Simon
Bolívar é
frequentemente chamado de "o George Washington" da América Latina.
Ele é considerado o responsável pela libertação de cinco países sul-americanos
do domínio espanhol: Venezuela,
Colômbia, Bolívia, Peru e Equador.
Simon
Bolívar nasceu no dia 24 de julho de 1783 em Caracas, na Venezuela. De família
aristocrata, descendente de espanhóis, ele tornou-se órfão aos 9 anos. Ainda
muito jovem, visitou diversos países europeus, e foi enviado em 1799 a Madri,
na Espanha, para completar sua educação. Aos 18 anos, Bolívar casou-se com
Maria Teresa de Toro e, em 1802, o casal foi a Caracas, aonde, após seis meses
de matrimônio, a jovem veio a falecer.Em 1804, Bolívar retornou à Europa, visitando a França e a Itália. Ele ficou extremamente impressionado com Napoleão Bonaparte, que havia se coroado imperador, e o jovem Bolívar então passou a sonhar em ter a glória semelhante. Quando Bolívar foi a Roma, fez seu famoso juramento, no Monte Sacro, de libertar a América do Sul.
Em 1808, Napoleão Bonaparte invadiu a Espanha, depôs a dinastia Bourbon e nomeou seu irmão José como rei espanhol. Todas as colônias espanholas recusaram-se a reconhecer a autoridade de Bonaparte. Alguns continuaram aderindo à família real espanhola, enquanto outros decidiram perseguir a independência.
A
revolução contra o domínio espanhol teve início na Venezuela, em 1810, com a
deposição do governante espanhol. Uma declaração formal de independência foi
feita em 1811, e no mesmo ano, Bolívar tornou-se oficial do exército
revolucionário. Porém, em 1812, tropas espanholas retomaram o poder na
Venezuela. O líder da revolução venezuelana, Francisco Miranda, foi preso e
Bolívar deixou o país.
Nos anos
seguintes ocorreram diversas guerras. As vitórias venezuelanas eram seguidas
por derrotas esmagadoras, mas Bolívar nunca desistiu. Finalmente, em 1819,
Bolívar liderou seu pequeno exército ao longo de rios e vales, e nas altas
trilhas dos Andes, para atacar as tropas espanholas na Colômbia. Ele venceu a
importante Batalha de Boyaca, em 7 de agosto de 1819, e a República da Colômbia
foi proclamada em dezembro do mesmo ano. Em 1821, Bolívar finalmente libertou a
Venezuela na Batalha de Carbobo e um de seus mais talentosos oficiais, Antonio
José de Sucre, libertou o Equador na Batalha de Pichincha, em maio de 1822.
Enquanto
isso, o patriota argentino José de San Martin libertava a Argentina e o Chile,
e iniciava a libertação do Peru. Simon Bolívar e José de San Martin se reuniram
na cidade de Guayaquil, no Equador, no verão de 1822, mas não chegaram a um
acordo sobre unir suas forças para combater os espanhóis. San Martin não queria
se envolver numa luta por poder com Bolívar, pois isso beneficiaria a Espanha.
Portanto, ele renunciou à sua posição como Protetor do Peru, deixando o poder
para Bolívar e emigrou da América do Sul. Bolívar chegou ao Peru em 1823 e
prevaleceu sobre o governo real espanhol na Batalha de Junin, em agosto de
1824. Mas foi Sucre que assegurou uma vitória total, ao esmagar as tropas
espanholas em Ayacucho, em dezembro de 1824. A guerra pela independência estava
vencida!
Após as
vitórias militares, Simon Bolívar encontrava-se em uma posição extraordinária.
Ele era presidente da Colômbia, ditador do Peru e presidente da recém-formada
Bolívia, região que havia sido chamada de Alto Peru nos tempos coloniais. O
novo país foi nomeado em sua homenagem.
