A descoberta do arqueólogo Howard
Carter do túmulo totalmente intacto do Faraó Tutankamon, deu início a mais famosa de todas as lendas do egito antigo.
Imagem do Arqueólogo - Howard Carter inspecionando a Múmia de Tutankhamon
Encontrada
na região do Vale dos Reis e longe das principais, que acabaram vítimas de
saqueadores, a tumba do faraó só foi descoberta em 1922, e estava
inteiramente preservada e com todas as relíquias junto com o sarcófago.
Mas não é exatamente nisto que reside a história fantástica de sua múmia, e sim
na notoriedade que criou após a ocorrência das mortes misteriosas dos ajudantes
e pesquisadores envolvidos com sua descoberta, inclusive do próprio Carter. Na
tumba do jovem Tutankhamon, uma inscrição ameaçava: “A Morte
tocará com suas asas aquele que perturbar o sono do faraó”. A
“Maldição de Tutankhamon”, se tornou a lenda mais popular e difundida na
imprensa desde então. Muito se especulou sobre a causa das mortes. Chegou-se a
cogitar em veneno, intoxicação por partículas inaladas, infecções por fungos
e/ou bactérias e havia inclusive aquales que falaram em radioatividade.
Autópsia dos pulmões de algumas
vítimas de sua “maldição” viriam a resolver este famoso enigma. Nos pulmões
foram encontrados numerosos esporos de fungos do Histoplasma capsulatum. Um fungo conhecido por
causar uma doença sistêmica no corpo, isto é, que atinge diferentes
órgãos levando o indivíduo a desenvolver pneumonia e podendo levá-lo à
morte. A doença conhecida por histoplasmose ocorre principalmente em populações
isoladas dos centros urbanos, pois o fungo é bem adaptado a ambientes
cavernosos e a florestas fechadas longe da luz do sol, sendo também encontrado
em excrementos de morcegos e algumas aves. A infecção ocorre pela inalação dos
esporos dispersos no ar que ao entrarem nos pulmões germinam e formam levedura
(forma unicelular e assexuada do fungo). Neste estágio, o fungo não poupa
ninguém, se dispersa pela corrente sanguínea onde vai contaminar outros órgãos.
A doença pode permanecer por muito tempo no corpo de pessoas infectadas (forma
de latência), quando são fagocitados por macrófagos e neutrófilos (células de
defesa do organismo).
No caso
de tutankhamon, não existe dúvida: muitos pesquisadores morreram vítimas de
pneumonia causada por este fungo. A grande divulgação dos meios de comunicação
britânicos dada à morte dos pesquisadores levaram enormes especulações sobre o
ocorrido. A própria inscrição presente na tumba de Tutakhamon citada neste
texto nunca foi vista, acredita-se que se perdeu ou foi levada por ladrões.
Howard Carter morreu de câncer em 1939, aos 66 anos, e provavelmente, sua morte
não teve nenhuma relação com a famosa descoberta. Sendo assim, o resto é o
tradicional “quem conta um conto aumenta um ponto”.
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