalho de buscar novas formas de ensinar a partir do diagnóstico dos
alunos, que também é trabalhoso”, diz Norman Atkins, presidente da Escola de
Educação Relay, nos Estados Unidos, e um dos principais críticos ao ensino apenas
teórico que os professores recebem.
Mesmo no tempo
destinado à formação, poucas escolas se dedicam a encarar as dificuldades
pedagógicas que os professores estão enfrentando. “Por mais que estas reuniões
sejam marcadas, o conteúdo é sempre de informes sobre datas, procedimentos e
burocracias”, lamenta Vilma que dá aulas em escola estadual, municipal e
particular em Carapicuíba, na Grande São Paulo.
Ela conta que o tempo
previsto fora de sala nas redes públicas - que não chega a um terço das aulas,
mas existe – sempre tem um roteiro definido por governo ou direção. “Quando,
muito esporadicamente, o tempo é para formação, a equipe se reúne sem saber o
que está ocorrendo com as turmas e o tema acaba sendo um texto, uma apostila
genérica, assuntos distantes do contexto da aula.”
Em uma das melhores escolas municipais de São Paulo, a
Desembargador Amorim Lima, muitos professores estão prontos para admitir que
não têm tempo suficiente para formação. OiGacompanhou
um dia de reunião na unidade durante a semana de organização escolar, que
antecede o início das aulas.
Os professores foram
agrupados por módulos e passaram a maior parte do tempo ajustando horários,
turmas e como funcionaria a recuperação paralela. À tarde, houve um exercício
em grupo com a leitura de um texto sobre portfólio, proposto pela consultora
voluntária, Fátima Pacheco, uma das fundadoras da Escola da Ponte (instituição
em Portugal que conquistou alunos ao substituir a divisão tradicional em turmas
e disciplinas por projetos).
Todos estavam
acostumados com a palavra portfolio no sentido burocrático, ou seja, sabiam que
se tratava de um documento sobre o desenvolvimento da aula que deviam
apresentar. Já o sentido pedagógico, de identificar o avanço e as dificuldades
de cada aluno, pegou de surpresa vários professores. Ao final, os porta-vozes
dos grupos admitiram que preenchiam o documento, mas não exploravam sua função.
“É algo que deveria ser trabalhado toda semana para que os educadores pudessem
se ajudar, mas a maioria das escolas que visito no Brasil não usa bem”, comenta
a consultora.
A diretora da
unidade, Ana Elisa de Siqueira, reconhece as dificuldades de formação. “O que
posso lhe garantir é que nesta escola todos estão interessados em fazer o
melhor. A Fátima é benvinda e ajuda muito, mas são tantos problemas para resolver,
de toda ordem, que não conseguimos focar sempre no ensino-aprendizagem.”
Apostilas expõem carência
A educadora Paula
Lozano, autora de uma pesquisa para a Fundação Lemann sobre o impacto da adoção
de sistemas apostilados – que dão roteiros prontos para as aulas – acha que o
resultado é mais uma prova da falta de formação dos professores. Segundo sua
investigação, os municípios que usavam material padronizado conseguiram
melhores resultados que os demais, apesar da qualidade questionável das
apostilas e do impossível nivelamento que elas pressupõem.
“Alguns sistemas eram bem ruins e, mesmo assim, tiveram
resultado melhor do que as aulas preparadas pelos docentes. Isso significa que
muitos educadores não conseguem organizar exercícios e atividades para dar
conta do conteúdo”, lamenta a educadora. Para ela, o Brasil devia admitir a
carência na formação do professor e ampará-lo mais enfaticamente. “NaFinlândia, autonomia do
professor é ótima, todos sabem como dar aulas maravilhosas. Aqui, nem tanto.”
Acompanhe
o encerramento da série:
Nesta quinta-feira, oiGreúne as dicas práticas dos
especialistas que criticam a falta de formação dos professores para didáticas e
práticas de ensino. Leia, opine e sugira novas abordagens.
