Os
hebreus eram um povo de origem semita (os semitas compreendem dois
importantes povos: os hebreus e os árabes), que se distinguiram de outros
povos da antigüidade por sua crença religiosa. O termo hebreu
significa "gente do outro lado do rio”, isto é, do rio Eufrates.
Os
hebreus foram um dos povos que mais influenciaram a civilização atual. Sua
religião o judaísmo influenciou tanto o cristianismo quanto o islamismo.
O
conhecimento acerca desse povo, vem principalmente das informações e
relatos bíblicos (o Antigo Testamento), das pesquisas arqueológicas e obras
de historiadores judeus.
Em
1947, com a descoberta de pergaminhos em cavernas às margens do Mar Morto (os
Manuscritos do Mar Morto), foi possível obter mais informações sobre os
hebreus. Esses pergaminhos foram deixados por uma comunidade que viveu ali
por volta do século I a.C.
Os
Patriarcas
Os
hebreus eram inicialmente, um pequeno grupo de pastores nômades,
organizados em clãs ou tribos, chefiadas por um patriarca. Conduzidos por
Abraão, deixaram a cidade de Ur , na Mesopotâmia, e se fixaram
na Palestina (Canaã a Terra Prometida), por volta de 2000 a.C.
A
Palestina era uma pequena faixa de terra, que se estendia pelo vale do rio
Jordão. Limitava-se ao norte, com a Fenícia, ao sul com as terras de Judá, a
leste com o deserto da Arábia e, a oeste com o mar Mediterrâneo.
Governados
por patriarcas, os hebreus viveram na palestina durante três séculos. Os
principais patriarcas hebreus, foram Abraão (o primeiro patriarca),
Isaac, Jacó (também chamado Israel, daí o nome israelita), Moisés e Josué.
Por
volta de 1750 a.C. uma terrível seca atingiu a Palestina. Os hebreus
foram obrigados a deixar a região e buscar melhores condições de
sobrevivência no Egito. Permaneceram no Egito, cerca de 400 anos, até serem
perseguidos e escravizados pelos faraós. Liderados então, pelo patriarca
Moisés, os hebreus abandonaram o Egito em 1250 a.C., retornando à
Palestina. Essa saída em massa dos hebreus do Egito é conhecida como Êxodo.
Moisés
De acordo com a Bíblia, foi durante o êxodo dos hebreus, que Moisés recebeu de Deus a tábua dos Dez Mandamentos (Decálogo), quando atravessava o deserto do Sinai. A partir daí, os hebreus passaram a adorar um só deus, Jeová (ou Iahweh), adotando o monoteísmo.
Os
Juízes
De
volta à Palestina, sob a liderança de Josué, os hebreus tiveram de lutar
contra o povo cananeu e , posteriormente, contra os filisteus.
Josué (sucessor de Moisés), distribuiu as terras conquistadas entre as
doze tribos de Israel. Nesse período os hebreus,
passaram a se dedicar à agricultura, a criação de animais e ao comércio,
tornavam-se portanto sedentários.
No
período de lutas pela conquista da Palestina, que durou quase dois séculos,
os hebreus foram governados pelos juízes. Os juízes eram chefes políticos,
militares e religiosos. Embora comandassem os hebreus de forma enérgica, não
tinham uma estrutura administrativa permanente. Entre os mais famosos juízes
destaca-se Sansão, que ficou conhecido por sua grande força, conforme relata
a Bíblia. Outros juízes importantes foram Gedeão e Samuel.
Os
Reis
A
seqüência de lutas e problemas sociais criou a necessidade de um comando
militar único. Os hebreus adotaram então, a monarquia. O objetivo era
centralizar o poder nas mãos de um rei e, assim, ter mais força para
enfrentar os povos inimigos, como os filisteus.
O
primeiro rei dos hebreus foi Saul (1010 a.C.). Depois veio o rei Davi
(1006-966 a.C.), conhecido por ter vencido os filisteus (segundo a Bíblia,
ele derrotou o gigante filisteu Golias). Com a conquista de toda a Palestina,
a cidade de Jerusalém tornou-se a capital política e religiosa dos hebreus.
O
sucessor de Davi foi seu filho Salomão, que terminou a organização da
monarquia hebraica e seu reinado marcou o apogeu do reino hebraico.
Durante o reinado de Salomão (966-926 a.C.), houve um grande desenvolvimento
comercial, foram construídos palácios, fortificações, a construção do Templo
de Jerusalém, criou um poderoso exército, organizou a administração e o
sistema de impostos. Montou uma luxuosa corte, com muitos funcionários e
grandes despesas.
Para
poder sustentar uma corte tão luxuosa, Salomão obrigava o povo hebreu a pagar
pesados impostos. O preço dessa exploração foi o surgimento de revoltas
sociais.
Com
a morte de Salomão, essas revoltas provocaram a divisão religiosa e política
das tribos e o fim da monarquia unificada.
