Escravidão
Indígena no Brasil Colonial
O litoral brasileiro era repleto de tribos indígenas no começo
do século XVI, época em que os portugueses chegaram ao Brasil. Como o objetivo
principal dos colonos era a obtenção de lucro na nova terra conquistada, a
opção pela escravidão indígena foi quase que imediata.
O auge da
escravidão indígena no Brasil foi no período inicial da colonização, entre os
anos de 1540 e 1580.
O escambo
A primeira
“relação de trabalho” entre portugueses e índios brasileiros foi o escambo. Os
portugueses ofereciam objetos (espelhos, apitos, cordas, facas e etc.) aos
índios em troca do trabalho no corte e transporte de pau-brasil.
O trabalho
nos engenhos
Com o
estabelecimento dos engenhos de açúcar no nordeste do Brasil, os colonos
precisavam de grande quantidade de mão-de-obra. Muitos senhores de engenho
recorreram a escravização de índios. Organizavam expedições que invadiam as
tribos de forma violenta, inclusive com armas de fogo, para sequestrarem os
indígenas jovens e fortes para levarem até o engenho.
O trabalho na
região Norte
A mão-de-obra
escrava indígena foi muito utilizada na segunda metade do século XVII,
principalmente no Maranhão. Os índios foram usados em pequenas lavouras e
também na exploração das "drogas do sertão". A falta e o alto custo
dos escravos africanos fizeram com que os colonos optassem pelos índios. O uso
dos nativos como escravos teve forte oposição dos jesuítas, que entraram em
conflito com os colonos da região. Foi somente em 1682, com a criação da
Companhia Geral de Comércio do Estado do Maranhão, que a mão-de-obra indígena
começou a deixar de ser usada, sendo substituída pelos escravos africanos.
O comércio de
escravos indígenas
Houve até um
mercado de negócios com escravos indígenas. Comerciantes organizavam expedições
de captura indígena para lucrar com a venda destes escravos aos senhores de
engenho.
Outra forma
de obtenção de escravos indígenas
Era muito comum
a guerra entre tribos indígenas. Os portugueses aproveitaram esta rivalidade,
faziam alianças com determinadas tribos e, em troca de apoio militar, recebiam
índios adversários capturados como recompensa.
Principais
problemas e dificuldades da escravidão indígena no Brasil
Desde o
início a escravidão indígena não deu certo pelos seguintes motivos:
- Muitos
indígenas resistiam ao trabalho forçado, não trabalhando (mesmo recebendo
punições físicas) ou tentando a todo custo fugir para a mata, pois os indígenas
tinham uma economia de subsistência, ou seja, não tinham interesse em
acumulação, viviam da natureza, onde extraíam sua alimentação, respeitavam a
terra e os rios;
- Havia forte
oposição ao trabalho escravo indígena por parte dos jesuítas portugueses que
vieram para o Brasil catequizarem os indígenas no período colonial;
- Com o
aumento do lucrativo tráfico de escravos africanos, a própria coroa portuguesa
começou a se opor à escravização indígena no final do século XVI;
- Muitos
indígenas morreriam de doenças trazidas pelos colonos portugueses como, por
exemplo, sarampo, varíola e gripe.
Diminuição e
fim da escravidão indígena
A partir do
final do século XVI houve uma forte redução da escravidão indígena. Isso
ocorreu, principalmente, em função das dificuldades apontadas acima e também do
aumento da escravidão negra africana. Esta segunda era bem mais lucrativa aos
comerciantes e também a cora portuguesa. Não houve também, como ocorre com a
indígena, uma forte oposição dos jesuítas ao trabalho escravo africano no Brasil.
Oficialmente,
a escravidão indígena só foi proibida em 1757 através de um decreto do Marques
de Pombal.
Fonte: site- suapesquisa.com
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