Exemplos de práticas didáticas não
ensinadas aos professores
Após
mostrar como as faculdades são teóricas e a formação dentro da escola falha, iG
reúne técnicas pontuais úteis aos docentes
Cinthia
Rodrigues, iG São Paulo|26/04/2012 09:53:39
Durante esta semana, oiGmostrou como o professor tem pouca
chance de aprender a ensinar. As faculdades têm apenas 5% a 10% de todo o
conteúdo voltado a métodos e práticas docentes e a formação dentro da escola,
prevista em lei, não ocorre ou se perde em questões burocráticas.
O problema se agrava com a velocidade das mudanças tecnológicas e a dificuldade
dos docentes de aproveitar o potencial das ferramentas digitais. Na reportagem
desta quinta-feira, estão reunidos os exemplos práticos de técnicas pedagógicas
dados pelos especialistas que criticam o abandono da formação do professor.
1) Porta aberta para visitas
“A maneira mais simples e eficiente de trazer a vida real para a escola”, assim
a diretora de avaliação da Universidad Cooperativa de Colômbia, Maritza Randon
Rangel, descreve a abertura das salas de aula para pais, vizinhos e
profissionais convidados, seja para assistir a aula ou participar. “Não é para
fazer isso em uma festa, mas em aulas normais, tornar isso comum”, diz. “Alguém
sentado no fundo da sala inspira mais respeito ao ambiente de aprendizado,
parece que os estudantes pensam ‘vieram ouvir porque isso é importante’. Se
alguém vai falar ao lado do professor a mensagem é ‘estão tão interessados em
que eu aprenda que trouxeram reforço’” .
2) Checar os objetivos
O que os estudantes devem aprender ao final desta aula? E para a vida? Como uma
coisa levará a outra? A educadora e autora Lea Desprebiteris, especialista em
avaliações educacionais, lamenta que a maioria dos professores sigam um roteiro
sem ter em mente o exato objetivo de cada atividade no plano de aprendizado. “O
planejamento, que costuma ser entregue logo no começo do ano, só deveria ser
feito a partir de uma reflexão sobre os objetivos a atingir com aquela turma e
até com cada aluno. Ainda assim, ele precisa ser maleável, pois o resultado de
uma aula é que vai levar ao realinhamento da próxima para chegar ao ponto
desejado.”
3) Assistir colegas exemplares
Durante 10 anos, o educador norte-americano Doug Lemov observou e filmou
professores com bons resultados em diferentes contextos. O material inspirou o
livro “Teach Like a Champion”, traduzido no Brasil como “Aula Nota 10” e é base
da Escola de Educação Relay. Em visita ao Brasil a convite da Fundação Lemann
para o seminário Líderes em Gestão Escolar, o diretor da escola, Norman Atkins,
defendeu a observação destes colegas. “Todos temos exemplos, a intenção não é
copiar este professor, mas analisar a técnica dos bons educadores e verificar o
que é aproveitável”. A palestra completa está disponível no site da Fudanção.
Assista abaixo uma das professoras filmadas:
4) Circular pela sala
Entre as técnicas que estão no vídeo e que foram tabuladas pela Relay como
ponto em comum dos professores de sucesso está a circulação dos educadores.
Eles não ocupam só a frente da sala, mas passeiam para ganhar mais atenção da
turma e ter certeza de quem realmente está participando. Com isso, aproximam-se
dos alunos e inspiram neles a sensação de que estão sendo cuidados.
5) Equilíbrio na participação dos alunos
De acordo com estudos da mesma instituição, os professores que falam 99% do
tempo não têm bons resultados de aprendizado. Da mesma forma, em uma sala em
que só os alunos falam, por estarem trabalhando com pouca supervisão ou porque
o professor não consegue a atenção, não há boa aprendizagem. “Nossas pesquisas
apontam que o melhor ponto é 43% para o professor e o restante para os alunos
falarem ou pensarem nos exercícios”, diz Atkins.