Após
realizar seu sonho de libertar seu país e outras nações sul-americanas do
controle espanhol, o objetivo seguinte de Simon Bolívar foi de o de se tornar
um líder e estadista sul-americano. Bastante impressionado com os Estados
Unidos da América, onde diversos estados haviam se unido para formar um único
país, Bolívar planejou realizar uma federação das nações da América do Sul. De
fato, Venezuela, Colômbia e Equador já constituíam a República da Grande
Colômbia, sob a presidência de Bolívar. Mas diferentemente dos Estados Unidos,
as tendências de independência nacional no continente não podiam ser ignoradas.
Quando Bolívar convocou o Congresso das Nações da América Hispânica, em 1826,
apenas quatro países compareceram.
Simon Bolívar e José de San Martin
No
entanto, ao invés de mais países se unirem à Grande Colômbia, o oposto ocorreu:
a república começou a se repartir. Para agravar a situação, uma guerra civil
irrompeu na Colômbia em 1826. Bolívar tentou evitar uma separação definitiva
das regiões em conflito. Ele conseguiu que ocorresse uma reconciliação
temporária e convocou uma nova assembléia constituinte em 1828, mas não
concordou com as deliberações do corpo legislativo e assumiu poderes
ditatoriais temporariamente. A oposição a Bolívar começou a crescer
repentinamente e em 25 de setembro de 1828, ele escapou por pouco de uma
tentativa de assassinato.
Bolívar
não conseguiu manter a confederação dos países da América do Sul. Por volta de
1830, Venezuela e Equador já haviam deixado a união, e Bolívar, percebendo que
suas ambições políticas eram uma ameaça à paz regional, renunciou em abril do
mesmo ano. Quando faleceu, em 17 de dezembro de 1830, ele estava deprimido,
pobre, e havia sido exilado de seu país de origem, a Venezuela. Ele morreu de
tuberculose em Santa Marta, na Colômbia.
Simon
Bolívar morreu odiado por seus inimigos e exilado de seu próprio país. Todavia,
após sua morte, sua reputação foi restaurada e ele obteve fama de proporções
quase mitológicas. Foi, sem dúvida, um líder marcante. Um homem ambicioso, às
vezes assumia posturas de ditador; porém, ele esteve sempre mais preocupado em
preservar a democracia e assegurar o bem-estar de seu povo do que com suas
ambições pessoais. O trono lhe foi oferecido, mas ele o recusou. Presume-se que
ele considerava seu título de "El Libertador" maior que qualquer
título real.
Não há
dúvidas de que Bolívar foi o principal líder na libertação das colônias
espanholas na América do Sul. Mesmo antes de iniciar sua campanha militar, ele
já havia escrito cartas, publicações em jornais e feito discursos a favor da
independência. Posteriormente, ele arrecadou fundos para financiar as guerras,
e foi o principal líder das forças revolucionárias.
Não
obstante, ele não pode ser considerado um grande general. Os exércitos que ele
derrotou não eram poderosos. Bolívar não foi um estrategista militar, porém
possuía algo extremamente valioso: sua firme determinação a despeito de
qualquer obstáculo. Mesmo após sofrer tantas derrotas contra os espanhóis, ele
re-agrupou suas tropas e continuou a lutar. Outros provavelmente teriam
desistido.
Em
algumas maneiras, Simon Bolívar foi ainda mais notável que o pai da
independência norte-americana, George Washington. Diferente de Washington,
Bolívar libertou qualquer escravo que encontrava durante suas batalhas e tentou
abolir a escravidão em todo território que ele libertou. Não obstante, mesmo
após sua morte, a escravidão continuou existindo nas ex-colônias espanholas na
América Latina.
Simon
Bolívar era um romântico e um idealista, com grandes ambições políticas. Mas
ele não dava muita importância ao dinheiro; entrou na política como um homem
rico e faleceu muito pobre. Ainda hoje, Bolívar continua sendo um dos maiores
heróis na história da América do Sul.
Fonte: www.10emtudo.com.br
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