Formaram-se
dois reinos: ao norte, dez tribos formaram o reino de Israel, com capital em Samaria e,
ao sul, as duas tribos restantes formaram o reino de Judá, com capital em
Jerusalém.
Em 722
a.C., os reinos de Israel foram conquistados pelos assírios, comandados
por Sargão II. Grande parte dos hebreus foi escravizada e espalhada
pelo Império Assírio.
Em 587
a.C., o reino de Judá foi conquistado pelos babilônios, comandados porNabucodonosor.
Os babilônios destruíram Jerusalém e aprisionaram os hebreus, levando-os para
a Babilônia. Esse episódio ficou conhecido como o Cativeiro da Babilônia.
Os
hebreus permaneceram presos até 538 a.C., quando o rei persa Ciro
II conquistou a Babilônia, e puderam então à Palestina, que se tornara
província do Império Persa e reconstruíram então o templo de Jerusalém.
A
partir dessa época, os hebreus não mais conseguiram conquistar a autonomia
política da Palestina, que se tornou sucessivamente província dos impérios
persa, macedônio e romano.
Durante
o domínio romano na Palestina, o nacionalismo dos hebreus fortaleceu-se,
levando-os a se revoltar contra Roma. No ano 70 da nossa era, o imperador
romano Tito, sufocou uma rebelião hebraica e destruiu o segundo templo de
Jerusalém. Os hebreus, então, dispersaram-se por várias regiões do mundo. Esse
episódio ficou conhecido como Diáspora (Dispersão).
No
ano de 136, sofreram a Segunda Diáspora, no reinado de Adriano (imperador
romano), os judeus foram definitivamente expulsos da Palestina.
Dispersos
pelo mundo, o povo israelita, organizou-se em pequenas comunidades. Unidos,
preservaram os elementos básicos de sua cultura, como a linguagem, a religião
e alguns objetivos comuns, entre eles voltar um dia à Palestina. Assim, os
hebreus se mantiveram como nação, embora não constituíssem um Estado.
Somente
em 1948, os judeus puderam se reunir num Estado independente, com a
determinação da ONU (Organização das Nações Unidas), que criou o Estado de
Israel. Decisão que criou sérios problemas na região do Oriente Médio, pois
com a saída dos judeus da Palestina, no século I, outros povos,
principalmente de origem árabe ocuparam e fixaram-se na região. A oposição
dos árabes à existência do Estado de Israel, tem resultado em continuados
conflitos na região.
Economia
e Sociedade
A
vida socioeconômica dos hebreus pode ser dividida em duas fases: a nômade e a
sedentária.
A
princípio, os hebreus eram pastores nômades (não tinham habitação fixa), que
se dedicavam à criação de ovelhas e cabras. Os bens pertenciam a todos do
clã.
Mais
tarde, já fixados na Palestina, foram deixando os antigos costumes das
comunidades nômades. Desenvolveram a agricultura e o comércio, tornaram-se
sedentários.
Nos
primeiros tempos a propriedade da terra era coletiva, depois foi surgindo apropriedade
privada da terra e dos demais bens. Surgiram as diferentes classes sociais e
a exploração de uma classe pela outra. A conseqüência dessas mudanças foi que
grandes proprietários e comerciantes exibiam luxo e riqueza, enquanto os
camponeses pobres e os escravos viviam na miséria.
Cultura
A
religião é uma das principais bases da cultura hebraica e representa a
principal contribuição cultural dos hebreus ao mundo ocidental.
A
religião hebraica possui dois traços característicos: o monoteísmo e a idéia
messiânica. A maioria dos povos da antigüidade era politeísta
(acreditavam na existência de vários deuses), enquanto os hebreus adotaram o
monoteísmo, acreditavam em um único Deus, criador do universo.
A
idéia messiânica foi divulgada pelos profetas. Acreditavam na vinda
de um messias, um enviado de Deus para conduzir os homens à salvação eterna.
Para os cristãos esse messias é Jesus Cristo, o que os judeus não aceitam.
Assim, continuam aguardando a vinda do messias.
A
doutrina fundamental da religião hebraica (o Judaísmo) encontra-se no
Pentateuco, contido no Velho Testamento da Bíblia. O Pentateuco é composto
pelo: Gênesis, Êxodo, Deuteronômio, Números e Levítico. Os hebreus
chamam esse livro de Torá.
A
religião hebraica prescreve uma conduta moral orientada pela justiça, a
caridade e o amor ao próximo. Entre as principais festas judaicas,
destacam-se: a Páscoa, que comemora a saída dos hebreus do Egito em busca da
Terra Prometida; o Pentecostes, que recorda a entrega dos Dez Mandamentos a
Moisés; o Tabernáculo, que relembra a longa permanência dos hebreus no
deserto, durante o Êxodo.
Na
literatura, o melhor exemplo são os livros bíblicos do Velho Testamento,
dentre os quais destacam-se os Salmos, o Cântico dos Cânticos, o
Livro de Jó e os Provérbios.
A
Bíblia é um conjunto de livros escritos por vários autores ao longo de vários
séculos.
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