6) Tempo para as respostas
Uma das principais práticas que diferenciam os professores filmados é a forma
de elaborar questões. De acordo com o estudo, os melhores professores fazem as
questões mais rigorosas e desafiadoras para manter os alunos constantemente
pensando. Em outro vídeo, Lemov explica como o simples controle do tempo para
resposta pode gerar aprendizado. “É um paradoxo, quanto mais tempo o professor
perde esperando que os alunos estejam prontos, mais tempo de aprendizado ele
ganha”. Assista:
7) Incentivar a pesquisa e
evitar cópias
Trabalhos feitos com ajuda do computador podem conter pesquisas mais elaboradas
e aumentar o envolvimento dos estudantes com os temas. Para evitar as temidas
cópias, o coordenador de informática educativa do Colégio Ari de Sá, Alex Jacó
França, indica a atuação em duas frentes. A primeira é simples: colocar trechos
suspeitos nos buscadores da internet e verificar se não são encontradas
publicações iguais. “É importante que o professor saiba checar isso e encontrar
as fraudes”, diz. Neste caso, deve-se lidar com o problema como se fazia com a
cola. A segunda ação do docente deve ser incentivar vídeos, peças interativas e
formas de expor que privilegiam a criatividade e dificultam o uso de material
alheio. “Os estudantes querem trabalhar isso, o professor que dá esta abertura
ganha pontos.”
Conhece uma prática
didática que tem bom resultado e não é matéria do curso universitário ou da
formação interna? Conte o que você ou seu professor faz no espaço para
comentários no fim desta página.
O Congresso de Viena (1814-1815) determinou que osatuaisterritórios da Itália e da Alemanha fossem divididos em diversos estados dominados por estrangeiros. Os povos desses territórios não aceitaram a divisão feita por Viena e promoveram, então, movimentos racionalistas visando transformar suas nações em estados nacionais independentes.
Onde hoje é a Itália foi dividida em pequenosestados por ordem de Viena, são eles:
• Reino Sardo-Piemontês: governado por uma dinastia italiana. Era autônomo e soberano;
• Reino Lombardo-Veneziano: governado pela Áustria;
• Ducados de Parma, Módena e Toscana: governados por duques subservientes à Áustria;
• Estados Pontifícios: governados pelo papa;
• Reino das Duas Sicílias: governado pela dinastia de Bourbon.
A primeira luta do movimento para unificar a Itália só teve início depois da decisão do Congresso de Viena que transformava a atual Itália. As primeiras tentativas de libertação do território italiano foi uma organização revolucionária chamada de Jovem Itália liderada por Giuseppe Mazzini, republicano que junto com a jovem Itália defendia a independência e a transformação da Itália numa república democrática.
Em 1848, os seguidores de Mazzini promoveram outra manifestação contra a dominação austríaca em territórios italianos, mas foram vencidos pelo poderoso exército austríaco. Apesar da derrota, o ideal nacionalista permanecer forte e a partir dessa época, a luta pela unificação passou a ser liderada pelo Reino Sardol-Piemontês. Cavour, um dos líderes do Risorgimento (movimento que pretendia fazer a Itália reviver seus tempos de glória), representava todos os que desejavam a unificação. Para alcançar tal objetivo, Cavour teve o apoio da burguesia e dos proprietários rurais e colocou em prática um plano de modernização da economia e do exército do Piemonte. Aproximou-se da França e conseguiu ajuda militar para enfrentar a Áustria.
Com a ajuda da França, o exército de Cavour obteve expressivas vitóriase a Áustria, derrotada, foi forçada a entregar o reino. Quase em mesmo tempo, o revolucionário Giuseppe Garibaldi atacou o Reino das Duas Sicílias e criou condições para sua libertação do domínio estrangeiro. Decidiram então por intermédio de um plebiscito ser governados também pelo rei do Reino Sardo-Piemontês Victor Emanuel II.
Com a maior parte do atual território italiano, em 1861 Victor Emanuel II foi proclamado rei da Itália, mas, para que a unidade fosse completada era necessário conquistar Veneza e Roma. Veneza foi incorporada no ano de 1866 e Roma em 1870 onde passou a ser capital do país no ano seguinte.
O papa Pio IX, não aceitou a perda dos domínios territoriais da Igreja e rompeu relações com o governo italiano, considerou-se prisioneiro e fechou-se no Vaticano. Assim nasceu a Questão Romana que só foi resolvida em 1929 quando doi assinado o Tratado de Latrão. Por esse acordo, foi criado o Estado do Vaticano dirigido pela Igreja Católica.