A
preocupação dos intelectuais brasileiros com a formação de uma identidade
nacional foi a característica das primeiras décadas do período republicano.
Suas visões acompanharam, de certo modo, as próprias mudanças sociais do país.
Ao final do século XIX, a perspectiva romantizada dos costumes e da natureza
cedeu lugar a uma noção mais realista e naturalista, que buscava maior
objetividade.
Autores Brasileiros falando de nosso povo.
Autores Brasileiros falando de nosso povo.
Se a
perspectiva anterior estivera diretamente ligada à ação política, nesse período
grande parte da produção intelectual aproximava-se mais das regras do
pensamento científico. As bases da cultura republicana fortaleceram-se com Os
sertões de Euclides da Cunha, ambientado no Nordeste, com as crônicas de Lima
Barreto e João do Rio e com os romances de Aluízio de Azevedo, que tratavam da
vida urbana do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Sobre a Guerra de Canudos.
No
início do século XX, São Paulo emergia como metrópole, vivenciando uma rápida
industrialização, financiada pelo capital acumulado com as atividades cafeeiras.
A modernização industrial, e com ela a valorização da técnica e da mecanização
das atividades produtivas, convivia com elementos arcaicos ainda presentes em seu cotidiano. Os ares de
metrópole fundiam-se com os vestígios de província.
Indústrias do início do séc. XX
Fonte: Divisão Iconográfica/PMSP
Nas
artes, as permanências simbolistas, românticas e parnasianas pareciam representar
características estéticas e sociais mais inertes e repetitivas. Nesse contexto,
buscando, antes de tudo, a inovação artística e social, ocorreu uma das maiores
expressões culturais do Brasil, a Semana de Arte Moderna.
A Semana de 1922 foi mais a manifestação de uma vontade por mudança
No
início de 1922, reuniram-se em São Paulo intelectuais e artistas que
procurariam elaborar obras e atitudes de acordo com os saberes mais
“adiantados” desenvolvidos no resto do mundo, ao mesmo tempo que ansiavam por
interferir criticamente no país, modernizando-o. Entre os maiores
representantes do Modernismo destacam-se os escritores Mario de Andrade e
Oswald de Andrade, Sérgio Milliet, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto, Manuel
Bandeira e Ronald de Carvalho; os pintores Di Cavalcanti, Lasar Segal, Cândido
Portinari, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti; e o compositor Heitor
Villa-Lobos.
Mario de Andrade
Anúncio de apresentação do Compositor Heitor Villa-Lobos
Ao
longo dos anos 20 o movimento se estendeu para outras regiões do país, sendo
divulgado, principalmente, por revistas e periódicos de pouca duração, porém de
grande importância.
Fonte: História do Brasil - Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff.
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